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Marcos abre caminho de um novo gênero literário. Depois dele, muitos evangelhos serão
compostos. Passou-se do Evangelho aos evangelhos.
Nos Atos dos Apóstolos os sermões em torno da cruz e ressurreição são descritos como
cumprimento do Antigo Testamento e eram dirigidos para a conversão:
At 2, 14-39; 3,12-26; 4, 9-12; 5, 30-32; 10, 34-43; 13, 16-41; 14, 15-17; 17,22-31.
c) Fórmula de fé mais antiga fala do evento cristológico: Deus agiu de uma vez e por todas:
Rm 10,9; 1Ts 4,14; Rm 8,34; Rm 14,9. Ele pode ser resumido: 1Cor 15,3-5.
Resumindo: A forma e conteúdo da formulação judaico-cristã: Jesus terreno era filho de Davi
mas, pela ressurreição é entronizado como filho de Deus (Sl 2,7). Para a comunidade
helenista: Jesus terreno e ressuscitado e o Cristo pré-existente (Gl 4,4) são filho de Deus. Ele é
o Filho e Senhor.
2) Hinos do Cristianismo Primitivo
3) Tradição Litúrgica
a) No início, o culto era celebrado em formas livres, diferentemente organizadas, com lugar
fixo para a prédica, a confissão e o canto.
. Os judeus-cristãos continuavam a influência da tradição sinagogal com expressões litúrgicas:
Amém (1Cor 14,16), Aleluia (Ap 19, 1.3.6) e a oração do Pai nosso.
. As comunidades gentílicas-cristãs, as formas eram mais livres (1Cor 14,26-40) e seguia-se
muitas vezes a ceia do Senhor.
b) A celebração da Ceia do Senhor é determinada pela tradição da última ceia de Jesus (1Cor
11,23-25; Mc 14,22-24). Ao proclamar a morte do Senhor (1Cor 11,26), a comunidade
experimenta o agir atual de Cristo, que se entregou por todos à morte e unifica os seus na
comunidade da aliança escatológica. Quem recebe o corpo de Cristo passa a ser membro do
corpo de Cristo e, assim, responsáveis uns pelos outros.
c) Batismo e culto batismal: 1Cor 6,11; Rm 6,3; 1Cor 12,13. Durante o batismo, profere-se a
confissão: Jesus Cristo é Senhor e cantam-se hinos cristológicos: Fl 2,6-11; Cl 1,15-20.
O batismo é a base da nova criação 2Cor 5,17.
d) Os cristãos entoavam com freqüência louvor a Deus: 2Cor 1,3; Ef 1,3; Rm 9,5; Rm 11,36
4) Tradição Parenética
b) Catálogos e normas para a vida doméstica: Cl 3,18-4,1; Ef 5,22-6,9; Tt 2,1-10; 1Pe 2,13-
3,12.
e) Trechos de instrução e ensino da comunidade: 1Cor 4,17; Hb 6,1-8. Estes textos revelam a
existência de um catecismo cristão primitivo.
A escolha do gênero literário está em função do escopo específico. Cada gênero literário tem
sua maneira de apresentar a verdade, e é importante distingui-los por causa de seu papel
sociológico.
Qualquer grupo social precisa, para existir, de determinado número de textos, escritos ou orais;
sua própria vida suscita uma literatura diferenciada. Faremos a distinção entre gêneros literários e
estilos de expressão.
a) Gêneros literários
Jesus e os primeiros discípulos eram judeus. Eles utilizam gêneros literários corrente no
judaísmo.
Os relatos de milagres
A Parábola
As Sentenças encaixadas
Esta expressão designa uma palavra de Jesus atualmente inserida num relato. Pode ser o
relato de um milagre, de uma controvérsia de Jesus com os judeus, de um fato pitoresco de sua vida.
Por exemplo a cura do homem da mão atrofiada (Mc 3,1-6) não respeita absolutamente o esquema
habitual do "relato de milagres". Toda a descrição está para realçar a questão essencial: é lícito ou
não fazer o bem no dia de Sábado?
Alguns especialistas referem-se, por vezes, a "palavras flutuantes" de Jesus. Elas foram
ditas em determinado contexto histórico mas esse foi esquecido. Associa-se então esta palavra a
outra situação ou por vezes a diversas: discurso, narrativa, milagre...
A Controvérsia
As Anunciações
Deus anuncia a uma pessoa que ela terá uma missão a cumprir no seio de seu povo: é este
um gênero literário bem conhecido do AT, e diversas vezes retomado no NT. Nele encontramos,
geralmente, sete partes:
1- Apresentação do cenário e das personagens;
2- Um enviado divino saúda a personagem;
3- Essa se admira e manifesta seu temor;
4- O enviado divino transmite sua mensagem;
5- O fato provoca uma pergunta da parte do interessado: "Como se fará isso...?"
