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UTILIZAÇÃO DE ESCÓRIA DE ACIARIA LD NAS CAMADAS DE SUB-

BASE, BASE E MISTURAS ASFÁLTICAS A QUENTE (CBUQ)


Eudier Antonio da Silva 1; Frank Caliman Coutinho 2; Eudier Antônio da
Silva Junior 3

Copyright 2010, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP


Este Trabalho Técnico foi preparado para apresentação no 20° Encontro de Asfalto, realizado no período de 18 a 20 de maio de 2010,
no Rio de Janeiro. Este Trabalho Técnico foi selecionado para apresentação pelo Comitê Organizador do Evento, seguindo as
informações contidas no trabalho completo submetidos pelo(s) autor(es). Os organizadores não irão traduzir ou corrigir os textos
recebidos. O material conforme, apresentado, não necessariamente reflete as opiniões do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, Sócios e
Representantes. É de conhecimento e aprovação do(s) autor(es) que este Trabalho Técnico seja publicado nos Anais do 20° Encontro de
Asfalto.

Resumo
Visando conciliar aspecto técnico x economia x meio ambiente, com investimentos em pesquisas, equipamentos e controle
tecnológico nos últimos 30 anos e a satisfação de sermos rodoviarista, que resolvemos publicar este trabalho que comprova
que o uso da escória de aciaria LD na construção de um pavimento é tão eficiente quanto aos agregados pétreos naturais,
conforme podemos avaliar os mais de 5.000.000,00m2 de pavimento nos quais foram aplicados 4.000.000,00ton. do
produto, sendo no Espírito Santo:105,3km (base) do Projeto Transcol/1983; 8,6km (base) TIMS/1995; 6,0km (base e
CBUQ) Acesso ao Porto de Praia Mole/2001; 5,6km (sub-base e base) TABR, Aracruz/2010; 46,0km (base e PMF) ruas e
avenidas de Vila Velha/1989 e 80,0km (base) nas ruas e avenidas da Serra/2006. Na BR-393-RJ: 26,0km (sub-base, base,
PMQ, Binder e capa) Contorno de Volta Redonda/2004 e em Porto Ordaz/Venezuela: 250,0km (base, PMQ, Binder e capa)
Sistema Vial Mixto da Ponte sobre o Rio Orinoco/2006.

Palavras-Chave: Pavimentação; Restauração; Agregados.

Abstract
Aiming to conciliate the technical x financial x environmental aspects with investments in research, equipment and
technological control over the past 30 years and the pleasure to be highway builders, we have decided to publish this work
that proves that the use of slag from LD Steel-Making Plant is as efficient as the natural rock aggregates for construction of
pavements, as we can evaluate on more than 5,000,000 square meters of pavement where 4,000,000 tons of the product
were applied, as follows: In the state of Espírito Santo, 105.3 km (base courses) of the Transcol/1983 Project; 8.6 km (Base
courses) TIMS/1995; 6.0 km (base course and CBUQ-Hot Batched Bituminous Concrete; Access to the Praia Mole
Port/2001; 5,6km (sub-base e base courses) TABR, Aracruz/2010; 46.0 km (base course and PMF-Cold Premix); streets
and avenues in Vila Velha/1989 and 80.0 km (base courses) for streets and avenues in Serra/2006. On BR-393-RJ Highway:
26.0 m (sub-base, base courses, PMQ-Hot Premix, Binder and coat). The Volta Redonda/2004 belt road and Porto
Ordaz/Venezuela belt road: 250.0 km (base, PMQ, Binder courses and coats), Combined Roadway System of the Bridge
over the Orinoco River/2006.

Key-words: Pavement; Restoration; Aggregates.

1. Introdução
Na intenção de engenhar, procuramos compor a trinômia técnica x economia x meio ambiente de nossas obras
rodoviárias, com o uso de escória de aciaria como revestimento primário, sub-base e base pura e estabilizadas
granulometricamente com misturas, tendo como revestimentos betuminosos o TSD e o CBUQ (PMQ, Binder e Capa).

