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CAMPO GRANDE
2023
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“A OBRA DE CRISTO”:
PERÍODO DA HUMILHAÇÃO E PERÍODO DA EXALTAÇÃO
RESUMO
O estudo desses períodos da obra de Cristo não apenas revela a riqueza teológica
da narrativa bíblica, mas também lança luz sobre a compreensão da natureza divina
e humana de Jesus. No "Período da Humilhação", a encarnação destaca a empatia
de Deus ao escolher experimentar a condição humana, compartilhando a jornada da
humanidade. A morte e sepultamento, por sua vez, destacam a redentora obra
sacrificial de Cristo, oferecendo reconciliação e perdão aos cristãos.
PALAVRAS-CHAVE
encarnação; morte; sepultamento; ressurreição; ascensão; exaltação; segunda vinda
ABSTRACT
The present scientific work entitled "The Work of Christ: Period of Humiliation and
Period of Exaltation" addresses in detail the main events related to the life and work
of Jesus Christ, dividing them into two distinct periods. In the first, called "Period of
Humiliation", the crucial moments of Christ's incarnation, death and burial are
analyzed. The text explores the theological and historical implications of these
events, highlighting the profound meaning of divine humility manifested in the
incarnation and in the sufferings until death and burial.
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In the second period, called the "Period of Exaltation," scientific work focuses on the
resurrection, ascension, exaltation, and second coming of Jesus. Here, the text
explores the theological implications of the victory over death in the resurrection, the
ascension and exaltation of Christ to the right hand of the Father, as well as the
eschatological expectations associated with his second coming. The scientific work
seeks to offer a comprehensive analysis, based on biblical and theological sources,
to understand the importance and impact of these crucial events on the Christian
faith.
Through a careful and grounded approach, the scientific text explores the entirety of
Christ's work, connecting the events of the "Period of Humiliation" with those of the
"Period of Exaltation", providing a holistic and in-depth view of the centrality of Christ
in theology Christian.
The study of these periods of Christ's work not only reveals the theological richness
of the biblical narrative, but also sheds light on the understanding of the divine and
human nature of Jesus. In the "Period of Humiliation," the incarnation highlights
God's empathy in choosing to experience the human condition, sharing humanity's
journey. Death and burial, in turn, highlight the redemptive sacrificial work of Christ,
offering reconciliation and forgiveness to believers.
When transitioning to the "Period of Exaltation", the resurrection highlights the victory
over sin and death, basing Christian hope on the promise of eternal life. The
ascension and exaltation to the right hand of the Father symbolizes the sovereignty
and glorification of Christ, establishing Him as Lord over all creation. The second
coming, finally, points to the consummation of history and the establishment of the
Kingdom of God, inspiring the expectation and responsibility of the Christian
community.
The careful approach to these periods not only seeks to elucidate the theological
aspects, but also highlights the practical relevance for the lives of believers. The work
of Christ is not merely a set of historical events, but a transformative narrative that
shapes the identity and mission of the Christian community. In this way, scientific
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INTRODUÇÃO
Por sua vez, o "Período da Exaltação" desvela a glória que emerge da tragédia da
cruz. A ressurreição, como ápice desse período, simboliza a vitória triunfante sobre o
pecado e a morte. A ascensão e exaltação à direita do Pai ampliam nossa
compreensão da majestade de Cristo, revelando-O como o Senhor soberano que
reina sobre toda a criação. O estudo culmina na expectativa escatológica da
segunda vinda, um evento que trouxed esperança e compromisso ao longo da
história da igreja.
1.2. João 1:14: João 1:14 é um versículo crucial no Novo Testamento, pois
encapsula de maneira concisa e profunda o conceito da encarnação de Jesus Cristo.
A passagem faz parte do prólogo do Evangelho de João, onde o autor discute a
natureza e a identidade de Jesus como o Verbo de Deus. A narrativa do Evangelho
de João, em seu capítulo 1, versículo 14, é um ponto de partida essencial para
compreendermos a encarnação. A expressão "O verbo se fez carne" carrega
consigo a concretização da divindade habitando entre a humanidade. Nesta seção,
examinaremos as nuances desse versículo e seu impacto na compreensão da
natureza divina e humana de Cristo.
