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PROJETO 12: VISÃO DE DESENVOLVIMENTO

Segundo a proposta apresentada pelo Projeto 12, entrevistei apenas


uma mulher mãe de três filhos chamada Nellyane Fernanda Ela apresentou
relatos da primeira infância de seus filhos e eu selecionei apenas dois para
fazer a pesquisa. O primeiro filho, Alan Cristiahn Fernandes de 9 anos de idade
e a segunda filha Ysabella Fernandes de 6 anos. Ambos tiveram
desenvolvimentos diferenciados e o relato da mãe comprova isso. Segue a
entrevista feita em 23 de julho de 2022, ás 14:30 hrs na casa da entrevistada.

Quais as primeiras lembranças que você tem dos desenvolvimentos de seus


filhos desde o nascimento? O que mais se destacou nos primeiros anos para
você?

Resposta: bom, cada uma teve uma maneira diferente de desenvolvimento.


Meu primeiro filho Alan Cristihan de 9 anos, teve um desenvolvimento muito
antecipado. Ele assimilava bem as coisas pelo som, olhava sempre na direção
correta do barulho, isso com apenas 3 meses de idade e foi nesses meses que
ele começou a emitir sons e dar risadinhas. O Alan andou com 9 meses, sem
engatinhar, simplesmente se levantou e não parou mais, mas o que realmente
me marcou foi a fala. Ele começou a falar cedo, com apenas 1 ano ele já
pronunciava bem as palavras como mãe, pai, água e outras palavras mono e
dissílabas. Ele aprendeu a ler muito rápido também. Minha filha Ysabella de 6
anos já teve mais dificuldades no aprendizado, demorou a andar e falar,
percebi ainda nos primeiros meses que ela tinha dificuldade em manter o foco
da atenção e de manter-se quieta, mas tarde descobrimos que ela tem TDAH
(Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Ela começou a emitir
sons com uns 4 ou 5 meses, mas nada muito marcante, mas era sempre
agitada com os pezinhos e mãozinhas. Começou a andar com 1 ano e 4 meses
depois de engatinhar 4 meses. Quanto a escrita e leitura, até hoje ela não sabe
ler direito e nem escrever. O que mais me marcou nela foi o fato de sabermos
quando ela não estava bem pelo jeito que ela agia, principalmente nos

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Marcela Ribeiro de Britto, acadêmica do terceiro período do curso de Pedagogia, na Universidade
Federal do Estado de Rondônia – campos Vilhena, no ano de 2022.
primeiros meses de vida, quando ela estava com cólica ou com dor ficava
paradinha e só gemia, sem chorar. Isso foi o mais marcante nela e é ainda
hoje.

ANÁLISE

Sabemos que na teoria interacionista, o indivíduo interage com o meio


ambiente respondendo aos estímulos externos, organizando e construindo seu
conhecimento a partir do “erro”, através de um processo contínuo de fazer e
refazer (COLL, 1992, p. 164). Vejo em ambas as respostas da mãe, que há
uma parcialidade na forma do desenvolvimento dos filhos, um tendo um
desenvolvimento mais acelerado e outra mais tardio. Em relação ao Alan
Cristiahn houve desde cedo uma interação entre ele e ambiente que estava.
Quando ele olhava na direção do barulho significa que existia a “construção” do
conhecimento considerada a verdadeira aprendizagem.

Já na questão da Ysabella vemos uma dificuldade de aprendizagem


desde pequena que foi diagnosticada posterirormente como TDAH e isso foi,
com certeza, a razão dessa dificuldade de interação. Porém, ela tinha uma
forma de se comunicar com o meio externo que era comportamental, quando
não estava bem ela se mantinha parada, quase paralisada segundo a mãe, e
emitia pequenos sons semelhantes a gemidos, com isso, sua mãe conseguia
identificar que a filha estava com alguma dor. Quanto a interação motora dela
demorou mais, só que cada criança tem seu desenvolvimento de acordo com o
sistema neuropsicodesenvolvimento da criança.

 Podemos dizer que quanto ao propor uma forma mais integrada e


ampla de desenvolvimento, cabe aos pais compreender o papel da interação
entre crianças e adultos, mesmo quando recém-nascidos, compreender os
aspectos da comunicação, dando a ela conforto no processamento sensorial,
posicionamento, e habilidades orais e no desenvolvimento das suas atividades,
como engatinhar e brincar. Vale também ressaltar a importância de identificar
os aspectos fundamentais que influenciam a habilidade da criança ao comer e
beber, fazendo isso sempre com eficiência e dando a ela a sensação de
conforto.
É muito importante entender e implementar o conceito de
responsabilidades durante as fazes da vida da criança, para que ela aprenda a
conviver e compreender o meio externo que vive. Mas o que é de suma
relevância quando se trata de criança, é o fato de ajudá-la a desenvolver a
confiança e segurança em suas relações externas. São formas de adquirir uma
visão mais ampla do desenvolvimento infantil que trará resultados eficazes no
futuro das crianças.
Vemos nas respostas de Nellyane Fernandes, que as crianças, mesmo
sendo filhos dos mesmos pais, tem desenvolvimentos e comportamentos
diferentes um dos outros e é de grande importância que os pais, que são os
mais próximos e de maior convívio com eles, estejam atentos a sinais que as
crianças emitem, muitas vezes, de formas diferenciadas que só será percebida
pela mãe que é o ser de maior contato com a criança.

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