______________________________
1
Engenheiro - Consultor Técnico-Consulpavi/Membro do The Pan American Institute of Highways; Professor da UCL.
2
Engenheiro - Gerente de Produção da Mendes Júnior Trading e Engenharia S/A.
3
Estudante de Engenharia Civil/Estagiário-Consulpavi
20° Encontro de Asfalto

2. Escória de Aciaria, Noções Básicas e Fundamentos


Existem dois tipos de escórias siderúrgicas produzidos em larga escala:

2.1. A Escória de Alto-forno: resultante da fusão redutora dos minérios para obtenção do ferro gusa (obtido
diretamente do alto forno, em geral com elevados teor de carbono e várias impurezas), obtidas em conversores, e

2.2. A Escória de Aciaria: resultante da produção do aço é obtida em fornos elétricos e conversores a oxigênio,
durante a conversão de sucata em aço. Estas escórias podem ser tanto oxidantes (produzida pela injeção de oxigênio no cão
fundido para oxidar carbono, silício e enxofre) quanto redutoras (gerada após o vazamento da escória oxidada através da
adição de óxido de cálcio – CaO e de fluorita – CaF2; estes dois composto são injetados no processo para dessulfurar o aço
líquido e adicionar elementos de liga.

No que tange fabricação do aço, três principais processos se apresentam, classificados consoante a natureza do
refino: o LD - Linz–Donawitz ou BOF - Blast Oxygen Furnace, que utiliza o conversor a oxigênio, o elétrico ou EAF -
Eletric Arc Furnace, que utiliza o forno de arco elétrico e o OH - Opem Heart, que utiliza o forno Siemens-Martin. No
Brasil se empregam os três processos, os quais são aplicados, respectivamente, nas seguintes proporções: 77,9%, 20,2% e
1,9%.
No processo LD/BOF, o mais aplicado no Brasil – inclusivamente na Arcelor Mittal Tubarão – não há
necessidade de fonte de calor externa. Mistura-se ferro gusa líquido, sucatas ferrosas, escorificantes (cal e fluidificante) e
oxigênio na cuba. O aço é fabricado através das seguintes operações: carregamento do conversor, sopragem, observação do
banho (temperatura e composição química), ressopragem e formação do aço líquido e da escória; a última parte do processo
é o lingotamento contínuo onde o aço líquido é transformado em barras.

As matérias-primas empregadas na fabricação do aço são, fundamentalmente, o ferro gusa – obtido através da
redução do minério de ferro por adição de cálcio – ferro, o silício, o manganês, enxofre ao processo, as ferroligas (ajustam
as composições químicas do aço e lhe conferem as características mecânicas desejadas), a cal (retém as impurezas do metal,
forma a escória e protege o forno contra ataques químicos) e oxigênio (diminui o teor de carbono e o tempo de fusão).

Durante o processo de produção do aço são eliminados carbono, oxido de cálcio – CaO e os íons de alumínio,
silício e fósforo que tornam o aço frágil, quebradiço e difícil de ser transformado em barras. Todos estes elementos e
composto eliminados entram na composição da escória, podendo-se citar ainda, dentre outras impurezas que compõem a
escória, os silicatos de cálcio (CasiO3), óxido de silício (SiO2), ferrita cálcica (CaFe2O4),óxido de magnésio (MgO) e
outros. Os altos teores de CaO e MgO livres, sempre presentes nas escórias de aciaria, decorrem da oxidação do fósforo e
do silício, elementos que, ao precipitarem, ultrapassam os limites de solubilidade da escória fundida.

A escória de aciaria constitui desta forma, um subproduto da produção do aço, um rejeito que gira em torno dos
12,0% a 16,0% da produção do aço produzido, sendo que no Brasil cada tonelada de aço produz entre 70 e 170 kg de
escória de aciaria; por ano são produzidas mais de 4 milhões de toneladas deste material.

Assim, ao se ter em conta o processo de constituição das escórias, pode-se afirmar que a enorme variação de sua
composição química constitui a sua característica mais marcante, assertiva esta que pode ser avaliada através das
composições típicas das escórias de aciaria elétricas produzidas no Brasil. Com efeito, de acordo com o Instituto Brasileiro
de Siderúrgica, as composições usuais após a eliminação dos extremos apresentam as características, conforme Tabela 1.

