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Agradecimentos

A Deus por me dar inspiração e sabedoria para escrever livros a


fim de abençoar milhares de pessoas. Obrigado por ter me
escolhido para este propósito. Não tenho palavras para agradecer!

Ao meu esposo, Osmildo Sirino. Meu ministério não seria possível


sem seu amor, seu apoio e sua presença tão marcante ao meu lado.
Você é 70% do que sou. Amo você!

Aos meus maravilhosos filhos por me compreenderem e me


apoiarem. Vocês são demais! Orgulho-me em poder ser sua
mamãe!

E a todos vocês, amados leitores, que apreciam minhas obras.


Sumário
Introdução

Capítulo 1
Por que é tão difícil entender as diferenças entre homem e mulher?
Capítulo 2
Por que os casais têm problemas sexuais?
Capítulo 3
Descobrindo as origens orgânicas dos problemas
sexuais e tratando-os

Capítulo 4
Descobrindo as origens emocionais dos
problemas sexuais e tratando-os

Capítulo 5
Descobrindo as origens psicossociais dos problemas sexuais e
tratando-os
Conclusão
Oração

Bibliografia
Introdução
Costumo dizer que o AMOR é o alimento no casamento, e que o
SEXO é o tempero...
"O povo fracassa por falta de conhecimento."
Oséias 4:6a
Não se assuste com o versículo citado na introdução deste livro,
até porque parece que ele não tem nada a ver com o tema que
abordaremos, que é a “sexualidade do casal”, e sobre como Deus,
através dela, projetou alegria e prazer para a vida a dois.

Todos nós precisamos nos alimentar diariamente, pois é


imprescindível para nossa sobrevivência física. Mas o que é
melhor? Uma comida temperada ou sem tempero? Na verdade,
muitos elementos são alimento, mas o que traz prazer ao paladar é
o tempero que se dá.

Semelhantemente, Deus criou o ser humano com a necessidade


de se alimentar emocionalmente através de seus relacionamentos, e
a mais sublime destas relações é o casamento, pois o Senhor disse:
“Não é bom que o homem viva só”, depois acrescentou: “Multiplicai
e enchei a terra”, e ainda completou: “Goza a vida com a mulher que
amas”. Isso se cumpre no matrimônio. Um casamento precisa de
amor, que é o que sustenta o relacionamento, mas precisa do sexo
como um tempero prazeroso!

Antes de citar o texto Bíblico, quero ver se você concorda comigo.


É bem verdade que, para tudo que se faz na vida, é necessário
conhecimento. Certamente, antes de pegar a direção de um carro, o
condutor precisou conhecer regras básicas de direção, bem como
regras de trânsito. Afinal o melhor motorista é aquele que se
aperfeiçoa no que faz. Da mesma forma para ser um excelente
profissional em uma determinada profissão, a pessoa precisa se
preparar minuciosamente, estudar detalhes, muitas vezes
desconhecidos, e ainda se reciclar esporadicamente. É claro que,
quanto mais capacitada a pessoa se torna, mais probabilidade de
sucesso ela possui na sua profissão, estendendo suas habilidades a
todas as áreas de sua vida.

Isto nos faz entender então que “conhecimento” é primordial para


o sucesso em qualquer área de nossa vida.

Entretanto, como se adquire conhecimento? Simples! É através de


leitura de livros e cursos, nos quais descobrimos novas opiniões, ou
que ainda reforçam nossas ideias sobre o assunto em questão.
Resumindo: adquirimos conhecimento através de fatos e
informações, que se desenvolvem pela percepção e pela
imaginação, e o conhecimento vai sendo formado e enriquecido pelo
acumulo de experiências somadas às informações. Uau!!! Vamos
tratar de aprender!

Quem conhece uma estrada dificilmente erra o caminho, por isso,


procure conhecer o máximo sobre casamento, vida a dois, direitos e
deveres do marido e da mulher, sexualidade no casamento e outras
questões, pois este conhecimento te conduzirá a um matrimônio
cheio de alegria, prazer e sucesso! Consequentemente, seus filhos
serão alcançados por tudo isso.

Conta-se que, certa vez, um filósofo que muito se gloriava de suas


teorias estava de férias e atravessava de barco um largo e belo rio.
Enquanto espraiava o olhar pelo atraente panorama ao seu redor,
travava uma animada conversa com o alegre, simples e simpático
barqueiro, que ao seu lado remava com vigor e destreza.

– Então, meu jovem, você sabe alguma coisa? – Perguntou o


filósofo.
– Eu? Sei remar, nadar e orar. – Respondeu o barqueiro.
– Mas você não sabe filosofia?
– Nunca ouvi falar disso.
– Ah, meu amigo! Então você perdeu um quarto da sua vida.

E o filósofo continuou perguntando:


– E você, já estudou física? Química?

Prontamente, o humilde barqueiro respondeu, rindo:


– Também não, eu só preciso entender bem daquilo que faço,
que é navegar por este rio adentro.

Sem pensar no peso de suas palavras, mais uma vez o pensador


filosofou:

– Perdeu, pois agora se foram dois quartos da sua vida.

Insistindo novamente, o filósofo fez uma terceira pergunta: – Já


aprendeu matemática?

Com tom de irritação na voz, o barqueiro respondeu-lhe: – Não,


mas sei quantas braçadas tem de um lado ao outro deste rio!

Encabulado, o filósofo manifestou: – E


astronomia? E gramática?

Para todas essas perguntas o pobre barqueiro dava sempre a


mesma resposta:
– Não! Só conheço de remar e nadar... Por isso sou o mais
respeitado barqueiro da redondeza.
– Então, meu caro, você já perdeu três quartos da sua vida.

Navegavam assim, distraídos pela conversa, e o barqueiro já


estava muito irritado com tantas questões banais para ele, que sem
perceber não viu que se aproximava uma tempestade de vento
forte, assim como também não viu que o barco avançava com
rapidez na direção de um rochedo. Devido à força daquela
tempestade, houve um choque violento, o barco rachou-se e
começou a afundar. A margem do rio estava ainda bem distante.

O barqueiro, cheio de “conhecimento” daquilo que ele fazia, sabia


que nada mais tinha a fazer do que nadar até a margem do rio.
Então lançou-se na água sem qualquer hesitação, lutou contra a
tremenda correnteza e contra a força da tempestade, e conseguiu
chegar são e salvo ao outro lado do rio.

O mesmo, porém, não aconteceu com o filósofo sabichão que,


segurando em um pequeno e inseguro pedaço de madeira, muito
aterrorizado, olhava ora para a água, ora para a margem, sem saber
o que fazer para livrar-se daquela perigosa situação. Fazia cálculos
matemáticos e filosóficos, também teóricos, mas nada lhe dava uma
luz do que poderia fazer para se salvar.

Então gritou-lhe o barqueiro, exausto, mas já bem seguro em terra


firme.

– Senhor filósofo, o senhor sabe nadar né?


– Não! Nunca aprendi nada sobre nadar e nem remar! – Ah,
pobre infeliz, o senhor perdeu a vida inteira... Até chegar o
socorro, acho que matematicamente e “carculadamente” o sinhô
num aguenta, não!

Desesperado, o filósofo afundava juntamente com o barco,


enquanto ouvia de longe um último conselho do humilde e ignorante
remador:

– Está vendo? Na hora do aperto de nada lhe serviram suas


filosofias e teorias! Se o senhor vinha para essa região de muita
água, tinha que pelo menos saber o básico: saber nadar!

Como o simples barqueiro tinha conhecimento de seu ofício, era


fácil sair de qualquer tempestade ou risco de fracasso nas viagens
pelo rio. AFINAL, ELE CONHECIA MUITO BEM O QUE FAZIA!!!
Isso também acontece em vários casamentos. Pessoas se
afundam nos mares de problemas e dificuldades, sejam esses
problemas de natureza emocional ou sexual. São inúmeros os
casais sendo engolidos pelas ondas de sua própria inteligência. Não
buscam “CONHECIMENTO” de como melhorar a vida a dois. Casais
que muitas vezes estão casados há 20, 30 ou 40 anos, que por falta
de conhecimento perderam o melhor da vida de casados. Homens e
mulheres que deixaram de desfrutar do prazer sexual no
relacionamento conjugal, que é algo que aflora por todas as áreas
da vida a dois dentro da legitimidade do casamento.

Dizem sabiamente que o AMOR é o alimento do casamento, mas


que o SEXO é o tempero!!! Imagine uma comida sem sal, alho e
cebola? Uns dizem que é comida de gente doente! Da mesma
forma, tente imaginar um casamento sem sexo prazeroso, sendo
esse ato meramente uma obrigação ou um ofício a ser cumprido,
muitas vezes pressionado dolorosamente!

Porque frisei tanto a palavra “conhecimento”? Pois bem, gosto


muito de um versículo bíblico que está em Oseias 4:6, que diz o
seguinte:

“O meu povo perece por falta de conhecimento”.

Nesta passagem, o Senhor exortava o sacerdote que havia


rejeitado a sua lei, porque ele não levou conhecimento de quem era
Deus, de seus princípios e de seus propósitos ao povo de Israel,
que por “falta de conhecimento” estava caminhando a passos largos
para a destruição e fracasso em suas vidas, em todos os aspectos.

Conhecer a Palavra e descobrir o seu propósito para todas as


áreas das nossas vidas é primordial para termos uma existência
abundante em Cristo.

“POIS O CONHECIMENTO DA PALAVRA DE DEUS E A


PRÁTICA DE SEUS ENSINOS NOS LIBERTAM FÍSICA,
EMOCIONAL E ESPIRITUALMENTE PARA VIVERMOS EM
NOVIDADE DE VIDA. NÃO MAIS COMO ESCRAVOS DE VÃS
FILOSOFIAS E FALSOS ENSINAMENTOS, MAS LIVRES EM
CRISTO JESUS”.

Evitando assim sofrimentos em algumas áreas de nossa vida, pois


entendemos que a mãe do sofrimento tem apenas um nome: a
“ignorância”. Não importa qual seja a área, quase sempre sofremos
devido à falta de conhecimento somada à falta de sabedoria.

No casamento, é comum encontrarmos pessoas que estão


completamente apaixonadas uma pela outra, mas que, no entanto,
vivem mal. Por quê? O problema não é a falta de amor, mas sim a
falta de conhecimento de detalhes que podem fazer toda a diferença
no relacionamento de ambos.

Neste livro, abordaremos detalhes bíblicos maravilhosos que lhes


ajudarão, como casal, a desfrutar dos propósitos que Deus planejou
para a vida a dois. Marido e mulher vivendo uma só carne!!!
Lembro-me que, após ministrar em uma palestra só para mulheres
sobre sexualidade em uma Igreja em Brasília (DF), uma senhora de
aproximadamente 65 anos de idade procurou-me e disse:

– Oi, pastora, que palestra maravilhosa! Pena que deixei de


desfrutar do meu marido por falta desses conhecimentos bíblicos
acerca da sexualidade. Casei muito jovem, frequentávamos uma
igreja tradicional, e recordo-me que até gostei das primeiras noites
com meu esposo e sentia um calorão! Eu era fogosa! Mas um dia
fomos a uma palestra para casais onde o pregador, um homem
renomado naquela época, começou a palestra bem sério,
cumprimentando os irmãos e dizendo: “O assunto aqui hoje é sério.
Leiamos a Bíblia: Lucas 17:34, ‘Digo-vos que naquela noite, dois
estarão deitados numa cama, um será tomado, e deixado o outro’.
(Fecha a bíblia). Vocês entenderam, não é?! Isso significa que quem
gosta de fazer na cama aquilo que só é para ter filho FICARÁ, e
quem não gosta, SUBIRÁ!”.
Ela deu um leve sorriso e disse que, depois daquele dia, entendeu
que sexo, mesmo dentro do casamento, era apenas uma obrigação
para encher e povoar a terra, e que toda vez que o marido a
procurava, mesmo depois que ela não poderia ter mais filhos, com
muita insistência ela cedia, achando que estava “pecando”. Se ela
começava a sentir prazer com o marido, ela se auto punia, e dizia a
si mesma: – Sai de mim, desejo carnal!!!
Quando me procurou ela já estava viúva há 5 anos e, com os
olhos marejando em lágrimas, mas ao mesmo tempo com um leve
sorriso no rosto, disse:
– Deixei de amar e me deleitar com meu marido somente por
não conhecer o que a Bíblia fala sobre este assunto.
Contudo, a senhora afirmou que já estava ali orando:
– Senhor, me dá uma segunda chance de ter prazer no
casamento, tô velha mais num tô morta. Me dê um marido, de
preferência um criolo!!! – concluía ela – Dizem que são mais
fogosos (é mito, viu! Rsrsrsrs)! Eu arregalei os olhos, impressionada
com tanta fogueira reprimida na irmãzinha.

Esta foi uma das inúmeras razões pelas quais este livro foi escrito,
a fim de levar vocês, como casal, a conhecerem algumas
informações que os ajudarão a melhorar o desempenho sexual de
vocês. Para outros casais, este livro reacenderá a chama do
relacionamento sexual, ou os ajudará a superar problemas. Meu
intuito é ajudar outros casais a desfrutarem do prazer na vida a dois.

Desejo que este livro seja uma bênção, de tal maneira que vocês
estejam cientes e de que, ainda que surjam ventos de ensinos
contrários à beleza da sexualidade no casamento, que sua mente
esteja totalmente respaldada no conhecimento do que a Palavra diz
sobre o assunto em questão. Desejo e oro para que o seu
casamento seja muito bem temperado, saboroso e delicioso, com
um gosto de quero mais! Com carinho, em Cristo Jesus!
Ângela Sirino e Osmildo Sirino (meu amado esposo, que me
ajudou a escrever este livro!).
CAPÍTULO 1
Por que é tão difícil entender as diferenças
entre homem e mulher

Para fazer sexo, a mulher precisa de um bom motivo, já o homem


precisa apenas de um lugar...

Uma pesquisa constatou que, para 85% dos homens, a expressão


“uma só carne” lembra a prática do SEXO. Enquanto que, para as
mulheres, a mesma expressão significa casamento, amor e
cumplicidade. Para apenas 40% delas, a expressão diz respeito a
fazer AMOR, ou seja, SEXO.

Para a mulher, ser casada significa ter uma casa, filhos, cortinas
nos cômodos, um fogão de seis bocas, etc. Geralmente para o
homem, casamento significa SEXO com fartura.

Para o homem, casamento é sexo!!! Sexo!!!!

Gostaria de compartilhar com vocês algo que li recentemente e


que nos faz entender esta verdade de uma forma cômica.

Conta-se que um casal cuidava do zoológico da cidade onde


moravam, e eles amavam a profissão. Uma equipe limpava o
zoológico pela manhã, e à tarde os dois apenas conferiam os
reparos finais. Eles eram fascinados pelo mundo animal, e cuidar do
zoológico era mais do que um trabalho para eles: era algo
prazeroso.

Eles já estavam ali há anos e, no dia da limpeza, dia no qual os


dois ficavam à tarde a sós no zoológico, os dois gostavam de “fazer
amor na natureza”, além de é claro, serem bons parceiros no
recanto de seu lar. Só que os anos de casados já estavam longos, o
casamento já estava caindo na rotina e sua esposa estava meio
enfadonha. Em alguns dias ela queria sexo, em outros não, e
Carlão, o marido, andava meio chateado com essa situação.
Nenhum diálogo, porém, mudava a cabeça da mulher.

Até que, em um belo dia de vistoria, sozinhos no zoo após a


limpeza, lá andam os dois organizando tudo.

– Carlão! – Diz a mulher – Sabes que eu estava assistindo o


mundo animal e disseram que os gorilas são os animais mais
parecidos com o ser humano, no que está relacionado ao seu
comportamento? Observa como vou lhe mostrar uma mama!
Aproveitando que não há ninguém hoje no zoo, só nós, aposto que
ele vai se excitar tal qual um homem.
Ela mostra uma mama, e o gorila começa a ficar excitado,
movendo as barras da jaula desesperadamente. Ela quase morreu
de rir, e disse:
– Vês, Carlão!? Nossa!!! Que é isso!!! – Agora dou conta
porque és assim, os homens não podem controlar os seus instintos
animais, tal como o gorila.

E Carlão diz-lhe:
– Agora mostra-lhe as duas, para ver o que se passa.

A mulher levanta a blusa e mostra-lhe as duas mamas, e o gorila


fica ainda mais excitado e desesperado para sair. Carlão,
apaixonado como era pelo mundo animal, diz-lhe, encabulado:
– É incrível como o gorila reage! Não posso acreditar!!! Já que
estamos só nós no zoo, agora desce as calças e mostre-lhe seus
belos quadris, só para ver o que se passa!

A mulher mostra-lhe o quadril, ainda que bem tampado pela sua


peça íntima, e mesmo assim o gorila fica completamente excitado.
Com toda sua força, o animal consegue abrir as barras da jaula e
sai. Ele agarra a mulher e começa a despi-la. Desesperada,
assustada e totalmente em pânico, ela grita:
– Carlão, homem!!! O que faço? Ajude-me! Socorro!

O marido, aproveitando a situação para dar uma lição à mulher,


diz-lhe:
– Ué, mô!! Agora, explique ao gorila transtornado:

Que não tens vontade...


Que te dói a cabeça...

Que estás cansada...

Que hoje tiveste muuuuitoo trabalho...

Que, tão depressa, nãooooo...


Que te entenda como mulher...
Que estás deprimida... (a mulher, desesperada, gritava por
socorro)

Mas ele continuava lembrando de tudo que ouvia constantemente:

Que estás nos teus dias difíceis...

Que estás na tua semana complicada...

Que só queres que eu te abrace...

Que estás muito tensa...

Que tens que levantar muito cedo...

Que hoje caminhaste demais e que te doem os pés...

Que hoje estás super carente, e que só queres muitos carinhos...

Que estás muito tensa e só queres massagens de relaxamento...

Que estás com vontade de ver TV...

Que não queres perder o filme...

Que hoje foste ao cabeleireiro e que não podes se mexer...

... Aí ocê vê se ele te entende... Isso eu quero ver...

Quando li isso, quase passei mal de tanto rir! Mas essa é uma
metáfora muito cômica, que possui um fundo de verdade.

Para fazer sexo, a mulher precisa de “um motivo”, e existem


outros “vários motivos” que aparentemente falam mais alto que o
sexo, e a mulher priva o seu marido da sexualidade, enquanto, para
a “maioria dos homens”, sexo só precisa de um lugar onde a mulher
esteja, ainda mais se ele ver as duas mamas e os quadris despidos
(rsrsrsrs), semelhantemente ao gorila desta metáfora.

Para entendermos melhor um ao outro, analisem comigo. Homens


e mulheres em situações completamente iguais, agem de formas
completamente diferentes. É bom enxergarmos isso para
conhecermos a natureza de cada um de nós e sabermos como agir
e entender um ao outro. Veja só:

Quando ambos dão apelidos, funciona mais ou menos assim: se o


nome da pessoa é Roberta ou Leandra, e as amigas lhe colocarem
um apelido, com certeza a chamarão de Rô e Lea.