6- Um sinal é dado;
7- O enviado divino se afasta.
O interesse da narrativa se concentra não na psicologia da personagem ou nos seus méritos,
mas na missão que lhe é confiada.
O Midraxe
A palavra midraxe vem do verbo hebraico darash, cujo sentido original é "procurar". O
verbo pode apresentar variações de sentido: interrogar, consultar, pesquisar, reclamar, até exigir. O
verbo implica a idéia de uma pesquisa intensiva e de um esforço inerente à vontade de encontrar.
Aplicado à Escritura, significa pesquisar o sentido da Palavra de Deus, e, em última análise,
procurar o próprio Deus em sua palavra. Nesse sentido, midraxe é uma atividade.
Um segundo sentido, midraxe designa uma literatura. Hoje, o termo é habitualmente
empregado para designar os escritos ou coletâneas literárias, que reúnem os comentários dos
mestres judeus da Antigüidade sobre a Escritura.
O midraxe está presente no NT como certa atitude diante da Escritura. Os primeiros cristãos
liam as Escrituras e sua leitura era midráxica. A Escritura vinha esclarecer o evento que tinham
vivido e continuava a viver, e este mesmo evento dava-lhes da Escritura uma renovada
compreensão. Quando Mateus (2,15) aplica a Jesus, voltando do Egito, um versículo de Oséias
(11,1), ou quando João diz do crucificado o que o Êxodo diz do cordeiro pascal (Jo 19,36; Ex
12,46), eles atualizam, à luz de sua experiência do Cristo e de sua Ressurreição, uma Escritura da
qual sabem que o sentido óbvio não revela todo o conteúdo. O mesmo podemos dizer de Lc 24,27.
b) Estilos literários
- O Estilo Epifânico ou Teofânico
Este modo de expressar-se pretende manifestar que Deus se torna presente. No AT, a teofania
fundamental: a do Sinai (fogo, relâmpago, tremor da montanha, nuvens e coluna de fogo)
manifestando que Deus ali está. No homem, essa presença provoca o sentimento de "temor"
O emprego dessas imagens intenta sugerir a presença, e não descrever acontecimentos. E
quando as personagens aí envolvidas são invadidas de temor, significa estarem tomadas de
sentimento de se encontrarem na presença de Deus.
- O estilo Apocalíptico
Bibliografia:
Auneau, J e outros. - Evangelhos sinóticos e Atos dos apóstolos Ed. Paulinas - 1986
Ketterer, E; Remaud, M - O midraxe - Paulus - 1996
Jeremias, J - As parábolas de Jesus - Paulus – 1976
Formas e Gêneros de Proclamação e ensino no Cristinismo Primitivo
3- Tradição Litúrgica
- no início, culto celebrado em formas livres, diferentemente organizadas, com lugar
fixo para a prédica, a confissão e o canto. Os judeus cristãos continuavam sob
influência da tradição sinagogal, com Amém, Aleluia (Ap 19,1.3.6) e oração do Pai
nosso. As comunidades gentílicas-cristãs, as formas eram mais livres (1Cor 14)
- celebração da Ceia do Senhor (1Cor 11,23-25; Mc 14,22-24)
- Batismo e culto batismal (1Cor 6,11; Rm 6,3; 1Cor 12,13)
- Freqüentes louvores a Deus (2Cor 1,3; Ef 1,3; Rm 9,5; 11,36)
4- Tradição Parenética
- Catálogos de vícios e virtudes, provindos do judaísmo e da filosofia popular cínica-
estóica (Gl 5,19-23; Rm 1,29-31; Ef 5,3-5)
- Catálogos e normas para a vida doméstica (Cl 3,18-4,1; Ef 5,22-6,9; Tt 2,1-10)
- Correto comportamento no mundo: 1Ts 4,1-12; Rm 12,13; Cl 3-4; 1Pe 2,13-17
- Catálogos de deveres para os que desempenham cargos: 1Tm 3,1-7; 3,8-13; 5,3-16;
Tt 1,5ss.; Cl 3-4; 1Pe 5,3-16
- Instruções ensinadas nas comunidades: 1Cor 4,17; Hb 6,1-8.
1- Gêneros Literários
- relatos de vocações
- relatos de milagres
- parábolas
- sentenças encaixadas
- controvérsias
- anunciações
- midraxe
2- Estilos literários
- estilo epifânico ou teofânico
- estilo apocalíptico