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Dependencia Química e Saúde Mental
Dependencia Química e Saúde Mental
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Sumário
1.0 DEPENDÊNCIA QUÍMICA ...........................................................................................5
1.1 O dependente químico ..............................................................................................9
2.0 HISTÓRIA DAS DROGAS..........................................................................................12
2.1 Ayahuasca ................................................................................................................13
2.2 Cacto peiote .............................................................................................................15
2.3 Cocaína .....................................................................................................................16
2.4 Crack .........................................................................................................................17
2.5 Cogumelos................................................................................................................19
2.6 Maconha ...................................................................................................................19
2.7 Haxixe .......................................................................................................................21
2.8 Ecstasy ......................................................................................................................22
2.9 Heroína .....................................................................................................................23
2.10 LSD ...............................................................................................................................24
2.11 Ópio ...........................................................................................................................25
2.12 Cigarro.......................................................................................................................29
3.0 DROGAS LÍCITAS E COMO AGEM NO ORGANISMO .............................................31
3.1 Álcool ..............................................................................................................................32
3.1.1 O caminho da bebida no corpo ............................................................................35
3.1.2 Álcool e Sistema Nervoso Central .......................................................................37
3.2 Álcool e transtornos ..........................................................................................................43
3.2.1 Transtorno Amnésico Alcoólico ...........................................................................43
3.2.2 Síndrome de Wernicke-Korsakoff........................................................................43
3.2.3 Como o transtorno causado pelo consumo de álcool é diagnosticado? ........44
3.3 Cigarro ............................................................................................................................46
3.3.1 Como o cigarro age quimicamente no organismo? ..........................................47
3.3.2 O que causa dependência no cigarro? ...............................................................48
3.3.3 Quais são as doenças causadas pelo uso do cigarro e outros produtos
derivados de tabaco? ......................................................................................................49
3.3.4 Cigarro e saúde mental.........................................................................................50
3.4 Psicofármacos ...............................................................................................................52
3.4.1 Antidepressivos ......................................................................................................53
3.4.2 Ansiolíticos..............................................................................................................53
3.4.3 Efeitos colaterais a médio e longo prazo................................................................53
Antidepressivos................................................................................................................54
Ansiolíticos .......................................................................................................................55
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4.0 DEPENDÊNCIA QUÍMICA, AMIZADE E DESENVOLVIMENTO HUMANO ........56
5.0 CONSEQUÊNCIAS E DIFICULDADES DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO ÂMBITO
FAMILIAR .................................................................................................................................63
5.1 Consequências da dependência de substâncias psicoativas na família ...............67
5.2 Emersão de sentimentos paradoxais nos familiares ................................................68
5.3 Adoecimento psíquico e físico.....................................................................................70
5.4 Interação social comprometida ...................................................................................71
5.5 Violência doméstica, física e psicológica ...................................................................72
5.6 Sintomas de codependência .......................................................................................73
5.7 As dificuldades enfrentadas pela família, durante o tratamento do dependente
químico .................................................................................................................................75
5.7.1 Falta de engajamento da família .........................................................................75
5.7.2 Necessidade de lidar com sentimentos emergentes durante a terapêutica ..77
5.7.3 Predomínio da visão do modelo moral ...............................................................78
5.7.4 Acesso à rede de atendimento à saúde .............................................................79
6.0 DEPENDÊNCIA QUÍMICA E TRATAMENTO ..............................................................82
6.1 O enquadre terapêutico ...............................................................................................83
6.1.1 Ambientes de tratamento......................................................................................83
6.1.2 Composição da equipe profissional ....................................................................86
6.2 Tipo de tratamento ........................................................................................................86
6.2.1 Componentes de um serviço de atendimento ...................................................88
6.3 Planejamento das ações ..............................................................................................88
6.3.1. Diagnóstico ............................................................................................................88
6.3.2 Implementação.......................................................................................................89
6.3.3 Monitoramento e avaliação ..................................................................................90
6.4 CAPS AD– Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas ................................93
6.5 Clínicas de reabilitação – internação .........................................................................94
7.0 PSICOLOGIA E TRATAMENTO DE DEPENDENTES QUÍMICOS ..........................96
7.1 Teorias e técnicas comportamentais aplicadas à dependência química ..............98
7.2 Teoria do Aprendizado Social .....................................................................................98
7.2.1 Condicionamento clássico ....................................................................................99
7.2.2 Aprendizagem instrumental ................................................................................100
7.3 Teoria e técnica cognitiva aplicada à dependência química .................................102
7.4 Formulação da hipótese de Conceituação Cognitiva.............................................106
7.5 Estrutura das sessões de TC ....................................................................................109
7.6 Técnicas utilizadas pela Terapia Cognitiva .............................................................111
7.7 Prevenção da Recaída (PR)......................................................................................111
7.7.1 Expectativa positiva de resultado ......................................................................113
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7.7.2 Efeito de violação da abstinência ......................................................................113
7.8 Técnicas da PR ...........................................................................................................114
7.9 Treinamento de Habilidades......................................................................................117
8.0 PROMOÇÃO E PREVENÇÃO NA DEPENDÊNCIA QUÍIMICA: UMA REALIDADE
DE ACORDO COM O NOVO PARADIGMA DA SAÚDE ................................................120
8.1 Dependência química e fortalecimento psicossocial pelas práticas esportivas .126
8.2 Exercícios aeróbios para dependentes químicos em recuperação .....................130
REFERÊNCIA ........................................................................................................................134
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1.0 DEPENDÊNCIA QUÍMICA
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A dependência a uma droga é caracterizada pelo descontrole do indivíduo
no uso da substância, que aos poucos o desintegra da sociedade. Fatores
relacionados à própria droga, até uma predisposição genética e doenças
psiquiátricas pré-existentes, podem levar algumas pessoas a um quadro de
dependência. Com o objetivo de sentir novamente os sintomas de prazer, ou
ainda, para eliminar o mal-estar que se sente quando há a interrupção da droga,
o indivíduo tende a repetir o uso daquela substância. Os sintomas de desconforto
são designados “Síndrome da Abstinência”, que tendem a surgir a cada vez que
o indivíduo cessar o uso da droga. A “tolerância à droga” leva ao consumo de
doses cada vez maiores, no intuito de obter os mesmos sintomas promovidos
em doses que antes eram menores. Outro fator associado à dependência
química é a fissura, caracterizada pela vontade incontrolável de fazer o uso da
droga, a qualquer hora do dia ou noite.
