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Resumo do texto: Política econômica e nacionalismo no Estado Novo

Luiza Vasconcellos Pedrosa

A crise de 1929 evidenciou a dependência econômica que o Brasil tinha pela exportação
de um único produto, o café. Nesse sentido, a partir de 1930 as políticas econômicas
foram voltadas para a recuperação da crise por meio da diversificação econômica, e a
partir de 1933 iniciou-se o fomento a indústria, buscando acelerar a economia e
preencher o vazio existente em território nacional por produtos industrializados, além do
claro desejo do governo Vargas de depender menos do capital estrangeiro. Visando o
crescimento econômico e a industrialização do país, Francisco Luiz Corsi aponta que o
governo criou projetos entre 1930 a 1937 estabelecendo diretrizes, e que esses projetos
foram mudando ao longo dos anos e nada mais fizeram do que estabelecer diretrizes
gerais.

As medidas adotadas foram, primeiramente, a nacionalização de recursos naturais e de


bancos, com o objetivo de gerar capital e de depender menos do mercado externo. Além
disso, tornou-se necessário a criação de órgãos de fiscalização para regular a criação
dessa recente indústria. A criação do Plano de Obras Públicas e Aparelhamento da
Defesa Nacional, nesse sentido, também visava industrializar o país, por meio da
criação de industrias de base, e tinha também outros objetivos, como a realização de
obras de infraestrutura, como diz Corsi. Contudo, o foco principal dos planos
governamentais, era instalar industrias siderúrgicas, consideradas de suma importância
para o país.

É importante ressaltar que, para Corsi, o Estado não apoiava essas medidas de
industrialização do país apenas por ver a importância disso, mas sim porque a ditadura
de Vargas encontrava sua principal base de apoio na burguesia industrial, ao passo de
que outras classes sociais dominantes estavam divididas quanto apoiar o governo. Desse
modo, Vargas conseguia sustentação para o governo tanto com a burguesia como nas
classes trabalhadoras, que viam a industrialização uma forma de desenvolvimento do
país. Corsi explica que a industrialização ia de encontro com o discurso de Vargas de
unidade do país, na medida em que por meio do desenvolvimento econômico, todas as
regiões do Brasil desenvolveriam-se por igual, não ficando à mercê dos interesses
regionais. Contudo, deve-se ressaltar que o próprio programa de desenvolvimento não
tinha em princípio, a preocupação em desenvolver industrialmente todas as regiões por
igual, mas de unificar a nação e criar independência do capital estrangeiro. Essa
independência não deve ser vista como um rompimento do país com a influencia
estrangeira, uma vez que para obter a tecnologia necessária para o desenvolvimento das
indústrias, o Brasil ora se aproximava da Alemanha, ora dos EUA, sem se comprometer
com nenhum dos dois. O comprometimento apenas ocorreu quando a 2 Guerra Mundial
estourou, já que o Brasil teve de assumir um lado no conflito.

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