1.2.1. O Verbo se fez Carne: "O verbo" refere-se a Jesus Cristo como o Logos, um
termo grego que denota a expressão racional e reveladora de Deus. Antes de se
tornar carne, o Logos existia eternamente com Deus (João 1:1). A escolha do termo
"Verbo" destaca a função reveladora e mediadora de Jesus na relação entre Deus e
a humanidade.
1.2.2. "Se fez carne": enfatiza a encarnação, indicando que o Verbo divino assumiu
uma natureza humana. Esse ato representa uma condescendência divina
extraordinária, onde o Criador escolhe habitar na criação, experimentando
plenamente a condição humana.
1.2.3. Habitou Entre Nós: "Habitou" traduz o termo grego "eskenosen", que pode
ser literalmente traduzido como "montou sua tenda" ou "acampou entre nós". Essa
imagem evoca a presença de Deus no tabernáculo durante o êxodo, simbolizando
agora a presença divina em Jesus. A expressão "entre nós" realça a proximidade de
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1.3. I João 1:1 - O Verbo da Vida Manifesto: O versículo I João 1:1 é outro texto
bíblico crucial que aborda a natureza divina de Jesus Cristo, utilizando o conceito do
"Verbo da Vida Manifesto". Vamos analisar esse versículo em detalhes. A epístola
de João, em I João 1:1, adiciona camadas à nossa compreensão da encarnação ao
falar do "Verbo da Vida que se manifestou". Exploraremos a riqueza teológica dessa
afirmação, destacando como ela revela não apenas a presença de Cristo na história,
mas sua manifestação como a própria fonte de vida. Analisaremos o versículo na
versão NVI.
1.3.1. O que era desde o Princípio: Este início do versículo ressalta a eternidade e
a preexistência de Jesus Cristo. João afirma que aquele que ele está prestes a
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1.3.2. O que Ouvimos, o que Vimos com Nossos Próprios Olhos: O autor
destaca a experiência sensorial direta dos apóstolos em relação a Jesus. Eles
ouviram Suas palavras, testemunharam Suas ações e viram pessoalmente o Verbo
da Vida em sua jornada terrena. Isso reforça a natureza concreta e histórica da
revelação divina.
1.5.3. Relação Pessoal com Deus: A encarnação de Jesus estabelece a base para
uma relação pessoal com Deus. A ideia de Deus se tornando carne sugere uma
proximidade divina que transcende o distante e o inacessível. Isso encoraja os
cristãos a desenvolverem uma relação íntima e pessoal com Deus, reconhecendo-O
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não apenas como um ser supremo, mas como um Deus que se importa
individualmente com cada pessoa.
1.5.5. Base para a Espiritualidade: A encarnação de Jesus serve como base para
uma espiritualidade mais profunda, que enfatiza a presença de Deus na vida diária.
Isso encoraja os cristãos a verem a presença sagrada de Deus na vida cotidiana,
reconhecendo que Deus está presente em todas as esferas da vida cristã e não
apenas nos momentos em que estão na igreja.
redenção eterna. Essa esperança é uma âncora duradoura que sustenta os cristãos
em meio às vicissitudes da vida.
1.7.2. A Cláusula "Não Considerou Que o Ser Igual a Deus Era Algo a Que
Deveria Se Apegar": A interpretação da cláusula "não considerou que o ser igual a
Deus era algo a que deveria se apegar", não implica necessariamente em uma
renúncia ou esvaziamento de atributos divinos, mas, ao contrário, indica uma atitude
de humildade e serviço.
1.7.3. A Unicidade da Encarnação: Outro ponto que deve ser destacado é que a
encarnação de Cristo é única e sem precedentes. Ao tentar explicar o esvaziamento
de Cristo, a Teoria da Kenosis pode correr o risco de diminuir a singularidade da
encarnação e de reduzir a magnitude da obra redentora de Cristo.
2.3.2. Dor Física e Humilhação: A morte na cruz era uma forma de execução
extremamente dolorosa e humilhante. Ao submeter-se a esse método de execução,
Cristo experimentou não apenas a agonia física, mas também a vergonha e a
humilhação associadas a essa forma de punição. Isso ressalta Sua disposição em
suportar o máximo da condição humana.
mas destaca o profundo senso de isolamento que Cristo sentiu ao ter o peso do
pecado sobre Si como parte de Sua identificação com o sofrimento humano.
2.3.4. Morte Física Real: A morte de Cristo foi uma morte física genuína. Após
horas na cruz, Ele entregou Seu espírito, morrendo de maneira humana. Essa morte
real é crucial para a teologia cristã, pois confirma a autenticidade do sacrifício de
Cristo como a base da redenção.
