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COMECE TERAPIA

Modafinil: o que você precisa


saber sobre esse
medicamento
por Zenklub | 24 fevereiro, 2022 |

3.8

Início Medicamentos Modafinil: o que você precisa saber sobre


esse medicamento

O modafinil é tido por alguns como a “pílula da


inteligência”. Trata-se de um nootrópico, ou seja, uma
substância que é usada para a melhora do desempenho
cognitivo.

Alguns dos nomes comerciais (que disponibilizam


comprimidos de 100 e 200 mg) do modafinil
encontrados são:

Stavigile® (produzido pelo laboratório Libbs) – opção


comercializada no Brasil;

Provigil®;

Modiodal®;

Alertec®.

Os nomes são sugestivos e apontam para um dos


maiores efeitos propostos pelo modafinil: o aumento da
atenção.

Diante disso, algumas pessoas têm se perguntado se


tomar modafinil ou Ritalina® teria os mesmos efeitos e
se precisa de receita para comprar o remédio.

Acontece que o fármaco tem indicações claras em sua


bula e serve para tratar alguns transtornos específicos.

Para saber mais sobre essa medicação bem como


receber uma dica de ouro para ter mais atenção e
produtividade, continue lendo este artigo até o final!

Para que serve o modafinil?

Modafinil precisa de receita?

Como o modafinil funciona e age no


organismo?

Para que modafinil é indicado?

Narcolepsia

Apneia obstrutiva do sono (AOS)

Uso off label

Existem contraindicações no uso de


modafinil? Quais?

Quais os efeitos esperados?

Quais os efeitos colaterais causados


pelo modafinil?

Reações muito comuns

Reações comuns

Reações incomuns

Reações raras

Reações desconhecidas (frequência não pode


ser estimada a partir dos dados disponíveis)

Quais os efeitos de tomar modafinil


com outros remédios?

Estimulantes

Perda da eficácia de sedativos

Outros

O que corta o efeito do modafinil?

Modafinil pode gerar dependência?

Quais cuidados devo ter ao usar


modafinil?

Quando interromper o tratamento do


modafinil?

Dúvidas Frequentes

Resumo

Referências

Para que serve o modafinil?


O modafinil tem como principal utilidade diminuir a
sonolência e despertar a atenção da pessoa que faz o
uso da medicação. Assim, o transtorno que a substância
serve para tratar é a narcolepsia.

Muitas pessoas buscam o fármaco para uso como


“otimizador” da inteligência, com o intuito de melhorar
o raciocínio, memória e até mesmo as horas de
trabalho.

Este uso não consta na bula do modafinil, sendo


chamado de uso off label.

Modafinil precisa de receita?


Sim. O modafinil precisa de receita médica para ser
adquirido não só no Brasil, mas na maioria dos países
do mundo.

No entanto, há duas exceções de países nos quais o


modafinil não precisa de receita, são eles;

Índia;

México.

Muitas pessoas buscam comprar o medicamento sem


receita médica, pois ficam interessadas nos possíveis
efeitos do fármaco.

No entanto, a automedicação é perigosa para a saúde,


uma vez que expõe a pessoa a riscos desnecessários.

Como o modafinil funciona e age no


organismo?
O modafinil é um estimulante que age no cérebro e
aumenta a quantidade de uma série de
neurotransmissores, entre eles:

Dopamina;

Norepinefrina;

Acetilcolina;

Serotonina.

Essa descarga química no cérebro faz com que a pessoa


que usa o modafinil em poucas horas note um aumento
no estado de alerta.

Esses efeitos são especialmente úteis para as pessoas


que, mesmo tomando as medidas de higiene do sono,
sentem muita sonolência durante o dia, recebendo o
diagnóstico de narcolepsia.

Para que modafinil é indicado?


Embora muitos utilizem o modafinil como um
nootrópico, a Food and Drug Administration, entidade
que regula o comércio de fármacos nos Estados Unidos,
autorizou a venda da substância para tratamento da
narcolepsia.

Além disso, o remédio tem sido indicado para outros


problemas de saúde, veja mais detalhes!

