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TEMÁRIO DE CRISTOLOGIA

Questões 2 e 5
2 - COMENTE E COMPARE ALGUMAS CRISTOLOGIAS DO NOVO TESTAMENTO
MARCOS:
Ele apresenta Jesus Cristo, o Filho de Deus (Mc 1,1). Tem como centro a perícope
de Mc 8,27-9,13 (profissão de Pedro até a descida da montanha) com títulos de
Cristo (Mc 8,29), Filho do Homem ( Mc 8,31.38;9,9) e Filho de Deus (Mc 8,38; 9,7).
Outra característica do Ev. é o segredo messiânico. Na perícope central adverte
aos discípulos para que “não contem a ninguém o que viram a não ser depois que
o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos” (Mc 9,9).
CHAVE DA CRISTOLOGIA MARCANA: A Cristologia de Marcos não é uma cristologia
“de duas fases”, na qual Jesus consegue uma identidade nova e mais alta depois
de sua morte e ressurreição, mas que parece que até a cruz não se experimenta
nem se manifesta a completa identidade de Filho/Servo, presente já no batismo.
MATEUS:
Mostra Jesus desde o início como um judeu davídico, na genealogia, para mostrar
que ele é o messias que cumpre as escrituras. A nova comunidade é um novo povo
de Deus, um novo Israel que nasce a partir do messias davídico.
Em Mt o título cristológico que prevalece é Senhor, tradução de Adonay, nome
que se usava para o Deus impronunciável. Toda a vida terrena de Jesus é
compreendida a partir da exaltação pascal (Mt
7,21;14,28.30;17,4;18,21;22,43;28,6). Para Mt Jesus é o que cumpre as escrituras,
e é o Salvador prometido.
Mateus coloca o Filho no mesmo nível do Pai, que servirá de ponto importante
para a ontologia de Jesus na teologia patrística. Mt é o evangelho da Igreja, por
isso vem primeiro. É o evangelho que convoca a comunidade e reúne a
assembleia. Aqui o título Filho de Deus está sempre em relação com a figura de
Moisés.
LUCAS:
Lucas vê Jesus como o centro do tempo e da história da salvação. Com ele a história da
salvação atingiu o seu ponto culminante de amadurecimento. Ele representa o novo
nascimento. Com João, o batista, termina o AT (tempo de Israel). Jesus começa o NT. Isto já
se dá no nascimento misterioso e virginal por obra do Espírito Santo.
Em Jesus há a plena humanidade e a filiação divina desde o nascimento terreno. A partir
daí é que se interpretam os títulos de “Filho de Deus” (Lc 1,35;4,9;8,28;22,70; At 9,20),
“Filho do Altíssimo” (Lc 1,32;8,28), “Cristo” (Lc 2,11.26;3,15;4,41;9,20; At 2,30.31.36.38),
Salvador ( 2,11;At 5,31;13,23).
Schnackenburg afirma que ele “compreende que o Jesus terreno pode ser entendido
apenas à luz do Senhor ressuscitado e glorificado e que o Cristo que mora junto a Deus,
dominador, não pode separar-se de Jesus que mora na terra e se revela”.
JOÃO:
É construção teológica. Tem diferenças significativas com os sinóticos. Apresenta a
atividade de Jesus alternando Galileia e Jerusalém, com a tríplice peregrinação. Tem
apenas sete milagres, diálogos originais e uma série de discursos.
Nele está presente: a pré-existência, a existência terrena, a glorificação-exaltação e a
sua dimensão escatológica. Na preexistência Jesus é, desde o prólogo, o Verbo
eterno (Jo 1,1-18). Nele há o movimento de cima para baixo, e no resto do
evangelho há um movimento de baixo para cima. No Prólogo, o Verbo, que é Deus,
chega à sua encarnação, no restante se soube até confessar a divindade de Jesus de
Nazaré.
O Verbo estava junto de Deus no princípio (v 1-2), tudo foi criado pelo Verbo (v.3), o
Verbo é vida (v.4-12) e luz dos homens. O Verbo se encarna (v.14) em concepção
virginal. É o único evangelho em que Jesus é apresentado como encarnação de Deus.
Esta cristologia da exaltação, a mais alta que se encontra nos evangelhos e inclusive
no Novo Testamento, coincide com a descrição que João faz da maneira que Jesus
Carta aos Hebreus
• Jesus é o sacerdote;
• Deus falou através de seu Filho (1,1-3)o Filho superior aos
anjos;
• Sacerdócio de Cristo maior que os do Antigo testamento;
• Nova e eterna aliança;
• Texto Cristológico e Teocêntrico porque Deus toma a iniciativa.
Cartas Paulinas