Tabela 1. Composição da Escória Produzida pelo Processo LD no Brasil


Composto CaO MgO SiO2 AI2O3 FeO MnO

Quantidade (%) 6 - 45 1-9 7 - 17 1-4 8 - 30 3-7

Podendo ainda se afirmar, por ser de conhecimento geral, que a composição química de uma determinada escória
pode apresentar, ao longo de um mesmo dia de produção, variações de CaO até 60,0%, de SiO2 até 30,0% e de Fe2O3 de
0,0% a 35,0%.

Por outro lado, sabe-se ainda que a produção e a composição da escória dependem de outros fatores, podendo-se
citar dentre eles o processo ou tipo de forno utilizado no beneficiamento do aço, o tipo de matéria-prima utilizada, a
especificação do aço produzido, o resfriamento do rejeito, etc.

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No que respeita ao processo de resfriamento, sabe-se de sua grande influencia na sua constituição da escória – que
sai do forno com temperatura da ordem dos 1550°C – haja vista que é neste momento que o material sofre a maior parte das
reações químicas: as escórias resfriadas ao ar ambiente são geralmente mais inertes devido à cristalização de seus óxidos; as
resfriadas rapidamente (ar ou vapor) possuem natureza expandida e tornam-se mais leves; as escórias resfriadas
bruscamente (jato d’água) são vítreas, com estrutura porosa e textura áspera. As escórias se dividem ainda em ácidas –
costumam ser mais densas – e em básicas, mais porosas (com estrutura vesicular).

3. Algumas Considerações sobre a Expansibilidade da Escória


Um dos maiores entraves no que diz respeito à utilização da escória e aciaria é o seu potencial expansivo, o qual
pode chegar, facilmente, aos 10,0% . De uma forma geral, vários são os fatores que contribuem para a sua expansividade,
podendo-se destacar, dentre outros, os seguintes:

3.1. A hidratação dos CaO e MgO livres: este fenômeno, que responde por parcela significativa da expansão da
escória a curto e a longo prazos, conforme Tabela 2, depende do grau de instabilidade destes compostos, função por sua
vez, da granulometria dos cristais: os de pequenas dimensões hidratam-se mais rapidamente. Sob tais circunstancias a cal
livre, quando hidratada, forma o Ca(OH)2 e sofre um aumento de 99,0% em volume e 54% em superfície, e o MgO, quando
reage com água, forma o hidróxido de magnésio Mg(OH)2 e sofre uma variação volumétrica de até 120%.:

Tabela 2. Reação da Expansão


CaO + H 2O → Ca(OH)2

MgO + H 2O → Mg(OH)2

3.2. A hidratação dos demais componentes químicos presentes na escória: fenômeno que responde por enorme
variação no volume de vários componentes químicos. Apenas pra se poder apreciar a ordem das variações de volume
processada nos diversos elementos cita-se algumas relativas aos seus principais compostos, apresentados na Tabela 3.

Tabela 3. Variação de Volume dos Compostos após a Hidratação


Variação de
Fórmula Nome Densidade
Volume (%)
Mg(OH)2 Brucita 2,36 119,5

Em relação ao CaO

Portlandita 2,24 99,4


Ca(OH)2
Calcita 2,93 105,9

CaCO2 Aragonita 2,71 122,6

CaCO2MgCO3 Dolomita 2,87 287,3

Em relação ao MgO

FeO Wustita 5,70 77,4

Fe2O3 Hematita 5,24 328,7

Fe(OH)2 Hidróxido 3,40 271,7

FeO(OH) Goetita 4,28 192,0

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4. Reação de Carbonatação
4.1. Esta reação, representada na Tabela 4, se processa através de aumento de volume e responde por parcela
significativa da expansão do material:

Tabela 4. Reação de Carbonatação.


CaO + CO2 + H2 → CaH2CO3

4.2. A corrosão do ferro metálico (Fe°): a causa deste processo é a diferença de volume molar dos produtos de
oxidação e de corrosão. Os produtos formados neste processo são os que se apresentam na Tabela 5.

Tabela 5. Produtos Formados na Oxidação e na Corrosão do Ferro.