Narcolepsia

É um transtorno do ciclo circadiano. Ou seja, o “relógio


biológico” da pessoa que sofre com a questão está
desregulado.

Assim, sente-se muito sono durante o dia, o que impede


que o paciente realize suas atividades cotidianas.

A narcolepsia é diagnosticada por um exame chamado


polissonografia. Nele se coloca uma série de eletrodos
na cabeça da pessoa enquanto ela dorme.

Dessa forma, avalia-se a qualidade do sono.

Nem todas as pessoas que apresentam grande


sonolência durante o dia possuem o transtorno. Nesses
casos, medidas de higiene do sono, como as
apresentadas na sequência, podem resolver a questão:

Mantenha uma rotina de sono;

Evite o consumo de bebidas com cafeína;

Evite o consumo de bebidas alcoólicas;

Não vá para cama a não ser que esteja com sono;

Crie no seu quarto um ambiente escuro, silencioso e


frio para induzir o descanso de qualidade;

Evite se expor a luz do celular ou outros aparelhos


eletrônicos duas horas antes de dormir;

Evite tirar sonecas durante o dia;

Reduza o consumo de alimentos pesados à noite.

Apneia obstrutiva do sono (AOS)

A AOS é uma condição em que a pessoa tem


interrupções da respiração algumas vezes durante a
noite.

Isso causa despertares e prejudica de forma


considerável a qualidade do descanso.

Por tabela, o paciente que apresenta AOS geralmente


tem muito sono durante o dia, o que prejudica suas
atividades (assim como ocorre com quem possui
narcolepsia).

O modafinil também tem indicação na bula para esses


casos.

Uso off label

Como foi dito antes, muitos procuram o modafinil para


seu uso off label.

Nesse sentido, a principal utilização é para o tratamento


de TDAH em adultos.

Sabe-se que a medicação mais comum para o


tratamento de tal transtorno é a Ritalina®, mas ela
possui diferenças em relação ao modafinil, o que pode
fazer com que se opte por este fármaco em detrimento
daquele.

O uso de fármacos dessa maneira é uma prática


relativamente frequente e sem problemas, desde que a
prescrição seja feita após análise e critério médico.

Ou seja, fazer a automedicação, seja ela para o uso off


label ou para as indicações da bula do modafinil, coloca
em risco a saúde da pessoa que faz isso.

Existem contraindicações no uso de


modafinil? Quais?
Há algumas contraindicações absolutas do modafinil,
isto é, que não se pode utilizar em nenhuma hipótese.
São elas:

Pacientes com hipersensibilidade à modafinila ou a


qualquer componente de sua formulação;

Pessoas com hipertensão moderada a grave não


controlada e em pacientes com arritmias cardíacas;

Pessoas que possuem histórico de arritmias


cardíacas;

Menores de 18 anos de idade.

Além disso, há certas contraindicações relativas, em que


se pode usar o fármaco após avaliação do risco e
benefício:

Gestação;

Histórico de dependência de estimulantes;

Idosos (idealmente se inicia o tratamento com doses


mais baixas).

Quais os efeitos esperados?


O início de ação do modafinil ocorre em cerca de 1 a 2
horas após sua ingestão.

Assim, já é possível notar algumas diferenças


concernentes à:

Energia;

Foco;

Aprendizado;

Atenção;

Motivação.

Os efeitos são bastante variáveis, pois cada pessoa


reage de uma forma à descarga de neurotransmissores
que o modafinil gera no cérebro.

Espera-se que ao fazer uso da substância não se tenha


dificuldade de ficar acordado e atento para realizar as
atividades durante o dia.

Quais os efeitos colaterais causados


pelo modafinil?
Um dos maiores riscos de fazer a automedicação do
modafinil é apresentar efeitos colaterais graves sem o
acompanhamento de um médico para intervir de forma
assertiva.

Reações muito comuns

Cerca de 21% dos pacientes irão sentir dor de cabeça


(cefaleia) com o uso do modafinil.

Esse sintoma é comumente de intensidade leve a


moderada, que aumenta à medida que a dose cresce.

