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1.

A deficiência é um conceito em evolução, de

caráter multidimensional e o envolvimento da pessoa com deficiência na vida comunitária depende de a


sociedade assumir sua responsabilidade no processo de inclusão, visto que a deficiência é uma construção social.

2. É importante ressaltar que a Convenção adotada pela ONU é resultado da mobilização internacional das
pessoas com deficiências; no Brasil,

o tratado foi incorporado à legislação com marco constitucional, segundo o Decreto 6.949/2009 e, como tal, seus
comandados determinam a mudança conceitual da deficiência e da terminologia para pessoas com deficiência

3. O novo conceito supera a

ideia de impedimento como sinônimo de deficiência, reconhecendo na restrição de participação o fenômeno


determinante para a identificação da desigualdade pela deficiência

4. o conceito de pessoa com deficiência que consta na Convenção supera as legislações tradicionais que
normalmente enfocam o aspecto clínico da deficiência. As limitações físicas, mentais, intelectuais ou
sensoriais passam a ser consideradas

atributos das pessoas, atributos esses que podem ou não gerar restrições para o exercício dos direitos,
dependendo das barreiras sociais ou culturais que se imponham aos cidadãos com tais limitações

5. deficiência é uma questão coletiva e da esfera pública, e é

obrigação dos países prover todas as questões que efetivamente garantam o exercício dos direitos humanos. Por
exemplo, na concepção de novos espaços, políticas, programas, produtos e serviços, o desenho deve ser sempre
universal e inclusivo, para que não mais se construam obstáculos que impeçam a participação das pessoas com
deficiência

6. ao contrário de outros grupos sociais visivelmente homogêneos e com necessidades compartilhadas,

as pessoas com deficiência têm na própria diversidade uma de suas mais evidentes características

7. Internacionalmente a divisão clínica mais adotada compreende

a deficiência física, sensorial (auditiva e visual) e intelectual.

8. Na legislação brasileira, os diferentes tipos de deficiência estão categorizados no Decreto nº 5.296/2004


como:

deficiência física, auditiva, visual, mental (atualmente intelectual, função cognitiva) e múltipla, que é a associação
de mais de um tipo de deficiência

9. A partir da Lei 12764/2012, as pessoas com

transtorno do espectro autista (TEA) passaram a ser consideradas pessoas com deficiência. Elas apresentam
deficiência significativa na comunicação e na interação social

10. A história e o novo conceito de deficiência mostram a evolução das sociedades para o respeito às diferenças
individuais, ensejando que

as pessoas com deficiência tenham acesso aos direitos, aos bens e serviços e participem na vida comunitária em
igualdade com as demais pessoas.

11. Foi no final do século XVIII que se iniciou, de forma sistemática,

o ensino dos cegos, na França. Em 1784, Valentin Haüy (1745-1822), homem de ciência e coração, fundou em Paris
a primeira escola destinada à educação dos cegos e à sua preparação profissional, com apoio da Coroa francesa:
Instituição Real dos Jovens Cegos.

12. No Brasil, em 1835, o deputado Cornélio França apresentou


um projeto, propondo a criação do cargo de professor de primeiras letras para o ensino de surdos-mudos, tanto
no Rio de Janeiro quanto nas províncias. Num contexto legislativo difícil, seu projeto não prosperou.

13. Em 12 de setembro de 1854, o imperador D. Pedro II, com o Decreto Imperial n. 428,

fundou no Rio de Janeiro o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, nome esse que mudou para Instituto Nacional
dos Cegos. Hoje denominado Instituto Benjamin Constant, com 152 anos de existência.

14. Foi ainda D. Pedro II que, com a Lei n. 839, de 26 de setembro de 1857, fundou

o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, hoje denominado Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), com
149 anos de existência.

15. A Reforma Francisco Campos/Mário Casasanta, instituída pelo Decreto-Lei n. 7.870-A, de 15 de outubro de
1927 (Ensino Primário), tratou do tema da

inclusão escolar das pessoas com deficiência e prescrevia a obrigatoriedade de frequência à escola para crianças
de 7 a 14 anos, podendo ser ampliada até 16 anos para os que não concluíssem o primário aos 14 anos.

16. Após a década de 1930, surgem novas instituições, de caráter filantrópico,

especializadas em educação para pessoas com deficiência, tais como o Lar das Moças Cegas (SP) e a Sociedade
Pestalozzi (MG)

17. Até a metade do século XX, destinados ao atendimento escolar especial à pessoa com deficiência mental,
havia

quarenta estabelecimentos públicos de ensino regular, sendo um federal e os demais estaduais.