Reações Formação Produto

Feº + ½ O2 → FeO Wustita

Oxidação 2Feº + 3/2 O2 →Fe2O3 Hematita

3Feº +2º2→Fe3O4 Magnetita

Fe²+ 2OH →Fe(OH)2 Hidróxido Ferroso


Corrosão
4Fe(OH)2 + O2 + 2H2O →4Fe(OH)3 Hidróxido Ferroso

4.3. As mudanças nas formas alotrópicas do 2CaO – SiO2 de β (larnita) para y (calco-olivina): esta transferência
instável, que ocorre durante o resfriamento lento da escória, à aproximadamente 725ºC, gera um alta expansão volumétrica
(da ordem de 11,0%) causando o fenômeno conhecido por “esfarelamento”.

Em síntese, o que se pode depreender deste breve relato é que a escória de aciaria constitui um produto de elevada
complexidade, cuja caracterização extrapola substancialmente a química simples; os ensaios físicos ou mecânicos atuam
apenas como elementos coadjuvantes. Trata-se na realidade de um material que apresenta enormes variações em sua
composição química, com elementos apresentando variações substanciais e quase nunca estáveis, uma vez que as reações
químicas complementares sempre dependem do tipo de forno utilizado no beneficiamento do aço, da natureza da matéria-
prima empregada, da especificação do aço produzido, do processo de resfriamento do rejeito, do sistema de estocagem do
resíduo, do tempo de exposição aos agentes do intemperismo, etc.

4.4. A utilização de escória de aciaria em diferentes porcentagens (87,0%); 59,0% e 40,0%) em misturas asfálticas
para serem utilizadas em pavimentos com alto volume de tráfego. Como resultado final, foi recomendado que a
expansibilidade da escória fosse sistematicamente combatida com a utilização de um maior teor de cimento asfáltico e/ou de
cimentos asfálticos menos viscosos, apesar da redução de estabilidade que esta atitude produz. Paralelamente, verificaram
ainda que altos teores de ferro ou de Fe2O3 provocam o endurecimento da mistura asfáltica e aumentava significativamente
o trincamento radial quando em condições de trabalho á baixas temperaturas. Para combater a expansão das escórias,
preconizara que seus empregos em misturas asfálticas se restringissem sempre às misturas mais “abertas” e que,
concomitantemente, se processasse a substituição dos finos da escória por finos de agregados naturais.

5. Pontos de Vista dos Autores


Fundamentalmente, o que se pode depreender destes estudos, pesquisas e 5.000.000,00m² de pavimentação
acompanhado pelos autores, e que, com alguns insucessos verificados em trechos executados por falta de conhecimento
técnico constituídos com escórias de aciaria, os engenheiros passaram a respeitar, cada vez mais, a força e a potência das
anteriormente desprezíveis reações químicas, as quais são diretamente proporcionais na relação CaO/SiO2 onde podemos
nesta relação, definir qual o tipo de escória que estamos trabalhando. Com o passar dos tempos, tem se verificado, no caso
do emprego de escórias de aciaria, que já não mais basta apenas à realização dos especificados ensaios de caracterização
física e mecânica (granulometria, limites de Atterberg, compactação CBR e expansão, absorção de água, massas específica
e unitária, desgastes “Los Angeles”, teor em argila, lamelaridade, determinação do potencial de expansibilidade, etc.):

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torna-se fundamentalmente necessária a caracterização química completa deste resíduo do aço, a qual deve ser processada
através de ensaios químicos para caracterização de, no mínimo, os seguintes componentes: SIO2, AI2O3, CaO, MgO,Fé,FeO,
Fe2O3, MnO, S, CaO (livre) e MgO (livre). Estes elementos, por responderem de forma direta pelo comportamento das
escórias de aciaria, demandam, no contexto de qualquer caracterização, avaliações através de processos de varredura
eletrônica, cromatografia e difração de raios-X.

Nos procedimentos atuais, à luz de conhecimentos adquiridos, faz-se mister promover, além das análises físicas e
mecânicas constantes nas normas rodoviárias, uma competente caracterização química das escórias de aciaria a serem
recomendadas, capaz de permitir a verificação de sua existências e teores, bem como as relações entre as ocorrências dos
diversos compostos químicos. De forma a ilustrar os ensaios necessários e obrigatórios para se processar a caracterização
de escórias de aciaria e definir a correção de sua aplicação como material de constituição de pavimentos rodoviários,
apresenta-se a seguir um Fluxograma dos Ensaios (Tabela 6), a serem obrigatoriamente realizados; dada a importância que
rege a expansibilidade em termos das escórias de aciaria, individualizou-se o ensaio de avaliação do potencial de expansão,
caracterizando-o no contexto dos ensaios físico-químicos e, apenas a título de organização, dispôs-se os ensaios de
lixiviação e de solubilização enquadrados no domínio ambiental.

