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Marcio,
Hoje, portanto, meditamos não somente no que devemos fazer para nos
arrependermos de nossas faltas, mas naquilo que Deus fez para nos livrar
dos nossos pecados.
O juízo, aqui, era meio óbvio: quem cometia adultério devia morrer
apedrejado. Então, os fariseus queriam aqui “pegar” Jesus. Por quê?
Porque eles não podiam condenar ninguém à morte.
Você vai dizer: “Padre, quer dizer que depois da morte Deus não é mais
misericórdia?”
Não é isso!
Quem morre em pecado mortal — e aqui o julgamento para definir isso cabe
exclusivamente a Deus — escolhe, com toda a convicção de seu ser,
separar-se definitivamente da misericórdia divina.
Mas, para isso, voltemos o nosso olhar para a Paixão, para a Cruz de
Cristo. Precisamos entender o que está realmente acontecendo.
Nós, seres humanos, não temos noção do que seja o pecado. Pense na
situação desse Evangelho: se a pessoa comete adultério — um pecado
mortal — isso é uma coisa muito pior do que morrer. Ela perde a vida
eterna!
Se você está com dor de cabeça, vai ao médico e ele diz: “Olha, vamos ter
que começar quimioterapia”... opa! Você se assusta. É muito diferente de
quando você está com dor de cabeça e o médico diz: “Aspirina!”
Ora, qual foi o remédio que Deus arranjou para o pecado? Ele
próprio vir a este mundo e morrer por nós. Essa é a gravidade
do pecado!
Quando você peca gravemente, está dizendo assim: “Deus, eu não estou
nem aí para você! Você é o meu criador, está dizendo para mim que esse
jeito que estou me comportando está errado e vai me fazer mal, mas eu vou
virar as costas para você, vou fazer o que eu quero”.
Deus não precisava fazer isso, mas, por bondade, nos revelou o que
era pecado.
Mas aí você diz: “Ah, não, não confio em você, prefiro confiar no meu
julgamento, na minha ideia, no meu jeito de pensar. Não é tão grave assim,
não é desse jeito. Ah, não é pra ser tão radical, pra que ser tão radical?”
Imaginemos, porém, que você está com câncer e ainda tem uma chance de
se salvar com a quimioterapia. Aí o médico diz: “Olha, essa doença é
maligna, tem de haver uma cura radical”. Só que você prefere dizer: “Ah, eu
não acredito, esse médico é muito radical, eu tenho uma benzedeira lá na
esquina de casa que faz uma garrafada, ela vai fazer lá uma pajelança e
essa dor de cabeça vai passar”.
Pode até ser mais confortável pensar que o adultério não leva as pessoas
para o inferno, mas o fato de pensarmos assim não vai mudar a
realidade das coisas.
“Ah, não, porque desse jeito, padre, o senhor está se comportando como os
fariseus que ficam jogando pedras nas pessoas”. Não! Eu estou me
comportando como Jesus, porque Jesus chega e diz: “Vá e não peques
mais”.
Jesus nos convida a não pecar mais. Essa é a grande realidade que nós
precisamos enxergar no Evangelho de hoje: o perdão custou o sangue de
Cristo, e se você está se confessando já com a “bala na agulha para dar
um outro tiro” e pecar outra vez, você não está levando a sério o preço que
foi pago pela sua salvação.