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I. Base
A Teologia paulina fundamenta-se:
1. na experiência pessoal que Paulo teve do Senhor
ressuscitado (Gl 1,11-12; I Cor 9,1; 15,8; e as três
narrações dos Atos: At 9,1-9; 22,5-6; 26,9-18);
2. na meditação do kerigma, transmitido em Jerusalém
pela comunidade apostólica (Gl 1,18-2,2).
1. Importância:
Representa o coração da teologia paulina.
2. Motivos:
(1) Responde polemicamente aos adversários que se
introduziram nas jovens comunidades dos Gálatas e de
Corinto.
(2) E ao mesmo tempo amadurece a reflexão da fé, sobre o
significado teológico do kerigma: «a salvação de todos os
homens mediante fé em Jesus Cristo morto e
ressuscitado».
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento histórico
B. Fase soteriológica
Viagem 3ª: Éfeso (3 anos); Gl; I-II Cor (inverno); Rm.
3. Núcleo:
(1)A única «via de salvação»: A fé em Cristo morto e
ressuscitado (I Cor 15,1-3; Rm 4,25).
(2) Contraposta às outras duas vias em voga:
a. A Torah: Hebreus e grupos judeu-cristãos;
b. A sabedoria filosófica e das religiões mistéricas: cultura
greco-romana.
(3) O horizonte desta salvação:
a. A vida ordinária do cristão (Rm 8,22-23).
b. E ainda, todos os homens e também o cosmo.
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento histórico
B. Fase soteriológica
Viagem 3ª: Éfeso (3 anos); Gl; I-II Cor (inverno); Rm.
4. Fundamento teológico
(1) Elaborada no início de Rm (I-IV) e I Cor (I-III).
(2) Tese:
- Necessidade e singularidade da justificação e da salvação
cristãs mediante fé em Cristo;
- e sua oposição às vias judaica e dos gentios.
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento histórico
B. Fase soteriológica
Viagem 3ª: Éfeso (3 anos); Gl; I-II Cor (inverno); Rm.
* Contra os judeus:
Não somos autores da nossa justificação e salvação, mediante as obras da Lei (Rm
3, 27; 9,30 -10,4). Esta é somente juiz (Rm 3,20). É Deus que, por meio da fé e do
batismo (Rm 6), nos reconcilia consigo e se faz autor de nossa justificação atual e
da nossa salvação futura. Somente em Jesus, Deus nos oferece a autêntica
circuncisão do coração (Rm 2,29) e a lei interior do Espírito Santo (Rm 8,1-2), por
meio da qual conhecemos a autêntica vontade de Deus (Rm 12,1-2) e somos capazes
de cumpri-la (Rm 8).
* Contra os gentios:
Ainda mais dura do que contra os judeus. Não reconheceram, na prática, o Deus
que intelectualmente conheceram (Rm 1,18-23). Castigo: Deus os abandona aos
vícios mais abomináveis (Rm 1,24-32). A condenação mais radical é elabora em I
Cor 1-2: aqui, a sabedoria cristã é paradoxalmente identificada com Cristo
crucificado, no chamado “discurso da cruz” (I Cor 1,21-24).
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento histórico
B. Fase soteriológica
Viagem 3ª: Éfeso (3 anos); Gl; I-II Cor (inverno); Rm.
5. Antropologia e eclesiologia
(1) O cristão é o «homem novo»: gerado pela fé e pelo batismo.
- Libertado do medo da morte, do pecado e da Lei (Rm 5-7).
- Criatura nova em Cristo (Gl 6,15; II Cor 5,17).
- Que se comporta de modo novo (parte parenética das cartas).
- E que vive em uma nova comunidade vivificada pelo Espírito Santo
(carismas e caridade).
1. Principais temas
- A Cristologia e a Eclesiologia,
- Em perspectiva histórico-salvífica.
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento histórico
C. Fase cristológica
(Histórico-cósmica): 4a viagem: Roma: Ef, Cl, Fl.
2. Temas
(1) Tradicionais
- Kerigma da salvação: pela morte de Cristo (I Tm 2,5-7; II Tm 2,8; Tt
2,14).
- Graça: sem as obras da Lei (II Tm 2,8; Tt 2,11; 3,5).
- Mistério (I Tm 3,9; 3,16).
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento histórico
D. A piedade cristã na vida cotidiana
(Cartas Pastorais: I Tm; II Tm e Tt)
2. Temas
(2) Expressões de fé e escatologia (modificaram-se em relação às “grandes
cartas”):
- Escatologia “presencial” (Tt 2,11-13; 3,4)
- E futura (I Tm 6,14).
- Em termos de “Epifania” (= manifestação: I Tm 6,14; Tt 2,3.11; 3,4; II Tm
1,10; 4,1.8).
(3) Estreita relação entre a fé e a praxe (sublinhada muito mais do que o
normal):
- Reprova os heréticos, quando estes dizem conhecer a Deus, negando-o, porém,
com as suas más ações (Tt 1,16; Cf. II Tm 3,5, análogo em Tg 2,14-17).
- Recomenda aos fiéis: “os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas
obras” (Tt 3,8).
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento histórico
D. A piedade cristã na vida cotidiana
(Cartas Pastorais: I Tm; II Tm e Tt)
3. A «eusebeía» (A “Piedade”)
(1) Consciência: Termo típico das Cartas Pastorais (I Tim 2,2; 3,16; 4,7-8;
6,3.5-6.11; II Tm 3,5; Tt 1,1).
(2) Significado: Mais que o espírito de oração...
- Expressa melhor o conjunto dos deveres religiosos e morais.
- Sintetiza a boa conduta do cristão.
