Você está na página 1de 2

Introdução a Fé Reformada

1. O que é o que é:
1.2 Reforma Protestante (1517): Movimento inicialmente religioso que buscava um
cristianismo autêntico, propondo um retorno aos princípios fundamentais do
evangelho de Cristo, visto que a Igreja estava degenerada e corrompida por ter se
afastado desses princípios. A Reforma foi um movimento multifacetado que teve como
principais nomes Martinho Lutero, Ulrico Zwinglio e João Calvino.
1.2.1 Principais vertentes: Luteranismo, Calvinismo, Anglicanismo e Anabatismo.
1.2.2 Apesar das discordâncias, a Reforma foi um movimento que obteve êxito em
seus objetivos. De forma geral, os estudiosos elaboraram cinco tópicos para resumir as
conquistas da Reforma Protestante, são esses:

1.3 Sola Scriptura: Para a Igreja Católica Romana, a Igreja antecede a Bíblia. Aliás, a
própria Bíblia é fruto da decisão da Igreja, que definiu a formação do cânon através
dos concílios. Daí fica mais fácil entender a razão da tradição ter tanto peso. Durante o
período anterior a Reforma o acesso a Bíblia era extremamente limitado, por isso a
Reforma Protestante significou uma redescoberta da Bíblia, colocando-a como única
regra de fé e prática (Jo 5.39; II Tm 3.16).
1.4 Solus Christus: Antes do advento da Reforma, estava em vigor um sistema religioso
institucionalizado e monopolizado ao extremo, o individuo era obrigado a submeter-se
as penitências e as práticas da Igreja para que pudesse ser salvo, além da variedade de
santos e de papas que “mediavam” a relação entre o indivíduo e Deus. Com a
Reforma, a centralidade de Cristo voltou a ser o fundamento da fé, Jesus voltou a ser o
centro e a circunferência da Bíblia, significando que o que Jesus é o que ele fez é o
conteúdo fundamental da Bíblia (Jo 14.6; I Tm 2.5).
1.5 Sola Gratia: Antes da Reforma, a salvação era apresentada como um prêmio que
poderia ser adquirido por mãos humanas através do esforço ou da compra de
indulgências. Com a Reforma, a salvação voltou a ser apresentada como um dom de
Deus, através de sua graça. Sendo assim, a salvação e justificação do individuo só pode
ser fruto da graça de Deus (Rm 3.23; Ef 2.8).
1.6 Sola Fide: A Reforma resgatou a tese fundamentalmente bíblica sobre a fé em
Deus. Como sendo dom de Deus, ele mesmo a dá. Com isso, todos nossos anseios e
nossa justificação devem ser mediante nossa fé, não em obras, em profecias ou
revelações não bíblicas (Rm 1.17; Rm 5.1).
1.7 Soli Deo Gloria: Antes da Reforma o papa era tido como o representante máximo
de Deus na Terra. A hierarquia da Igreja e as altas posições sociais que os clérigos
prestigiavam faziam com eles se tornassem o alvo da adoração dos fiéis, além do culto
aos santos. Com a Reforma, a adoração unicamente e exclusivamente a Deus foi
resgatada (Is 42.8; Lc 4.8).

2. A teologia calvinista: De todos os reformadores, o francês João Calvino foi quem


mais se destacou. Seus comentários teológicos fizeram dele o mais ilustre reformador,
ser reformado tornou-se sinônimo de ser calvinista. Devido às muitas dúvidas e a
variedade de vertentes, os reformadores criaram textos abrangentes chamados de
“Confissões de Fé”, que englobava toda a doutrina reformada. A primeira dessas
confissões foi a Confissão de Fé Belga, de 1561, em seguida o Catecismo de
Heidelberg, de 1563. As igrejas reformadas aceitavam essas confissões de bom grado
como uma forma de sistematização da fé. Porém, no início do século XVII, o professor
de teologia Jacó Armínio levantou uma série de questionamento acerca dessas
confissões, causando um reboliço na Igreja Reformada.

2.1 O problema soteriológico do arminianismo: Os seguidores de Armínio ficaram


conhecidos como “remonstrantes”, eles apresentaram uma crítica ao calvinismo e as
confissões de fé utilizadas, dizendo que a salvação em Deus partiu não da
predestinação, como acreditavam os calvinistas, e sim da presciência divina. Os
remonstrantes levantaram cinco pontos para debate, esse debate ocorreu entre 1618
e 1619 na cidade de Dort, na Holanda, que ficou conhecido como Sínodo de Dort.

2.2 O Sínodo de Dort e os cinco pontos do calvinismo: Após os debates em Dort, os


calvinistas estabeleceram cinco pontos fundamentais na doutrina da salvação, esses
pontos ficaram conhecidos como Cânones de Dort. Quando passado para o inglês, os
cânones passaram a ser resumidos pelo acróstico TULIP, que significa tulipa, uma flor
comum na Holanda. Os pontos da TULIP ficaram conhecidos como os cinco pontos do
calvinismo, que são eles:

T: Total depravity (Depravação total)


U: Unconditional election (Eleição incondicional)
L: Limited atonement (Expiação limitada)
I: Irresistible grace (Graça irresistível)
P: Perseverance os the saints (Perseverança dos santos)

2.3 Arminianismo X Calvinismo: É fundamental lembrar que esse debate é acerca da


salvação. As divergências são em relação à forma como Deus salva o ser humano, o
que consequentemente afeta toda a vida cristã; nossos hábitos, nossa mentalidade,
nossa leitura cultural e etc. Apesar do Sínodo de Dort ter rejeitado o arminianismo,
isso não significa que são hereges, como outras seitas existentes.

3 A doutrina calvinista vai além dos cinco pontos: Dizer que você é um cristão
reformado ou calvinista, não implica unicamente em aceitar os cinco pontos do
calvinismo. A Reforma trouxe para os cristão uma nova forma de enxergar o mundo,
essa nova cosmovisão abrange todos os aspectos da vida humana, isso ultrapassa os
limites da teologia, se estende por toda a cultura e sociedade.

Você também pode gostar