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Hoje, mesmo alguns reacionários reconhecem que a principal causa do aumento inédito
da violência envolvendo jovens é o altíssimo índice de desemprego na faixa etária de 15
a 24 anos.
Mas como combater o desemprego juvenil? Formou-se uma opinião que considera a
elevação do nível educacional do jovem uma condição necessária e suficiente para a sua
"empregabilidade". Segundo esta visão, bastaria o jovem completar o ensino médio e
fazer um curso de qualificação profissional para ter uma vaga assegurada.
É preciso desfazer esse mito da "empregabilidade", que joga nas costas do jovem a
responsabilidade por seu "fracasso" no mercado de trabalho. Nos últimos dias foi
divulgada uma pesquisa realizada pela Secretaria do Trabalho da Prefeitura de São
Paulo, dirigida por Márcio Pochman, especialista em emprego juvenil. Segundo a
pesquisa, cresce o número de jovens formados e com qualificação profissional que não
encontram empregos. O índice de desempregados com alta escolaridade aumentou
263%, passou de 2,7% a 9,8%. Pochman conclui dizendo que "não temos uma política
de empregos para jovens no Brasil".
Para gerar mais e melhores empregos para os jovens que estão no mercado de trabalho e
para os 1,5 milhão de jovens que se somam a esse mercado todos os anos, o Brasil
precisa crescer 7% ao ano, nossa média histórica de 1930 a 1980. Crescer 2% ao ano,
previsão para este ano, só agrava o problema.
Ou mudamos agora, nas eleições de 2002, adotando um novo rumo de independência
nacional e desenvolvimento econômico e social, ou nossa tragédia será cada vez mais
dantesca.