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O CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) é
um órgão que funciona no Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP
(Universidade Federal de São Paulo), como uma entidade sem fins lucrativos
objetivando ser útil à população quanto ao cuidado e pesquisas na questão das
drogas. Para cumprir sua função, organiza pesquisas e reuniões científicas
sobre o assunto, publica livros e levantamentos sobre o consumo de drogas
entre estudantes, meninos de rua, e outros. Mantém um banco de trabalhos
científicos brasileiros sobre a questão do abuso de drogas, publicando boletins
trimestralmente sobre o assunto. Alguns livros ou trabalhos publicados pelo
centro são: VI levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas
entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das redes pública privada de
Ensino nas 27 Capitais Brasileiras e Catálogo de Instituições que assistem
Crianças e Adolescentes em Situação de Rua nas 27 Capitais (GALDURÓZ et
al., 2004).
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As drogas psicotrópicas (ansiolíticos e hipnóticos) também representam uma
categoria de compostos relevantes para a dependência, cujo abuso implica
muitos usuários. Os psicotrópicos são drogas que causam dependência
psicológica e ou física encontrados facilmente nas farmácias. Devido à
competição no mercado de trabalho e a correria do dia a dia, cada vez mais as
pessoas se encontram ansiosas, estressadas, deprimidas e buscando soluções
práticas nos consultórios médicos, por vezes recebendo receitas de
antidepressivos e calmantes para aliviar as tensões do mundo moderno e se
envolvendo em um ciclo de dependência. Ainda que a retirada desses tipos de
medicamentos seja mais fácil, estas pessoas correm o risco de se tornarem
dependentes. Entretanto, a procura por tratamento para esta questão não
corresponde à prevalência do problema na comunidade. Esta desproporção se
explica porque o estado de dependência causado pelas drogas psicotrópicas é
comparativamente menos dramático do que outras drogas e porque os sujeitos
afetados não se reconhecem como adictos, nem são facilmente reconhecidos
por seus familiares. Devemos acrescentar ainda a facilidade com que se obtêm
tais medicamentos e a possibilidade de manter a dependência sem interrupção
por muitos anos.
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maneira o nosso psiquismo (2005). As lícitas abrem portas para as ilícitas
porque, segundos levantamentos deste centro, estas são as mais consumidas e
têm o maior número de dependentes; se apenas 0,1% da população havia usado
crack nos 12 meses anteriores à pesquisa, 2,6% usaram maconha, 0,7%,
cocaína, e 49,8%, álcool. O álcool, portanto, tem um impacto muito maior sobre
a força de trabalho, a previdência social e a saúde pública pelos danos físicos e
psicossociais que causa.
Quanto à dependência química, esta não tem causa única, mas é produto
de uma série de fatores (físicos, emocionais, psíquicos e sociais) que atuam ao
mesmo tempo, sendo que às vezes, uns são mais predominantes em uma
pessoa específica do que em outras. A dependência química atinge o ser
humano nas suas três dimensões básicas (biológica, psíquica e social) e
atualmente é reconhecida como uma séria questão social, à medida que atinge
o mundo inteiro e todas as classes sociais.
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“Antes de descobrir nas drogas a fonte ideal de alívio necessário à
sensação de desconforto que o persegue, o dependente químico pode ter
experimentado e frequentemente abusado de comida, televisão, sexo, trabalho,
perigo, jogo, esportes, religião, meditação etc. No caso dos dependentes
químicos, essas dependências foram insuficientes para manter sua necessidade
de alívio".
Os prejuízos neurológicos, cognitivos e relacionais causados pelas
substâncias são em sua maioria irreversíveis, progressivos e passam
despercebidos pelo indivíduo. Os danos físicos e sociais quando percebidos
impulsionam, ainda mais, o dependente químico a uma insaciável busca pelos
efeitos da droga (SILVA, 2000, p.14).
A necessidade de buscar constantemente a droga altera a vida do
dependente afetando as relações familiar, social e profissional, trazendo para o
indivíduo um intenso sofrimento físico e emocional. Assim, o tratamento da
dependência química envolve o indivíduo e toda sua rede social afetada (LEITE,
2000).
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De acordo com Cunha (2006, p.35) os dependentes químicos apresentam
comportamentos com características próprias entre estas, se destacam:
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• Paranoia: desconfiança e suspeita exagerada de pessoas ou objetos, de
maneira que qualquer manifestação comportamental de outras pessoas é tida
como intencional ou malévola.
É comum que aconteçam nas famílias com dependentes químicos brigas,
separações, uma vez que o usuário sob o efeito da droga, tem o pensamento
somente voltado ao uso e obtenção da droga, o que traz perdas significativas na
vida deste, como: perda do emprego, bens, prejuízos para a saúde e quebra de
relacionamento com a família. Por este motivo o apoio da família é fundamental
para a adesão do tratamento da dependência química por parte do usuário.