Mas se são amigos e o nome do camarada é Roberto ou Sandro,


com certeza os apelidos serão: Gordo, Cabeção, Rato e Negão, ou
ainda Robertão, sempre no aumentativo, e com certeza nunca Rô e
Sam. Até os homens que ganharam apelidos na infância, no
diminutivo, quando crescem lutam para mudar isso. A ideia que uma
mulher faz de um bom filme é aquele em que uma só pessoa, morre
bem devagarzinho, de preferência por amor. Já um homem
considera um bom filme aquele em que muita gente morre bem
depressa, se possível com balas de metralhadora ou em grandes
explosões. Como pode sermos tão diferentes, não é?

Se o marido e a mulher tiverem banheiros individuais, um homem


tem seis itens em seu banheiro:

1. Escova de dente;

2. Creme dental;

3. Sabonete;

4. Pente ou escova de cabelo;

5. Espuma de barbear;

6. Uma toalha, daquelas bem simples.


Isto vale para 95% dos homens. Já a quantidade média de itens
em um banheiro feminino é de uns 100 itens (no mínimo), e um
homem não consegue identificar a maioria deles. São vários
cremes, perfumes e desodorantes, águas de cheiro, óleos
perfumados, várias sombras para olhos e blush para destacar a cor
das bochechas... (Estou explicando cada detalhezinho porque
homens também estão lendo este livro). Sem falar nas toalhinhas
específicas, coloridinhas e bordadinhas. Ah, tem escova de escovar
o cabelo grande para todo o cabelo, e pequena para a franja, além
de secador de cabelo, chapinha para alisar... Ixê! É tanta coisa...
Tem até caixinha separadinha para guardar tudo.

Se compram uma peça de roupa íntima, o homem paga em média


de R$ 40,00 a R$ 100,00 reais em um pijama, (de acordo com o
nível social de cada pessoa), enquanto a mulher pagará até 30
vezes mais do valor por uma camisola, e quando um homem
questiona que o acessório é muito caro, pelo fato de ser uma
simples camisola, ao ouvir isso qualquer mulher logo exclama “Não
é uma simples camisola, é
AAAAA camisola!”

Quando as mulheres saem sozinhas, elas conversam o tempo


todo sobre tudo e sobre todos. Quando os homens saem sozinhos,
eles trocam entre si um máximo de vinte palavras durante todo o
tempo, mas se tiver dois pescadores e alguns que gostem de
futebol, o assunto dura um pouco mais.

Conta-se que duas mulheres passaram 20 anos na cadeia


compartilhando a mesma cela, e coincidentemente elas foram soltas
no mesmo dia. Na saída, as duas batiam papo enquanto as famílias
chegavam para levá-las de volta para casa, até que uma delas
ganha de presente um celular com o número escrito em um papel,
e, enquanto elas se despedem, a que ganhou o celular diz:
– Toma aqui o número do meu fone, e me liga para a gente
terminar o assunto (rsrsrsrs)!
Mulher é assim, sempre tem o que conversar.

As mulheres vestem-se elegantemente, e até colocam salto alto


para ir às compras, regar as plantas, jogar o lixo fora, atender o
telefone, ler um livro, ir ao shopping. Geralmente, um homem veste-
se elegantemente apenas para casamentos, e olhe lá!

O homem vê o celular como uma ferramenta de comunicação. Ele


o utiliza rapidamente e envia mensagens curtas para outras
pessoas. Uma mulher, depois de chegar da casa da amiga, onde
passou duas semanas de férias, telefonará para essa mesma amiga
e farão uma ligação de três horas.

Quando um homem diz que está pronto para sair, quer dizer que
está mesmo pronto para sair. Quando uma mulher diz que está
pronta para sair, ela quer dizer que estará pronta assim que
encontrar o outro brinco e acabar de pôr a maquiagem.

Somos diferentes em vários outros aspectos. Uma mulher casa-se


com um homem esperando que ele mude, isso pelo lado emocional
da relação, mas ele não muda, geralmente não se torna mais doce
ou mais romântico como ela achava.
Ao questioná-lo, ela ouvirá: – Eu
sempre fui assim.

Um homem também casa-se com uma mulher esperando que ela


não mude, mas ela muda, tanto fisicamente, prosperando para a
direita, esquerda, para frente e para trás (ou seja, engordando
compulsivamente), como emocionalmente. Muitas, ao perceberem
que o homem não muda, se tornam rudes e amargas.

A mulher encontra com outra na rua e logo diz: “Nossa, como


você está linda!”, mas quando viram as costas, lá vem o comentário:
“Nossa, como ela tá gorda. Só não disse nada para não magoá-la!”.
Para elas, isso ainda soa com o tom de boa! “Coitadinha dela, né”.
Mas quando um homem encontra com outro na rua e diz: “Fala cara,
(fala gordo, ou careca)”, quando viram as costas, vem o comentário:
“Poxa, esse cara é gente fina!”.

Para terminar, não poderia deixar de registrar que as mulheres


conversam sobre várias coisas e vários assuntos diferentes ao
mesmo tempo, enquanto homens só conversam sobre um assunto
por vez.

Quando o homem vai ao banheiro, ele faz isso por uma razão
óbvia: quer fazer o número 1 ou número 2. Já as mulheres, quando
vão ao banheiro, é por estes dois motivos: elas podem ir somente
para tomar um ar novo (Imagine só!! Como pode, né? Se for pensar
bem, que ar novo tem ali?). Elas vão ao banheiro para acompanhar
uma amiga, e então o banheiro se torna um espaço para uma
reunião social ou uma terapia.

Homens de posse de um controle de TV mudam de canal para


canal, enquanto as mulheres veem os detalhes de cada comercial e
ainda se emocionam por motivos e imagens aparentemente fúteis!

Mulheres criticam os homens por sua insensibilidade, por só


pensarem em sexo (a maioria, né?) e por sempre deixarem a tampa
do vaso levantada. Homens criticam as mulheres porque elas falam
demais, não tomam iniciativa sexual ou porque elas sempre deixam
a tampa do vaso abaixado (para elas isso é organização e limpeza).

Os homens se espantam por ver uma mulher entrar em uma festa


e notar a cor e modelo de roupa de pelo menos 10 amigas naquele
ambiente, mas não entendem porque elas não conseguem ver uma
luz vermelha piscando no painel do carro. É apenas uma luz em
proporção à quantidade de vestidos que elas notaram na noite
passada.

Isso tudo significa que somos diferentes!!! MUITO!!!

Por outro lado, as mulheres se espantam com a forma como eles


podem colocar um carro numa vaga apertadinha de um
estacionamento, capaz de arrancar um “UAUHHH” de uma suposta
plateia, mas a maioria deles não sabe onde é o ponto “G”, capaz de
fazê-las enxergar estrelas no teto do quarto do casal.

A mulher percebe claramente quando uma pessoa está aborrecida


ou magoada, enquanto o homem só desconfia que algo está errado
depois das lágrimas.

A mulher convive dentro de casa com os filhinhos e percebe uma


travessura de longe. Enquanto isso, o homem mal percebe que
aquela gente miúda está dentro da mesma casa que eles.

O homem abre a porta da geladeira, pergunta cadê a manteiga,


ela diz, na geladeira! Ele procura 10 vezes e diz que não achou,
mas a mulher abre a geladeira e, num passe de mágica, lá está a
tão procurada manteiga!!!! Isso porque a visão da mulher é
periférica, e a do homem é com um túnel.

O homem lê a frase, a mulher lê as entrelinhas. Eu me lembro de


uma determinada vez, quando trabalhava com meu esposo, tinha
uma funcionária muito prestativa. Ela era secretária direta do meu
esposo, muito eficiente! Mas um dia peguei um bilhete que ela
deixara na mesa com um recado para meu esposo, e estava escrito
assim: Sr. Sirino,

Tive que sair, mas logo retorno.

É para o Sr. ligar com urgência para o fulano de Tal, fone


XXXX.XXXX assunto de seu interesse sobre compra de veículo, e
para o Sr. Ciclano, assunto referente a ZRZRZRZR... etc e tal....

Ass: Sta. Viviane

*****

Você, que acabou de ler, viu alguma coisa de mais no bilhete?


Com certeza os homens não viram nada de mais, apenas a frase,
mas alguma mulher viu, como eu naquele dia, “as entrelinhas”. Bom,
neste caso, foram as “estrelinhas” (rsrsrsrs). Estava desenhado
como acima, cinco estrelas abaixo do nomezinho dela! Que fofo,
né? Li o bilhete, mas não espantei a moça, afinal de contas, eu
poderia estar agindo tola e precipitadamente. Entretanto, passei a
sondar o campo. Meu marido inocentemente não percebeu nada até
então, só a eficiência da moça, porém, ao discretamente analisá-la
depois daqueles dias, percebi que ela colocava bombons na sala
dele, Coca-cola, Toddynho e iogurte na geladeira dele, mas na
minha, nada!

Ao sondar a vida da moça, descobri um passado imoral e errante


nesta área, então, com sabedoria, a dispensamos da empresa.
Felizmente ela soube de mim mesma o motivo, e eu lhe aconselhei
a buscar um caminho digno. Até onde eu sei, ela hoje é uma mulher
que acertou seus passos na vida.
Mudou de rumo! Graças a Deus.

Imagine só, como todas essas diferenças podem influenciar na


sua vida sexual! Sabia disso? Elas podem contribuir ou atrapalhar,
dependendo de como você vê e lida com elas. Por isso é importante
você saber. Para fazer sexo, mulher precisa de um motivo, enquanto
o homem precisa apenas de um lugar. Mulheres precisam e gostam
em média de 30 minutos de preliminares, os homens preferem
apenas 30 segundos. O homem considera procurar a mulher dentro
de casa como parte das preliminares.

Outro contexto importante a ser observado é que alguns dizem


que a mulher tem uma grande responsabilidade de construir o
relacionamento sexual, que ela é capaz de que erguer o homem e
fazê-lo se sentir um verdadeiro Tarzan na cama. Isto é bem verdade,
até falo sobre isto no meu livro “Geladeira ou fogão”. Até afirmo que
Deus disse que a mulher sábia deve EDIFICAR A CASA, (Pv 14:1) e
que na casa tem cozinha, sala e quarto! Friso:
– Não se esqueça do quarto! Edifique o quarto!
Mas, por outro lado, existem muitas mulheres que fazem de tudo
daquilo que aprenderam que é correto, e trazem efeitos positivos
para tentarem melhorar a vida a dois. Algumas chegam a dizer: “Fiz
o que era possível e quase o impossível”, mas ainda assim o
homem se recusa a aprender e a ceder no relacionamento sexual.
Até esse é um dos motivos pelos quais este livro é para o casal. São
dezenas e dezenas de mulheres que me procuram buscando ajuda,
sendo que os problemas mais comuns são:

• Homens brutos, sem romantismo e insensíveis à


sexualidade. Usam a mulher como um mero objeto.

• Homens que não tem um pingo de higiene íntima.

• Homens que têm impotência sexual ou ejaculação precoce e


que não procuram ajuda, quer seja clínica ou
psicologicamente. Pior é que alguns deles ainda diminuem a
mulher, dizendo que é porque não possuem desejo “por ela”,
uma fuga para não encarar o problema.

• Homens viciados em pornografia e internet.

Também falaremos detalhadamente sobre causas e possíveis


soluções para esses casos neste livro.

Isso tudo acontece por falta de conhecimento! Fracassamos


porque não buscamos conhecimentos que nos trazem soluções.
Uma pesquisa recente apontou que os livros mais adquiridos pelos
homens são de temas tais como: Enriqueça rápido, Torne-se um
líder por excelência, Manual do pescador (meu marido até ganhou
de presente, de um outro homem, é claro, um livro com o nome: "A
Bíblia do pescador!"), e tantos outros temas desta natureza. Você
pode procurar livros específicos para os homens com temas tais
como: Proporcione prazer à sua mulher, super marido, Marido
Maravilha... Imagina!? Esses temas de livros destinados aos
homens são quase escassos das livrarias, temos alguns poucos.
Porém, temos vários livros para casais sobre sexualidade no
casamento à disposição em qualquer livraria, tais como os que usei
como auxílio neste estudo, que estão na bibliografia deste livro.

Livros assim são adquiridos e lidos, em sua grande maioria, “pelas


esposas”, que procuram cada dia mais melhorar seu casamento.
Parece que os homens foram ensinados desde a infância que eles
são 100% machos, conquistadores, prazerosos! Afinal de contas
eles são homens! Em grande parte dos aconselhamentos, quando
procuramos o culpado nesta área do casamento, em 90% as
respostas são: “É culpa da mulher que Deus me deu!”.

É muito comum ouvirmos da parte masculina:


– Ela é fria, uma geladeira, amarga, bruta e sem graça!!!

Mas será que é bem assim? Será que as mulheres frias têm
maridos experts na arte de fazer amor? Ou será que eles apenas as
usam e depois friamente descartam?

Precisamos entender que, para termos além do amor, que é o


alimento no casamento, também precisamos do prazer saboroso do
sexo, que é o tempero. Tanto o homem quanto a mulher, esposo e
esposa, tem “sua parcela de obrigação” na sexualidade do casal.
Embora eles sejam completamente diferentes, são as diferenças
que fazem tudo ser tão bom! Não somos homens e mulheres,
individualmente melhores ou piores, somos apenas diferentes, e
isso reflete na sexualidade.
CAPÍTULO 2
Por que os casais têm problemas
sexuais?

Sexo no casamento é algo tão bom e tão simples para uns e, ao


mesmo tempo, tão complicado e tão complexo para outros. Um bom
relacionamento sexual entre um casal não é simplesmente “ter
química”, ou muito amor e paixão. Começa muito “antes” disso.
Alguns detalhes que vem “antes” podem atrapalhar. Você, que agora
lê este livro, pode estar se perguntando: “Antes?”. Sim, ANTES!!!
Deixa eu te explicar melhor. A atividade sexual é muito mais
complexa do que se pensa, envolve uma série de fatores muitas
vezes desconhecidos pelo casal. Precisamos entender que para
alguns casais que ainda não tem aquele tão sonhado clímax
prazeroso na intimidade, muitas coisas precisam ser analisadas
“antes do sexo”, para que possam compreender um ao outro, a fim
de mudar seus conceitos e atitudes que forem necessárias para
desfrutarem com alegria e prazer da vida sexual dentro do
matrimônio. Por isso, esse livro vem recheado de informações para
o melhor desempenho e prazer sexual entre os casais cristãos, de
forma que o casamento de nenhum de nós venha a perecer por falta
de conhecimento.

Sabemos que sexo é algo vital no casamento, e ele é apontado


como uma das principais causas do divórcio. As outras duas são:
falta de vínculo afetivo e emocional entre ambos, mais conhecido
como incompatibilidade de gênios, e outro fator são problemas
financeiros que os parceiros podem vir a enfrentar juntos. Porém,
particularmente entendo que, se o sexo for bom, “muito bom”, as
demais coisas entram em sintonia, pois quando os cônjuges
possuem momentos de muito prazer, é mais fácil “suportar um ao
outro em amor”. É comprovado que casais que mantêm boa
frequência de atividades sexuais prazerosas têm menos conflitos no
lar e suportam melhor as tempestades do dia a dia, e também as
crises financeiras comparadas aos casais que têm distanciamento
sexual.

Lembro-me de uma época em nossa vida que a crise financeira


estava enorme. Naquela época, tivemos dias nos quais
procurávamos moeda em casa para enterrar o dinheiro para
comprar um pacote de arroz para as crianças comerem. Outro dia, o
gás acabou pela manhã e só no fim da tarde tivemos gás para
cozinhar em casa, ainda assim, procurei o que preparar e usei o
micro-ondas mesmo. Cada dia era um novo problema originado pela
crise financeira.

Em uma determinada tarde, ligaram-me da portaria do condomínio


onde resido pedindo uma liberação para entrar uma pessoa. De
início, fiquei feliz, pensando ser alguma colega que viera me
oferecer um ombro amigo em um momento tão delicado de crise
financeira que se fazia ciente por tantos conhecidos. Mas, ao
perguntar para quem era a liberação, tive a triste e desagradável
notícia que era um representante da “central elétrica do estado de
Goiás” (CELG), a fim de cortar a energia da nossa casa! Que
vergonha! Mas fazer o quê, não é? O inevitável aconteceu! O moço
cortou a energia mesmo! Na hora, o primeiro pensamento que veio
a minha mente foi:
– Marido irresponsável!

Segundo pensamento:
– Como ele pôde deixar cortar a energia de casa?

Então vieram mais várias perguntas:


– Temos três crianças, a casa é um sobrado e vai sair menino
rolando na escada à noite! Imagine os gritos: “Mamãe tá escuro”, e
a vergonha...
Enfim, uma análise fria do fato em si. Corri para o telefone para
cobrar dele o pagamento da energia o mais rápido possível.
Enquanto meu dedinho teclava as teclas do fone, lembrei-me da
noite anterior. Apesar de toda crise pela qual estávamos passando,
tínhamos tido um “momento tão bom entre nós dois”. Recordei-me
também de um compromisso que ele me fez prometer no início do
nosso casamento (em meados de 1993), uma promessa de que
nunca deixaríamos nada atrapalhar nossa vida sexual e sentimental.
Ele dizia:

– Meu bem, lá fora pode estar tudo desmoronando, mas aqui


dentro, no nosso quarto, na nossa cama, sempre precisa estar bem,
pois isto determinará como enfrentaremos as lutas do dia a dia nos
anos que se seguem!

Uauuuhhh! Que frase romântica para os primeiros dias e anos de


casados, não é? Bom, como eu não tinha muita noção do que viria,
graças a Deus fiz este juramento ao meu marido, de que
procuraríamos ser assim e que eu faria a minha parte. Enquanto o
esperava na linha, isso tudo me fez mudar a forma de lhe dar a
notícia. Veio um temor no meu coração e mais uma vez o Senhor
me auxiliou:
– Filha, não cobre dele o milagre que só Eu posso fazer!

Quando ele atendeu o telefone eu lhe disse:


– Oi amor!!! Tudo bem? – Assim que ele me respondeu,
continuei. – Aqui em casa aconteceu um pequeno probleminha... é
que cortaram a energia, aí você paga para religar hoje, está bem?

Assim que terminei de falar ele humildemente me respondeu:


– Meu amor, não tem jeito, aqui na empresa não tem dinheiro
para nada.
– Então vou orar para aparecer dinheiro. –Disse com um nó
na garganta, me despedindo – Beijinho!

Mais tarde, ele chegou em casa, trazendo uma caixa de velas na


mão, então eu entendi o mistério, fácil e óbvio. A energia não havia
sido paga. Meu marido é muito forte emocionalmente, praticamente
não o vejo com baixa autoestima, e os problemas não costumam
afetar o seu humor. Ele sempre foi um homem de muita fé e
persistência. Entretanto, naquela noite, percebi algo diferente. Ele
havia acabado de abrir a geladeira e, sem muito o que se alimentar,
ele se abateu ainda mais. Em seguida, meu esposo acendeu
algumas velas na casa e se retirou para o nosso quarto. Procurei
diálogo e percebi que era em vão. Coloquei as crianças para dormir
e depois o procurei novamente para falar para ele que estava tudo
bem, apesar da energia cortada. Mas ele continuava sério, triste,
decepcionado consigo mesmo e muito fechado, não queria orar e
nem ler a Bíblia. Então saí de perto dele, orei a Deus e pedi uma
direção do que fazer, e Ele me disse:
– Eleve sua autoestima na intimidade. Seja como uma corça
amorosa!

Então parti para o ataque, claro que sutilmente, desce e sobe


mãozinha. Como quem não queria nada, deitada ali no cantinho.
Nenhum de nós aparentemente tinha cabeça ou clima para isso,
mas passado um momento, a mente relaxou e as coisas
aconteceram! Após o banho ele voltou para o quarto alegrinho,
cantando: “Uma nova história Deus tem pra nós... Um novo tempo...
Tudo aquilo que perdido foi... Ouvirei de tua boca e te abençoarei...”

Olhou para mim sorrindo e logo disse: – Obrigado, viu!! Vai


passar... A crise vai passar.

Sorri para ele e disse:

– Não tenho dúvidas disso. Você é nota 10 em tudo que faz!


Isso para você é só um teste de Deus.

Percebi que a tensão daquela enorme crise financeira se


amenizou naquela hora. Assim, procuramos fazer isso em todo
tempo de dificuldade, não deixamos que ela afete a nossa
intimidade, por mais que às vezes seja difícil pensar em sexo devido
às pressões da crise sobre nossa vida emocional. Mas foi
justamente naquela época que ele me disse:
– Escreva livros sobre sexualidade para as mulheres e para
os casais. Precisamos deixar que nossas próprias experiências e as
experiências que você tem de aconselhamentos ajudem outras
pessoas.

E, quer saber, a luta foi um momento maravilhoso para nós dois,


aprendemos a amar mais um ao outro na crise. Afinal, não nos
sobraram palavras amigas para nos consolar, mas consolávamos
um ao outro, e nada melhor do que a sexualidade para proporcionar
isso. “Muitas vezes o entrelaçar de nossos corpos no ato sexual fala
ao profundo da nossa alma o que palavras não conseguem
expressar”. Por isso, pergunto: está tudo bem no quarto?
Geralmente, tudo vai bem no resto! A menos que um dos dois seja
tolo a tal ponto de não fazer sua parte para que tudo vá bem!
Lembre-se do que vimos no capítulo anterior, para que seja bom,
“cada um”, esposo e esposa, tem que fazer a sua parte.

Desde os meus 22 anos trabalho com aconselhamento para as


mulheres casadas, mesmo sendo recém-chegada à turma das
esposas na época. Ainda cedo comecei a ministrar no assunto. Por
causa do meu livro “Geladeira ou fogão”, publicado em 2009, foi
solicitado em abundância a abordagem do tema sexualidade em
minhas palestras, tanto para mulheres como para casais, e um fato
passou a chamar muito a minha atenção. Por que o sexo entre
marido e mulher é tão bom par uns e difícil para outros? Porque é
tão difícil para alguns casais se ajustarem?

Comecei a pesquisar sobre o assunto e em algumas palestras eu


pincelava alguns tópicos que abordarei nesse capítulo. Com isto,
mulheres e casais começaram a nos procurar, pedindo ajuda.
Mulheres que tinham dificuldade de ter desejo pelo marido, apesar
de amá-lo, esposas que eram frias e não conseguiam diagnosticar o
problema, e muitas que com até mais de vinte anos de casadas,
nunca haviam tido sequer um orgasmo!
Haviam também as que o marido tinha dificuldade de ereção ou
ejaculação precoce, e até mesmo falta de desejo sexual. O pior foi
quando um casal cristão nos procurou, casados há 28 anos, mas
que há uma década não tinham um momento de intimidade sexual
no casamento e que não estavam procurando ajuda. Eles achavam
ser um processo normal do tempo de casados, embora estivessem
emocionalmente doentes e depressivos em função disso.

Este é um dos casos que abordaremos a seguir dentro de cada


tópico. Esta é a razão pela qual a introdução deste capítulo está
frisando o “ANTES” do ato sexual, e falarei de alguns fatores que
podem estar trazendo problemas sexuais ao casal.

A medicina aponta que várias pessoas apresentam um problema,


chamado pelos médicos de “desejo sexual hipoativo” (DSH),
conhecido também por outros termos, sendo eles: falta de desejo
sexual frequente, inapetência sexual, diminuição de libido ou frigidez
(nas mulheres), e ao contrário do que se pensa, esse problema não
atinge apenas as mulheres, mas os homens também.

Uma pesquisa recente feita por sexólogos, constatou que este


problema atinge 26% dos brasileiros, sendo que somente 3% deles
apresentam causas orgânicas, ou seja, causas ligadas ao aspecto
físico-motor, mas apontaram que o restante, os 23% são devido às
causas “psicológicas”, que abordaremos a seguir. O grande dilema é
que as pessoas não verbalizam o problema da falta de desejo.
Geralmente achamos mais fácil culpar o cônjuge, jogando toda a
responsabilidade e frustração sobre o outro, do que procurar ajuda.
Entretanto, essa fuga gera uma insatisfação sexual cada vez maior
entre o casal, e pasmem, este problema não resolvido se agrega à
depressão, somado a outras séries de doenças físicas e ainda, uma
série de outros fatores complicadíssimos, chegando até em alguns
casos ao adultério e ao divórcio.

Meu objetivo com este tópico nesse capítulo, é levar você a


entender melhor o assunto em questão e trazer “algumas
receitinhas eficientes” para ajudar aqueles que passam por
infortúnios dessa natureza. Sejam esses problemas de origem
hormonal ou psicológica, as quais abordaremos detalhadamente,
começando por esse capítulo.

Para melhor compreendermos esse assunto, precisamos entender


que a atividade sexual pode ser dividida em três fases: o impulso ou
desejo sexual, o ato sexual e o prazer sexual (orgasmo - clímax). O
desejo sexual do ser humano adulto e consciente, ao contrário do
que pensam alguns, não é uma simples pulsão fisiológica, como é o
caso da fome ou da sede, ou de como funciona nos animais.

O desejo sexual para alguns é de fato tão rápido como acender


uma lâmpada na tomada, não é!? Mas para outros é extremamente
complexo, porque o impulso sexual trata-se de uma atitude mental
formada por três componentes principais: a biologia, a psicologia e a
socialização. Ou seja, ele vem pelos estímulos do corpo = biologia,
pelo estímulo da mente = psicologia, e isso inclui lembranças de
bons ou maus momentos ligados ao assunto, lembranças de
alegrias ou traumas, isso tudo está depositado na psique do ser
humano (psicologia) e a soma de informações que recebemos ao
longo de nossa vida = socialização.

Esses três fatores ficam interagindo continuamente uns com os


outros, como um processador gerando alguns elementos para
chegar a um produto final. O problema é que muitas pessoas travam
uma batalha na mente, e o fim do processamento ainda não fica
legal. Digamos que se um dos elementos acima, a biologia, que são
os fatores hormonais, a psicologia, que são as lembranças vividas e
a socialização, que se resume no que aprendemos, estiverem com
um certo nível de deformidade, reproduzirão um resultado final
muitas vezes negativo. Mas não se assuste, tanto para as mulheres
como para os homens que tem problemas de desejo sexual, há
solução!
Veja só algumas das causas principais do transtorno de desejo
sexual hipoativo, e entenda porque engloba a biologia, a psicologia
e a socialização do ser humano.

1. Causas Orgânicas (biologia)

Veja quais são os agentes causadores da falta de desejo sexual


nesta área:

• Diminuição ou falta de alguns hormônios responsáveis pelo


desejo sexual feminino e masculino, principalmente a
testosterona;

• Enfermidades, tais como: insuficiência renal crônica, cirrose


hepática, hipotireoidismo, diabetes e outras doenças
debilitantes;

• O uso de determinados medicamentos, tais como:


antidepressivos, tranquilizantes, anticoncepcionais, anti-
hipertensivos, antialérgicos e antigripais, e a maioria dos
remédios para dietas;

• O alcoolismo e o tabagismo, bem como o uso de drogas;

• A obesidade agrava a impotência, porque o tecido gorduroso


aumenta a produção do hormônio feminino. (E, aproveitando
o tópico, é bom lembrar que a obesidade atrapalha a junção
dos corpos do casal. Uma vez aconselhei uma senhora após
uma palestra que disse que o tamanho da barriga dela e a do
esposo era o que impossibilitava a penetração. Disse que era
extremamente difícil aos dois encontrarem uma posição
favorável ao ato, e que o cansaço do peso do corpo fazia
constantemente o corpo pedir cama para um descanso);
– Algumas fases naturais como gravidez, pós-parto, menopausa,
podem diminuir esse desejo em muitas mulheres.

2. Causas emocionais (psicológicas e psicopatológicas, ou


seja, ligadas à nossa mente). As mais comuns são:

• Estresse;

• Depressão. Como a depressão tem origem em vários


problemas, se torna hoje um dos maiores vilões, pois ela
pode vir de mágoas geradas por traição somadas à
amarguras, falta de perdão, falta de aceitação, sentimento de
culpa, etc;

• Transtornos de ansiedade, relacionados a alguma ferida


emocional, à sexualidade, incluindo pânico e fobias;

• Valorização dos aspectos negativos da sexualidade;

• Temor da intimidade;

• Temor à respeito da natureza do sexo (se é bom ou ruim,


santo ou profano).

3. Causas psicossociais. As principais são:

• Reação insatisfatória da pessoa;

• Atividade sexual insatisfatória;

• Conceitos culturais;

• Excesso de preocupações com a vida em geral;

• Excesso de preocupações em proporcionar prazer ao


cônjuge.
Abordaremos nos capítulos a seguir alguns dos motivos que
originaram os problemas sexuais entre os casais, assim como
também estudaremos sobre as causas principais e como tratá-las
para desfrutarmos do prazer projetado por Deus, vivendo em uma
só carne dentro da legalidade do casamento.
CAPÍTULO 3
Descobrindo as origens orgânicas dos
problemas sexuais e tratando-os

Causas orgânicas
1. Problemas de falta de desejo sexual ligados ao sistema
hormonal.

Dias atrás, um amigo de meu esposo, que consideramos como


irmão, nos procurou pedindo ajuda. Há 25 anos bem casado,
começou a enfrentar um sério problema. Sua esposa entrou na
menopausa precoce, e esse processo hormonal se agravou
bastante, gerando uma crise no casamento, até então ela, que era
uma esposa ativa sexualmente, passou a ser totalmente fria e, além
de afetar a vida sexual do casal, começou a afetar o relacionamento
interpessoal familiar, afinal, quando o marido cobrava dela sua
atitude de esposa, a resposta que ela dava, mesmo diante dos
filhos, era agressiva, talvez pela própria alteração hormonal.
Segundo ele, sua esposa dizia:
– Você tem que entender que já passei dos 40 há tempos.
Num tô com vontade. Problema seu! Tô sem paciência e mal
humorada! Não durmo mais direito... Tenho filho e casa para cuidar!

Essas eram suas reclamações. O nível de estresse entre o casal


foi ao topo! Ele me pediu para que eu falasse com ela.
Programamos um encontro entre as duas famílias, de forma que ela
não percebesse que ele havia falado conosco. Então, preparei o
ambiente e comecei a falar com ela sobre uma pesquisa que eu
estava fazendo sobre mulheres na menopausa, e possíveis
mudanças que isto trazia à vida do casal. Ela logo disse:
– Que bênção! Precisa mesmo.

Ela logo abriu o coração, reclamando para mim do marido que não
a entendia nessa fase de mudança.

Ela dizia:
– Será que esse fogo masculino nunca acaba? Misericórdia,
meu marido parece um tarado, eu já entrei na menopausa e lá em
casa tá um pé de guerra!

Ri bastante dela, levei o assunto com muito humor, mas disse a


mulher do que a Bíblia diz em 1 Co 7:3-5.

Segundo a Bíblia, é proibido negar o corpo ao marido, e lá não diz


que na menopausa, na terceira idade ou na velhice poderíamos
negar a sexualidade ao marido, mas está escrito que a mulher deve
satisfazer o esposo “em todo tempo... e em todos os dias da tua
vida” (Pv 5:18-19 e Ec 9:9A). É ordem e mandamento de Deus:
sempre que o marido quiser a esposa, e quando quisermos usar o
parque de diversões dele (rsrsrsrs), este deve estar à sua
disposição. Assim, concluí:
– Querida. Você é o parque de diversões do seu marido! É
com você que ele vira os olhinhos, dá uns gritinhos, etc. – Ela riu
meio sem graça, e eu continuei falando com ela amorosamente –
Querida, muitos casos de adultério masculino acontecem nesta
etapa, justamente porque a mulher acha que este tempo é hora de
se aposentar na cama, e o parque de diversões do marido passa a
ficar desativado na maioria dos dias.

Falei sobre como é maravilhoso estarmos casadas, termos no


esposo um amigo, um companheiro que nos ama, nos entende,
cuida de nossos filhos e que paga as nossas contas! Ainda mais no
caso dela, com 25 anos de casada! Disse a ela tudo isso, porque
como amiga da família eu conhecia bem sua realidade. Ressaltei a
ela, que satisfazer aos desejos sexuais do seu marido era o mínimo
que ela poderia fazer para ele, e que era essa satisfação sexual que
manteria seu marido tão bom líder da família como ele era.

Entretanto, eu também tinha ciência que além de convencê-la


emocionalmente, eu precisava ajudá-la a cuidar da sua reposição
hormonal, isso é imprescindível na menopausa. Sugeri que ela
procurasse uma médica colega minha, que é especialista em
medicina ortomolecular. Ela fez todos os exames e constatou uma
deficiência enorme de hormônios que ajudam na sexualidade.
Diante do quadro, minha amiga decidiu fazer a reposição destes
hormônios com o tratamento de hormônios bioidênticos, como tenho
liberdade com a médica solicitei ainda que ela colocasse um
pouquinho a mais de hormônio para garantir o serviço e a satisfação
do marido no pagamento (rsrsrsrs). Dias se passaram e aquele
amigo me ligou, dizendo:
– Oi, colega! Só liguei para agradecer! Com todo respeito,
Deus te abençoe! Depois que você levou minha esposa naquela
médica, ela ficou boa demais, sô! Está melhor do que antes. Tô até
pensando em fazer uma avaliação também, para eu não ficar para
trás (rsrsrsrsrs).

Ele é como um irmão para mim e para o meu marido, por isso teve
liberdade de brincar comigo assim! Eu ri tanto! Porém, pensei que
seria exagero dele para massagear o seu ego masculino.

Na outra semana fui à casa dele, fiquei uma tarde com sua
esposa e sua filha, e, para minha supressa, ela me disse:

– Ângela, o remédio que a médica me passou é bom demais,


depois que passei a usar até a minha cabeça mudou – prosseguiu –
Sem mais nem menos, eu lembro do “fulano” (marido) e me dá um
calorão. Tem dias que nem posso ver a foto dele na sala de casa
que dá um negócio assim por dentro (gesticulando). Se ele
estivesse em casa na hora, tenho certeza que eu avançaria nele.

Gente, que mudança! A filha ainda concluiu: – Até camisola nova


ela anda comprando, os dois estão num amor!
Confesso que fiquei muito feliz em ver a solução do problema
sexual deles, que começou por fatores hormonais, mas que foi
diagnosticado e resolvido a tempo de não terem um problema mais
sério no casamento. Depois disso, passei a indicar vários casais
para esta médica, e tenho recebido inúmeros testemunhos positivos.
Se você é mulher e se encontra nesta fase da vida, ou se você que
lê é um homem e sua esposa está assim, procure com urgência
ajuda médica, eles estão em consultórios e hospitais para isso! Se
não for ortomolecular, procure ajuda da ginecologista.
Agora, vamos falar de fatores hormonais, tanto para mulheres
como para os homens. Deixa eu te explicar rapidinho como isto
acontece em uma linguagem clínica: o sistema endócrino e o
sistema nervoso atuam em interligação, sendo ambos vitais para a
saúde física e mental do ser humano. Sexo é físico e mental! O
sistema endócrino transmite as suas mensagens utilizando agentes
químicos denominados hormônios, que são transportados pelo fluxo
sanguíneo, podendo atingir todas as células do organismo. Os
hormônios contribuem para a manutenção de um ambiente
constante no interior do corpo humano, que reage no exterior,
gerando ausência de desejo sexual espontâneo, ausência de
pensamentos sobre o sexo, fuga do relacionamento sexual,
resposta sexual insatisfatória em relação à excitação e ao orgasmo,
provocando baixa frequência sexual cada vez maior, além de
ansiedade. Em qualquer idade, tanto a mulher como o homem,
podem apresentar deficiência hormonal.

Mas chega um tempo da vida que esta análise e reposição


hormonal deve ser cuidada sem falta, as mulheres precisam se
cuidar com a proximidade da chegada da menopausa, que começa
a surgir por volta dos 45 anos de idade. E o homem? Eles também
têm a chamada “Andropausa”, que apresenta sintomas dos mais
variados, desde a perda do tônus muscular, até sintomas
depressivos, como baixa autoestima, irritabilidade, falta de memória,
perda da libido e desinteresse sexual. Esses sintomas ocorrem
tardiamente em relação às mulheres. Eles começam a surgir por
volta dos 50-55 anos. São os sinais do tempo provocando
principalmente déficit de hormônios também nos homens.
Felizmente, com os avanços da Medicina e a descoberta da Terapia
de Reposição Hormonal Masculina, é possível equilibrar tudo isso
com visitas periódicas ao médico que cuida desta área. Estes e
outros problemas que afetam o homem são tratáveis em quase
100% dos casos, porém requerem coragem de procurar ajuda,
desejo de mudança e prática do que é receitado pelo especialista ou
terapeuta.

Segundo uma pesquisa feita pelo Projeto Sexualidade (ProSex),


54% das brasileiras se queixam de dificuldades para atingir o
orgasmo durante a relação sexual. O remédio pode mudar a vida de
muitas que sofrem por problemas hormonais e tornar-se um grande
aliado no combate à disfunção sexual feminina. O nome é VIATOP
Gel AM, apelidado como o Viagra da mulher. Já para os homens
que apresentam problemas de falta de ereção ou ejaculação
precoce, os remédios mais comuns são o Cialis e Viagra. (Fonte:
Hospital das Clínicas, Rio de Janeiro, Projeto PROSEX).
Em um de nossos aconselhamentos, me deparei com um caso
preocupante. Uma mulher, casada há quinze anos, veio me
procurar. Disse que ela e seu marido sempre tiveram uma vida
sexual muito boa, mas que de repente passaram por uma
tempestade. A empresa onde o esposo trabalhava há anos o
dispensou, felizmente, na outra semana ele conseguiu trabalho,
porém com uma queda salarial de 60%. Como se não bastasse, o
pai daquele homem ficou doente, e toda carga financeira do
tratamento do pai recaiu sobre o filho, e os dois tiveram que se
adequar ao novo ritmo de vida. Essa tempestade afetou a vida
sexual de ambos.

Nesse caso, para a mulher é fácil, basta colocar uma porção de


óleo e tudo bem, mas para o homem, nem sempre é assim. Aquela
esposa me contava, chorando:
– Numa determinada noite, fomos nos deitar, ele me procurou
e não funcionou pela primeira vez. Ele ficou sem graça, eu não
cobrei e até fiz de conta que não vi, mas ele não me procurou
durante a semana toda. Depois tentou de novo, falhou, e já faz três
meses que ele não me procura mais. Está muito agressivo comigo e
com nossas filhas.

Após me relatar isso, ela se cobrava e dizia:


– Não sei o que fazer, talvez o problema seja eu mesma.
Estou me sentindo um lixo, não sei mais como agir! – Então
coloquei minhas mãos em seu ombro e disse a ela para os dois
procurarem um psicólogo ou um médico, porém ela disse que ele
era muito orgulhoso e que jamais faria isso.

Realizo um trabalho com mulheres em Goiânia, e tenho uma


amiga ginecologista, que quando pode está conosco. Levei essa
mulher em busca de ajuda e compartilhamos o problema dela. A
médica, muito esperta, deu a ela umas amostras grátis de um
comprimido. Sugeriu que nossa amiga dissolvesse o remédio no
suco, desse ao marido e que depois ficasse por ali, como quem só
estava fazendo um carinho sem segundas intenções. A especialista
ainda ressaltou que ela deveria esperar por uns vinte minutos, até o
“instrumento de trabalho sexual do seu marido” se levantar e armar
automaticamente. Então deveria aproveitar e fazer a festa, que
duraria no máximo uns 20 minutos. A médica disse à nossa amiga
que ela poderia dar o medicamento até duas vezes por semana, até
o trauma dele ser curado, ressaltando que o caso do seu marido
certamente não era hormonal.
A esposa fez conforme o solicitado. Dias depois, ela nos disse:

– Meninas, Glória a Deus! Bendito remédio, que devolveu o


vigor do meu marido. – Segundo ela, seu marido ficou tão bem que
só foi necessário utilizar o medicamento durante três semanas.
Eu estava em uma determinada cidade, após uma palestra só
para mulheres, quando uma mulher me pediu ajuda. Ela disse que,
quando contei o caso acima, acendeu uma esperança em seu
coração. Ela estava casada há dez anos, e só havia tido relações
sexuais com o marido no máximo umas 12 vezes. Eu fiquei em
estado de choque, mas achei que havia entendido errado. Perguntei
a ela:
– Doze em cada ano? – Seria menos mal, não é?
Ela respondeu:
– Não... Ficamos juntos em média uma vez por ano. – Ela
começou a chorar incontrolavelmente. Como eu ficaria ainda mais
um dia naquela cidade, me dispus a ir até sua casa, a fim de
atendê-la. No outro dia, tomamos um café juntas e descobri algo
muito triste no aconselhamento. Embora ela fosse uma mulher cristã
e temente a Deus, bem como o marido, e em razão disso
procuravam se respeitar e amar um ao outro, havia uma tristeza na
alma de ambos. Eles nunca haviam procurado ajuda, tinham medo,
achavam que Deus os permitiu serem assim. Ela achava que a falta
de desejo do marido era o seu espinho na carne, e que em nome do
amor ao Senhor e um ao outro, eles poderiam viver assim o resto da
vida. Não tinham filhos, até porque a probabilidade para a
fecundação em um caso assim é mínima. O fato que me entristeceu
ainda mais foi quando vi suas fotos antigas, percebi que de uma
mulher linda e, pelo sorriso, certamente alegre, ela se tornou triste,
obesa.
Descobrindo também que ela se entregava a comer
compulsivamente para engordar, a fim de ser uma mulher menos
atraente. Ela estava com depressão, tomava uma série de remédios
diários, tinha síndrome do pânico e outras enfermidades, todas
originadas de uma vida sexual mal resolvida. Ela havia ouvido o fato
que relatei anteriormente, disse que o marido de forma alguma
aceitaria procurar ajuda, que ele nem poderia saber que ela havia
me contado. Mas ela decidiu tentar fazer a mesma coisa que a
amiga do relato acima fez. Passou a dar remedinhos uma vez por
mês para o marido, e Glória a Deus!!! Segundo ela me informou, ele
está reagindo.

Hoje, quando escrevo esse depoimento neste livro, dei uma


paradinha e liguei para ela, dizendo que escreveria sua história,
omitindo, é claro, seu nome e onde mora. Com alegria, ela me falou:
– Acho que vou passar a dar o remédio a ele de 15 em 15
dias. – Com tom de alegria na voz, completou: – Estou tão feliz!
Obrigada! Está funcionando! Ele está se sentindo um super-homem
e eu a mulher maravilha.

Naquele momento, desliguei o telefone com lágrimas nos olhos e


agradeci a Deus pela coragem que Ele tem me proporcionado para
falar sobre esse assunto, que não é nada fácil, e pelo privilégio de
poder ajudar aos outros.

O casamento deles tinha amor, por isso ainda duraram tantos


anos a trancos e barrancos, mas faltava algo, por isso, afirmo: no
casamento o amor é o alimento, mas o sexo sem dúvida alguma é o
tempero!!!

Os aspectos psicológicos podem prevalecer sobre os físicos. Isso


significa que, mesmo que os hormônios estejam no pico, a mulher
pode não sentir vontade de fazer sexo e, às vezes, nem o homem, e
abordaremos esse assunto a seguir.
CAPÍTULO 4
Descobrindo as origens emocionais dos
problemas sexuais e tratando-os
(Dr. Pr. Dag Heward-Mills)

Vimos que o impulso ou desejo sexual tem estreitas ligações com


as nossas emoções. Algumas pessoas, sejam homens ou mulheres,
não possuem tanto interesse pelo sexo porque podem ter problemas
emocionais relacionados à intimidade. Os mais comuns são: as
marcas de fatos acontecidos na infância, experiências do passado
que trazem uma mistura de medo e rancor, ou seja, que trazem
algum tipo de lembrança que colide com o prazer sexual, gerando
um tipo de bloqueio ao desejo sexual. Quando isso acontece, muitas
vezes sem perceber a pessoa rejeita o próprio desejo ao sexo, ela
instintivamente bloqueia esse impulso. A mente trabalha como um
mecanismo de defesa para que nada, nenhuma experiência mexa
com o seu passado e com sua ferida emocional. Dessa forma, a
pessoa controla o desejo, muitas vezes bloqueia o prazer, e, se isso
não for tratado, corre o risco de perder totalmente o desejo sexual
pelo cônjuge. Como disse muitas vezes, essas barreiras são
fundadas em causas inconscientes, que são muitas vezes
diagnosticadas como raízes profundas de feridas emocionais,
geralmente precisando de um conselheiro ou terapeuta conjugal.
Neste capítulo, escreveremos alguns dos inimigos mais comuns do
desejo sexual ligados às nossas emoções.

1. Problemas de falta de desejo sexual ligados a traumas de


abusos sexuais vividos no passado.

Não deixe que a lembrança do seu passado amargure o presente


e estrague o seu futuro. Lembre-se que o seu futuro está intacto, e
depende das suas escolhas de hoje.
“Esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para
as que estão adiante de mim, prossigo para o alvo.”
(Filipenses 3:13b)

É impressionante o número de pessoas destruídas, limitadas e


paralisadas no campo das emoções, presas por situações vividas no
passado ou, ainda, no presente. É certo que as experiências
traumáticas do passado podem influenciar o desejo e a liberdade
sexual de uma pessoa com seu cônjuge. Esse fato pode acontecer
por várias origens, especialmente em pessoas que quando crianças
sofreram algum tipo de abuso, foram molestadas ou violentadas
sexualmente. Uma criança ou adolescente que vive um fato assim,
fica confuso quanto às dimensões do sexo na vida, até porque
geralmente esse tipo de violência sexual, na maioria dos casos,
quem praticou é pessoa amiga e próxima, infelizmente, são pessoas
que convivem no mesmo ambiente, em muitos casos: pais, irmãos,
tios, primos, avós e amigos íntimos da família. Esses fatos
acontecem próximos de nós, mais do que podemos imaginar! Isso
gera no abusado, sentimentos de culpa, amargura, raiva, revolta e
pensamentos depressivos. Na fase adulta, 95% dos casos não
tratados geram problemas sexuais. As marcas mais comuns das
consequências do abuso são:

1. Falta de desejo sexual ou completa aversão ao sexo, gerada


pela amargura e pela mágoa. O abusado passa a “evitar” o
sexo, pois aquele momento lhe traz uma lembrança amarga
e dolorosa. É como se revivesse o passado outra vez.

2. Interesse excessivo pelo sexo, levando-o à prostituição. Isto é


gerado pela baixa autoestima e pelo sentimento de não ter
mais valor (autocomiseração). O abusado acredita que
passou a ter o corpo sujo, contaminado, que não serve para
mais nada a não ser para este fim.
3. Tornam-se abusadores. É uma forma de vingança. “Fizeram
comigo, farei com outros!”
4. Tornam-se homossexuais pela decepção pelo sexo oposto,
ou por achar que nasceram com um destino: se relacionar
com pessoas do mesmo sexo.

5. Buscam ajuda psicológica e espiritual, são curados e usam


sua ferida cicatrizada para ajudar os outros.
Quero destacar nas linhas abaixo alguns casos comuns em nosso
meio. Com o consentimento das pessoas, que me permitiram
compartilhar suas histórias de vida a fim de ajudar você que agora lê
este livro, vou apenas usar um nome diferente para protegê-las.
Pena que nosso espaço para escrever acaba sendo pequeno diante
de tamanha riqueza do assunto, pois para cada atitude acima
citada, temos acompanhado pessoas em aconselhamentos que
puderam ser mudadas e retomaram suas vidas com alegria no
casamento.

Neste capítulo, falaremos mais sobre o primeiro tópico: “a frieza


ou repugna sexual”, por ser o conteúdo abordado neste livro e por
ser o mais comum entre os traumas gerados em consequência de
abuso sexual.

Um casal me procurou após ter assistido nosso programa de TV


exibido em Goiânia, onde resido. Naquele dia, a mensagem que foi
ao ar foi sobre casamento e falou diretamente aos seus corações,
motivando-os a irem em busca de aconselhamento. A princípio, o
problema deles parecia incompatibilidade de gênios. Depois do
primeiro atendimento, solicitei que na próxima reunião
comparecesse apenas a esposa.

Quando chegou o dia, conversamos e percebi que ela estava


bastante fria e calculista até mesmo naquilo que me responderia.
Com jeitinho fui perguntando sobre a vida sexual dos dois.
Imediatamente, mudou o semblante, o tom de voz e o humor que já
estava pouco. Deus ministrou ao meu coração, e sem mais rodeios
eu lhe disse:
– Querida Marta, mulheres que foram abusadas sexualmente
tomam algumas direções na sexualidade, e uma delas é a frieza e a
aversão ao sexo. E você se enquadra nisto! Pelo seu tipo de
aversão, com certeza você foi abusada por uma pessoa muito
próxima!

Aos prantos, ela me disse:


– É! Realmente é isto! Fui abusada por volta de 13 anos de
idade pelo meu irmão! – Naquela hora veio à tona a mágoa, a raiva,
a decepção, a vergonha, etc.

Ela disse que já tinha feito tratamento com terapeuta conjugal,


mas nunca tinha tido coragem de contar por medo da reação do
marido. Então eu a orientei:

– Primeiro vamos tratar você, o marido é outro caso, ele nem


era nada seu na época e com certeza nem te conhecia! – Falei
sobre a importância do perdão.
Ela relutou e disse:
– Mas eu sofro e ainda tenho que perdoar aquele vagabundo,
ele acabou com minha vida. Toda vez que meu marido vem me
pegar pelos braços e me deitar na cama para me despir, me sobe
uma raiva, um ódio inexplicável, e eu me lembro do vagabundo do
meu irmão.

Seu semblante mudou completamente, parecia uma criança


indefesa chorando e gesticulando na minha frente. Fui aos poucos
acalmando-a, insistindo no perdão e mudando o seu conceito a
respeito do marido, passei a mostrar a importância do sexo no
casamento e disse-lhe:
– O amor é o alimento no casamento, mas o sexo é o
tempero. O amor precisa constantemente de sexo, e de sexo bom,
tempero! Por exemplo, se alimentar diariamente de arroz, feijão e
carne sem alho, sal e cebola é uma coisa muito ruim, a gente
engole! Mas se os três tiverem temperados de sal, alho e cebola,
nos alimentamos saborosamente a vida toda, e ainda com gosto de
quero mais! – Frisei – O amor tudo suporta, tudo espera e tudo crê.
O amor faz nosso casamento permanecer firme, ainda que
tempestades surjam, mas o sexo traz tempero, traz sabor ao
casamento, e este sabor pode ser “sem graça”, como tem sido no
seu casamento, ou apetitoso com gosto de quero mais. Ou seja,
com aquela sensação de alegria e prazer.

Conclui falando sobre a diferença entre chupar um limão puro e


tomar uma saborosa limonada. Com amor, lhe mostrei que o abuso
havia sido, sem dúvida, apenas um limão em sua vida, mas que o
perdão adoçaria isso e poderia mudar a sensação que ela tinha na
intimidade.
Demoraram algumas semanas, mas ela procurou o irmão, o
perdoou e foi um momento muito lindo. Ele se ajoelhou aos pés dela
e disse que não conseguia dormir uma única noite sentido remorso
do mal impensado que ele fez. Depois ela decidiu contar ao marido,
poupou o restante da família para os dois não se exporem, mas
para nossa surpresa o marido lhe abraçou, protegeu-a como uma
criança em seus braços e lhe disse:
– Porque não me contou antes? Eu teria tido mais paciência
com você, teria te compreendido e tentado de ajudar, teríamos
poupado tantas brigas em nosso casamento.
Foi muito lindo. Os dois vivem mais alegres sexualmente, sorrindo
à toa, e você sempre os encontra perto um do outro. O mais lindo é
que Marta permitiu que Deus usasse sua história para ajudar outras
mulheres.

Estes dias estávamos em uma reunião de mulheres e ela estava


comigo quando fomos surpreendidas por uma jovem mulher casada,
com apenas 23 anos de idade, que estava entre nós. A menina
resolve abrir o coração e disse que havia sido abusada por um
diácono da igreja que era muito amigo do seu pai. O caso desta
moça ainda havia sido mais grave do que o de Marta, mas ela se
retirou de onde estava, saiu do seu cantinho, atravessou as
mulheres em direção àquela jovem e a abraçou com muito amor,
consolando-a:

– Amada, entendo a sua dor! Passei por isso, mas o caminho


é o perdão, levantar a cabeça e saber que o seu passado não pode
ser mudado, mas o futuro pode e precisa ser transformado. Não
delongue em procurar ajuda.
Estamos juntas acompanhando aquela jovem, crendo que daqui a
pouco ela também estará curada e que em breve ajudará o outras.

Outro caso eu não aconselhei, mas escutei na rádio o testemunho


de um homem. Ele já era casado, um homem com seus 40 anos de
idade, mas que teve alguns sérios bloqueios até conseguir desfrutar
de sexo com prazer com a esposa. Ele não entendia porque tinha
uma mistura de prazer, nojo e medo do sexo. Vez por outra, tinha
uma falta de desejo pela esposa e a rejeitava por dias. Tinha
também muita dificuldade em acariciar as partes íntimas da mulher,
ela reclamava e ele não sabia como lidar com essa situação e nem
onde procurar ajuda, parecia vergonhoso falar neste assunto, as
pessoas poderiam achá-lo menos homem! Afinal, ele era um
homem que sentia nojo e medo do ato sexual com sua esposa. Foi
quando ele ouviu um palestrante falar justamente sobre a força das
lembranças do passado em nossa vida presente. Ao ouvir alguns
depoimentos, ele mesmo identificou o seu problema.

Quando ele era apenas uma criança, entre uns 7 para 8 anos de
idade, seus pais trabalhavam e ele ficava em casa com a babá. Ele
se lembrou que um dia, a babá pegou a mãozinha dele e colocou
debaixo da sua roupa entre a sua calcinha, depois a babá gritou
como se sentisse dor, tirou a mãozinha dele e disse:
– Háaa... Aiaiaiai!!! Você me machucou, seu malvado, seu
taradinho! Vou contar para sua mãe e seu pai!! Aiaiaiai!!!

Quando ele chorava em pânico sem entender o que aconteceu, e


ela dizia:
– Então eu faço uma troca, você fica quieto, brinca de assistir
televisão o dia todo ou então vou contar para sua mãe e para seu
pai que o que você fez comigo!
Ele ainda disse que, durante o tempo que aquela babá trabalhou
em sua casa, esta era a arma da chantagem dela para lidar com ele.
Só então ele descobriu por que tinha uma mistura de medo, nojo e
de muitas vezes falta de desejo ao sexo. Ele testemunhou que
reprogramou sua mente, orou a Deus para que perdoasse aquela
babá que ele nem mesmo se lembrava da face e do nome, e
também a perdoou. Lutou contra seus medos até que pôde ser
completamente liberto de seus traumas. Com certeza a coragem
daquele homem de compartilhar tem ajudado muitos. Este fato é um
tipo de abuso.

Para terminar este tópico, quero contar a história de Mara, uma


jovem mulher que me procurou para aconselhamento. Ela estava
casada há nove anos, na sexualidade ela corria do marido dia após
dia com medo de não corresponder suas expectativas sexuais, pois,
embora amasse o marido e procurasse ser feliz ao seu lado, ela
nunca havia tido um orgasmo sequer e isto era percebido por seu
esposo. Aquela frustração a levou a ter, além da frieza sexual,
completa aversão ao sexo.
Com minha experiência em aconselhamentos, eu sabia que o fato
dela nunca ter tido um orgasmo não era a origem de tamanha
aversão. Então a perguntei:
– Quando se fala em sexo, o que te lembra? De bom e de
ruim?
Ela respondeu:
– Bom, nada! Só a vontade de descobrir algo bom para ver se
eu salvo meu casamento! Minha mãe me teve solteira, ouvi até
meus 12 anos de idade, tempo em que ainda morava com meu avô
e minha mãe, ele me mandando ter juízo quando crescer para não
dar a ele o mesmo desgosto que minha mãe lhe deu. Quando
cresci, entendi que isso estava relacionado ao sexo antes do
casamento, porque meu avô calculista dizia: “Sexo é igual a uma
barriga, que é uma gravidez, e você veio de uma gravidez
inesperada, errada e que envergonhou nossa família.” Sei que ele
falava assim para eu não cometer o mesmo erro, mas o que eu
aprendi é que sexo traz problemas.

A jovem mulher prosseguiu:


– Depois minha mãe casou com um peão de uma fazenda, fui
morar com eles, mas minha mãe apanhava e brigava
constantemente com o seu marido e comigo. Falava que eu trouxe
fracasso para vida dela, que depois que eu nasci ela perdeu o seu
corpo, a sua juventude, a sua vida. Enfim, ela alegava que o meu
padrasto não valia nada, e de repente, parece que eles resolviam as
coisas deles, os desentendimentos, ele procurava minha mãe e ela
ficava com ele na sala, lá em cima do sofá fazendo as coisas (sexo),
gemendo, até que ela chorava e balançava a cabeça. Eu escutava,
às vezes olhava entre a brecha da porta e pensava: “Que pouca
vergonha, como pode! Depois de tudo que ele fez e ela falou dele,
ela ficar ali, naquele fingimento”. Eu não sabia se achava ele sem
vergonha e vagabundo ou minha mãe.

A longa história de Mara ainda possuía um grande enredo.

– Quando eu fiz 15 anos, me mandaram para a escola na


capital, fui morar com uma tia maravilhosa, e meu tio era um
paizão! Mas de repente, o tio começou a querer passar as mãos
em mim longe da minha tia. Queria me levar para todo canto, no
carro tentava passar as mãos em minhas pernas e me olhava
mordendo os lábios. Corria dele até minha tia, mas ela implicava
comigo e dizia: “Minha filha, seu tio só quer te ajudar, ser o pai que
você nunca teve! Vai passear com ele!” Pobre tia, nem sonhava
que dormia com um tarado!
Neste momento, um choro com muitas lágrimas interrompeu seu
depoimento, ela me olhou e disse:
– Por que isso sempre atrapalhou minha vida?
Lá fomos nós, outro processo de cura, perdão e restauração.
Ainda bem que Deus é poderoso para curar as nossas mais
profundas feridas e restaurar nossas emoções. Um dia, o ladrão de
emoções, que é Satanás, talvez tenha tentado roubar seus mais
belos sonhos e feriu sua vida usando uma ou mais pessoas com um
abuso para tentar matar e destruir suas emoções, mas entenda que
Jesus vem sobre nossas emoções e nos traz uma vida com
abundância de paz e alegria.

São inúmeros os casos. Temos recebido muito resultado em tratar


casos de mulheres que foram para a homossexualidade depois de
serem abusadas e tomarem aversão ao sexo masculino, mas que
na verdade desejavam encontrar um “príncipe” e terem filhos, e que
haviam se perdido neste caminho por repugnar a atitude de um
homem para com elas no passado. Casos que já foram tratados e
hoje são testemunhos de que nada é impossível para Deus.
Se você, que agora lê esse livro, viveu algum fato que bloqueia
sua mente para os prazeres que Deus projetou para o casal dentro
do casamento, procure imediatamente ajuda.
Não perca mais tempo.

2. Frustrações com o cônjuge e incompatibilidade de


gênios

Precisamos ser pessoas mais “bem resolvidas” na vida.


Precisamos ter atitude de otimismo e não de pessimismo diante dos
problemas que afetam o nosso casamento e nossa vida sexual. O
maior problema da humanidade hoje é que as pessoas são mal
resolvidas e de difícil relacionamento. Vivem cheias de mágoas, são
egocêntricas, remoem o passado, reclamam de tudo, perturbam os
outros, são críticos, apontam defeitos em tudo, nada está bom, e, se
está bom, queriam que fosse melhor, são perfeccionistas ao
extremo, etc. Precisamos fazer uma auto avaliação para
enxergarmos se nossas atitudes contribuem ou não para “nossa
felicidade como casal”, e não para a “minha felicidade”. Precisamos
rever nossos conceitos e nossas atitudes. O importante é
descobrirmos qual é a melhor forma de nos relacionarmos um com o
outro. Nossas atitudes podem ser amigas ou inimigas, podem nos
aproximar das pessoas ou nos afastar delas, inclusive do nosso
cônjuge. Nossas atitudes são a biblioteca do nosso passado, porta-
vozes do nosso presente e profeta de nosso futuro.

Portanto, seja mais bem resolvido(a) e projete suas atitudes para


desfrutar de uma vida conjugal plena e satisfatória.

3. Feridas geradas pela infidelidade conjugal

O verdadeiro homem não é aquele que conquista uma mulher por


dia, e várias no mês ou anos... e sim aquele que conquista “a
mesma mulher todos os dias”.

E a mulher virtuosa é aquela que sabe que ser fiel é uma questão
de caráter... Ela mantém-se firme!

É fiel a Deus, ao cônjuge, à família e aos filhos...

Ela sabe que a maior de todas as virtudes é temer a Deus e


honrá-lo. E quem teme a Deus e deseja honrá-lo sabe que a traição
é pecado.

Veja só:

A infidelidade é um grande causador de mágoas que afeta o


casamento e o desejo sexual. Ela traz sérias consequências para a
família. Em Provérbios 6:32, o que adultera, está fora de si; só quem
quer se arruinar é que pratica tal coisa. A infidelidade é uma falta de
lealdade, é a incapacidade de receber uma confiança. Geralmente,
casais que passaram por esta decepção, sendo vítima ou o
causador, sofrem as consequências geradas pela mágoa, pois o
cônjuge traído sente raiva, vergonha, falta de desejo e muitas vezes
“nojo do corpo” do outro, pois foi possuído por outra pessoa. Gera
uma mistura de ressentimentos que só o tempo, muito amor e
paciência podem minimizar. Outros, pela culpa e a vergonha, tem
inibidos a ação sexual.

Infelizmente, nossa sociedade tem sido atacada por um tipo de


mídia onde parece ser culturalmente normal para o homem praticar
a infidelidade e ainda tentam mostrar que é permitido até para a
mulher trair quando por força de alguma situação ruim isso vir a
acontecer, como por exemplo, quando o marido é ruim, ou quando
ele já traiu ou quando é impotente. Da mesma forma, quando um
homem adultera, se justifica dizendo que teve motivos para tal,
ainda que realmente existam fatos que em alguns casos é mais fácil
ver o que originou.
A Bíblia diz em Provérbios 6:30-31: “Não é certo que se despreza
o ladrão quando furta para saciar-se tendo fome? Pois este quando
encontrado pagará sete vezes tanto, entregará os bens de sua
casa”. Continuando o versículo 32 do mesmo capítulo, dentro do
contexto do que este versículo quer exemplificar, diz: “o que adultera
com uma mulher (mas com um homem também) está fora de si, só
mesmo quem quer se arruinar pratica tal coisa”. Aqui Salomão usa
uma metáfora sobre o ladrão para dizer que mesmo por
necessidade não é admissível o ladrão roubar, bem como o cônjuge
adulterar.

Mas o pior disso tudo, é que muitos cônjuges se tonam para


sempre frios sexualmente um com o outro por causa de um erro
cometido por um deles no passado.

Casos e casos chegam ao meu gabinete de cônjuges que traíram


há 10 anos, mas que a mágoa, o ressentimento e a falta de
confiança tomaram conta do relacionamento a ponto de não
conseguirem mais terem desejo e prazer sexual pela parte de quem
traiu. Muitos homens querem que suas esposas sejam fogosas e
extremamente sensuais na cama, mas quando elas sabem que são
traídas, eu te pergunto: “Como?”. Troque os lados? Imagine como
você se sentiria numa situação assim. Então cultive a fidelidade no
seu casamento, seja você homem ou mulher.

Se seu casamento foi acometido por isso, não tem outra saída a
não ser o perdão. A separação não é a solução. Procurem fechar as
brechas juntos, e peçam para Deus restaurar o seu relacionamento.
Lembre-se que perdão implica em não cobrar mais do outro e em
não sentir mais dor. É como olhar para uma ferida cicatrizada, mas
só ver a marca.

4. Decepções da primeira vez... “Na lua de mel”.

Para jovens cristãos, esta é a forma correta de se consumar o


casamento: na noite de núpcias, e não antes. Essa noite foi
projetada para ser um período para os recém-casados de perfeita
harmonia, descontração, felicidade, lazer e prazer sexual.

A própria Bíblia incentiva a ter uma “lua de mel”, veja só em


Deuteronômio 24:5: “Quando um homem for recém-casado não
sairá à guerra nem lhe imporá cargo público; por um ano inteiro
ficará livre na sua casa, para se regozijar com a sua mulher que
tomou”. Que lindo, não é? Fico encantada em como Deus deseja
que os casais sejam alegres e felizes no casamento, inclusive na
vida sexual.

Como é interessante observar que, desde a Antiguidade, casais


se separam nos primeiros dias e meses do casamento a fim de se
regozijarem na vida a dois. O que acontece é que muitos casais
trazem decepções e frustrações da lua de mel, da primeira noite,
quando deveria ter sido um momento todo agradável, mas acabou
sendo um momento em que tiveram frustrações que perduraram por
anos. Isto acontece porque todos nós, homens e mulheres, antes do
casamento sonhamos com o momento especial. Tudo que acontece
pela primeira vez cria-se expectativas, como o primeiro dia na
escola, o primeiro trabalho, o primeiro beijo, e é claro, a primeira
relação sexual! Sendo assim, na lua de mel, acredito que é uma
expectativa ainda maior, pensamos na viagem, na roupa que será
usada, na camisola, mas também pensamos nos gestos, nas
palavras e, é claro, em como será a intimidade sexual. Entretanto,
não partilhamos os nossos sonhos e possíveis dúvidas um com o
outro, pensamos que o nosso futuro cônjuge vai saber de tudo, agir
como um príncipe ou uma princesa. Mas se alguma coisa sair do
script, cria-se uma frustração. Existem pessoas que são maduras
para administrar isso, e outras que não são! Veja só.

Um dia, uma jovem esposa casada há apenas três anos, me


procurou para aconselhamento após uma ministração, porque tinha
uma mágoa “enorme” do marido desde a noite de núpcias. Ao
perguntar a ela o motivo ela disse:
– Na primeira noite, no início daquele momento, ele foi muito
romântico, me dizia coisas agradáveis, como “eu te amo” e “você é
mais linda do que eu pensava”. Com muito carinho ele foi me
despindo devagarinho, a cada parte que ele descobria, me elogiava
ainda mais! Ele até colocou a luz na penumbra para eu ficar menos
tensa, pois ele sabia que me casara virgem.

Nessa altura, eu já tinha me esquecido que o aconselhamento era


sobre uma mágoa dela, e abri um sorriso, pensando: “Que bênção!”,
quando então de repente ela fecha o semblante e continua:
– Mas aí aconteceu uma coisa que me magoou muito, ele me
deu de presente, uma coisa bem embrulhada, um embrulho
realmente lindo, pediu para eu ir ao banheiro me vestir e quando eu
abri o presente... (lágrimas) Lá dentro tinha uma coisa “horrorosa”,
era uma calcinha fio dental vermelha.

Nesse instante ela chorou com vontade. Mas, assustada, quem


ficou foi eu! Em pleno século XXI uma coisa dessas! Eu fiquei ali,
olhando para ela, esperando a mulher se acalmar (e eu também),
pois a essa altura, de tanto ouvir que a coisa era horrorosa, eu já
tinha pensado que o moço deveria ser um psicopata. Confesso que
eu pensei rápido em presentes horrorosos, talvez uma camiseta
com a foto da sogra, dos cunhados, da ex, (rsrsrsrsrs
brincadeirinha), ou quem sabe uma minibomba! Sei lá o quê! Então,
calmamente, eu abracei aquela jovem esposa, olhei para ela e
disse:
– Querida, sua mágoa com seu esposo foi por causa desse
presente?
Ela chorando me disse:
– Claro! Minha mãe sempre me disse que esse tipo de
calcinha é coisa de “prostituta”, e ainda mais vermelha! Que é a cor
predileta delas! O que ele pensou de mim? Estragou nossa primeira
noite, estava indo tudo tão bem! – Então esperei que ela se
acalmasse e disse que não era nada disso! Que uma calcinha fio
dental, ou pequenininha, era apenas para realçar a beleza das
curvas femininas e que geralmente ficam lindas em mulheres, ainda
mais bonitas como ela! Disse que por isso as mulheres as usam
para os seus maridos quando eles gostam, e que infelizmente as
“prostitutas” usam para seduzir outros homens, saírem em revistas
pornográficas e outras coisas. Com respeito à cor vermelha, eu lhe
disse que Satanás tenta colocar “maldade” em nossa mente, criando
outras coisas ligadas à cor vermelha, tentando dizer que é uma cor
suja e vulgar, mas que essa é a cor que nos faz lembrar da nossa
redenção pelo perdão de nossos pecados, pois vermelho lembra do
sangue vertido na Cruz! E não prática de pecado como sua mãe
disse! Entendeu, querida!? Sangue pago pela redenção da nossa
alma, e não cor de bordel! Ressaltei que a intenção do seu marido
quando lhe presenteou foi continuar fazendo daquela noite a mais
linda e memorável possível!

Ficamos ali conversando, ela tirou suas dúvidas, mostrei muita


coisa na Bíblia que a deixou assustada, e ao mesmo tempo
encantada, pois jamais havia lido os textos bíblicos cheios de amor
e paixão em cantares de Salomão. Ela então concluiu, dizendo:
– Coitado do meu marido! Fui e sou muito dura com ele.

Concluindo, eu lhe aconselhei:


– Saia daqui, passe em uma loja, compre uma bela camisola,
e uma calcinha bem pequenina! De preferência vermelha! Pois deve
ser a cor que ele mais gostaria de ver em você.
Use só para ele ver, e depois guarde para outro dia especial.

Lembre-se que “A mulher casada cuida das coisas do mundo, em


como há de agradar o seu marido” (I Coríntios 7:34b)
Disse a ela que a mulher deve ser virtuosa como a mulher de
provérbios 31, uma verdadeira dama, elegante, séria e distinta no
seio da família, na Igreja, no trabalho e na sociedade, de tal maneira
que seu marido seja louvado nas praças. Entretanto, em quatro
paredes com seu marido, na intimidade sexual do casal, ela deve
ser “extravagante, sensual, ousada e sedutora” como a Sulamita,
que conseguiu atrair e manter Salomão cativo ao seu amor! Reforcei
para ser a mulher maravilha! Ser a mulher que consegue extrair
suspiros e gemidos do seu marido (rsrsrsrs).

Depois recebi o seu retorno agradecendo, ela escreveu que


estava colecionando algumas pecinhas de várias cores, daquelas
coisinhas do mundo que o marido tanto gostava (rsrsrsrs)! Ou seja,
pecinhas de roupas íntimas, melhor dizendo: belas camisolas e
calcinhas pequeninas.

5. Cônjuge crítico

Se você quiser colher mel, não chute a colmeia.

Se você critica a esposa, prepare-se para mais pernas fechadas


do que abertas... Esta advertência não serve apenas para os
homens, mas para as mulheres também. Mulheres que criticam o
marido não têm tantos benefícios como àquelas que tratam o
cônjuge com amor e palavras de estímulo. Homens que criticam as
esposas terão, sem dúvida alguma, mulheres frias na intimidade
sexual, além de mulheres mal humoradas dentro de casa.
Critique menos e elogie mais. As pessoas reagem melhor com
elogios do que com críticas, porque o reconhecimento pode seguir
de uma crítica construtiva.

Eu me lembro de que, após o parto de uma das minhas filhas eu


estava acima do peso, com pelo menos uns 15 quilos a mais, e meu
esposo estava comigo dentro do elevador, então ele ficou me
olhando, me abraçou disse que eu estava linda, que me amava
demais. Depois sorriu para mim e disse em tom sereno na voz:
– Meu bem, será que você nunca mais vai ser magra como
antes? Acho que seria bom você ir ao médico nutricionista para te
ajudar a recuperar o seu peso, estou pensando em marcar uma
consulta para nós dois. O que você acha?

Com um tom deste eu entendi o recado. Como ele se incluiu e me


falou com tanto carinho, eu não me ressenti. Os anos se passaram
e, para me manter no peso que ele gosta em mim, ele sempre me
ajuda, sem me criticar. Outra vez eu estava de novo acima do peso
e ele disse brincando, mas com um fundo de razão:
– Amor! Você está ficando uma coroa enxuta, mas se cuida
porque todos nós quando envelhecemos perdemos massa muscular
e temos a tendência de engordar, por isso eu pratico atividade física.
Então, meu amor, cuide direitinho de você, prefiro achar minha
mulher linda do que ser tentado a olhar para outras na rua e as
admirar.

Como ele falou a verdade em amor, no outro dia entrei na


academia e comecei uma dieta a fim de manter o peso. Críticas são
como pombos correios, sempre voltam!
Um marido criticou a mulher que estava gordinha, chamando-a de
“máquina de lavar”, e à noite quando ele a procurou para encostar e
tentar guardar o brinquedinho dele dentro da máquina de lavar, ela
disse:
– Para quê guardar o seu brinquedinho aqui? Pouca roupa,
você pode lavar na mão! (Rsrsrsrs) – Coitado, né? quem fala o quer,
ouve o que não quer.
Muitos casais criticam livremente um ao outro, erroneamente na
esperança de produzir melhorias na aparência ou comportamento
do outro, parece até que se habituam a criticar inconscientemente.
Além de fazerem reclamações constantes de pequenas coisas,
despontando em meio às palavras que se dirigem um ao outro
diariamente. Num ambiente desses, a intimidade pode não florescer.

Portanto, preste atenção ao que diz. Se as críticas que destroem


aos poucos o relacionamento de vocês estiverem sempre presentes,
você pode fazer algo a respeito, mesmo antes que seu cônjuge
resolva que é necessário mudar as coisas. Por seu lado, evite
totalmente criticar, ainda que você seja tentado a isso. Antes,
substitua as palavras de críticas por afirmações positivas de elogio e
ânimo. Isso vai mudar o seu relacionamento até na intimidade.

Conta-se que um homem reclamava que a esposa era


maravilhosamente fogosa no início do casamento e com o passar
dos anos se tornou muito fria na intimidade. Ele jurava que, não
sabia o motivo, até que, em um determinado dia, ela lhe disse a
razão, e fez isso com testemunhas, junto a um grupo de amigos.
Eles estavam casados há onze anos, e segundo ela, quando eles
eram solteiros, estavam passeando quando sem querer ela pisou
em uma poça de lama, e ele, namorado na época, foi muito gentil e
amorosamente lhe disse: “Meu amorzinho, cuidado.”

Continuou ela:
– Ele começou a falar mal do prefeito da cidade por não
arrumar as ruas, e eu o acalmei, dizendo que estava tudo bem, mas
ele continuou “Não se preocupe, eu vou limpar seu lindo pezinho!”.
Ainda tirou um lenço do bolso e limpou meu pé.

Neste momento, lágrimas da emoção saíram dos olhos da mulher,


e ela conclui:
– Ele ainda disse que se ele pudesse voltar no tempo ele
trocaria de lugar comigo só para eu não ter o pezinho sujo.
Entretanto, os anos se passaram e, no ano passado, 10 anos
depois, por uma ironia do destino, nós dois estávamos andando pela
cidade e novamente pisei em uma poça de lama, e ele todo grosso
por estar passeando comigo, enquanto os amigos estão no futebol,
disse: “Ocê é cega, muié? Uma poça de lama desse tamanho e
você não enxerga”. Você acha que foi só isso? Ele ainda completou:
“Ocê ficou parecendo com uma leitoa que, além de gorda, tá na
lama!”.

Após o relato, a turma toda riu e disse: –


Toma, distraído!
Ela aproveitou o gancho da conversa e concluiu:
– Depois ele ainda quer que eu queira “brincar de esconder
caminhão na garagem” com ele! É ruim, hein?!

Casais não se preocupam com o efeito devastador que a crítica


pode trazer no casamento. No namoro é uma coisa, e depois de
casados jogam o estresse do dia a dia em cima um do outro. No
namoro e noivado era “minha gatinha, meu ursinho, minha coelhinha
(bichinhos pequenos e fofinhos)”, depois os bichos crescem e em
tom de crítica chamam um ao outro de sua vaca, seu cachorro e sua
anta.

