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PROBLEMA: Quais e como os discursos, trajetórias e práticas pedagógicas sustentam a

produção do fracasso escolar numa perspectiva psicossocial e histórica. (O papel da violência –


de ordem racial, social e de gênero – na manutenção desses status quo)

Ou seja, quais as bases sociais, históricas e culturais que sustentam a ideia de individualizar
(fazer a ideia do psicologismo suplantar as bases sociais dos comportamentos) o fracasso
escolar de forma excludente e discriminatória em detrimento de uma concepção analítica que
considere a conjuntura e a estrutura escolar e social?

Analisar o fracasso escolar enquanto fenômeno psicossocial complexo.

A experiência escolar é avaliada sem que a escola considere a maneira como ela mesma se
relaciona com a subjetividade dos alunos.

A professora não vê o aluno e o aluno mal consegue olhar para a professora.

p. 61: crítica a ideia de meritocracia

p. 71: Warner: o “sucesso” na sociedade de classes deve-se a diferenças que são de ordem
individual. Ou seja, as pessoas “ascendem” de acordo com qualidades e atributos estritamente
individuais (inferioridade congênita). A problemática contida nessa concepção gira em torno
da ideia de que indivíduos possuem habilidades e esses atributos são pessoais, independente
de uma estrutura social que conforma essas “configurações” com relação a toda uma história
de vida que depende da posição social ocupada. Ou seja, transmite a ideia que pessoas são
aptas ou menos aptas de acordo com características estritamente individuais e associais, e que
o merecimento (independente dos privilégios) é a única tônica de seletividade dentro da
pirâmide social, uma vez que as oportunidades estão sendo ofertadas para todos.

1960: movimentos sociais se dão conta que a ideia defendida pela concepção escolanovista
(que dominou boa parte do continente europeu e norte-americano com suas ideias liberais e
progressistas) não passava de falácias, uma vez que a dita isonomia social não estava dando
conta da crescente desigualdade acompanhada de forte correlação entre classe social e nível
de escolaridade.

P. 72: Ótima passagem que sintetiza problemática da concepção da “carência cultural”


aplicada a famílias pobres das escolas.

Buhler (1931): aponta como crianças pobres tendem a fracassar frente as crianças ricas,
explicando que as primeiras possuem a tendência para inúmeras deficiências frente as
segundas.

CARÊNCIA CULTURAL X CARÊNCIA DE ATRIBUTOS PSICOSSOCIAIS

Violência e crueldade, uma dívida colonial : Frantz Fanon

Teoria dos aparelhos ideológicos do Estado : Althusser (qual a história de vida das famílias
daqueles que fracassam?)

HEGEMONIA: pensamento arraigado do colonialismo


Hobsbawm

A mim, cabe investigar, tomando como principal marco teórico-metodológico um


estudo de quase 30 anos, que apesar do tempo passado pouco mudou no que diz respeito
a escolarização das camadas populares e minorias na educação básica. Embora
tenhamos a nosso favor a “palavra da lei” (com uma série de dispositivos que visam
(re)orientar as práticas pedagógicas com relação a pertinência sociocultural do fazer
escolar e da sua clientela, a exemplo da lei 10.639), as práticas continuam arraigadas de
uma concepção bastante próxima da teoria da carência cultural, da docilização dos
corpos, e da violência como resultante e estruturante de todo esse processo que é
psicossocial, histórico e cultural.

Os impactos a nível identitários que colocam os estudantes nesse lugar de fracassados


são evidentes, numa primeira análise, com relação ao viés quantitativo do fracasso
escolar: as taxas de evasão, repetência e desempenho. Todavia o objetivo é observar
como essas taxas tem atingido grupos étnicos e culturais específicos, desconstruindo a
ideia de que essa causa é necessariamente individual (crença de parte dos prórpios
estudantes, inclusive), justificativa sustentada por uma série de fenômenos oriundos até
da própria ciência psicológica, a exemplo das queixas escolares que colocam
equivocadamente questões como “dificuldade de aprendizagem” ou “deficiência
mental” no centro da explicação destas problemáticas. Portanto, para além dos dados
quantitativos, interessa-me observar principalmente os aspectos qualitativos e
subjetivos, no chão da escola, que resultam em taxas que refletem um fracasso que não
está localizado estritamente em indivíduos e sim em toda a estrutura social e
educacional básica brasileira.

CAPITULO 1: Psicologia e Educação: um resgate sócio-histórico das concepções,


ações e influencias da psicologia escolar no campo da educação ocidental na sociedade
de classes

Teoria da carência cultural X Teoria do déficit de habilidades psicossociais

Ajustamento, seleção, discriminação e exclusão.


A falta de adaptação se dá por um desajustamento do indivíduo ou da instituição escolar
as demandas que se apresentam pela sociedade ao longo dos tempos?

Gobineau: teórico racista que fundamentou a ideia de raças inferiores e superiores a partir da
fisiologia.

Galton: gradação de inteligência a partir de testes psicológicos que consideravam raça


biológica.

Binet: Precursor dos testes nas escolas (primeira escala psicométrica para medir inteligência de
crianças)

DE ANORMAL A CRIANÇA-PROBLEMA: FACE DE UMA MESMA MOEDA (Das causas orgânicas


aos problemas sócio-familiares – influenciados por uma perspectiva psicanalítica)

A anormalidade: das ciências psiquiátricas à educação: histórias cruzadas de marginalização a


partir de indicadores iminentemente psicossocias

Higiene mental escolar – Clínicas ortofrênicas

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