2.1 Ayahuasca
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Índios da bacia Amazônica tomam esse chá alucinógeno há mais de 4 mil
anos – um hábito que chamou a atenção de portugueses e espanhóis assim que
eles desembarcaram por aqui, no século 16. Ao chegarem à Amazônia, padres
jesuítas escreveram sobre o chá da “poção diabólica” e as cerimônias que os
indígenas realizavam depois de consumir a ayahuasca. Durante todo esse
tempo, a bebida provavelmente teve a mesma receita: um cozido à base de
pedaços do cipó Banisteriopsis caapi.
2.3 Cocaína
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Quando chegaram à América, os espanhóis perceberam que os índios da
região tinham adoração pela folha da coca. Pragmáticos, passaram a distribuí-la
aos escravos para estimular o trabalho. Acontece que os brancos também
tomaram gosto pela coisa. E as folhas foram parar na Europa.
2.4 Crack
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Feita pela mistura da pasta de cocaína com bicarbonato de sódio, leva em
segundos a um estado de euforia intenso que não dura mais do que 10 minutos.
Assim, quem usa quer sempre repetir a dose. O nome crack vem desse efeito
rápido, que surge como estalos para o usuário.
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2.5 Cogumelos
2.6 Maconha
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A Cannabis sativa, originária da Ásia Central, é consumida há mais de 10
mil anos. Os primeiros sinais de uso medicinal do cânhamo, outro nome da
planta, datam de 2300 a.C., na China, numa lista de fármacos chamada Pen
Ts’ao Ching – um estudo encomendado pelo imperador Chen Nong (a maconha
servia tanto para prisão de ventre como para problemas de menstruação). Na
No século 19, a erva foi receitada até para a rainha inglesa Vitória. Ela fez
um tratamento à base de maconha contra cólicas menstruais, indicado pelo
médico do palácio. Hoje, há uma cultura em torno da droga que se mantém com
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revistas especializadas, sites e ongs defendendo seu uso. A maconha tem até
torneio anual, na Holanda: a Cannabis Cup, que avalia a qualidade da droga de
todos os continentes. O país, aliás, não permite o comércio livre da erva. A droga
pode ser vendida apenas nos coffee shops e o limite por pessoa é de 5 gramas
– suficiente para 5 cigarros.
2.7 Haxixe
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Oriente em busca de especiarias. Eles recebiam haxixe como cortesia nas
operações de compra e venda.
2.8 Ecstasy
2.9 Heroína
23
“A dose mínima faz desaparecer qualquer tipo de tosse, inclusive tuberculose”.
O nome fazia referência às aparentes capacidades “heróicas” da droga, que
impressionou os farmacêuticos do laboratório da Bayer.
2.10 LSD
Em 1967, o movimento era capaz de reunir até 100 mil pessoas num
parque. As farras lisérgicas muitas vezes acabavam em sexo coletivo. Não é à
toa que o ano tenha entrado para história como Summer of Love, o “verão do
amor”.
2.11 Ópio
25
O suco leitoso tirado da papoula branca é consumido há cerca de 5 mil
anos no sudoeste da Ásia, em ilhas do Mediterrâneo e no Oriente Médio. Fez
parte até da mitologia grega – era usado para venerar a deusa Demeter. A lenda
dizia que, após ter sua filha Proserpina raptada, Demeter passou a procurá-la.
Encontrou e comeu sementes de papoula, diminuindo a dor da perda. A imagem
da deusa, então, ficou ligada à papoula – e rituais em sua homenagem incluíram
o uso da droga. O nome ópio vem do grego opin, ou suco. A chegada da
civilização romana não diminuiu a sua popularidade, inclusive para fins
medicinais. “O ópio era a aspirina de seu tempo. No ano 312, havia na cidade de
Roma 793 estabelecimentos que o distribuíam”, afirma Antonio Escohotado, em
O Livro das Drogas.
2.12 Álcool
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Em algumas zonas da América do Sul, há milhares de anos que a cerveja
de milho conhecida como chicha é um componente essencial da alimentação. A
fermentação era um trabalho tradicionalmente feminino. Esta página de uma
crónica espanhola escrita no século XVI, no Peru, mostra um nobre a servir
chicha a um imperador inca, que ergue o copo para brindar ao deus do Sol
27
Grãos fermentados, suco de frutas e mel vêm sendo utilizados durante milhares
de anos para fazer álcool (álcool etílico ou etanol).
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O século XIX trouxe uma mudança de atitude e a Campanha
antialcoolismo começou a promover o uso moderado do álcool, o que acabou se
convertendo numa campanha de proibição total.
2.12 Cigarro
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O cigarro produzido na América do Sul e América Central usava várias
plantas como embrulho. Quando o fumo foi levado para a Espanha o mesmo
passou a ser embrulhada com palhas de milho. O papel fino para embalagem foi
introduzido por volta do século XVII. O produto resultante era chamado
"papelate" e foi retratado em várias pinturas de Francisco de Goya como La
cometa, La Merienda en el Manzanares e El juego de la pelota a pala, obras
do século XVIII.
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quatrocentos francos por um cigarro, já que eles eram racionados para os
soldados.
3.1 Álcool
O álcool vem sendo consumido cada vez mais pela população do mundo
todo, principalmente pelos jovens, que experimentam a bebida cada vez mais
cedo. E quanto mais cedo uma pessoa começa a beber, maior é a possibilidade
de se tornar dependente.
32
Quando ingerido o álcool provoca a sensação de segurança, o usuário se
sente desinibido, no primeiro momento, mas, se a quantidade ingerida passar do
limite seu comportamento torna-se descontrolado, podendo ter reações
agressivas ou depressivas, ficando descoordenado e sonolento. O consumo
frequente torna o usuário dependente da droga, o que pode prejudicá-lo
socialmente.
