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Primeira fase do modernismo (1922-1930)

O advento do modernismo esteve intimamente ligado com a Semana de Arte Moderna em 1922. Os
idealizadores do movimento, como Oswald de Andrade e Mário de Andrade, tornaram-se escritores
notáveis dessa fase.

Eles buscavam uma renovação completa da estética artística e, por causa disso, essa fase ficou
conhecida como “fase heróica”.

Essa renovação foi influenciada diretamente pelas vanguardas europeias que também tinham o
objetivo de transformar a forma como o mundo via a arte. O cubismo, o surrealismo e o futurismo
são exemplos de vanguardas que tiveram forte influência na literatura brasileira.

É uma fase marcada por um nacionalismo muito forte, pela valorização da figura do indígena, por
um caráter revolucionário, pela linguagem coloquial e pelo anarquismo.

Segunda fase do modernismo (1930-1945)

A fase que ficou conhecida como “fase da consolidação” mostra um amadurecimento das ideias da
década de 1920.

Em meio ao governo de Vargas, do advento da psicanálise, da Grande Depressão e da Segunda


Guerra Mundial, o período estava mais tenso do que nunca e os escritores passaram a dar ênfase à
prosa, com cunho nacionalista e regionalista. A literatura passa a ter uma visão extremamente
política, com o objetivo de denunciar as mazelas pelas quais os povos oprimidos passavam.

Os poetas mais famosos são Murilo Mendes, Jorge de Lima, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius
de Moraes e Cecília Meireles. Na prosa, os nomes mais reconhecidos são Rachel de Queiroz, José
Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Érico Veríssimo e Dyonélio Machado.

Terceira fase do modernismo (1945-1980)

O contexto histórico continua conturbado: o final da Segunda Guerra Mundial deixa sérias
consequências e, no Brasil, a sociedade passa pela Ditadura Militar.
A literatura torna-se mais social e humana. Há um retorno ao passado e aos escritos eruditos.
Métricas e rimas retornam aos poemas. Os textos tornam-se mais objetivos e há o uso frequente da
metalinguagem.

A Geração de 45 possui expoentes famosos na literatura de Guimarães Rosa e Clarice Lispector.

Veja um trecho do romance de estreia de Clarice Lispector, Perto do coração selvagem. Nele, a
personagem principal dá vazão ao fluxo de consciência deixando bem elucidado quais são seus
questionamentos em relação à existência:

Olho por essa janela e a única verdade, a verdade que eu não poderia dizer àquele homem,
abordando-o, sem que ele fugisse de mim, a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem
sou? Bem, isso já é demais. Lembro-me de um estudo cromático de Bach e perco a inteligência. Ele é
frio e puro como gelo, no entanto pode-se dormir sobre ele. Perco a consciência, mas não importa,
encontro a maior serenidade na alucinação. É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o
bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momentoem que tento falar
não só não exprimo o que sinto como oque sinto se transforma lentamente no que eu digo.

O modernismo visava fazer uma nova forma de arte, completamente diferente da que estava sendo
feita no início do século XX.

As pinturas e esculturas, que antes eram realistas e fiéis à realidade, começaram a tomar novas
formas, mostrando que a vida poderia ser mostrada de outra forma: parecida com sonhos, em
formas geométricas...

Conclusão

O modernismo foi o movimento literário predominante por quase um século da história brasileira e
sua influência é perceptível até hoje nas obras literárias. A ruptura com o passado deu espaço para
pensar no nacionalismo e em um tipo de linguagem mais informal. A transgressão deu espaço para
críticas e denúncias da situação vivida por muitos brasileiros na época.

https://querobolsa.com.br/enem/literatura/modernismo

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