Lembre-se do que a Bíblia diz com respeito à boa utilização de


suas palavras:
“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a
ira.”
(Provérbios 15:1)

“Uma língua serena é árvore de vida.” (Provérbios 15:4a)


Os termos “resposta branda” e “língua serena” na Bíblia apontam
para palavras que trazem calmaria, paz e tranquilidade em uma
situação de comunicação e, como o próprio contexto diz, são
palavras que não suscitam ira, raiva ou contenda. Geralmente a
crítica leva as pessoas a terem baixa autoestima, ressentimento,
mágoa e até mesmo ódio de quem o faz. Por isso, a Palavra diz:
“Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi gordo,
onde há ódio” (Provérbios 15:17).

“Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é


justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa
fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”
(Filipenses 4:8). Ainda acrescento: “nisto falai”!
“A nossa boca deve ser um manancial de vida” (Provérbios
10:11A). Então, não perca o potencial que Deus colocou nas tuas
palavras, que podem salvar uma vida, transformar uma história,
consolar uma família, e abençoar sua intimidade conjugal com seu
cônjuge. Cuidado com suas palavras, cuidado com as críticas,
lembre-se daquele velho ditado popular que diz que o peixe morre
pela boca! Guarde o teu coração, fale o que edifica.

Você sabe o que é um manancial? É aquilo que mata a sede no


deserto. Então deixe sua boca ser usada como um manancial,
sempre que alguém chegar perto de você, ao invés de ouvir
palavras de zombaria, de sarcasmo, de ódio, ou de murmuração,
saia edificado e declare que através de você “encontra palavras de
vida!”.

Salomão era expert em elogiar ao invés de criticar. Ele dizia para


a amada: “Às éguas de faraó te comparo” (Cantares 1:9). Você pode
pensar: “Que absurdo! Então ele era pior do que o meu marido!
Chamar a amada de ‘égua’.” Nada disso, é que naquela época não
tinha carros como uma Ferrari, um Camaro e nem aviões,
entendeu? Comparar a Sulamita às éguas de faraó significava que
era um “elogio nobre”, uma vez que Salomão naquela época
introduziu em seu reino os puros sangues egípcios mais fortes,
belos e majestosos.

Determinada vez, uma mulher me procurou para confessar um


pecado antigo, mas que trouxe sérias complicações ao longo dos
anos de casamento. Ela disse que havia traído o marido uma única
vez, mas que arrependeu-se na época. Porém, isso trouxe
problemas, como a cobrança do marido dia após dia,
consequentemente assim, ela teve depressão e baixa autoestima.
No aconselhamento, ela disse:
– Sempre amei meu marido, jamais pensei em fazer isso, sabia
que era errado, mas naquela época ele era muito imaturo e eu
também, e todas as noites que ficávamos juntos, na hora H ele
sempre dizia: “Faz isso. Faz assim. Não tá legal. Você não é tão
boa. Vira para cá. Mexe para lá. Hummm, ainda não ficou legal.”

Depois que ele terminava tudo, ela já estava arrebentada com


tantas ordens e críticas, e ele ainda dizia: “Foi bom, né! Mas não foi
ótimo! Num foi tão legal! Parece que eu num tenho aquele desejo
por você.”

Mas ainda assim, no outro dia ele estava lá na porta do “parque


de diversão”, doido para brincar de caminhãozinho e garagem!
Novamente ele repetia: “É para cá. Não, é para lá! Num foi legal!”
Com isso a autoestima da esposa foi abaixo de zero. Nesse
tempo, ela não conhecia Jesus, não mantinha vida de intimidade
com Deus e, num momento de fraquezas e carência que surgiram
em meio a tantas críticas destrutivas, ela pecou.

Contei parte da sua história, hoje completamente restaurada em


Deus, para te mostrar algo interessante. De maneira alguma há
justificações certas que aprovem um adultério, claro que nada isenta
a pessoa do erro e da culpa em consequência desse pecado, mas
compreendemos porque as pessoas tão facilmente erram. A forma
que o marido acima tratava a mulher não justifica o seu erro, mas se
compreende.

Elogie ao invés de criticar. Diga ao marido “Você é 10”, e homem,


diga à mulher “Esposa, você é linda, gostosa. Deixa-me louco.”
Atendi certa vez uma mulher que apenas me disse coisas boas
sobre o seu casamento e alegou que queria ser voluntária na ONG
que temos para ajudar outras mulheres. Ela tinha autoestima, era
uma pessoa muito bem resolvida na vida, percebi que ela sabia
como ser sábia para edificar sua casa, era uma companheira
bacana na intimidade e aquela mulher se sentia “A MULHER!!!”.
Fez-me confissões de como seu esposo lhe tratava como uma
verdadeira rainha e com um sorriso largo ela disse:
– Ele me chama de GATOSA, que quer dizer “gata e
gostosa”.

Disse para ela:


– Ele é muito criativo! – Mas percebi que ela agia com o
marido à altura. Eu os conhecia, e apesar de seu marido ser um
homem desprovido de beleza, ela o venerava e causava espanto
aos amigos do quanto ela o honrava em todos os aspectos. Elogios
eram muito comuns entre eles. Assim descobri que este era um dos
segredos de tanta felicidade no lar deles.
Elogie sua esposa na cozinha, na sala e na cama! Não há mulher
que resista! Lembre-se, ELOGIE, e não CRITIQUE. Seja inteligente,
dizem “que nem sempre os pratos mais belos são os mais
saborosos”.

6. Raiva e ressentimento

A raiva e o ressentimento, não importam quão dissimulados ou


reprimidos sejam, acabam com qualquer desejo ou crescimento na
intimidade sexual. A frieza sexual pode ser sempre uma máscara
que esconde um mundo de ira, decepção e ressentimentos jamais
expressos abertamente. Isso acontece quando o casal deixa de
resolver os problemas à medida que estes vão surgindo, e isso
reflete na intimidade.

Uma discussão, por mais desagradável que pareça na ocasião, é


melhor que o silêncio glacial. Porém, embora a palavra “discutir”
tenha uma conotação em nossa cultura de desavença e briga de
palavras, não é isso que queremos dizer. Discutir um assunto
corretamente não é “brigar, xingar ou sapatear”, e sim conversar
civilizadamente, procurando manter o equilíbrio e a calma, ainda
que isso represente um esforço, com o objetivo de juntos, ou com
ajuda de outros, chegarem a um comum acordo e definir pontos que
estão sendo questionados ou cobrados.

A Bíblia diz: “Não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Efésios 4:26),
isso quer dizer: “Não pernoite, não vá para a cama com raiva”.
Nunca guarde sentimentos que te incomodam, busque uma forma
adequada para se livrar deles. Procure “desabafar”, procure um(a)
conselheiro(a) em condições de ajudá-los, mas não permita que sua
dificuldade em lidar com esses sentimentos que trouxeram rancor,
transforme-se em mágoa mudando o seu comportamento. Tenho
uma amiga que diz que, quando ela e o marido estão com raiva por
alguma coisa, ela não deixa o sol se pôr sobre este sentimento de
forma alguma. Segundo ela é fácil, ela se vira para o marido, pega o
instrumento de trabalho dele e diz: “Me dá esse negócio aí, tô
precisando do serviço dele agora” (rsrsrsrsrs). Depois a raiva acaba!
Confessar o que sentimos uns aos outros, é o remédio para o
corpo e para a alma. Compartilhar a tristeza, expor a dor, é como se
dividisse e aliviasse as angústias. Enfim, procure uma forma positiva
de lidar com o seu ressentimento, mas não deixe que a indiferença
seja inimiga do seu casamento. Toda vez que meu marido me
magoa e eu quero me fechar emocionalmente, penso em como isso
vai nos atrapalhar mais tarde na intimidade, então vou até onde ele
está e já digo:
– Amor, eu queria te pedir perdão porque estou chateada com
você!
Hoje ele já sabe que sou assim, mas no começo ele dizia: – Por
quê?! O que eu fiz???

Então eu já expunha minhas queixas e a gente já ficava bem um


com o outro.
Em 2012, completo 19 anos de casada, e sabe de uma coisa, hoje
quando ele me magoa, já perdoo logo e na maioria das vezes nem
falo que fiquei por uns poucos minutos chateada. Às vezes a raiva e
o ressentimento são por coisas difíceis de lidar, talvez foi uma
decepção que transpassou sua alma, talvez você esteja sofrendo
com coisas mais simples, enfim, não importa qual seja a situação,
precisa ser resolvido. Não deixe que as mágoas, os ressentimentos
e a indiferença atrapalhem a beleza da vida a dois.

7. Fracasso na comunicação

Não pode haver verdadeira intimidade sem comunicação, tanto


em nível verbal quanto não verbal. A maioria das pessoas,
entretanto, podem aprender a se comunicar mediante a prática, se
realmente o desejar. A comunicação requer um amor que escute,
bem como a disposição de ser vulnerável – de tentar colocar em
palavras aquilo que se está sentindo, e confiar essas palavras à
compreensão do companheiro.
Comunique-se mais com seu cônjuge, e estimule-o a comunicar-
se mais com você. Em vez de somente apontar aquilo que não
agrada no relacionamento de vocês, invista e valorize aquilo que
você gosta, fortalecendo o clima de afeto e cumplicidade. Em vez de
apenas cobrar do outro, faça! Trate-o(a) com afeto, criatividade,
iniciativa e paciência. Lembre-se que a qualidade da vida sexual de
um casal depende de ambos, por isso a comunicação é importante.
A comunicação não se restringe à linguagem falada, pode ser feita
pela linguagem corporal, pelo toque, pelo abraço, pelo beijo, pelos
gemidinhos, pelos gritinhos... A comunicação envolve o contato de
todas as formas, e não apenas a “conversa”. Não viva anos
insatisfeito(a) sem ter coragem de se expressar.

Um dia, uma esposa me disse que a coisa que ela mais gostava
era de ser tocada nos seios, e não em qualquer outra parte, mas
disse que o marido não pegava na “mama” dela (diferente o nome,
né?). Então perguntei se ela já tinha falado para ele sobre onde
gostava de ser tocada! Ela com muita vergonha respondeu: “Não!”.
Sugeri que ela desse uns gritinhos para sinalizar que ali era o ponto
culminante e dei de presente meu livro “Geladeira ou fogão!” a fim
de ajudá-la, mas antes mesmo de ler o livro ela já me adiantou:

– Eu não tenho coragem nem de pegar a mão dele e colocar lá


onde eu gosto de ser tocada, quanto mais dar uns gritinhos.
Misericórdia! Não tenho coragem.
Isso me faz lembrar uma metáfora muito contada sobre
comunicação. Conta-se que um casal de idosos comemorava suas
bodas de ouro após longos anos de matrimônio. Enquanto tomavam
juntos o café da manhã, a esposa pensou: “Por cinquenta anos
tenho sempre sido atenciosa para com meu esposo e sempre lhe
dei a parte crocante de cima do pão. Hoje desejo, finalmente,
degustar eu mesma essa gostosura”. Mesmo apreensiva por pensar
em qual seria sua reação, ela espalhou manteiga na parte de cima
do pão e deu ao marido a outra metade. Ao contrário do que ela
esperava, ele ficou muito satisfeito, beijou sua mão e disse “Minha
querida, tu acabas de me dar a maior alegria do dia. Por mais de
cinquenta anos eu não comi a parte de baixo do pão, que é minha
preferida. Sempre pensei que eras tu que deverias tê-la, já que tanto
a apreciava, pois me dava a outra parte”.

Imagine quantos anos passaram comendo o que não gostavam


por falta de comunicação.

8. Baixa autoestima

Um outro fator que provoca inconscientemente a falta de desejo


sexual é a falta de autoestima. Quando nós não nos sentimos bem
sobre nós mesmos, não conseguiremos nos sentir bem com o outro.

A baixa autoestima pode vir de vários fatores, tais como a


preocupação excessiva com a nossa aparência e os conflitos e
problemas do dia a dia. A soma desses e de outras dificuldades
podem refletir como falta de asseio, desleixo pessoal, má aparência
e obesidade, isolamento e falta de desejo sexual.

Os sentimentos que temos para conosco afetam a maneira com a


qual nos relacionamos sexualmente. É comprovado que as
mulheres que nunca tiveram orgasmos são aquelas que menos
valorizam a si mesmas como pessoa, elas só conseguem a plena
realização sexual quando tratam os seus sentimentos de
inferioridade e autopiedade. Jesus ensinou um mandamento:
“Amarás o Senhor teu Deus e ao próximo como a ti mesmo”. Quem
não consegue se amar, não sabe amar as pessoas ao seu redor,
isso significa que se não nos amarmos, afetaremos a forma como
amamos as pessoas, inclusive nosso cônjuge. A aceitação física faz
parte de nossa autoaceitação, constrói a nossa autoimagem.
Há uma tendência em nossa cultura de ficarmos insatisfeitos com
nossas curvas imperfeitas. Procure cuidar do seu corpo, mas que
isso não se torne uma coisa doentia. Tenha equilíbrio, desvalorizar e
supervalorizar o corpo são dois extremos, mas entenda que temos
que procurar focar nos valores do homem interior que somos. Isso
sim nos torna únicos e especiais, e lembre-se que, sexualmente,
não são as pessoas mais belas e perfeitas fisicamente que
proporcionam mais prazer ao seu cônjuge.

Cuidado com sentimentos e pensamentos que não te


acrescentam nada de bom como, por exemplo, a insegurança
quanto à sua aparência física. Este é um dos maiores vilões da
autoestima, pois a mulher cobra de si mesma e muitas vezes o
marido faz cobranças e comparações com outras mulheres.
Entenda que “cada um tem sua beleza peculiar, em cada faixa etária
de sua vida”, e os maridos devem também compreender isso. Às
vezes os homens cobram da esposa um corpo reto e sem defeito
algum, tudo em pezinho, mas se esquecem que eles também
tiveram os desgastes da idade e do relacionamento a dois. O
homem também fica com o bumbum mais flácido, a barriga grande e
ainda careca! A diferença é que geralmente isso pouco importa para
a mulher.

Precisamos entender que à medida que os anos passam, nós


mudamos. Nosso corpo vai sofrer alterações. Precisamos ter
coragem e atitude de alterar as coisas que podemos mudar, como
fazer uma dieta, melhorar o corte do cabelo ou procurar roupas que
sejam apropriadas para nosso biótipo. Precisamos ter serenidade
em aceitar coisas que não podemos mudar, e ter sabedoria e graça
de Deus em nós, para fazermos a diferença por aquilo que somos.
Existe uma correlação direta entre a percepção negativa do
próprio corpo e a inibição da intimidade sexual. Não se pode gozar
uma livre interação sexual, ou mesmo a intimidade de compartilhar
um banho juntos, um momento na intimidade sexual com a “luz
ligada”, totalmente à vontade. Geralmente, quem tem vergonha
tenta manter-se coberto o tempo todo. As respostas sexuais
naturais do corpo também ficam inibidas quando a pessoa se
concentra nas próprias imperfeições físicas em lugar de
pensamentos prazerosos e agradáveis. Para que isso seja
quebrado, procure comunicar palavras de apreciação pelo corpo um
do outro, sempre elogiando, nunca diminuindo. E se houve algum
desgaste por causa da gravidez e outros fatores hoje tem recursos
para melhorar isso, para agradar o cônjuge.

Medite sobre dois princípios bíblicos com respeito à sua


aparência:

a) Deus te deu esses atributos: “Graças te dou, visto que por


modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras
são admiráveis e minha alma o sabe muito bem” (Salmo 139:14).
Portanto, cuide da melhor maneira possível de seu corpo, seguindo
desenvolver um sentimento positivo acerca daquilo que Deus te deu
e da maneira pela qual Ele te fez.

b) “O Senhor planejou para que o marido e a esposa fiquem


‘nus e não se envergonhem’ diante um do outro como parte do
relacionamento de uma só carne” (Gênesis 2:24,25). Portanto,
esconder meu corpo de meu cônjuge não é bíblico.
Volto a repetir: foque na sua beleza interior e na boa prestação de
serviço, pois quando o serviço é bom, o cliente vira freguês,
independente da aparência!

9. Falta de sensibilidade

A intimidade cresce à medida que demonstramos sensibilidade


pelas necessidades de nosso cônjuge. Insensibilidade às
necessidades e aos desejos, particularmente na área sexual, podem
prejudicar muito o desenvolvimento da intimidade.
Um exemplo tradicional sempre citado é o marido que exige sexo
logo após uma discussão que ficou sem solução, com as crianças
brincando no cômodo ao lado, e o vizinho batendo à porta da frente!
Ou então, a esposa interrompe as carícias apaixonadas do marido
para tirar a carne do congelador ou verificar se está tudo bem com o
filho que está dormindo! Os terapeutas chamam de “sabotagem
sexual” o comportamento que impede a experiência de um ato
sexual satisfatório. Se você deseja desenvolver a intimidade, terá de
dedicar-se totalmente a compreender as necessidades de seu
cônjuge e as satisfazê-las de maneira que reflitam sensibilidade e
amor.

10. Ausência de contato físico não sexual

Esta é a reclamação de inúmeras mulheres, de que o marido só é


romântico e afetivo na hora do sexo. Para a mulher não funciona
assim, desta forma ela se sente um objeto sexual, se sente
completamente usada como um objeto. A frequência desta atitude
por parte do marido gera na mulher uma frieza sexual enorme.

Tenho observado que as pessoas casadas necessitam de contato


físico não sexual de natureza afetuosa, para poderem reter a
sensação de estarem amando. A intimidade sexual/emocional não
pode crescer a menos que vocês estejam em constante contato
físico, com delicadeza, sensibilidade e liberdade, sem temer rejeição
ou falta de compreensão. A intimidade requer aconchegar-se um ao
outro, sentar-se bem juntinhos, ficar de mãos dadas e beijar, tudo
isso como parte do seu cotidiano.

É com demasiada frequência que, depois de casados, os


cônjuges usam o toque físico apenas como sinal para o sexo, mas
as coisas não deveriam ser assim. Não se pode esperar que o sexo
satisfaça todas as necessidades de contato físico e afeição. Para
edificar a intimidade, vocês precisam “manter-se em contato físico
não sexual” todos os dias.
Algumas atitudes simples podem sinalizar isso, tais como:

• Ande de mãos dadas;

• Deite no colo um do outro para assistir um filme sadio ou


fazer uma leitura;

• Dentro do carro juntos, mantenha uma mão na perna do


outro, fazendo um leve gesto de carinho;

• Se despeçam com um beijinho;


• Traga alguma coisa da rua para o outro, seja um pão de
queijo, um pedaço de bolo, um bombom...

Esses dias aconteceu algo muito engraçado. Meu marido chegou


em casa à noite e eu estava ministrando em uma igreja, ele trouxe
alguma coisa da rua para mim, mas como eu não estava em casa,
não entregou. Cheguei tarde e já o encontrei dormindo. No outro
dia, pela manhã, eu estava terminando de escrever este livro, no
escritório da minha casa, quando ele entrou na sala, me entregou
um saco de papel todo amassado e sujo de margarina com algo
dentro: “Um pão de queijo amanhecido recheado com catupiry”. Ele
me deu um beijo e disse:
– Meu amorzinho, trouxe isso ontem para você.

Embora estejamos casados desde 1993, ele sempre se esquece


de que eu não gosto de pão de queijo amanhecido, mas valeu a
intenção, não é? (Rrsrsrsrs) Então eu sorri, me levantei, dei um beijo
naquela boca linda e disse:
– Obrigado meu bem, de noite te agradeço melhor!