"O álcool é uma substância que tem efeito depressor no sistema nervoso
central. Em pequenas quantidades, deixa a pessoa mais desinibida e relaxada
33
e, conforme o número de doses ingeridas aumenta, a pessoa passa a apresentar
diminuição de reflexos, dificuldade de coordenação e alteração de funções
visuais", explica Arthur Guerra, coordenador do Núcleo de Álcool e Drogas do
Hospital Sírio-Libanês, presidente executivo do Centro de Informações sobre
Saúde e Álcool (CISA), além de psiquiatra e especialista em dependência
química.
34
saúde do indivíduo e fatores genéticos, psicossociais e ambientais também
influenciam.
35
A primeira etapa da metabolização da bebida alcoólica no organismo é a
absorção, que ocorre através do estômago e intestinos grossos.
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3.1.2 Álcool e Sistema Nervoso Central
37
Em pequenas quantidades, o álcool promove desinibição, mas com
o aumento desta concentração, o indivíduo passa a apresentar uma
diminuição da resposta aos estímulos, fala pastosa, dificuldade à
deambulação, entre outros.
Concentração de álcool
no sangue (CAS) Estágio Sintomas clínicos
(g /100 ml de sangue)
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0.01 - 0.05 Subclínico - Comportamento normal
- Inércia generalizada
- Prejuízo das funções motoras
- Diminuição importante da resposta aos
estímulos I
0.25 - 0.40 Estupor - Importante incoordenação motora
- Incapacidade de deambular ou coordenar os
movimentos
- Vômitos e incontinência
prejuízo da consciência, sonolência ou estupor
- Inconsciência
- Reflexos diminuídos ou abolidos
- Temperatura corporal abaixo do normal
0.35 - 0.50 Coma
- Incontinência
- Prejuízo da respiração e circulação sanguínea
- Possibilidade de morte
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O etanol é uma substância depressora do SNC e afeta diversos
neurotransmissores no cérebro, entre eles, o ácido gama-aminobutírico (GABA)
e o glutamato.
GABA
Outros neurotransmissores
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3.2 Álcool e transtornos
A boa notícia fica por conta do fato de a maioria dos alcoolistas que
apresentam problemas cognitivos apresentam ao menos alguma melhora nas
estruturas cerebrais a partir de 1 ano de abstinência do álcool.
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• Antecedentes familiares. O risco de sofrer um transtorno causado pelo
consumo de álcool é maior em pessoas com parentes ou pais com
problemas de álcool.
• Depressão e problemas de saúde mental. Alguns transtornos mentais
como a depressão ou a ansiedade estão relacionados a problemas com
o álcool ou outros tipos de substâncias.
• Fatores sociais e culturais. As relações sociais, juntamente ao ambiente
e a cultura, podem aumentar o risco de sofrer um transtorno após o
consumo de álcool.
Por outro lado, também pode-se consumir álcool para aliviar os efeitos
indesejados de outras substâncias ou para substituí-las se não estiverem
disponíveis.
3.3 Cigarro
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Algumas pessoas inalam o fumo através de uma boquilha.[1] A
principal substância química psicoativa no tabaco é a nicotina, a qual é
extremamente viciante.
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recebe menos dopamina. Para compensar, o organismo produz mais
noradrenalina. Por isso, quando alguém para de fumar, fica nervoso ou irritado.
3.3.3 Quais são as doenças causadas pelo uso do cigarro e outros produtos
derivados de tabaco?
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Têm menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e
na vida sexual do que os não fumantes. Além disso, envelhecem mais
rapidamente e ficam com os dentes amarelados, cabelos opacos, pele enrugada
e impregnada pelo odor do fumo.
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Mariana também chama a atenção para os malefícios psicológicos
provocados pelo hábito de fumar. “É muito comum confundir prazer com alívio.
Existe uma crença de que fumar proporciona prazer e, na verdade, o cigarro
oferece alívio imediato. O prazer consiste em tudo aquilo que soma em nossas
vidas, como uma viagem, um jantar rodeado de boa companhia, momentos com
quem amamos. O cigarro não soma, apenas alivia a angústia e a necessidade
da nicotina que o corpo deseja”, explica a psicóloga, destacando que o
autoconhecimento é de suma importância para não aderir a esse hábito. “É
normal passarmos por dificuldades, estresse, ansiedade, mas devemos buscar
maneiras saudáveis de extravasar esses sentimentos negativos, por meio de
atividade física, uma boa leitura, boas conversas, vida social de qualidade.
Muitas pessoas têm dificuldade em lidar com o vazio e optam pelo cigarro,
escondendo-se de si”, complementa.
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3.4 Psicofármacos
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Para estabelecer qual medicação deve ser receitada, o médico leva em
consideração o possível diagnóstico. Casos de transtornos mentais são repletos
de peculiaridades em relação aos sintomas e levam mais tempo para um
diagnóstico preciso. Idade do paciente, seus problemas físicos (problemas
hepáticos ou vasculares) e a resposta ao uso de medicamentos anteriormente
também são levados em conta.
3.4.1 Antidepressivos
3.4.2 Ansiolíticos
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Antidepressivos
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Ansiolíticos
Existem efeitos colaterais mais comuns dos pacientes que utilizam este
tipo de medicação. São eles: perda de memória, fadiga, sedação, sonolência,
incoordenação motora, diminuição da concentração, atenção e reflexos.
