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Tendo isso em mente, as organizações precisam olhar para dentro de si e avaliar como elas
encaram a questão racial dentro delas, se estão avaliando isso e quantos esforços estão
sendo feitos para que a igualdade estabelecida no princípio democrático, mas é tão
diferente, na prática. É preciso, também, avaliar como o conceito de equidade pode ser
aplicado pelas empresas para fazerem parte do alcance da igualdade, fora do papel.
Igualdade X Equidade
Os dois termos são muito confundidos, então vamos começar entendendo a diferença entre
os dois.
● Igualdade: tem por base que todos possuem os mesmo direitos, deveres e
oportunidades. No entanto, sabe-se que a realidade é bem diferente.
Diagnóstico
Entenda o percentual de pretos e pardos nas empresas e, com base nos resultados, tome
medidas para mudanças é fundamental. Dentro desse diagnóstico, uma ferramento possível
é o censo étnico-racial, que mapeia o perfil dos colaboradores e que setores precisam de
um incremento na igualdade.
Pesquisas já mostraram que empresas mais diversas conseguem ter mais lucro e
inovação.
Modificar o recrutamento
As pessoas tendem a usar desculpas, como “a falta de pessoas qualificadas” para contratar
quem são iguais a elas. Pense em como mudar esse pensamento e realidade, com
treinamentos focados no entendimento da equidade.
Também é necessário entender que, antes mesmo do processo seletivo, existem obstáculos
que pessoas negras enfrentam que pode impossibilitá-las de fazer parte do recrutamento,
como acessibilidade ou barreiras de acesso à educação, além de preconceitos dentro das
próprias empresas. Não basta abrir vagas para pessoas pretas se não há entendimento de
como elas irão chegar ao público desejado.
Um exemplo: não é difícil que um jovem periférico desista, ou seja impedido de concorrer a
uma vaga pela distância para chegar ao local. Isso tendo em mente que a maior parte da
população negra é periférica e mora distante dos grandes centros, onde fica a maior parte
dos escritórios.
Para isso, pode-se procurar soluções, como promover mais processos virtuais, mover-se
para as proximidades das comunidades ou buscar iniciativas RH que já trabalham com o
recrutamento de pessoas negras.
Mudar a cultura
Se não houver uma cultura antirracista dentro da empresa, apenas a inserção de pessoas
negras não será o suficiente para a equidade ser alcançada.
Dentro dessa mudança de cultura, é muito interessante a criação de uma ouvidoria interna,
focada em racismo, e equipes focadas em diversidade. Ao criar esse espaço seguro, o
racismo precisa deixar de ser um tabu nas empresas e os espaços precisam ser seguros
para se conversar sobre o tema.
A equidade só vai funcionar se houver mudança na cultura, e isso também diz respeito às
pessoas brancas, que precisam entender seus privilégios e seus posicionamentos como
aliados.
A discriminação geralmente ocorre de forma velada, implícita, mas está no dia a dia dos
trabalhadores. Quanto ao racismo, expressões como “a coisa ficou preta”; “o samba do
crioulo doido” geram sofrimento. São pequenas formas de violência mental que foram
normalizadas (e que devem entrar no entendimento do racismo estrutural), mas que geram
estresse, depressão, burnout e riscos para a própria vida de quem as sofre.
Capacitação
Para compensar eventuais faltas de habilidades práticas, conhecidas como hard skills, o
combate à desigualdade racial precisa focar na capacitação no pós-contratação. Os
movimentos que defendem a equidade pregam que as empresas necessitam desenvolver
as habilidades que faltam em um funcionário.
É preciso ir além
Não mantenha apauta antirracista apenas no convívio interno da empresa, já que o cenário
é muito maior do que apenas uma ou duas organizações. Após avaliar e melhor sua cultura
organizacional, coloque em prática outras ações de incentivo, como: