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ESCRITA ETNOGRÁFICA

Semestre 2018.1 – Horário: Quartas-feiras – Das 08:30 às 12h00 - 60h – 4 créditos


PROFESSORA: DÉBORA ALLEBRANDT
(debora.allebrandt@ics.ufal.br)

EMENTA: Diário de campo; Construção do texto etnográfico; Discussão sobre autoria e autoridade;
Limites do relativismo.
OBJETIVOS: O objetivo do curso é aproximar os alunos das diferentes abordagens práticas e
metodológicas da etnografia contemporânea a partir do processo de trabalho de campo e escrita
etnográfica.
METODOLOGIA: Aulas dialogadas, leitura e apresentação de seminários, debates e produção de textos
a partir de trabalho de campo e leituras de etnografias.
AVALIAÇÃO: PARTICIPAÇÃO: Consiste na entrega e participação em exercícios, participação em sala de
aula, leitura prévia dos textos; Realização da leitura dirigida durante o semestre. TEXTO ETNOGRÁFICO:
Trata-se da avaliação da capacidade da apropriação da narrativa etnográfica a partir de experiências
de campo e produção de análises e relações inspiradas em conceitos e etnografias lidas para as aulas.
Serão aprovados os estudantes que obtiverem nota igual ou superior a 7,0.
Será considerado reprovado por freqüência o aluno que não comparecer a 75% (setenta e cinco por
cento) das atividades didáticas realizadas no ano letivo.

Alunos que cometerem plágio integral ou parcial receberão avaliação 0.

ENCONTRO 1 – AONDE ESTAMOS NA ESCRITA ETNOGRÁFICA? (08/08)

ABU-LUGHOD, L. Writing against culture. In: FOX, R. (Ed.). Recapturing anthropology: working in the
present. Santa Fe: School of American Research Press., 1991. p. 137–162.
CLIFFORD, James. “Verdades Parciais”. In: Clifford, J. e Marcus, G. A escrita da cultura. Rio de Janeiro:
EDUERJ, 2016,p.31-61
GEERTZ, Clifford . “Estar lá: a antropologia e o cenário da escrita”. In: Obras e Vidas: o antropólogo
como autor. Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 2002, p. 11-39.

Textos complementares:
GEERTZ, Clifford. “Um Jogo Absorvente: Notas sobre a Briga de Galos Balinesa”. In: A Interpretação
das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008, p. 185-213
CLIFFORD, James. “Sobre a autoridade etnográfica”. In: A Experiência Etnográfica. Antropologia e
Literatura no Século XX. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1999, p. 17-62.

ENCONTRO 2 – ABORDAGENS E CRÍTICAS (15/08)

FASSIN, D. WHY ETHNOGRAPHY MATTERS: On Anthropology and Its Publics. Cultural Anthropology,
v. 28, n. 4, p. 621–646, 17 nov. 2013.
GONÇALVES DA SILVA, Vagner. "Desde o campo até o texto", "O vivido e o narrado: o que a escrita
fixa?" In: O antropólogo e sua magia. São Paulo, Edusp, 2000, pp.118-133
INGOLD, T. That’s enough about ethnography! HAU: Jornal of ethnographic theory, v. 4, n. 1, p. 383–
395, 2014.
PEIRANO, M. Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, p. 377–391, 2014.

Texto complementar:
FASSIN, Didier. “True life, real lives: revisiting the boundaries between ethnography and fiction”.
American Anthropologist, 2014, v. 41, n. 1, pp. 40-55.
3 – AUTOETNOGRAFIA E TEXTOS COLABORATIVOS (22/08)

ENTREGA DA ESCOLHA DA LEITURA DIRIGIDA E DA SUA JUSTIFICATIVA

M’CHAREK, A. Fragile differences, relational effects: Stories about the materiality of race and sex.
European Journal of Women’s Studies, v. 17, n. 4, p. 307–322, 2010.
FAVRET-SAADA, J. Ser afetado. Cadernos de campo, n. 13, p. 155–161, 2005.
KOPENAWA, D.; ALBERT, B. A queda do céu : palavras de um xamã yanomami. São Paulo:
Companhia das letras, 2015. ( trechos selecionados)
MACHADO, I. J. R. O inverso do embrião: Reflexões sobre a substancialidade da pessoa em bebês
prematuros. Mana: Estudos de Antropologia Social, v. 19, n. 1, p. 99–122, 2013.

Texto complementar:
MINTZ, S. Encontrando Taso, me descobrindo. Dados Revista de ciências sociais, v. 27, n. 1, p. 45–57,
1984.

4- REFLEXÕES SOBRE A AUTOETNOGRAFIA (29/08)

Produção de textos sobre sua posicionalidade no campo.


Metodologia horizontal – um estudante produz o texto que será comentado pelo colega no
encontro.

5 - DIÁRIOS DE CAMPO (05/09)

LEIRIS, M. A África fantasma. São Paulo: Cosac Naify, 2007.


WEBER, F. A entrevista, a pesquisa e o íntimo, ou por que censurar seu diário de campo? Horizontes
Antropológicos, v. 15, n. 32, p. 157–170, 2009.
BONETTI, A. O rei está nú! o diaprio de campo cru e a exposiça o das etnopgrafas. In: SCHUCH, P.;
VIEIRA, M. S.; PETERS, R. (Org.). Experiências, dilemas e desafios do fazer etnográfico
contemporâneo. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010, p. 165–176.

Textos complementares:
BRANDÃO, C. R. Diário de campo: a antropologia como alegoria. São Paulo: Brasiliense, 1992.
BONETTI, Alinne; FLEISCHER, Soraya. Entre Saias Justas e Jogos de Cintura. Florianópolis: Mulheres;
Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2007.
FONTANARI, I. P. De P. Nú, em público: o diário de campo fora do lugar. In: SCHUCH, P.; PETERS, R.;
VIEIRA, M. S. (Org.). Experiências, dilemas e desafios do fazer etnográfico contemporâneo. Porto
Alegre: Editora da UFRGS, 2010, p. 145–156.
VIEIRA, M. S. Diário de campo numa instituição de justiça. In: SCHUCH, P.; VIEIRA, M. S.; PETERS, R.
(Org.). Experiências, dilemas e desafios do fazer etnográfico contemporâneo. Porto Alegre: Editora
da UFRGS, 2010, p. 157–164.

6 – MEU DIÁRIO DE CAMPO (12/09)


Metodologia horizontal – um estudante produz o texto que será comentado pelo colega no
encontro.

7 – ÉTICA (19/09)
FONSECA, C. O anonimato e o texto antropológico: dilemas éticos e políticos da etnografia “em
casa”. In: SCHUCH, P.; VIEIRA, M. S.; PETERS, R. (Eds.). . Experiências, dilemas e desafios do fazer
etnográfico contemporâneo. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010. p. 205–227.
Fleischer, Soraya. 2015. “Autoria, subjetividade e poder: Devolução de dados em um centro de saúde
na Guariroba (Ceilândia/DF)”. Ciência e Saúde Coletiva, 20(9): 2649-2658.
MACHADO, L. Z.; MOTTA, A.; FACCHINI, R. Quem tem medo dos antropólogo ( a ) s ? Dilemas e
desafios para a produção e práticas científicas – Apresentação. Revista de Antropologia, v. 61, n. 1,
p. 9–32, 2018.

Textos complementares:
KNAUTH, D. R.; MEINERZ, N. E. Reflexões acerca da devolução dos dados na pesquisa antropológica
sobre saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 9, p. 2659–2666, 2015.

8 – MINHAS QUESTÕES ÉTICAS (26/09)


Metodologia horizontal – um estudante produz o texto que será comentado pelo colega no
encontro.

03 e 04 de outubro – evento Mandacaru

9 – CONFLITOS EM CAMPO (10/10)


MORENO, E. Estupro em campo : Reflexões de uma sobrevivente. Cadernos de campo, v. 26, n. 1, p.
236–266, 2017.
FLEISCHER, S. R. Hematomas, terçados e riscos. Teoria & Pesquisa, v. 19, n. 1, p. 91–110, 2010.
DESCOLA, P. “O Amor no plural” In: As lanças do crepúsculo : relações jivaro no Alta Amazônia. [s.l.]
Cosac Naify, 2006.p. 215-234
FLEISCHER, S. R.; BONETTI, A. Etnografia Arriscada: Dos limites entre vicissitudes e “riscos” no fazer
etnográfico contemporâneo. Teoria & Pesquisa, v. 19, n. 1, p. 7–17, 2007.
MAYBURY-LEWIS, D. O Selvagem e o Inocente. Campinas: Editora da Unicamp, 1990. (trechos
selecionados)

10 – MEUS CONFLITOS EM CAMPO/ NA ESCRITA (17/10)


Metodologia horizontal – um estudante produz o texto que será comentado pelo colega no
encontro.

11 - NARRATIVAS ETNOGRÁFICAS (24/10)


FONSECA, C. Família, Fofoca e Honra. Etnografia de relações de gênero e violência em grupos
populares. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.

12 - NARRATIVAS ETNOGRÁFICAS (31/10)


UNNI WIKAN. Em Honra de Fadime: Assassinato e Humilhação. São Paulo: UNIFESP, 2011.

13 - NARRATIVAS ETNOGRÁFICAS (07/11)


UNNI WIKAN. Em Honra de Fadime: Assassinato e Humilhação. São Paulo: UNIFESP, 2011.

14 – MINHA LEITURA DIRIGIDA E MEU TEXTO ETNOGRÁFICO (14/11)


Metodologia horizontal – um estudante produz o texto que será comentado pelo colega no
encontro.

15 – MINHA LEITURA DIRIGIDA E MEU TEXTO ETNOGRÁFICO (21/11) - CONTINUAÇÃO


Metodologia horizontal – um estudante produz o texto que será comentado pelo colega no
encontro.
Seminário e encerramento da disciplina.

Entrega do texto etnográfico 12/12/2018 na secretaria do PPGAS.

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