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FRANTZ FANON E AS MÁSCARAS BRANCAS DA SAÚDE MENTAL

- formulação Tosquelliana
- origem das alienações psíquicas: sociedade que milita contra a humanidade de
determinadas pessoas
- superação do sofrimento psíquico: reorganização das instituições de cuidado em saúde
mental para que esta considere as desigualdades sociais sobre o sofrimento psíquico
- sucesso da reforma psiquiátrica: luta revolucionária que desmonte o colonialismo
(sistemática de negação de humanidade e promoção de sofrimento psíquico) – instalação
de uma nova sociabilidade
- a sociogenia do sofrimento psíquico
- relação entre o impacto do mundo social sobre a emergência dos sentidos e identidades
humanas
- situações individuais que se relacionam com o desenvolvimento e a preservação política e
social das instituições
- psicologia filogenética (constitucional): relaciona o comportamento humano à morfologia
e à fisiologia – cria correlação entre o perfil corporal e as características psicológicas dos
sujeitos
- Fanon reforça o que Freud dizia que devia ir além da dimensão psicoafetiva do desejo,
compreendendo os contextos históricos e sociais concretos
- processos do colonialismo e as implicações no colonizado são inteligíveis quando são
vista
- desalienação do negro: implica súbita tomada de consciência das realidades econômicas e
sociais (análise psicológica)
- complexo de inferioridade é um duplo processo: econômico, sendo seguido da
interiorização (epidemia da inferioridade)
- a análise da “tomada de consciência” deve ser pautada por uma análise que ultrapasse a
dimensão meramente econômica da dominação
- extensão do marxismo francês para dar conta do entendimento do mundo colonial
- contexto colonial: a infraestrutura econômica também é uma superestrutura – a
causa é consequência
- 1° nível de análise: racismo e racialização são parte de um processo maior de
dominação (violência e desigualdade na expansão das relações capitalistas da
produção par ao mundo europeu)
- acumulação capitalista potencializa o rompimento dos laços sociais pertinentes a
uma possível gratificação narcísica
- desorganização subjetiva – decorre da emergência daquilo que está fora de sentido
e da significação = tônica da inserção dos sujeitos no “novo-mundo” na condição
de escravos-objetos e continuaram a serem objetificados mesmo após a abolição da
escravidão
- racismo como ideologia com efeitos concretos no metabolismo social representa
uma das modalidades de violência sistêmica geradoras do sofrimento psicossocial
- alienação colonial
- configuração da sociedade moderna – eleição do ocidente e do europeu como
expressões UNIVERSAIS DO GÊNERO HUMANO
- fantasia narcisista do branco como símbolo ontológico “bom, belo e verdadeiro” e
abarca a representação da razão, do progresso, da civilização, modernidade
- branco = universalidade
- negro se torna invisível quando se pensa o humano nas suas dimensões genéricas
e complexas, além de depositário das qualidades que o ocidente deixa de
reconhecer em si
- racismo não se limita às expressões inferiorizadoras e animalizadoras das
populações não brancas – abrange a representação de uma humanidade genérica
que abrange sempre a Europa (burguesa), o ocidente, o homem branco e suas
expressões universais
- arquétipo dos valores inferiores é representado pelo negro
- as imagens criadas no contexto colonial, exercem influência para a subjetividade,
produzindo sentimentos de inadequação
- o negro interioriza sistematicamente o branco como única forma de ser humano,
reificando as imagens que criaram para si e, ao olhar no espelho, partilha com o
branco a repulsa diante do que vê -
- inconsciente cultural é consequência da imposição cultural irrefletida
- o negro ao buscar sua humanidade no outro, encontra apenas imagens
animalizadas e objetificantes acerca de si (imagens fetichizadas no contexto
colonial) – aprende a olhar a si mesmo como um ente inexistente e inadequado,
percebendo-se como inferior ao branco
- conhecimento de si do negro (ponto de partida é o corpo) – dificuldades na
elaboração do esquema corporal por ser atravessado por uma esfera de incertezas e
de uma “atividade de negação” – conhecimento em terceira pessoa
- alienação do negro está na realidade concreta e para ser humano tem que ser
branco – desejo do negro de ser branco a fim de conquistar o espaço
- Ideal de Ego branco = indivíduo busca ser perfeito que para alcançar é preciso
rejeitar a si próprio
- indivíduo se constitui nas relações e pelo olhar do outro – racismo é não
validação, é o não reconhecimento como humano (desconhece-se também o
sofrimento)
- o racismo e a saúde mental
- temática racial não é discutida – recoprodução e secundarização do sofrimento mental
provocado pelo racismo nos aparelhos de saúde mental
- racismo institucional: silêncio e invisibilidade do racismo
- saúde deve ser pensada pelos fatores sociais que a circundam
- pouca importância é dada aos efeitos do racismo na saúde e na saúde mental

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