3.1.2. O Atendimento ao Corpo Morto: Após a morte de Cristo na cruz, Seu corpo
foi retirado da cruz e cuidadosamente atendido para o enterro. José de Arimateia,
membro do Sinédrio e seguidor secreto de Jesus, desempenhou um papel crucial ao
obter permissão de Pilatos para sepultar o corpo de Jesus. Este ato demonstra
respeito pela dignidade do corpo de Cristo e antecipa a esperança da ressurreição.
3.1.3. O Túmulo Novo: Jesus foi colocado em um túmulo novo, que era uma
sepultura ainda não usada. Isso é mencionado nos evangelhos (Mateus 27:60,
Marcos 15:46, Lucas 23:53). A escolha de um túmulo novo destaca a singularidade
da morte e sepultamento de Cristo, preparando o cenário para a futura ressurreição.
Isso não apenas garante a vida eterna, mas também serve como garantia da futura
ressurreição corporal dos seguidores de Cristo.
4.2.7. A Grande Comissão: A Grande Comissão, dada por Jesus aos discípulos
antes de Sua ascensão, também confirma a realidade da ressurreição. Em Mateus
28:18-20, Jesus afirma Sua autoridade sobre o céu e a terra, comissionando os
discípulos a fazerem discípulos de todas as nações. Essa comissão é dada com a
garantia de Sua presença contínua.
Cristo, mas também assegura a esperança da vida eterna para aqueles que creem
Nele.
que, assim como Ele ressuscitou, participarão da ressurreição para a vida eterna
(Romanos 8:11). Isso proporciona consolo diante da morte e confiança na promessa
da eternidade.
4.4.2. Poder sobre a Morte: Ao ressuscitar dos mortos, Jesus demonstra um poder
que vai além das capacidades humanas. A morte é considerada o último inimigo, e a
ressurreição de Cristo confirma Sua autoridade e domínio sobre a morte (1 Coríntios
15:54-57).
triunfar sobre a morte, Ele demonstra que Sua vida não teve início na manjedoura,
mas que Ele é o eterno Filho de Deus (João 17:5).
4.5.1. Base Bíblica: A exaltação à direita de Deus tem fundamentos bíblicos que
remontam ao Antigo Testamento. O Salmo 110:1, por exemplo, profetiza: "Disse o
Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos por escabelo dos teus pés." Jesus referiu-se a este versículo para destacar
Sua identidade messiânica (Mateus 22:41-46).
4.5.3. Símbolo de Autoridade e Honra: Sentar à direita era uma posição de grande
honra em antigas cortes reais. Na cultura judaica, a posição à direita era
considerada a mais honrosa e indicava uma posição de igualdade e autoridade. A
exaltação de Jesus à direita de Deus simboliza Sua autoridade divina e soberania.
4.5.5. Papel na Intercessão: A carta aos Hebreus destaca que Jesus, como Sumo
Sacerdote, (está à direita de Deus) intercedendo por nós (Hebreus 7:25). Sua
posição não é apenas simbólica, mas também funcional, desempenhando um papel
contínuo na mediação entre Deus e a humanidade.
4.7.3. Comissão Missionária: Antes de Sua ascensão, Jesus deu uma comissão
missionária aos Seus discípulos. Essa comissão, frequentemente chamada de
"Grande Comissão", é registrada em Mateus 28:18-20, Marcos 16:15-18, Lucas
24:46-49 e Atos 1:8. Essa missão incluía fazer discípulos de todas as nações,
batizá-los e ensiná-los.
4.7.5. Testemunho por Meio dos Milagres: O livro de Atos relata os milagres
realizados pelos apóstolos como parte do testemunho pós-ressurreição. Esses
milagres, como a cura do coxo junto à Porta Formosa (Atos 3:1-10) e a ressurreição
de Dorcas (Atos 9:36-42), validaram a mensagem que proclamavam.
5.1.1. Salmo 68:18 como Prefiguração Profética: O Salmo 68:18, atribuído a Davi,
serve como uma prefiguração profética da ascensão de Cristo. A expressão "Tu
subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro" aponta para a ascensão de Cristo como
um ato de triunfo e domínio sobre as forças espirituais.
acrescenta uma dimensão adicional a essa confirmação. Ela não apenas valida a
ressurreição, mas também demonstra a consumação da obra messiânica de Cristo,
conectando-se à sua exaltação celestial.