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Por fim, vale a ressalva que o uso de medicamentos pode ser uma ótima
opção, mas o ideal é que esse tratamento seja combinado com o
acompanhamento psicológico. Pesquisas comprovam que a combinação de
ambos é o que gera maior resultado. A psicoterapia garante um cuidado geral e
contínuo para o paciente. A Vittude é parceira de inúmeros psicólogos
especialistas relacionados aos percalços envolvendo tal medicamento, que
atendem adultos, adolescentes e crianças.
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Em geral, maior autonomia se traduziria em mais abertura e flexibilidade
nas relações e, portanto, de acordo com Bukowski, Simard, Dubois e Lopez
(2011), os adolescentes podem se colocar em risco caso não consigam traduzir
interações comportamentais em representações de amizade mais abertas e
flexíveis. Schat e Kelloway (2008) também apresentam o suporte social como
efeito moderador de bem-estar, satisfação e comprometimento, em uma revisão
ampla de estudos realizados, em especial, no ambiente empresarial.
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Edwards (2004) avaliou americanos em tratamento pelo abuso de
substâncias e encontrou que os fatores de proteção mais relevantes neste
processo foram: sentir-se cuidado, experiências espirituais, insight,
comprometer-se, empoderamento da autoestima, alívio da dor emocional,
remorso, reconexão com valores tradicionais, segurança e gratidão, dentre
outros. Todos eles eram relacionados ao apoio e suporte emocional. Ferreira e
Garcia (2008) também ressaltam a importância do apoio social de parentes e
amigos na adaptação de adolescentes com doenças crônicas. Estes dados
representam uma evidência a mais para a concepção de que os relacionamentos
interpessoais são fatores primordiais para intervenção diante da dependência
química, na medida em que se apresentam como fatores de proteção que
facilitam a adaptação dos indivíduos às circunstâncias adversas advindas do
abuso de substâncias.
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resultado da influência de amigos e de processos de seleção destes amigos, e
ressaltam que trabalhos de prevenção deveriam considerar aspectos
subjacentes aos âmbitos inter e intrapessoal ao uso crônico, dependência e
abuso de substâncias psicoativas. Papalia e Olds (2000) ressaltam a
vulnerabilidade dos adolescentes à influência dos amigos, no contexto mais
específico da adolescência, onde o tema das relações de influência exercidas
entre os pares se torna evidente, incluindo tanto estimular o uso quanto mantê-
lo e, em alguns casos, ser suporte para parar de usar. Em conjunto, estes dados
refletem que a relação entre amizade e dependência química é bastante
complexa.
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Visando a uma possível efetividade e eficácia do processo terapêutico
para o indivíduo que consome substâncias psicoativas, o profissional da área da
saúde precisa atentar ao cuidado, não só desse indivíduo, mas também de sua
família, possibilitando-lhe inclusive uma participação na terapia.
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A família é o primeiro e principal sistema afetado quando um dos membros
familiares passa a fazer uso de drogas lícitas e/ou ilícitas, e tal comportamento
acarreta consequências para a saúde de todos os envolvidos e a fragilização da
relação deles.
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ou entes adoecidos, portanto requerem um espaço terapêutico para serem
ouvidos e ajudados
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No 1º estágio, há predomínio do mecanismo de defesa da negação. A
família e o usuário vivenciam situações de tensão e conflitos, porém não
verbalizam os seus sentimentos e pensamentos em relação a tal problemática.
68
A literatura apontou os sentimentos mais comuns que afloram no seio da
família, diante do usuário de SPA ou de situações vivenciadas. São eles: raiva,
vergonha, humilhação, ressentimento, impaciência, sofrimento emocional,
impotência, medo do futuro, solidão diante do resto da sociedade. Os familiares
também perceberam a necessidade de impor limites para o membro
dependente, porém houve conflito entre o conhecimento deles sobre a doença e
os seus próprios conceitos já internalizados. A família apontou o descrédito às
promessas de abstenção às drogas expostas pelo dependente e sentiram culpa
e vergonha pelo estado em que ele se encontra. Muitas vezes, tal sentimento
esteve relacionado à demora familiar em identificar e/ou admitir o problema, o
que retardou a procura de ajuda externa e profissional e colaborou para agravar
o desfecho do caso.
70
O tema do adoecimento psíquico e físico surgiu em alguns estudos.
Dificuldades na fala, na aprendizagem e na convivência social podem ocorrer em
filhos de dependentes químicos, ocasionados pela violência, principalmente a
doméstica.
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podem sofrer graves distúrbios em seu desenvolvimento, como dificuldades na
fala, na aprendizagem cognitiva e na convivência social.
73
O termo codependência pode ser entendido como a dependência
emocional de uma mãe com seus filhos e/ou filhas, da esposa em relação ao
esposo, de filhos/filhas com seus pais ou irmãos, que assumem uma atitude de
cuidador/ cuidadora obsessiva com o (a) outro (a), preocupam-se e tentam
controlar excessivamente o comportamento do outro, levando-o a esquecer-se
de si próprio.
75
ambiente externo. Além disso, o apoio familiar favorece a adesão do usuário ao
tratamento e ao serviço de saúde.
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cuidar, ou seja, como em outras doenças, as mulheres são as mais envolvidas
com o dependente e o tratamento.
77
A família precisa de um espaço em que possa compartilhar informações,
receios, segredos, cuidados específicos e preventivos da recaída, habilidades
pessoais do dependente químico na mudança de hábitos e rotinas. Para o
cuidador do alcoolista, tal tarefa é desgastante, humilhante, geradora de
frustrações, e desencadeia dificuldades emocionais, as quais podem surgir no
contexto geral de vida do dependente químico.