Tabela 6. Fluxograma dos Ensaios Necessários à Caracterização de Escória de Aciaria.

Escória de Aciaria

Química Física Expansibilidade Ambiental

Análise Química Quantitativa Granulometria Método PTM 130 Lixiviação

Análise Química MVE Los Angeles

Difração de Raio-X Absorção Solubilização

Durabilidade Massa Específica

EA / Impurezas Orgânicas

Adesividade

Índice de Forma

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Tabela 7. Propriedades Físicas


Massa Específica Real (g/cm³) 3,0 a 3,5 Los Angeles (%) 15 a 25

Massa Específica Aparente (g/cm³) 1,6 a 1,8 Adesividade A-20 Satisfatória

Absorção de Água (%) 1,0 a 3,0 Expansão (PTM-130) (%) < 3,0

Partículas Cúbicas (%) 85,0 a 98,0 Treton - Seca (%) 96,2

Impurezas Orgânicas Isento Treton - Úmida (%) 83,1

Figura 2. Ensaio de Expansão – PTM-130

3,00 %

1,72%

Figura 3. Ensaio de Reatividade Alcali-Escória

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6. Estrutura do Pavimento
Estrutura do pavimento executado no Sistema Vial Mixto - Ponte sobre o Rio Orinoco, em Porto Ordaz,
Venezuela, apresentados nas Tabelas 8 a 11, (conforme o que preconiza o Manual de Pavimentação da Venezuela
(CONVENIN).

Tabela 8. Base
Nomenclatura dos Elementos:

70,0% Escória bruta 2” ≥ ∅

30,0% Argila A-7-6 ∅ < 10 mm

Características da Mistura em Laboratório:

Massa Específica Aparente Máxima Seca (Energia Intermediária) 2,315 g/cm ³

Umidade Ótima de Controle 8,2 %

Limite de Liquidez (LL) NL

Índice de Plasticidade (IP) NP

Índice Suporte Califórnia (ISC) 120,2 %

Expansão 0,0 %

Tabela 9. PMQ – Pré-Misturado a Quente – Faixa X


Nomenclatura dos Materiais:

57,90% Escória 2 1 ¼” > ∅ > 3/4”

34,80% Escória 1 3/4” > ∅ > 3/8”


3,90% Escória 00 ∅ < 1/4”
3,40% A-20

Características da Mistura em Laboratório:

Os valores assumidos, ensaiados, calculados, ajustados extraídos dos gráficos são os seguintes:

Massa Específica Efetiva da Fração Retida na Peneira nº 4 3,331 g/cm ³

Massa Específica da Fração passando na Peneira nº 4 3,273 “

Massa Específica Relativa da Mistura dos Agregados 3,328 “

Massa Específica do A-20 - 25/25 ⁰C 1,013 “

Massa Específica Teórica da Mistura Betuminosa 3,088 “

Massa Específica Aparente da Mistura Compactada 2,617 “

Teor Ótimo de Asfalto 3,40 %

Vazios Totais (VV) 15,20 %

Estabilidade Marshall 1.024 kgf

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Tabela 10. Camada Intermediária - Binder – Faixa VII


Nomenclatura dos Materiais:

18,50% Escória 2 1 ¼” > ∅ > 3/4”


38, 14% Escória 1 3/4” > ∅ > 3/8”
14,40% Escória 0 3/8“ > ∅ > 1/4”
5,15% Escória 00 ∅ < 1/4”

14,87% Pedrisco + Pó ∅ < 3/16”


4,29% Areia de Empréstimo ∅ < 10 mm
4,65% A-20

Características da Mistura em Laboratório:

Os valores assumidos, ensaiados, calculados, ajustados extraídos dos gráficos são os seguintes:

Massa Específica Efetiva da Fração Retida na Peneira nº 4 3,306 g/cm³

Massa Específica da Fração Passando na Peneira nº 2,979 “

Massa Específica Relativa da Mistura dos Agregados 3,189 "

Massa Específica do A-20 - 25/25 ⁰C 1,020 “

Massa Específica Teórica da Mistura Betuminosa 2,902 “

Massa Específica Aparente da Mistura Compactada 2,735 “

Teor Ótimo de Asfalto 4,65 %

Vazios Totais (VV) 5,75 %

Vazio do Agregado Mineral (VAM) 18,22 %

Grau de Saturação (RBV) 68,40 %

Estabilidade Marshall 1.342 kgf

Fluência da Mistura 12,8 1/100”

Tabela 11. Camada de Rolamento - Capa – Faixa III

Nomenclatura dos Materiais:

49,90% Escória 1 3/4” > ∅ > 3/8”


7,60% Escória 0 3/8“ > ∅ > 1/4”
5,10% Escória 00 ∅ < 1/4”

17,70% Pó de Escória ∅ < 3/16”


4,30% Areia de Empréstimo ∅ < 10 mm

5,40% A-20

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Características da Mistura em Laboratório:

Os valores assumidos, ensaiados, calculados, ajustados extraídos dos gráficos são os seguintes:

Massa Específica Efetiva da Fração Retida na Peneira nº 4 3,309 g/cm3

Massa Específica da Fração passando na Peneira nº 2,979 “

Massa Específica Relativa da Mistura dos Agregados 3,173 “

Massa Específica do A-20 - 25/25 ⁰C 1,020 “

Massa Específica Teórica da Mistura Betuminosa 2,848 “

Massa Específica Aparente da Mistura Compactada 2,738 “

Teor Ótimo de Asfalto 5,4 %

Vazios Totais (VV) 3,86 %

Vazio do Agregado Mineral (VAM) 18,36 %

Grau de Saturação (RBV) 79,0 %

Estabilidade Marshall 1.212 kgf

Fluência da Mistura 13,1 1/100”

7. Comparação entre Comportamentos da Ega-Escória Graduada de Aciaria e Materiais


Naturais Granulares Convencionais.
Tendo em vista que a EGA pode ser empregada como substituta de materiais convencionais, é interessante
comparar o seu comportamento quanto à deformabilidade elástica com o verificado para alguns agregados tradicionalmente
empregados nas camadas de base e sub-base de pavimentos. O gráfico abaixo (Figura 4), compara os módulos de resiliência
da EGA com os obtidos para britas de basalto (MARMITT, 2002), granito (CERATTI, 2000) e saibro (LAPAV, 2001).
Observa-se que a EGA apresenta módulo resiliente superior ao dos outros materiais granulares para qualquer nível de
tensão confinante, comprovando o seu excelente comportamento quanto a deformações elásticas. Tal diferença pode ser
função da forma e textura superficial rugosa do agregado, que garantiriam um maior intervalo entre as partículas de escória
em relação aos agregados tradicionais.

Figura 4. Módulo de Resiliência


1000000
EGA (M 6)
0,4701
M R = 54816σ
σc
Bassalto (B)
Módulo de Resiliência (kPa)

0,43
M6 M R = 46243σ
σc
B Saibro (S)
S 0,4439
M R = 32822σσc
100000
Granito (G)
G 0,83
M R = 6016σ
σc

10000
10 100 1000
Te nsã o Confina nte (kPa )

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Salienta-se que valores de K2 muito elevados indicam uma forte dependência do módulo de resiliência em relação
à tensão confinante, Isto é, para pequenas tensões confinantes, como as que podem ocorrer em bases e sub-bases de
pavimentos, têm-se módulos de resiliência muito baixos, que contribuem para a ocorrência de deflexões muito elevadas.

Considerando que a tensão de confinamento atuante no plano médio da base de um pavimento flexível seja
aproximadamente 100 Kpa, é possível verificar que o módulo de resiliência da EGA (478 MPa) é 43% superior ao da brita
de basalto (335 MPa) e 74% superior ao da brita de granito (275 MPa).