5.4.10. Coroação como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores: A ascensão não é
apenas uma elevação; é uma coroação. Ao chegar aos céus, Jesus é coroado como
Rei dos reis e Senhor dos senhores. Essa coroação não é baseada em conquistas
terrenas, mas na redenção e salvação proporcionadas por sua obra na cruz.
5.5.1. A Verdade Revelada por Jesus: Ao afirmar "Convém que eu vá", Jesus
revela uma verdade transcendental. Sua partida não é apenas uma sequência
lógica; é um requisito essencial para o desdobramento da próxima fase da obra
redentora. Essa verdade é enfatizada pela afirmação de que, se Ele não fosse, o
Consolador não viria.
5.5.10. Elevação dos Salvos às Alturas: Assim como Cristo foi elevado após Sua
vitória, os salvos, vitoriosos pela graça divina, estão destinados a serem elevados às
alturas. A promessa do arrebatamento, destacada em 1 Tessalonicenses 4:16-17,
torna-se uma realidade em que os cristãos participarão da glória celestial após a
vitória final sobre o mal.
5.6.2. 1) Obra Concluída: O fato de Jesus estar assentado à direita de Deus nos
céus denota a conclusão de Sua obra redentora. Sua morte, ressurreição e
ascensão são eventos que culminam na obra da salvação. Ao assumir a posição à
direita de Deus, Jesus indica que o preço pelo pecado foi pago integralmente, e a
obra da redenção foi consumada.
5.6.3. 2) Posição de Domínio: A posição à direita nos céus não apenas simboliza
uma obra concluída, mas também uma posição de domínio e autoridade. Estar à
direita do soberano era uma posição de grande honra e influência. Jesus, ao
assumir essa posição, demonstra Sua soberania e supremacia sobre todas as
coisas, incluindo principados e potestades.
5.6.4. Autoridade Conferida pelo Pai: A posição à direita nos céus não é uma
usurpação, mas uma concessão do Pai. O Pai confere a Jesus essa posição como
reconhecimento de Sua fidelidade e obediência perfeitas durante Sua missão
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6.1.5. Impacto na Vida Cristã Atual: A crença na segunda vinda de Cristo não é
apenas uma especulação escatológica, mas deve moldar a vida cristã presente.
Essa esperança impacta a forma como os cristãos vivem, encorajando uma vida de
retidão, serviço e dedicação ao Senhor.
6.1.6. A Exortação à Igreja: Atos 1:11 destaca uma exortação angelical à igreja
sobre a segunda vinda de Cristo. A mensagem é clara: assim como Ele subiu aos
céus, assim também voltará. Essa exortação enfatiza a confiança e a certeza da
promessa divina. A segunda vinda de Cristo é o ápice da exaltação, a promessa final
que aguarda os cristãos. Destacamos a fundamentação bíblica dessa esperança, a
natureza e propósito do evento, além de sua aplicação prática na vida cristã atual.
a). Relação Íntima com os Cristãos: O fato de ser "o Senhor mesmo" que descerá
dos céus destaca a relação íntima entre Cristo e os cristãos. Sua volta não será
intermediada, mas uma manifestação direta que estabelece uma conexão pessoal
com Seu povo.
6.3.3. Presença Física e Tangível: O uso da expressão "descerá dos céus" destaca
a presença física e tangível de Cristo na segunda vinda. Sua volta não será
espiritual ou simbólica, mas envolverá Sua presença real no cosmos.
a). Cumprimento do Juízo Final: A segunda vinda de Cristo serve como o evento
culminante que completa o processo de julgamento iniciado após a morte de cada
indivíduo. Ela é apresentada como o momento em que as decisões eternas são
reveladas de maneira abrangente e definitiva.
toda a criação. A velha terra, marcada pela corrupção, será transformada, cumprindo
a promessa de Deus de fazer novas todas as coisas.
CONCLUSÃO:
Como o Juiz Final do Último Dia, Cristo emerge como a autoridade suprema, diante
da qual toda a criação será julgada. Sua volta, profetizada e esperada, é o
cumprimento das promessas de restauração e renovação. Ele não apenas volta
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como aquele que exerce juízo, mas também como o Intercessor que compreende as
fraquezas humanas, intercedendo em favor daqueles que O acolheram.