- Inclusive o evento salvífico de Cristo é qualificado como «mistério da
piedade» (I Tm 3,16).
(3) «Asebeía» (“Impiedade”): Assim é tachada a conduta contrária (II Tm
2,16 y Tt 2,12).
- Entre os comportamentos criticados, o mais estigmatizado é a ávida
busca das riquezas (I Tm 6,9.17-18; II Tm 3,2-3).
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento histórico
D. A piedade cristã na vida cotidiana
(Cartas Pastorais: I Tm; II Tm e Tt)
1. «O Senhor»
(1) Hino pré-paulino (Fl 2,6-11).
(2) Relação com a espera escatológica (I Cor 16,22)
(3) e especialmente com a atual presença do Ressuscitado na comunidade
(contextos parenéticos).
(2) Mais ainda, de amorosa autodoação por nós (Gl 2,20; 1,4; II Cor
5,14; Rm 8,35.37; Ef 5,2.25)
(3) Entrega que considera substitutiva (II Cor 5,21; Gl 3,13; Rm 8,3):
- Porém não como isenção de compromisos.
- mas como causa de um radical resgate (I Cor 6,20; 7,23; Gl 3,13).
3. Superação (e anulação)
Pela nova criatura (II Cor 5,17a; Gál. 6,13) ou «homem novo» (Cl 3,10; Ef 2,15;
4,24)
(1) Efeito da combinação da graça de Deus e da fé.
(2) A “fé” (Grego: pistis) que dá corpo à justificação (Rm 3,38; cf. Gl 2,16)
- introduz diretamente em uma situação de paz e familiaridade com Deus
(Rm 5,1-2)
- e ao ser corroborada pelo Batismo (Rm 6) torna a existência do cristão
uma «vida livre em Cristo» (Rm 8,1). Novo âmbito vital: místico.
(3) «Novidade de Vida» (moral: Rm 6,4)
- Daí as constantes “parêneses” ou admoestações (I Cor cap. 5 e 6);
- Os catálogos de virtudes e vícios (Gl 5,19; Cl 3,5ss.);
- Os códigos domésticos (Cl 3,18-4,1; Ef 5,22-6,9).
- Pois a fé deve tornar-se operante por meio da caridade (Gl 5,6).
- E o ágape (“caridade”) como compêndio de toda a Lei (Rm 13,8.10).
Grande apologia em I Cor 13!
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento temático
E. Eclesiologia Paulina
(raiz essencial: a Páscoa do Senhor)
1. Definição:
(1) Tipicamente paulina: Igreja como «Corpus Christi», identificada com o
próprio Cristo (I Cor 12,12; Rm 7,4; Fl 3,21).
(2) Distinção entre Cristo e a sua Igreja (cartas da prisão):
- Cristo como Cabeça (enquanto ressuscitado: Cl 1,28; Ef 1,22).
- Cristo como Esposo de sua Igreja (que se entregou por ela: Ef 5,25;
2,14-15).
(3) Implícitas:
- Igreja como Povo de Deus (Cf. I Cor 10,18; Gl 6,16)
- Igreja como Templo do Espírito Santo (I Cor 3,16; 12,13; Ef 2,21-22)
(4) Os cristãos, em conjunto, são chamados «santos» (Cf. I Ts 2,14; I Cor
1,21ss.).
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento temático
E. Eclesiologia Paulina
(raiz essencial: a Páscoa do Senhor)
2. Ministério apostólico:
(1) Configurado sobre o Mistério Pascal (II Cor; Cf. 4,7-15).
(2) É o seu tema principal (Cf. I Cor 2,1-2; 15,11; Rm 1,16ss; 10,9.17).
1. Fundamento:
(1) A Ressurreição de Cristo deu início aos “últimos dias” (I Cor, 10.11).
(2) E Cristo é a sua “primícia” (I Cor 15,20.23):
- Primogênito dos mortos (Cl 1,18); como antecipação e real iniciador
(intrinsecamente).
- Espírito Santo = penhor, difundido nos corações (II Cor 1,22; 5,5; Ef
1,14).
(3) Kerigma: I Cor 15; (Cf. I Ts 1,10; 4,14; I Cor 6,14; II Cor 4,44;
Rm 8,11; 14,8-9; Fl 3,21).
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento temático
F. Escatologia Paulina
3. Vocábulos:
(1) «Salvação»:
- De vez em quando, usa-se o termo em relação ao “Evento-Mensagem Pascal” (Rm
10,9; I Cor 1,21; II Cor 6,2; Ef 2,5).
- Ou em relação ao futuro escatológico (Cf. Rm 13,11; I Cor 3,15; Fl 3,20; I Ts 5,9).
- Duplo aspecto insuperavelmente formulado em: Rm 8,24 ... “fomos salvos na
esperança”.
(2) «Mistério»: pertence a este âmbito de idéias: I Cor 2,1-7; Rm 16,25; Cl 1,26-
27; 2,2; 4,3; Ef 1,9; 3,3.4.9; 5,32; 6,19
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento temático
G. O Mistério Trinitário à luz da Páscoa de Cristo
1. Ação do Pai:
(1) Morte: Jesus foi entregue (Rm 4,25) ou Deus o entregou (Rm 8,32).
(2) Ressurreição:
- Cristo foi ressuscitado (Cf. Rm 4,25) ou Deus o ressuscitou (Cf. Rom
10,9; I Cor 6,14; II Cor 4,14; etc.).
- Locução tipicamente paulina: pela glória do Pai (Rm 6,4) Deus se
revela como «Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo» (Rm 15,6; II Cor
1,3; 11,31; Cl 1,3; Ef 1,3).
A teologia paulina:
II. Desenvolvimento temático
G. O Mistério Trinitário à luz da Páscoa de Cristo