18. Após a Segunda Guerra Mundial, apareceu no Brasil

uma forte epidemia de poliomielite, afetando indistintamente todas as classes sociais. Isso levou ao surgimento
dos primeiros centros de reabilitação.

19. A sociedade civil se organizou para formar instituições geridas fora do aparelho estatal, tais como,

em 1952, a então Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD), em São Paulo.

20. Em 1954, no Rio de Janeiro, é criada

a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR).

21. Em meados da década de 1950, foi fundada, no Rio de Janeiro, então Capital Federal,

a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).

22. A política de prevenção evoluiu. No final da década de 1950,

surge nos países escandinavos o “princípio da normalização”, preconizando que as pessoas com deficiência
poderiam viver uma vida mais “normal”.

23. Progressivamente, a partir da segunda metade do século XX, deu-se início ao modelo da inclusão social,
marcado pelas

conquistas dos direitos humanos e uma progressiva busca pelo reconhecimento de direitos específicos. Na década
de 1950 configurou-se um arcabouço jurídico voltado às pessoas com deficiência.

24. Com o Decreto n. 44.236, o Governo Federal instituiu

uma campanha de educação e reabilitação para pessoas com deficiência visual, e com a criação do Instituto
Nacional de Previdência Social (INPS), surgido a partir da fusão dos institutos existentes, apareceu o primeiro
serviço governamental de reabilitação.

25. O aluno com deficiência já tem assegurado, conforme a Lei n. 7.853/89,


A matrícula compulsória em estabelecimentos públicos e privados de ensino, considerando-se crime recusar,
suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de
ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados da sua deficiência.

26. A Classificação Internacional de Doenças (CID) foi

adotada internacionalmente em 1893 passando a ser utilizada como uma Classificação de Causas de Morte.

27. A partir da Sexta Revisão, em 1948, a

responsabilidade pela CID e sucessivas revisões passou para a OMS e esse instrumento estatístico desde então,
vem se ampliando bastante deixando de ser apenas uma classificação de causas de morte para se tornar, a seguir,
também, uma classificação de doenças propriamente dita e de motivos de consulta.

28. Uma classificação de doenças é um

instrumento que agrupa as doenças segundo características comuns e serve, basicamente, para finalidades
estatísticas de descrição e análise quanto a distribuição das doenças em uma população definida.

29. O conceito de integração se referia à

necessidade de modificar a pessoa com necessidades educacionais especiais, de maneira que está pudesse vir a se
identificar, com os demais cidadãos, para então poder ser inserida, associada, a convivência igualitária em
sociedade.

30. o integrar constituía localizar

no sujeito o foco da mudança, e as reais dificuldades encontradas no processo de busca de “normalização” da


pessoa com deficiência.

31. As pessoas com necessidades educacionais especiais são

cidadãos como quaisquer outros, possuidores dos mesmos direitos e com as mesmas regalias quanto às
oportunidades disponíveis na sociedade, involuntariamente do tipo de deficiência e do grau de comprometimento
que apresentem.

32. A pessoa com deficiência tem direito ao

convívio não segregado e ao ingresso e acesso imediato aos recursos disponíveis e facilitados aos demais
cidadãos.

33. a ideia da inclusão, antevê

influências decisivas e assertivas, em ambos os lados da situação: no processo de desenvolvimento do sujeito e no


processo de reajuste da realidade social. Com isso atua no sentido de nelas causar as adequações e legitimações
(físicas, materiais, humanas, sociais, etc.) indispensáveis para que a pessoa com necessidades educacionais
especiais possa prontamente contrair condições de ingresso e acesso no cotidiano regular e na convivência na
sociedade, com inserção legítima nos direitos humanos.

34. Com a convivência na diversidade há a possibilidade

de proporcionar a administração das diferenças no aprendizado das relações interpessoais, aspecto básico da
democracia e da cidadania.

35. Com a declaração de Salamanca, em 1994, foi determinada

a construção de um sistema educacional inclusivo, prioritariamente no que se refere à população de alunos com
necessidades educacionais especiais.

36. Em 1998, houve a

Elaboração do documento: Adaptações Curriculares para Alunos com Necessidades Educacionais Especiais no
Âmbito dos Parâmetros Curriculares Nacionais.

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