Ele se despediu e, assim que ele saiu, joguei o pão de queijo na


lixeira. Depois sorri, meu coração se encheu de satisfação e
transbordava de amor, pois me senti importante, especial e amada
não apenas sexualmente, mas como esposa, companheira, amiga e
mulher. Às vezes as pessoas leem meus livros e dizem: “Queria um
marido como o dela, ou ainda queria uma esposa como ela”, mas
entenda, com todo carinho: “somos responsáveis por aquilo que
cativamos”. Eu e meu esposo somos cheios de defeitos, entretanto,
ainda muito cedo aprendemos a cultivar o amor, a cumplicidade, a
afetividade, a amizade e o perdão em nosso casamento. Isso é
muito bom! Afinal, só assim podemos ser casados, realizados e
felizes!
Agora vamos fazer uma análise das causas emocionais:

Se você, que agora lê este livro, é uma pessoa que já viveu uma
experiência amarga que tem te atrapalhado na área sexual do seu
casamento, tenha como regra de vida a partir de hoje a frase do
apóstolo Paulo, que ele sabiamente deixou registrada na carta aos
Filipenses sua orientação: “Esquecendo-me das coisas que para
trás ficam”. Essa deve ser a nossa atitude, deixando para trás o que
é passado e olhando para frente para o que ainda está por vir, tendo
a esperança (fé) firmada no Senhor.

Quero reescrever este versículo colocando-o em prática em


nossas vidas: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam,
sejam elas: a traição, o abuso, a baixa autoestima, as críticas ou as
experiências dolorosas que marcaram minha vida até aqui. Prossigo
para o alvo, e o meu alvo é um casamento feliz e realizado, cheio de
alegria e prazer, gozando de uma vida abundante com o meu
cônjuge!!! Amém!!! É isto que Deus tem a nós!”

Tem um ditado popular que diz: “O que não te mata te fortalece”.


Você morreu com essas feridas? Então ainda há saída. Deixe Deus
curar você e usar suas decepções transformadas em feridas
curadas e cicatrizadas para ajudar os outros! Creia que na área que
foi sua maior vergonha será sua maior honra, creia que esta pode
ser a força do seu ministério. Deus transforma as maldições, dores e
decepções que vêm sob o justo em benção.
Você percebeu como os casos narrados neste livro são situações
reais que alguém viveu? São fatos verídicos que se transformam em
bênçãos! Isto acontece quando deixamos Deus nos curar e nos
usar, todo passado se torna um propósito, e não ferida! Glória a
Deus! O Senhor age de uma forma maravilhosa, transforma aquilo
que era para ser humilhação em um ministério, usando nossa vida
como uma história de superação, de fé e de milagres, que cura
mulheres, homens e famílias.
“AQUILO QUE ERA PARA TE DESTRUIR, O SENHOR
CONVERTE EM DEGRAU PARA O SEU CRESCIMENTO”, mas
isso depende de nossa atitude.
Diante da atribulação, seja em qual for a área da nossa vida,
sempre haverá diante de nós dois caminhos: CRISE ou o
CRESCIMENTO. Se desejarmos permanecer em crise, viveremos
lastimando e reclamando, mas se desejarmos o crescimento,
devemos buscar a cura em Deus, ter domínio próprio e fazer com
que as amargas experiências nos tornem mais fortes, mais próximos
do Senhor e mais aptos para ajudar os outros. “Você não pode
mudar o que viveu, as marcas de maus momentos que lhe
trouxeram feridas, mas você pode mudar seu presente e futuro”.

Não vague pela vida, apenas viva cada dia intensamente!


CAPÍTULO 5
Descobrindo as origens psicossociais
dos problemas sexuais e tratando-os

Causas psicossociais
O que significa o termo “PSICOSSOCIAL”? São aquelas coisas
que concernem simultaneamente à “psicologia individual e à vida
social” do indivíduo. As causas psicossociais são aquelas que
ocorrem por problemas de relacionamento familiar, por problemas
profissionais complicados, por falta de dinheiro, pela “repressão
sexual” vivida desde a infância na família, na igreja ou em escolas,
por estresse, ansiedade, situações de perda de emprego, e outros
fatos que envolvem a vida social que refletem na psique do
indivíduo.
Quais são as principais causas psicossociais?

1. A herança de seu lar e a influência da família

Você pode ser uma dessas pessoas que no convívio familiar,


jamais havia feito qualquer referência ao sexo, talvez qualquer
palavra ou assunto com conotação sexual, foi evitada, descartada,
reprimida ou seguida de castigo. Esta forma de educação sexual
deixa no adulto uma herança familiar com alguns sentimentos, e os
mais comuns são: repugna e medo, culpa ou avidez, ou ainda ao
contrário, pois pode ser que uma pessoa criada neste ambiente se
sinta excitada em ler ou ver qualquer matéria sexual, ainda que seja
com objetivo jornalístico sobre sexualidade. A maioria se sente
culpada por esse sentimento, já que isso parece ser um grande
pecado.

Por outro lado, a ausência de informações sobre o sexo pode


gerar na pessoa um apagão sobre o assunto, é como se fosse
anormal falar sobre esse tema. Outros viveram onde a mensagem
sobre o sexo era repugnante, nojenta, suja, promíscua, ou ainda
que o sexo é totalmente normal, como do tipo: faça a qualquer hora
e com quem desejar, porém essas mensagens impregnadas em
nossa mente desde a infância, determinarão o nosso
relacionamento sexual com o nosso cônjuge, e também o
relacionamento familiar. O mais correto é que filhos cresçam onde
os pais possam ensiná-los de forma clara e correta sobre a
sexualidade, segundo os padrões de Deus para um casal, e ainda
os prevenindo que: amigos, a escola, a TV, entre outros agentes
comunicativos tentarão deturpar a mensagem sexual sadia por nós
ensinada.

Veja só, um caso interessante para que você compreenda melhor


este tópico. Roberto quando criança testemunhou e viveu cenas em
um lugar de promiscuidade sexual. Isso gerou uma série de
problemas no seu casamento. Ele era filho de uma mulher que se
envolveu com um homem casado e este homem, ao saber da
paternidade, se recusou registrá-lo como filho, e até mesmo a
conhecê-lo. Sua mãe, com muita dificuldade de criá-lo, se entregou
à prostituição. Ela o levava desde pequeno para o prostíbulo e para
ela isso era completamente normal. Uma das coisas mais comuns
era ele ouvir assuntos sobre sexo, ainda que de uma forma vulgar e
deturpada, ele via diferentes homens em sua casa e sua mãe
colecionava roupas íntimas extravagantes e até roupas de fantasias
sensuais ele sempre via no varal de sua casa.
Os anos foram passando e ele foi crescendo, sua mãe felizmente
conseguiu um trabalho digno e abandonou a vida promíscua da
prostituição, mas aquelas cenas e conversas que ele vivenciou
sobre o sexo ficaram gravadas em sua memória. Ele se converteu
na juventude, com seus 20 anos de idade, mas já tinha várias
marcas e experiências na área sexual. Por causa do que viveu, seu
maior sonho era se casar com uma moça virgem.
Teve seu sonho realizado, casou-se e logo na lua de mel teve sua
primeira decepção, “a moça não sangrou”. Isso imediatamente
gerou uma crise, uma cobrança e ele a chamava de mentirosa. Ao
retornarem da lua de mel, ela desesperada me procurou. Então eu
lhe perguntei se ela havia feito exames pré-nupciais, e se a médica
não lhe havia explicado algumas coisas sobre isso. Eu lhe disse
algo que eles não sabiam, que nem toda moça sangra ao perder
sua virgindade na noite de núpcias, expliquei que criaram-se mitos
devido ao tabu “sexo”. O mito era que toda moça ao perder a
virgindade tenha muita dor e sangramentos abundantes. Disse a
eles que geralmente quando “as coisas são bem feitas” e acima de
tudo com ambos conscientes e perfeitamente à vontade com o que
estão a fazer, uma grande maioria das mulheres sente poucas
dores, um pequeno ardor na altura em que ocorre a defloração, e
praticamente não ocorre grande sangramento e quando ocorre é de
tal modo insignificante que é estancado pela própria pressão do
órgão masculino contra as paredes da vagina; apercebendo-se só a
mulher muitas vezes desse sangramento quando depois de vestir a
sua roupa íntima verifica ao tirá-la uma pequena mancha de sangue.
Existem até mulheres em que o hímen é inexistente por razões
congênitas (nascem sem hímen). Pedi a ela que retornasse com ele
na médica onde ela havia feito o pré-nupcial para que a mesma
explicasse ao marido.

Ela me disse que a médica lhe havia dito que seu hímen era
complacente, de fácil ruptura, e ainda disse que lhe parabenizou,
em tom de humor, que não era comum moça se casar virgem nos
tempos atuais. Só então ela se lembrou de que depois do ato ela
tomou banho, colocou uma camisola com uma calcinha branca e foi
dormir, e que ao amanhecer tinha uma pequena mancha de sangue
na calcinha, mas achou que seria a menstruação que havia descido
por causa do seu estado emocional. Ela nem ao menos mostrou ou
contou isso a ele, o que certamente teria amenizado a questão, pois
para ele aquilo seria um troféu. Felizmente, eles foram à médica e
resolveram a questão, conversaram, se perdoaram e se
entenderam!

Dias depois ela me procura novamente por um segundo problema.


O segundo problema, era que quando ela usava camisola, essas
bem sensuais, transparentes, coloridas e curtas, ele perdia
completamente a ereção, porque sua lembrança era do prostíbulo,
das roupas da mãe no varal, ainda que as camisolas de sua esposa
fossem bem diferentes de fantasias sexuais. Mas ele ficava
excitadíssimo se ele a via com pijama de bolinha, de florzinha ou de
Barbie (rsrsrsr), pois essa imagem trazia em sua mente a imagem
de moça recatada, boa mulher, honesta, mãe, esposa e dona do lar.
Então pude explicar para ela por que ele se sentia assim, ainda bem
que ela o entendeu perfeitamente. Disse ainda:

– Querida, ele precisa do seu amor, da sua compreensão, sua


paciência para curar as lembranças amargas do passado. Então
abuse de pijaminhas e camisolinhas de florezinhas, bolinhas... De
cores amarelinhas, rosinhas... Tudo estilo camponesa e mais infantil
possível. Quando ele se curar, aí você usa essas camisolas. E se
não sarar, paciência, cada um tem um gosto! – Continuei. – Existem
mulheres que eu aconselho, que reclamam que o marido pede para
elas dormirem sem calcinha, ou ainda completamente sem nada!
Imagine só! Não é bem pior? (Rsrsrsrs)
O tempo passou, hoje estão casados, com dois lindos filhos e
vivem muito bem!

Outros foram muitas vezes alertados sobre os perigos da vida


sexual, mas não receberam informações sobre os prazeres da vida
sexual dentro da legitimidade do casamento sob a luz da Bíblia
sagrada.
Um casal em aconselhamento me compartilhou que embora
ambos tivessem sucesso profissional, viviam um fracasso na vida
conjugal, especificamente na área da sexualidade. A esposa lutava
contra si mesma, reclamava que ao dormir tinha sonhos que a
excitavam, pois sonhava sendo beijada e acariciada, e quando
alguém lhe tocava com carinho, ainda que fosse um toque nos
ombros, ela ficava desconcertada. Entretanto, eles agiam
honestamente, eram marido e mulher que conversavam sobre este
problema. Ele disse que não entendia porque ele não a acariciava e
quando o ato acontecia, era meramente algo mecânico, e ainda que
sexo para ele era suficiente uma vez no mês! Ao conversarmos com
eles e tentarmos ajudá-los, o marido disse que cresceu sem ver
afetividade em casa, seus pais nunca o colocaram no colo, nunca foi
beijado pela mãe e nunca percebeu algo de afetuoso entre os pais.
Ele cresceu em uma cidade de interior, numa época em que o
conteúdo da TV era controlado, e disse que, quando eles viam uma
cena na rua que mostrava algo íntimo, os pais diziam: – Que pouca
vergonha!

Ele cresceu totalmente controlado no quesito sexo, embora ele


tivesse ejaculação normal, no ato ele era rápido, colocava o “facão
na bainha”, movimentava, tirava e pronto! E a esposa concluiu em
lágrimas:
– Não tem um abraço, um beijo, um gesto de desejo, um olhar de
prazer para meu corpo, ele é uma simples máquina de fazer sexo,
que me usa e joga para o lado.
Ela então se tornou uma esposa dura, bruta, rude e amargurada,
mas que ainda amava o marido.

Durante o aconselhamento, lágrimas caíam dos olhos de ambos.


Naquele momento orei a Deus, e o Senhor me deu uma estratégia,
sugeri que a partir daquela semana eles te riam que ter intimidade
sexual pelo menos uma vez a cada sete dias, e que cada semana
um deles seria responsável para seduzir o outro, e depois dariam
uma nota pelo desempenho do parceiro. Disse que seria uma forma
diferente, em tom de brincadeira, para eles se ajudarem. Sugeri
ainda que o jogo de “seduzir” o outro poderia durar uns três dias, a
fim de ajudá-los a se apreciar um ao outro começando pelo contato
físico não verbal. Meses depois as notícias foram boas, eles
estavam conseguindo ter relações uma vez por semana. Segundo a
esposa, ela já estava sendo paparicada, desejada e já se sentia
amada, e os sonhos perturbadores haviam acabado.
Filhos que receberam pouco afeto em casa, geralmente se tornam
homens e mulheres que não sabem dar um beijo, dar um toque
demonstrando afeto ou uma palavra de amor. 2. A influência da
sociedade
Você pode ter crescido numa sociedade onde todas as famílias
eram muito parecidas e, por isso, você e seus amigos receberam o
mesmo tipo de influência social. O comum é que tudo que se diz
respeito a esta área geralmente é rodeado por muitas conversas,
fofocas, maldizeres ou repressão. Às vezes durante a mocidade,
você se viu longe dos princípios cristãos e aprendeu sobre sexo
com pessoas não cristãs, que muitas vezes acham tudo normal,
desde a prostituição, o adultério, a masturbação, a
homossexualidade, até a pornografia. Esses conceitos e
experiências deixam marcas e precisam ser refeitos de forma
correta em nosso caráter e nossa mente.

Vivemos em um tempo em que os jovens cristãos estão sendo


bombardeados pela influência que a sociedade tem exercido sobre
a sexualidade. Não transar antes do casamento é sinônimo de
fraqueza, de atraso e até mesmo de negação da sexualidade
natural, ou seja, são chacoteados como se fossem gays. O normal é
ir a motéis, e o anormal é frequentar uma igreja!

O conceito sobre sexualidade que a sociedade passa ao ser


humano e tenta influenciá-lo é totalmente distorcido daquilo que é
corretamente o plano de Deus para nós. A sociedade é influenciada
por informações dos meios de comunicação, tais como: propaganda
comercial, novelas e filmes, revistas e jornais, rádio, redes sociais
pela internet, etc. Só que os conceitos que procuram nos influenciar
através desses meios sociais, tendem a ser totalmente deturpados,
feito por gente que nem sempre é um bom exemplo na área moral.
Dizem-se pessoas liberadas sexualmente, ou sem bloqueios,
abertos para qualquer nova aventura, não importa se ela envolver
danos espirituais, familiares, físicos ou emocionais. Infelizmente, os
apelos feitos pela influência da sociedade atual de certa forma estão
conduzindo milhares de pessoas a um pensamento coletivo de que
sexo antes do casamento é perfeitamente normal, que infidelidade,
dependendo do caso, não tem problema. Sutilmente estas
mensagens vão afetando a mente humana. Deus determinou que o
relacionamento sexual fosse um “privilégio do casamento”,
justamente porque sexo antes do casamento traz consequências na
área emocional, física e espiritual.

3. A influência da Igreja e os conceitos religiosos

Ao longo dos anos, temos percebido que a Igreja Cristã havia


promovido um distanciamento entre a sexualidade e a
espiritualidade. Embora não seja isto que encontramos na Bíblia,
pois o sexo foi criado por Deus para ser algo maravilhoso para o
casal “casado”, se utilizado da maneira correta.
Ao percorrermos a história da Igreja, vemos que logo após a era
dos apóstolos o conceito era que o “prazer físico” era mau, com isso
a relação sexual deveria ser apenas para procriação. Já os
reformadores protestantes no século XVI, aceitam melhor a
sexualidade, por volta do século XIX um Pastor Inglês por nome
Jeremy Taylor inovou! Ele encorajava a prática de relações sexuais
no casamento a fim de aliviar e diminuir as tensões do lar ou para
desenvolverem afeição um pelo outro. Só por volta de 1600 d.C,
com os puritanos, é que, ao contrário do que se poderia supor,
houve uma perspectiva bem positiva e saudável em relação a
sexualidade.
Nos dias atuais, podemos louvar a Deus com tantos palestrantes
na área da sexualidade que tanto tem abençoado casais em todo
mundo, lutando para ajudar os casais a permanecerem casados e
realizados sexualmente.

Muito do negativismo com respeito à sexualidade é fruto dos


limites impostos pela Bíblia sobre o comportamento sexual. Sem
dúvida alguma, a Palavra tem muito a dizer a respeito do mau uso
de nossos corpos e do comportamento sexual inaceitável fora da
relação com o nosso cônjuge. O alvo de Satanás é tirar o equilíbrio,
ele nos puxa atacando nossa mente privando-nos do prazer
prometido por Deus na sexualidade ou nos empurra para
ultrapassarmos os limites estipulados pelo Senhor, sobre o que se
refere a sexo. Por esse motivo ouvimos tantos palpites e achismos
sobre sexo, mas ouvimos muito pouco corretamente, baseado no
Evangelho, sobre aquilo que deveria fundamentar uma vida sexual
sadia, abençoada e prazerosa, projetada pelo Senhor.
Biblicamente veja alguns dos propósitos do Pai para a
sexualidade do casal:

• Para ter filhos:

“Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos;


enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as
aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a
terra.” (Gênesis 1:28). A única maneira do ser humano frutificar e
multiplicar é através do ato sexual.
• Para a proteção contra as tentações de Satanás:

Marido e mulher não têm poder sobre os seus próprios corpos.


Veja: “Não vos negueis um ao outro, senão de comum acordo por
algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois vos
ajuntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa
incontinência” (I Coríntios 7:5). Este versículo diz que o casal deve
conceder um ao outro o que lhe é devido. Vamos examinar a frase,
“conceda o que lhe é devido”. Qualquer dicionário mostrará que
“conceder” significa “dispor para que alguém faça uso de um direito
seu”. Isso implica que a outra pessoa possua direito de “usar”
aquilo, assim tornando “obrigado” que o outro permita. Também na
frase, “não priveis um ao outro”, “privar” significa “Impedir(-se) de ter
a posse ou gozo de alguma coisa ou de algum bem, abster-se de”.
Ou seja, não “pagar” é “roubar” o que é “devido” o outro cônjuge.
Mas tudo isso é com o propósito de proteção contra as tentações
que podem vir sobre o cônjuge na falta deste desejo não suprido.
• Para o prazer do casal:

“Beija-me com os beijos de tua boca, porque melhor é o teu amor


do que o vinho” (Cantares 1:2). A expressão hebraica: “melhor é o
teu amor do que o vinho” compara todas as alegrias e prazeres com
o vinho. Naquela época, banquetes oferecidos para o divertimento
eram descritos muitas vezes simplesmente como “banquete do
vinho”, pois o vinho era uma metáfora para o prazer, emoção
intensa, doçura e alegria. Essa expressão sugere que o amor deste
casal lhes proporcionava alegria e prazer indescritíveis e
incomparáveis.