• Logo da cruz contraposto ao Logos da razão;


• Jesus é o crucificado;
• Cristologia de Filipenses é fundamental, Cristologia da
Kenosis;
• Jesus preexiste, presente na criação;
• Conciliação entre tempo e eternidade: Jesus ontem,
hoje e sempre.
Apocalípse

• Cristologia marca a eclesiologia ;


• Eclesiologia necessita a orientação cristológica.
5 -EXPLICITAR A RELEVÂNCIA DA REFLEXÃO DAS PRIMEIRAS GERAÇÕES CRISTÃS A
CRISTOLOGIA (SÉCULOS II E III) PARA A CRISTOLOGIA, A APARTIR DA CONTRIBUIÇÃO E ALGUNS
AUTORES.

Durante os séculos II e III, além de


defender-se das perseguições do
império romano, o cristianismo
precisava, também, defender-se
das heresias e dos ataques de
outras religiões e filosofia grega.
Assim sendo, a literatura cristã
dos primeiros séculos apresenta
três tipos de discursos principais.
DUAS LEITURAS POSSÍVEIS DA ÉPOCA

1 2
O O
cristianismo cristianismo
se faz se faz a partir
respondendo de uma
aos outros dinâmica
interna
1º DEBATE: O JUDEU-CRISTIANISMO
O judeu-cristianismo é uma forma de pensamento cristão que continua exprimindo
sus fé dentro das categorias judaicas.

CARACTERÍSTICAS:
 Ortodoxos contra a fé cristã;
 Cristologia adocionista, jesus é um profeta e não o filho de deus
 A cruz é um sinal de vitória;
 Cristo é, geralmente, chamado de anjo, porém sua glória ultrapassa ados
anjos.
 Recusa da divindade de cristo
 Ebionitas = resistencia em aceitar a humanidade de jesus (jesus, aparencia,
energheia de deus
RESPOSTA CRISTÃ AO JUDEU CRISTIANISMO

Justino de Roma, no diálogo com Trifão trata sobre a salvação pela cruz
de Cristo que é sua vitória sobre a morte; batismo e eucaristia tornam os
homens participantes da ressureição e não a circuncisão e sacrifício.

 JESUS É O SALVADOR
Anúncio profético
 JESUS É O MESSIAS
Pré-existência de Cristo
 CRISTO É O LOGOS DE DEUS
GNOSTICISMO

Sistema que tem como ponto comum, apesar das verias correntes,
afirmação radical da transcendência divina.

 Dualista: da mesma maneira que existem dois deuses, devem existir dois
Cristos, um de baixo e um de cima.
 Docetista: Cristo é filho de Deus, mas ele toma uma aparência humana e
não é verdadeiro homem (dokein = aparecer), não tem realidade humana.
RESPOSTA CRISTÃ AO GNOSTICISMO

Rejeição da concepção dualista e docetista, afirmando a unidade


da natureza humana e divina de Jesus Cristo também
enfatizaram a importância da fé e da graça divina na salvação,
em contraste com a ênfase gnóstica no conhecimento secreto.
Além disso, os cristãos rejeitaram a negação da ressurreição
física e valorizaram a importância da ressurreição corporal e do
mundo material.

 Tertuliano: fora da carne de Cristo não existe salvação


 Irineu de lião: único conhecimento necessário é o
conhecimento interno de Jesus
 O filho de Deus é revelador do Pai
NEOPLATONISMO

O neoplatonismo é uma corrente filosófica que radicaliza as ideias de Platão.


Ele postula a existência de um "bem supremo" transcendente, chamado de
"uno", que está acima de todas as coisas. Além disso, o neoplatonismo
reconhece a existência de divindades secundárias, que atuam como
intermediárias entre o "uno" e o mundo criado. No entanto, o neoplatonismo
não propõe um monoteísmo puro, pois não considera apenas o "uno" como a
única divindade.

 Em sua expansão, tem que se confrontar com todo aquele mundo (cf. a
pregação de Paulo): para os neoplatonicos, Cristo só é uma divindade
secundária a mais, e não o Deus supremo
 
RESPOSTA CRISTÃ AO NEOPLATONISMO

Pergunta: qual é a identidade de Cristo?

 Esse Cristo tem a ver com aquele Deus transcendente


 O cristianismo começa a falar de “lógos”: é uma maneira
de fazer uma ponte com a cultura grega.
 Mas é o Lógos de Deus: isso não significa negar a
transcendência, por isso é possível falar de Deus.
 Orígenes vai discutir tudo isto nos Princípios.

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