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Um dos modelos explicativos para a compreensão do uso de drogas é
denominado de compensatório, o qual define que as pessoas não são
responsáveis pelos problemas, mas pelas soluções e precisam de motivação e
habilidades para a mudança do comportamento relacionado ao consumo de
substâncias psicoativas. Tal modelo pressupõe o uso de técnicas advindas da
teoria cognitivo-comportamental, e possibilita ao dependente químico aprender
habilidades sociais e de enfrentamento em relação às situações de risco que
podem levá-lo a consumir drogas.
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A possibilidade ou não de acesso aos serviços também foi muito
enfatizada, considerando-se que a eficácia e eficiência do tratamento dependem
da articulação de vários recursos que constituem a rede de apoio social.
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Alguns familiares vivenciam a experiência de serem encaminhados para
outros serviços de saúde, considerados distantes da área de abrangência do
dispositivo de saúde mental (CAPSad).
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6.0 DEPENDÊNCIA QUÍMICA E TRATAMENTO
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Há incontáveis tipos de ambientes de tratamento, apesar de alguns serem
mais conhecidos e tradicionais (Quadro 1). Cada um deles possui vantagens e
desvantagens na prestação de auxílio ao dependente químico. Não há um
serviço melhor que o outro, mas sim pacientes mais indicados para cada serviço.
A compreensão e o entendimento das possibilidades e limitações de cada
ambiente de tratamento auxiliam o processo de adequação de um serviço às
necessidades da comunidade a qual presta assistência.
84
procuram auxílio especializado, sobrecarregando setores que deveriam se
responsabilizar por apenas uma parte do tratamento.
85
6.1.2 Composição da equipe profissional
86
A definição do tipo de tratamento de um serviço tem caráter estrutural e pode ser
identificado em qualquer serviço. Sua determinação permite avaliações mais
87
objetivas acerca dos resultados obtidos, confere seriedade aos procedimentos e
demonstra maturidade por parte da equipe de tratamento.
6.3.1. Diagnóstico
88
A organização de um serviço começa pela clarificação da estrutura
disponível (enquadre terapêutico) e das necessidades dos indivíduos que irão
procurá-la. Alguns questionamentos relacionados a essa fase são a prevalência
local do consumo de substâncias psicoativas, da via de administração e das
complicações clínicas e sociais relacionadas; o perfil sociodemográfico da
população atingida; o modelo que atenderia da melhor maneira tais
necessidades; a eficácia das tentativas de tratamento anteriores; a existência de
serviços de apoio na região; e o nível de capacitação e entrosamento da equipe.
6.3.2 Implementação
89
demanda. Tais ações devem visar ao alcance de objetivos e metas específicos,
hierarquizados, considerando a prioridade de cada um.18
90
solucioná-los. Desse modo, todo esse processo deve ser monitorado e avaliado
constantemente para que os aprimoramentos ou modificações necessárias
sejam implementados antecipadamente, aproveitando as oportunidades e
evitando ameaças à viabilidade do serviço.
91
Há alguns critérios que podem ser seguidos para valorizar a análise de
efetividade, por mais que se dê fora dos parâmetros estritamente científicos
(Quadro 5). Sobre isso, vale ressaltar a importância de determinar a adesão e
comparar os resultados do tratamento entre os que abandonaram e
permaneceram em tratamento. Por exemplo, um serviço pode demonstrar que
90% dos pacientes que concluíram seu tratamento estão abstinentes e
melhoraram significativamente seu desempenho social. No entanto, esses
representam apenas 5% do total de pacientes que iniciaram o tratamento. Isso
quer dizer que, no total, o serviço funcionou apenas para 4,5% dos dependentes
que o procuraram. Será preciso comparar os dados entre aqueles que
permaneceram e abandonaram para, por exemplo, identificar barreiras à adesão
e buscar novas estratégias motivadoras.
92
No Brasil, boa parte dos serviços é organizada única e exclusivamente a
partir do empenho e da experiência de seus profissionais. Isso origina serviços
com potencial de atendimento limitado e desvinculado das necessidades locais.
93
As Unidades de Acolhimento para pessoas com necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas oferecem atenção
residencial de caráter transitório sendo parte da Rede de Atenção Psicossocial
com ações voltadas para o trabalho, a geração de renda, o esporte, o estudo, de
forma que possa construir um novo projeto de vida.
94
Em alguns casos, os efeitos das drogas são tão devastadores, que um
dos primeiros elementos perdidos é o discernimento de autocuidado, o que
impede o indivíduo de decidir os melhores caminhos para sua vida, e isto leva à
necessidade de internação compulsória, contra a vontade do usuário.
95
Depois deste período, outros 90 dias se dividem entre internação parcial,
onde o paciente começa, gradativamente, a passar o dia na clínica e retornar
para casa, à noite, para dormir, retornando à clínica novamente, todos os dias.
96
A prática clínica da TC prescinde da teoria. Assim, a TC pode ser
considerada a aplicação da teoria cognitiva de psicopatologia a um caso
individual. Ela relaciona os vários transtornos psiquiátricos a variáveis cognitivas
específicas e se fundamenta em diversos princípios formais e abrangentes. Na
teoria da TC, a natureza e a função do processamento de informação e de
atribuição de significados aos acontecimentos da realidade constituem a chave
para entender o comportamento mal adaptado.
98
De acordo com Heather, 1997, o homem não é um ser totalmente racional.
Persistem, na espécie homo sapiens, processos instintivos. Este mecanismo
instintivo permite que as pessoas ajam pelos meios aos quais estão mais
acostumadas a fazê-lo. A teoria do Aprendizado Social estuda, de forma
sistemática, como os humanos aprendem a agir, pensar e sentir em
determinadas circunstâncias. Esse aprendizado se dá em diversos níveis, mas
destacaremos, aqui, os dois principais: condicionamento clássico e
aprendizagem instrumental.