A tendência é melhorar por si só ou após o uso de um


analgésico.

Reações comuns

Entre 1 e 10% dos pacientes que fazem uso do modafinil


irão sentir um destes sintomas:

Síndrome gripal;

Herpes simples;

Infecção viral como bronquites;

Infecção do trato urinário;

Diminuição do apetite;

Insônia;

Ansiedade;

Depressão;

Pensamentos anormais;

Confusão;

Nervosismo;

Tontura;

Parestesia (sensação de dormência);

Problemas oculares – visão turva, dor nos olhos,


conjuntivite, ambliopia (visão dupla);

Problemas cardiovasculares – taquicardia,


vasodilatação, dor torácica, desordens pulmonares;

Sintomas gastrointestinais – diarreia, dispepsia, boca


seca, constipação, dor abdominal, náusea;

Desordens dentárias como, por exemplo, abscesso


periodontal;

Problemas articulares – rigidez no pescoço, artrite;

Problemas urinários – hematúria (urina com sangue),


piúria (microrganismos na urina);

Função hepática (do fígado) anormal (aumento de


fosfatase alcalina e gama glutamiltransferase).

Reações incomuns

Entre 0,1 e 1% dos pacientes que fazem uso do modafinil


irão sentir um destes sintomas:

Faringite;

Sinusite;

Alterações nos glóbulos brancos – aumento de


eosinófilos (eosinofilia), queda dos leucócitos
(leucopenia);

Reações alérgicas;

Hiperglicemia (podendo deflagrar quadro de


diabetes);

Aumento do apetite;

Hipercolesterolemia;

Desordens de personalidade;

Diminuição da libido;

Hostilidade e agressividade;

Despersonalização (pessoa perde o senso da própria


personalidade);

Labilidade emocional (humor oscila várias vezes


durante o dia);

Agitação;

Sonhos anormais;

Ideação suicida;

Problemas motores – descoordenação, aumento da


rigidez muscular (hipertonia), movimentos
descoordenados involuntários, tremor;

Vertigem;

Alteração do paladar;

Secura nos olhos, extrassístole;

Problemas cardiovasculares – arritmia, bradicardia,


hipertensão, hipotensão, dispneia, aumento da tosse,
asma, sangramento pelo nariz (epistaxe);

Problemas de pele – erupção cutânea, acne, coceira


(prurido);

Dores – nas costas, pescoço, nas articulações,


câimbras nas pernas;

Polaciúria (aumento da frequência urinária);

Desordens menstruais.

Reações raras

Entre 0,01 e 0,1% dos pacientes que fazem uso do


modafinil irão sentir um destes sintomas:

Alucinação;

Mania;

Psicose.

Reações desconhecidas (frequência não pode


ser estimada a partir dos dados disponíveis)

Angioedema (inchaço na parte profunda da pele,


geralmente ocorre ao redor dos olhos);

Reações de hipersensibilidade (caracterizadas por


sintomas como: febre, erupção cutânea, crescimento
dos linfonodos);

Ilusões;

Reações graves na pele – eritema multiforme,


síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica
tóxica e síndrome DRESS.

Quais os efeitos de tomar modafinil


com outros remédios?
Existem várias interações medicamentosas que o
modafinil pode ter, inclusive com outras medicações
estimulantes. Confira algumas delas:

Estimulantes

A absorção da modafinila pode ser retardada em cerca


de uma hora quando da coadministração com
metilfenidato ou de dextroanfetamina.

Vale pontuar aqui que muitas pessoas ficam em dúvida


se a melhor medicação para a estimulação é o
modafinil ou a Ritalina® e querem usar os dois juntos.

Mas na realidade não há uma escolha melhor.

Tanto modafinil quanto a Ritalina® podem ser prescritos


após a decisão criteriosa médica de usar um dos dois
de forma off label ou conforme está indicado na bula.

Ressaltando que a automedicação é perigosa e


expressamente desaconselhada.

Perda da eficácia de sedativos

O Triazolam é um fármaco usado para tratar insônia.