São vários os versículos bíblicos que nos levam a entender o


propósito de Deus para que o casal desfrute do prazer sexual, leia
outro livro de minha autoria “Uma só carne, DEVER OU PRAZER”, e
certamente você poderá enriquecer ainda mais sua vida sexual com
seu cônjuge.

Muitos carregaram e ainda carregam uma influência negativa por


parte dos conceitos religiosos que exercem influência no
casamento. Eu me lembro de um dia quando chegou à minha casa
uma adolescente que fazia parte de um coral que eu regia. Ela se
aproximou aos prantos me dizendo que seu pai havia ido embora de
casa com uma amante e que sua mãe estava inconsolável. Eu fiquei
assustada com aquela história, era inexperiente para ajudá-la, pois
eu tinha talvez uns dois anos de casada, mas ainda assim, deixei-a
em minha casa e fui ao encontro de sua mãe.

Chegando, eu me assustei demais com tudo aquilo, pois se


tratava de líderes da nossa igreja e era um casal muito bem visto.
Eram um exemplo.

Ao conversar com ela, que já tinha aproximadamente uns 15 de


casada, no desfecho do diálogo ela me relatou que os dois tinham
um problema sério, e ainda concluiu:
– Eu sou muito espiritual e ele muito carnal. Não deu mais
para administrar...

Não entendi o que ela quis dizer, pois sempre vi o irmão na Igreja,
ele era assíduo aos cultos e permanecia junto da família, e eu nunca
havia visto nem sequer falarem nada da conduta moral. Então lhe
perguntei:
– Como assim carnal?
– Ele gosta de sexo, e eu gosto, é claro, de oração e Igreja.
– Mas ele vai à Igreja, frequenta assiduamente até aos cultos
de oração!
Então ela explicou que ele era carnal porque a procurava pelo
menos uma vez por semana, e ela por sua vez o achava extremo.
– Ele só comparece junto... quer dizer... só quer você como
mulher (rsrsrs) uma vez por semana e você o acha carnal? –
Assustada, eu lhe disse: – Pois então o meu é um “maníaco sexual”,
pois comparece todo dia!

Diante do diálogo percebi que ela não entendia nada sobre


sexualidade, nem sabia nada sobre o que dizia na Bíblia. Eles
tinham nascido em um lar cristão, todavia nunca haviam nem
mesmo lido todo o Evangelho, só recebiam o que ouviam na Igreja.
Li com ela alguns textos bíblicos e facilmente a jovem interpretou, e
falou:
– Não tem mais jeito! Ele foi embora.
Então perguntei se ele faltava pegar algo que ficou para trás em
casa, então ela ligou para ele e pediu para que a noite buscasse os
demais pertences que havia ficado em sua residência. Nesse meio
tempo, levei-a ao salão, mandei dar um trato nela, pedi à depiladora
para desmatar parte da mata amazônica e mandei acabar com a
reserva ecológica que ela tinha debaixo dos braços. Misericórdia!
Nem da higiene pessoal ela cuidava! Depois passei com ela numa
loja, arrumamos uma camisola e lhe dei umas dicas:
– Quando ele chegar, atenda a porta de camisola, avance
nele, tire a roupa dele, seja interativa, dá uns gritinhos. Diga que ele
é demais!!! Isso o fará se sentir um verdadeiro Tarzan (rsrsrsrs)!
Sei que o negócio funcionou e deve ter sido tão bom, pois ela
conseguiu que seu marido voltasse para casa.

Conta-se que um homem cristão aprendeu que não podia ver a


esposa nua, pois sexo era uma mera obrigação do casamento e
deveria ser feito no escuro, e com menos frequência possível. Os
anos se passaram e sua mente foi se abrindo, mas a esposa
conservadora não aceitava de forma alguma que o seu velho marido
realizasse o seu sonho de vê-la, mesmo após tantos anos, estar
sem roupa lhe parecia um absurdo, ainda mais por que os dois não
estavam na flor da idade.
Um dia, o velhinho teve uma ideia ao ver um pedaço do vitral do
banheiro quebrado. Então colocou o seu plano em ação. Sua velha
estava tomando banho, quando ele colocou um tecido preto na
cabeça, fez um buraco apenas no local dos olhos e colocou-se em
pé em cima de um tamborete para ver a sua esposa, toda
“saradinha” no banheiro debaixo d’água.
Só que ele ficou tão emocionado que começou a sussurrar: –
Nosssaaaa!! Que teteia!!! Como é linda!!!! Hummm!!!

Quando então a velhinha olha em direção de onde vem o som, se


coloca a gritar dentro do banheiro, porque percebeu alguém lhe
bisbilhotando:
– Socorro!!! Tarado!!! Socorro!!!
Imediatamente os filhos correm, pegam o suposto tarado e
começam a espancá-lo. Então o velhinho emocionado disse:
– Pode bater meus filhos... É por uma causa justa! Matei
minha vontade! Hê véia bonita! (rsrsrsrsrs).

4. Quando nascem os filhos

Nesta época ocorrem mudanças radicais, a começar pela


gravidez, mas ao contrário do que se pensa não há razão médica
para os casais se absterem de sexo durante a gravidez, a menos
que a gestação seja de alto risco. Por isso a mulher grávida deve se
despertar para manter uma vida sexual ativa, pois são frequentes os
casos de relacionamento extraconjugal de maridos que não temem
a Deus nesta fase. A mulher precisa entender que está grávida, e
não doente. Nesta época é necessário que o marido seja mais
amável, pelo fato da esposa se encontrar mais carente e se
achando menos bonita. Também deve tentar posições variadas à
medida que a barriga vai crescendo, e depois do parto, aguarde as
semanas de abstinência solicitadas pelo especialista.
Quando os filhos nascem a rotina sexual também tende a mudar,
porque precisamos dar atenção ao pequeno bebê, chega o cansaço,
a fadiga, aumenta a responsabilidade financeira, o corpo da mulher
fica alterado, etc. Entretanto, precisamos tomar cuidado para que a
chegada dos filhos seja uma bênção na vida do casal. Não
mantenha os filhos dormindo em seu quarto, se for necessário o
mantenha menos tempo possível, que sejam por alguns dias e não
por alguns meses ou anos. É prejudicial para a vida sexual do casal
e também para o próprio filho.
Certa vez, a filha de um casal amigo foi passar uma tarde em
nossa casa, ela deveria ter apenas uns seis anos, e quando ela
brincava de boneca com minha filha eu fui surpreendida em vê-la
naturalmente colocando uma boneca deitada no chão e outra
subindo por cima do brinquedo, na posição de “papai e mamãe”. Ao
questioná-la onde ela aprendeu brincar daquela maneira, ela
respondeu inocentemente: – Com o papai e a mamãe!
Entretanto esse tipo de informação sexual tem a época e a forma
propícia para ser passado aos nossos filhos, mas nunca nesta fase
da vida e nem desta maneira.

5. Ambiente físico

A atividade sexual pode ser atrapalhada quando o quarto do casal


não é um ambiente propício ao prazer. Não estou com isso dizendo
que seu quarto precisa ser deslumbrante e maravilhoso, mas
existem coisas simples que podem atrapalhar, como por exemplo:
um quarto desorganizado, sujo e mal cheiroso.

Outra vez, uma irmã me reclamou que o marido achava dinheiro


para comprar uma chuteira e trocar todos os pneus do carro, mas
não trocava o colchão da cama deles. Então eu perguntei qual era o
problema com o colchão, e ela me disse:
– É que eu sou meio grande e pesada nos quadris, e na hora
H... Por mais que eu abra as pernas e tente uma coisa diferente não
dá... A minha coisinha... Fica escondida dentro do buraco do
colchão... Então ele fica bravo porque está difícil de guardar o
caminhão dele na garagem quase subterrânea, eu explico que o
problema não é com minha garagem, e sim com o colchão e ele
sempre apela dizendo: “Lá vem você com essa história de colchão
de novo”.

Triste, ela finalizou:


– Aí acaba o clima!!
Por falar em colchão, existem mulheres que reclamam que suas
camas fazem mais barulho do que elas. Dias atrás, uma mulher me
disse que tentou dar uns gritinhos e o marido parou na hora
assustado e lhe perguntou:
– Que foi muié, a mola do colchão soltou e te machucou?! –
Imaginem só.
Tem quartos de casal que parecem uma oficina, com tanta coisa
precisando de uns reparos! Outros quartos parecem uma funerária
onde há tristeza, como se quem entrasse dissesse “É... Chegou a
hora, né?”. Acredite ou não, mas existem uns que parecem um
zoológico, com cachorro, gato e papagaio. Sem falar daqueles que
mais parecem uma creche, tem menino para tudo quanto é lado,
mamadeira, fralda e brinquedo.

O casal inteligente decora o quarto e o mantém limpo, cheiroso e


perfumado, formando assim um ambiente propício ao amor e ao
prazer sexual.

6. Crise financeira

Problemas financeiros podem afetar a vida sexual, mas no início


deste livro falei sobre isso e até citei um exemplo vivido por mim e
meu marido em nosso casamento. Se vocês deixarem isso afetar as
suas vidas, será mais difícil de consertar. Lute para que os
problemas fiquem para o lado de fora, por mais difícil que isso
pareça, é possível. Lembre-se dos votos feitos no altar: Prometo te
amar e ser fiel a ti na alegria e na tristeza, na prosperidade e na
escassez...
Costumo dizer que o verdadeiro amor de um casal é provado em
meio às crises.

Eu e meu esposo, no passado, vivemos uma grande crise


financeira, mas decidimos honrar os votos que um dia fizemos um
ao outro no altar, e foi apesar da falta de dinheiro, nos dias que
procurávamos moedas nas gavetas para completar o valor
suficiente para comprar o quilo de arroz, nas noites mal dormidas,
sem energia em casa, sem saber como seria o dia seguinte, no
meio da decepção de mudar as crianças para uma escola inferior,
ou da troca de um bom carro por outro bem mais simples. Enfim,
foram da prosperidade para a súbita escassez permitida por Deus,
os dias nos quais foram vividos os momentos mais íntimos e
marcantes de nossas vidas. Realmente o amor tudo suporta! Quem
ama de verdade permanece casado, realizado, apaixonado e feliz
ainda que estejam atravessando momentos difíceis na vida. Felizes
porque “as muitas águas não puderam afogar o seu amor”, o amor
de um pelo outro (Cantares 8:7).
“Grave isso na sua mente e no seu coração... O verdadeiro amor
de um casal é provado em meio às crises”.
Conclusão

Amado(a) leitor(a), quem sabe sua vida sexual tenha sofrido


alguns abalos devido a fatos até aqui não conhecidos por vocês,
mas que você pôde diagnosticar através da leitura deste livro? Ou
ainda, talvez você esteja bem casado, realizado, e feliz no
casamento, mas deseja melhorar ainda mais seu relacionamento
sexual. O importante é que você pôde, através desta leitura,
conhecer tudo aquilo que engloba a boa vida sexual de um casal.

Lembre-se: não basta apenas estarem casados, é preciso


estarem realizados. Como mencionamos na introdução: Todos nós
precisamos nos alimentar, é necessário para a nossa sobrevivência
física, entretanto uma comida temperada faz toda a diferença! Da
mesma forma o sexo prazeroso é o que traz o tempero da
realização, da satisfação e da alegria ao casamento.

Quero terminar este livro te dando algumas dicas importantes para


que vocês sejam ainda mais felizes na vida sexual.
• Estabeleçam confiança e responsabilidade mútua

Não se pode edificar a intimidade quando se está tentando


proteger ou defender a si mesmo ou quando se teme expor as
próprias necessidades e fraquezas. Para edificar a intimidade,
precisamos nos sentir mais seguros com o próprio cônjuge, tanto
emocional quanto fisicamente, do que com qualquer outra pessoa
no mundo.

A intimidade cresce onde há segurança, pois o comportamento


humano é organizado em torno do processo de buscar o prazer e
evitar a dor, por isso precisamos tratar o cônjuge de forma que o
outro represente prazer, e não “dor emocional”. Portanto, tenha o
cuidado de não magoar, não rejeitar e não criticar o outro. Lembre-
se que “o amor cobre multidões de defeitos” (1 Pedro 4.8), e que a
crítica pode ser um golpe duro para o amor e para a intimidade.
• Aprendam a gozar a sensualidade

A sensualidade é definida pelos terapeutas como sendo a


necessidade de que alguém nos segure, afague, acaricie e toque.
Estamos falando aqui simplesmente da importância do toque, como
meio de satisfazer as necessidades profundas do ser humano, e
como forma essencial para o desenvolvimento da intimidade no
matrimônio.

Os cônjuges devem usar as mãos e os dedos para tocar, afagar,


massagear e acariciar partes do corpo do outro. Explorar essas
partes com mãos amorosas, aumentará o senso de intimidade.
• Relacionem-se sexualmente como um casal “apaixonado”

Após o ato sexual, a maioria dos homens desejam a confirmação


de que foram bons amantes e a maioria das mulheres desejam a
confirmação de que seus maridos fiquem felizes, encantados e
satisfeitos. Entretanto, o que acontece é que o casal simplesmente
vira-se para o lado e pegam no sono sem dizer quase nada!
Principalmente o homem.

Mas se vocês desejarem edificar a intimidade, será preciso


começar a relacionar-se sexualmente como “amantes apaixonados”,
e não como mamães e papais indispostos que ocasionalmente têm
sexo porque é um hábito ou um dever. Evite a rotina monótona em
sua vida sexual. Procurem a variedade, na hora ou no ambiente.
Variedade na frequência, posição e disposição.

Para o casal cristão, a intimidade sexual sempre tem dimensões


espirituais na medida em que se experimenta a união com o ser
amado, e os dois alcançam o mais alto grau possível de
proximidade física e emocional. Para esse casal, não há tristeza
após o ato físico do amor, pelo contrário, eles parecem dois
corações cantando como se fossem um só, com júbilo e louvor!
Quem já experimentou este sentimento é capaz de me entender.
Parece que uma alegria indescritível paira sobre o casal onde
muitas vezes até nos emocionamos espiritualmente louvando a
Deus um pelo outro. É maravilhoso!
• Orem pela intimidade

Os casais têm dificuldades de orar pela sua intimidade sexual,


isso porque criou-se um tabu de que sexo é carnal e que Deus sai
do quarto quando estamos no ato, mas orar pela intimidade é
simplesmente pedir a Ele que nos ensine a suprir as necessidades
emocionais e físicas do nosso cônjuge de forma correta.

Não há nada de errado em convidar o Senhor para entrar em


nosso quarto, não podemos é deixá-lo fora! Agradeça a Deus pela
saudade que você tem do seu cônjuge durante o dia, quando ficar
excitado, diga obrigado por eu ser uma pessoa normal e desejar
meu cônjuge. Continue orando e dizendo:
– Deus, me ensina a saciá-lo nesta área.

Ore para que o Senhor nos livre de tentações e de assédios do


sexo oposto.

Acho lindo o que o apóstolo Pedro nos escreveu em I Pedro 3:7


“Igualmente vós maridos, COABITAI com ela com entendimento,
dando honra à mulher como vaso mais fraco; como sendo vós os
seus coerdeiros da graça da vida para que não SEJAM IMPEDIDAS
vossas orações” (Bíblia Palavra Chave – hebraico-Grego).
Analisando o original, a palavra coabitar refere-se aos deveres
sexuais do casal (co = coito e abitar = viver junto, ou seja,
relacionamento sexual, amparado em I Coríntios 7:3-5 e I
Tessalonicenses 4:3-5). Portanto, fica claro que se o casal não
“coabitar com entendimento” as suas orações são impedidas ou
interrompidas. Impedir ou interromper é um termo militar que pode
ser substituído pela palavra “bloquear”.

Acima de tudo, orem juntos! “Em tudo sejam conhecidas diante de


Deus as suas petições, pela oração e pela súplica.” (Filipenses 4:6).
Talvez você e seu cônjuge estejam ansiosos e angustiados,
precisando de um milagre em sua vida na área familiar, conjugal,
emocional, financeira e até mesmo sexual, mas eis aqui a receita:
ORAÇÃO!

Desde o dia em que me casei, costumo orar, pedindo Deus para


fazer de mim a mulher virtuosa de provérbios 31, de tal maneira que
meu marido seja honrado nas praças, mas também oro para que eu
possa ser como a Sulamita, capaz de suprir os desejos do meu
marido com a meu amor físico. Da mesma forma eu costumo ouvir
meu esposo orar, para que ele seja um marido como Elcana, que
deveria ser tão bom e tão seguro de seu papel como o marido que
foi capaz de ousar dizendo à Ana:
– Não te sou melhor do que dez filhos! –Esse deveria ser o cara!
(Rsrsrsrs)

Alegremente eu também ouço meu marido orar para que Deus o


ajude a ser um esposo como o de cantares de Salomão, cada dia
mais amoroso, mais romântico, mais afetuoso, mais inteligente e
que seja capaz de realizar sua amada e esposa completamente
como mulher! Isso Deus tem feito em nosso casamento. Esta é uma
das razões pela qual escrevo e aconselho tanto nesta área.

Lembre-se...
Que no seu casamento não falte o AMOR, que é o alimento que
sustenta seu relacionamento... E que não falte o bom e prazeroso
SEXO, que é o tempero do casamento...
Obrigado pela minha sexualidade, obrigado porque, após ter nos
criado “macho e fêmea”, com necessidades e funcionalidades
diferentes, o Senhor disse que era muito boas as obras de sua
criação!

Obrigado porque o Senhor deixou a intimidade sexual não


apenas para a procriação, mas para o prazer do casal.
Ensina-nos a viver a vida comum do lar com discernimento, nos
ajude a sermos curados dos traumas do passado e dos conceitos
errados que estão em nossa mente...

Ensina-nos a satisfazer um ao outro. Que nosso lar seja um


manancial de alegria e de prazer e que possamos ser instrumentos
do Senhor para ajudar outros casais.

Em nome de Jesus.

Amém.

É a minha oração para que o amado(a) leitor(a) experimente o


prazer da intimidade sexual em seu relacionamento, lembrando que
isto é também um dom de Deus.

Conheça o outro livro que é a continuação deste, também para


casais: “Uma só carne, dever ou prazer”.
Até a próxima leitura.

Angela Sirino
Bibliografia

Além dos aconselhamentos que compartilho neste livro, segue


lista de livros estudados para reforçar nossas ideias:

Bíblia de estudo palavras chaves – Hebraico e Greco;


Bíblia do Pregador, Bíblia da mulher;
Intimidade do casamento, por Clifford e Joyce Penner,
editora Atos;
Casamento reavaliar para crescer, por Sergio e Magali
Leoto, editora Press Abba;
O casamento modelo, por Dag Heward
104 erros que um casal não pode cometer, por Josué
Gonçalves;
Sexualidade sem censura, por Claudio Duarte.
Escritório MFD
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