99
Observemos que o foco da teoria comportamental está nas situações de
alto risco e no comportamento de uso de droga. A teoria cognitiva tem seu foco
voltado às cognições que evocam a fissura e aos pensamentos e crenças que
facilitam o comportamento de busca e de uso da droga.
100
Esta teoria decorre da existência de primórdios biológicos que atraem os
humanos para a busca de prazer imediato e evitação das situações que os
privem de satisfação ou imponham sofrimento. O maior expoente
do condicionamento operante foi Skinner. Ele demonstrou que reforços positivos
(satisfatórios) ou negativos (desprazer) influenciavam o comportamento. A BT
postula que a vida do dependente químico é desprovida das recompensas
cotidianas (contatos sociais, amigos, diversões). Além disso, os pacientes têm
dificuldades para lidar com afetos negativos, críticas ou frustrações.
101
Outra técnica, utilizada com base na Teoria da Aprendizagem
Instrumental, são as abordagens psicossociais descrita por Budney e Higgins.
Eles incorporaram na terapia alguns reforços positivos – os Vouchers. Este
programa de tratamento necessita de três amostras semanais de urina para
screening de droga. Na ausência de droga ao exame, o paciente recebe um
sistema de Vouchers atribuindo pontos que podem ser trocados por objetos
consistentes com um estilo de vida sem drogas, como artigos desportivos e
bilhetes para espetáculos culturais e cinemas.
103
supergeneralizadas e rígidas. Levam a sofrimento psíquico e comportamentos
mal adaptados, além de impedirem a realização de metas.19,15 O Quadro
I mostra alguns exemplos de Esquemas Cognitivos disfuncionais e suas
respectivas Crenças Básicas.
- Pensamentos automáticos
104
As Crenças Centrais Básicas são avaliações genéricas sobre si mesmo,
sobre o outro e sobre a relação com o mundo que o cerca. Na maioria das vezes,
tais crenças não são conhecidas e claras para o indivíduo (são inconsciente)
mas, sob determinadas circunstâncias, influenciam a percepção sobre as coisas
e é expressa como pensamento automático, específico a uma situação. Os
pensamentos automáticos derivam de um "erro" cognitivo e têm íntima relação
com as crenças. O Quadro III exemplifica alguns erros cognitivos e pensamentos
a eles associados.
- Estratégia compensatória
105
uma constatação inflexível, o paciente sente-se triste, com medo e ansioso. Ele,
então, faz uma suposição: "se eu beber, conseguirei ficar menos ansioso e
poderei me apresentar". Pede uma bebida alcoólica e bebê. O comportamento
de busca e ingestão do álcool é um exemplo de Estratégia Compensatória.
- Conceituação Cognitiva
106
Tentemos, através da análise da Figura I, entender como o terapeuta
cognitivo constrói a hipótese da Conceituação Cognitiva.
- Situação 1: após a aula, ele está deitado, sozinho, no seu quarto, refletindo
sobre seu desempenho acadêmico. Ocorre-lhe, então, um pensamento
automático: "sou o pior aluno". A este pensamento ele atribui um significado: "Eu
sou incapaz". A emoção que decorre dessa cognição é tristeza e uma sensação
vívida de fracasso. Então, ele decide parar de estudar. Observemos que, de
forma genérica, a situação ativou um Esquema de Incapacidade que fora
construído ao longo da vida do paciente, através de sua história infantil e
experiências precoces. O Esquema influencia a formulação de pensamentos que
sejam compatíveis com o seu conteúdo. Para um conteúdo de Incapacidade, o
pensamento é "sou o pior". Este, por sua vez, influencia a emoção, que mantém
coerência com o pensamento e Esquema. O paciente, então, sente-se triste e
seu comportamento é abandonar a escola. Observemos que o comportamento
"abandonar a escola" é uma Estratégia Compensatória de fuga para aliviar o
Esquema de Incapacidade.
108
droga". As crenças relacionadas à droga mantêm uma relação coerente com as
Crenças Básicas de caráter mais genérico. Assim, o modelo cognitivo postula
que a dependência é resultado da interação entre o contato inicial com a droga
e as cognições que se formarão por influência das Crenças Básicas. Não são,
portanto, todas as pessoas que, ao ter contato com a droga, desenvolverão
dependência.
112
7.7.1 Expectativa positiva de resultado
1. Determinantes intrapessoais.
- Desejos e tentações.
2. Determinantes interpessoais.
- Conflitos interpessoais;
- Pressão social;
7.8 Técnicas da PR
114
4) Manutenção: o paciente, uma vez que conseguiu atingir a abstinência,
toma decisões no sentido de manter o novo comportamento.
1) sentimentos negativos;
2) assertividade;
3) fazer críticas;
4) receber críticas;
5) comunicação;
6) recusar droga;
7) dizer não;
8) socialização;
9) frustrações;
12) fissura;
118
As técnicas usadas no TH são verbais e dramatizações (role play). Em
cada sessão, o grupo elege uma das situações listadas e realiza um role play. O
grupo planeja uma cena na qual apareça uma ou mais das situações listadas.
Durante a representação, não é necessário ser fiel ao roteiro estabelecido. É
importante a improvisação, porque ela estimula a criatividade. É aconselhável
trocar de personagem, perguntando ao grupo quem daria uma resposta diferente
à situação encenada. Desta forma, o paciente adquire flexibilidade de respostas
e desenvolve novas habilidades. Para cada situação, uma lista de habilidades é
compilada e o profissional estimula o treino dessas habilidades durante o role
play. A seguir, selecionamos apenas alguns exemplos sobre a lista de
habilidades a serem treinadas para algumas situações:
119
5. Receber críticas: 1) conseguiu ouvir sem se colocar na defensiva? 2)
conseguiu avaliar a crítica com clareza e selecionar os pontos pertinentes? 3)
conseguiu explorar a crítica com questões para se certificar de que ficou clara
qual é a crítica do outro?