No entanto, seu uso concomitante com o modafinil


pode levar à perda da eficácia do triazolam pelo
aumento do seu metabolismo devido à indução das
enzimas do citocromo P450 3A4 pela modafinila.

Assim, é recomendada a monitoração da resposta do


paciente ao triazolam quando a modafinila for iniciada,
podendo a dosagem de triazolam ser ajustada para a
manutenção de sua eficácia.

Por outro lado, a coadministração do modafinil com o


diazepam, um dos benzodiazepínicos mais comuns,
pode levar à toxicidade deste, uma vez que diminui a
metabolização dele.

Outros

Além das interações possíveis descritas acima, várias


outras podem surgir.

Por isso, é de suma importância relatar ao médico todas


as substâncias as quais se faz uso antes de iniciar o
tratamento com o modafinil.

Aqui estão algumas classes e/ou exemplos de fármacos


que interagem com o modafinil:

Anticoagulantes – por exemplo, varfarina;

Contraceptivos (redução da biodisponibilidade e


eficácia contraceptiva) – incluindo desogestrel,
etinilestradiol, etinodiol, etonogestrel, levonorgestrel,
mestranol, noretindrona, norgestimato, norgestrel;

Ciclosporina – remédio imunossupressor que atua


controlando o sistema de defesa do organismo;

Propranolol – betabloqueador usado para tratar


sobretudo arritmias. Em associação, é recomendada
a monitoração cuidadosa do ritmo cardíaco com
eletrocardiograma e da pressão sanguínea;

Antidepressivos tricíclicos – são afetadas, por


exemplo, a clomipramina e desipramina;

Anticonvulsivantes – carbamazepina, fenitoína e


fenobarbital;

Rifampicina (antibiótico);

Antifúngicos – itraconazol e cetoconazol.

O que corta o efeito do modafinil?


O uso concomitante do modafil com a Ritalina® (ou
metilfenidato) é o principal fator responsável por
“cortar” o efeito do modafil.

Afinal, ambos são estimulantes que são degradados por


enzimas semelhantes, o que causa certa “competição”
na atividade.

Assim, o que ocorre na verdade é que o modafil demora


mais tempo para fazer efeito quando a pessoa já está
fazendo uso do metilfenidato.

Além da Ritalina®, a interação do modafil com o álcool


pode de alguma forma diminuir sua eficácia, uma vez
que o álcool pode acelerar a metabolização do
estimulante.

Modafinil pode gerar dependência?


Embora este medicamento, apresente baixo potencial
para tolerância (precisar de doses cada vez maiores
para se ter o mesmo efeito) e abstinência (sinais e
sintomas após a cessação), o modafinil pode gerar
dependência química, sobretudo após grandes períodos
de uso.

Isso acontece, uma vez que o mecanismo de ação do


modafinil gera um aumento dos receptores dos
neurotransmissores envolvidos, podendo causar sinais e
sintomas no caso de cessação (principalmente abrupta).

No entanto, os efeitos de abstinência e tolerância do


modafinil são menores que os causados pela Ritalina ou
outra anfetamina.

Quais cuidados devo ter ao usar


modafinil?
Ao usar o fármaco modafinil, é importante tomar certas
cautelas, sobretudo levando-se em conta que ele pode
causar dependência. Veja só:

Não aumentar a dose por conta própria a fim de


obter “mais efeitos”;

Evitar consumo de bebidas alcóolicas durante o uso


do remédio;

Não oferecer o fármaco para amigos, familiares ou


conhecidos;

Ao sentir qualquer sintoma ou sinal diferente,


procurar esclarecimento e ajuda médica;

Em hipótese alguma parar o tratamento por conta


própria;

Em caso de esquecer de tomar a medicação no


horário certo, se estiver próximo ao horário da dose
seguinte, despreze a dose esquecida e volte ao seu
esquema normal. Não tome duas doses ao mesmo
tempo.

Quando interromper o tratamento do


modafinil?
O tratamento deve ser interrompido com a prescrição
do médico que prescreveu o modafinil.

É importante destacar que, para melhorar qualquer


quadro psicológico é imprescindível o apoio da terapia.

A dica de ouro para você alcançar mais atenção e

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