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O termo autismo foi utilizado pela primeira vez pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler, em
1912, quando por meio de um artigo científico ele elencava os quatro pontos principais
do distúrbio da esquizofrenia, onde o ponto ele nomeou como autismo para descrever o
paciente que demonstrava um isolamento em seu próprio mundo, um afastamento
social, um distanciamento em seu espaço pessoal como uma perda de contato com a
realidade.
A etimologia da palavra autismo vem do grego “autos” que significa “por si mesmo”. E
apesar de Eugen ter sido o pioneiro na utilização da palavra autismo foi Leo Kanner que
a utilizou com mais frequência, aprofundando-se em estudos psiquiátricos sobre o
autismo e o separando da esquizofrenia, área em que era erroneamente interligado.
Em 1943, Leo Kanner se aprofundou num estudo que envolviam 11 crianças que
notavelmente demonstravam um distanciamento extremo desde o início da vida,
somado a uma vontade incontestável pela manutenção das mesmices, onde se
recusavam a seguirem padrões que eram diferentes de suas rotinas; Kanner categorizou
isso como uma “resistência à mudança”. Essas crianças respondiam de forma diferente
ao ambiente em que eram inseridas, apresentando comportamentos estereotipados e
únicos; os fortes sintomas desde pequenos, como maneirismos gestuais e aspectos não
comuns de comunicação, fizeram Kanner compreender melhor os padrões
comportamentais do autismo e graças à esse estudo ele lançou a obra chamada
“Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”.
Nos anos de 1950 a 1960, com os textos ganhando traduções em inglês e informações
sobre os estudos desse assunto sendo mais difundidos, houve uma desordem sobre o
ponto de partida que causaria o autismo, a sua natureza. Na época, acreditava-se que o
distúrbio era causado por pais que se demonstravam emocionalmente distantes e isso
impactava diretamente em seus filhos; tanto que o termo “mãe geladeira”, criado por
Leo Kanner começou a ser espalhado e usado como justificativa para embasar tais
argumentos. Contudo, por volta do início dos anos 60, as evidências que sugeriam o
autismo como um transtorno cerebral presente desde o nascimento ou jovem infância
tomaram força, já que os sintomas atingiam diversas pessoas independente de seus
países de origem, grupos socioeconômicos ou étnicos-raciais. Com isso, Leo Kanner
tentou reverter a situação diante da criação do termo já que a sua teoria demonstrava-se
completamente infundada.