120
A dependência química, como um grave problema de saúde pública,
necessita de atenção especial. Portanto, a área de saúde tem muito a realizar
no que diz respeito ao uso de drogas e à promoção de saúde (Gelbcke & Padilha,
2004). Assim, trabalhar essa questão na nossa realidade exige um conjunto de
ações específicas que envolvam melhorias tanto no tratamento em si, no caso
da dependência já instalada, quanto em termos de promoção e prevenção ao
uso de drogas, de acordo com o modelo biopsicossocial de saúde, o qual
apresenta uma concepção holística do ser humano.
121
vida do indivíduo sem o uso da droga (Macieira, 2000). Estudos apontam que,
ainda hoje, observam-se baixos índices de sucesso no tratamento da
drogadição, pois diversos fatores podem contribuir para a não adesão ao
tratamento, o abandono ou, até mesmo, para o uso de substâncias psicoativas
durante ele (Aguilar & Pillon, 2005).
123
Para que isso aconteça efetivamente, é necessário o envolvimento de
diversos grupos na sociedade, principalmente a família, uma vez que esta
apresenta um papel crucial no processo de desenvolvimento de seus membros,
constituindo-se como o primeiro agente educativo/preventivo. Por meio da
família a criança vai aprender condutas, hábitos, valores, observando as atitudes
dos pais frente à vida e aos problemas inerentes ao cotidiano (Carranza &
Pedrão, 2005).
125
8.1 Dependência química e fortalecimento psicossocial pelas práticas
esportivas
126
De acordo com a capacidade tanto pode ser a yoga, treino para uma
maratona ou musculação, todas são atividades positivas para a recuperação da
dependência química. Encontrar um programa de condicionamento físico que
seja adequado à pessoa, sempre é de interesse no tratamento da adição.
Barbanti, E. J. (2006) desenvolveu uma pesquisa com objetivo de investigar a
mudança na qualidade de vida em 141 pacientes (DQ) (Álcool, Tabaco, Drogas
e Familiares) e depressivos (DP), que participaram de programas de exercícios
físicos. As atividades aeróbias do Grupo DQ foram: caminhada,
condicionamento físico, natação, e fitness Entre as não aeróbias constaram:
yoga, karatê, musculação e alongamento.
127
O tratamento médico da dependência química é complicado,
normalmente multidisciplinar e individualizado. Por se tratar de uma doença
crônica, os resultados do tratamento são semelhantes aos de outras doenças
crônicas, como por exemplo, a asma, hipertensão, diabetes e outras. Além da
conduta médica, outras devem ser adotadas, como a prática de exercícios
físicos, por exemplo. Mesmo sem um embasamento cientificamente estruturado,
o condicionamento físico do dependente químico sempre objetivou a eliminação
das toxinas, a busca de um melhor relacionamento social, o estímulo para o lazer
através das caminhadas e jogos, o resgate da autoestima, a melhoria das
condições musculoesqueléticas e cardiocirculatórias.
2. Libera endorfinas:
2. Melhora o humor.
3. Aspecto social:
129
para conhecer pessoas positivas, todos trabalhando para melhorar sua própria
saúde física. Além disso, o fato de o indivíduo estar em um ambiente positivo
torna-se muito comum que esse indivíduo interaja com os outros. O simples fato
de a pessoa estar em um local onde buscam um equilíbrio saudável para sua
saúde física e bem-estar mental, assim também é para a maioria das pessoas
que lá se encontram. Outros benefícios do exercício físico na recuperação da
dependência física são derivados das atividades aeróbias e não aeróbias.
130
natação etc.). Diversas razões justificam a importância dos exercícios aeróbios
como uma atividade de estilo de vida muito recomendada.
Caminhada/Bicicleta
Condicionamento Físico
131
saúde; semelhante ao fitness, ou seja, desenvolvimento equilibrado de todas as
capacidades relacionadas à condição física características motoras tais como:
resistência, força, velocidade, flexibilidade e composição corporal (Barbanti,
2003).
Fitness
Natação
Yoga
132
A Yoga é um estado da mente. Existem muitas linhas de Yoga, que são
maneiras de se atingir o mesmo fim, ou seja, a meditação.
133
REFERÊNCIA
- https://www.mundosemdrogas.org.br/drugfacts/alcohol/a-short-history.html
- https://super.abril.com.br/ciencia/drogas-5-mil-anos-de-viagem/
- https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Os-efeitos-da-
bebida-alco%C3%B3lica-no-c%C3%A9rebro.aspx
- https://cisa.org.br/index.php/sua-saude/informativos/artigo/item/46-alcool-e-sistema-
nervoso-central
- https://amenteemaravilhosa.com.br/transtorno-consumo-de-alcool/
- https://www.inca.gov.br/en/node/1472
- https://www.unimed.coop.br/viver-bem/saude-em-pauta/o-habito-de-fumar-e-seus-
maleficios-psicologicos-e-fisicos
- https://www.vittude.com/blog/antidepressivos/
- http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-
82202014000100003
- file:///C:/Users/Ana%20Paula/Downloads/15155-Texto%20do%20artigo-64520-1-10-
20130902.pdf
- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462004000500015&script=sci_arttext
- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-
44462004000500009&script=sci_arttext&tlng=pt
- http://www.scielo.br/pdf/ptp/v25n2/a08v25n2.pdf
134
Curso de Capacitação em Dependência
Química e Saúde Mental
https://bit.ly/36bXqOZ
135