Quando considerado o emprego como agregado para camada de sub-base, admitindo que a tensão de confinamento
atuante é aproximadamente 50 KPa, a superioridade da EGA é ainda mais evidente. Nesta situação o módulo de resiliência
da EGA (345 MPa) é 85% superior ao do saibro (186MPa) e 122% superior ao da brita de granito (155 MPa).

8. Análise Paramétrica
Empregando-se o programa computacional ELSYM-5, comparou-se o comportamento de pavimentos com
camadas granulares de EGA e de brita graduada de basalto (figura abaixo), buscando verificar a resposta do material à ação
do tráfego.

Adotou-se o módulo de resiliência do CBUQ igual a 3000 MPa. As espessuras das camadas granulares variaram
entre 20 e 40cm. Como subleito desses pavimentos, considerou-se uma argila de comportamento laterítico, com módulo de
resiliência médio de 200 MPa.

Avaliaram-se as deformações horizontais de extensão na base do revestimento e as deformações verticais


compressivas no topo do subleito, consideradas como críticas, responsáveis pelo processo de trincamento do revestimento,
e pelo acúmulo de deformações permanentes, respectivamente. Para definir as deformações admissíveis empregou-se o
Método Sul-Africano proposto por Paterson e Maree em 1978, e revisado em 1994. em função do número de operações de
eixo padrão (N) de 107, adotou-se como espessura do revestimento 7,5cm(DNER, 1979).

Na Tabela 12, apresentamos os resultados gerados pelo programa ELSYM-5. A deformação horizontal de extensão
específica (εh) admissível na base do revestimento é 0,540x10-3 e a deformação vertical de compressão específica (-εh)
admissível no topo do subleito é 0,550x103.

Tabela 12. Comparação das deformações elásticas em pavimentos com EGA e BG.
Estrutura EGA BG

εh (x10-3) -εεv (x10-3) εh (x10-3) -εεv (x10-3)

7,5cm CBUQ e 20cm 0,315 0,448 0,388 0,553

7,5cm CBUQ e 25cm * 0,347 * 0,406 0,421 0,502

7,5cm CBUQ e 30cm 0,378 0,370 0,453 0,459

7,5cm CBUQ e 35cm 0,411 0,343 0,486 0,426

7,5cm CBUQ e 40cm 0,446 0,323 * 0,521 * 0,400

9. Conclusões
A partir da análise dos resultados obtidos, concluiu-se que um pavimento composto por 7,5cm de CBUQ e 40cm
de brita graduada (BG) de basalto apresenta comportamento quanto às deformações elásticas equivalente a uma estrutura
composta por 7,5cm de CBUQ e 25cm de EGA. Resultado em uma estrutura mais esbelta e econômica.

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10. Obras Realizadas


Figuras 5/6. Estrada Vicinal – Revestimento Primário

Figuras 7/8. Base em Execução – Porto Ordaz, Venezuela

Figura 9. Base e PMQ Figura 10. Escória 1, peneirada para CBUQ

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20° Encontro de Asfalto

Figura 11. Binder e Capa Figura 12. Base, PMQ, Binder e Capa

Figura 13. Pátio de Estacionamento do Vitória Apart Hospital/ES.

Figura 14. Expansão Acumulada (%) – PTM 130

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20° Encontro de Asfalto

11. Bibliografia

Silva, A. Eudier. Uso de Escória de Aciaria como Base Granular e Pré-Misturado a Frio. 23ª Reunião Anual de
Pavimentação; Florianópolis, 1988.
Silva, A. Eudier. Uso de Escória de Aciaria em Misturas Asfálticas a Quente. 6º Congresso Iberolatino de Asfalto;
Chile, 1991.

12. Referências

Ceratti, Jorge A. P.; Villela F. Antônio Cezar. Avaliação do tempo de estabilização da escória de aço carbono para fins de
pavimento. Relatório Técnico UFRS; Rio Grande do Sul, 2000.
PTM 130/DER-MG. Avaliação da expansão volumétrica da escória.
ASTM C 1260/05 - Standard Test Method for Potential Reactivity of Aggregates.
ASTM C 227- Standard Method for Samples.
BAKKER – Natureza expansiva da reação alcálica-agregado.
CHATTERJI - Destruição progressiva da estrutura com a liberação da sílica presente.
Manual de Normas do DNER/DNIT

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