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A Linguagem do Barroco é provocadora e rebelde, uma vez que retrata a inquietação, a

inconformidade do homem e o seu conflito do corpo e da alma, da razão e da fé (dualismo e


contradição) em virtude do contexto histórico em que se insere, especialmente no que
respeita ao Renascimento e à Contrarreforma.

As figuras de linguagem são particularmente exploradas na escola literária do Barroco, que


predominou no século XVII.

Figuras de Linguagem do Barroco


1. Antítese
2. Paradoxo
3. Metáfora
4. Metonímia
5. Hipérbole
6. Imagem
7. Hipérbato (ou inversão)
8. Personificação (ou prosopopeia)
9. Símile

Conceito de 2 autores
Trecho do livro “Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda
(1640)” escrito por Padre Antônio Vieira.

“Se acaso for assim ( o que vós não permitais) e está determinado em vosso secreto juízo, que
entrem os hereges na Bahia, o que só vos represento humildemente, e muito deveras, é que,
antes da execução da sentença, repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que
o consulteis com vosso coração enquanto é tempo, porque melhor será arrepender agora, que
quando o mal passado não tenha remédio. Bem estais na intenção e alusão com que digo isto,
e na razão, fundada em vós mesmo, que tenho para o dizer. Também antes do dilúvio estáveis
vós mui colérico e irado contra os homens, e por mais que Noé orava em todos aqueles cem
anos, nunca houve remédio para que se aplacasse vossa ira. Romperam-se enfim as cataratas
do céu, cresceu o mar até os cumes dos montes, alagou-se o mundo todo: já estaria satisfeita
vossa justiça, senão quando ao terceiro dia começaram a boiar os corpos mortos, e a surgir e
aparecer em multidão infinita aquelas figuras pálidas, e então se representou sobre as ondas a
mais triste e funesta tragédia que nunca viram os anjos, que homens que a vissem, não os
havia”…

A frase “romperam-se enfim as cataratas do céu” traz consigo uma figura de linguagem
presente que se pode analisar como uma Hipérbole. Sendo, a Hipérbole como uma figura de
linguagem, classificada como figura de pensamento, que consiste em exagerar uma ideia com
finalidade expressiva, “ cataratas do céu” apresentam características já mencionadas.

A minha interpretação baseada na ideia do Dualismo é a seguinte: A teologia é o estudo


crítico da natureza de Deus, afirma que o céu e a terra foram criados por ele. Baseando-se nos

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estudos da teologia, as cataratas e o céu são duas substãncias criadas por Deus que
apresentam infinidade.

No livro de José Miguel Wisnik “Poemas Escolhidos de Gregório De Matos”, encontramos o


poema A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR de Gregório de Matos pg. 48.

“Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,

Da vossa alta clemência me despido;

Porque, quanto mais tenho delinquido,

Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,

A abrandar-vos sobeja um só gemido:

Que a mesma culpa, que vos há ofendido,

Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobrada

Glória tal e prazer tão repentino

Vos deu, como afirmais na sacra história,

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,

Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,

Perder na vossa ovelha a vossa glória”.

Analisando o poema acima já citado, o texto traz consigo traz consigo uma figura de linguagem
presente que se pode analisar como uma Antítese. Sendo, a Antítese como uma figura de
linguagem caracterizada pela apresentação de palavras de sentidos opostos, as palavras
“Clemência” e” irar” retiradas do poema apresentam estás características.

A minha interpretação baseada na ideia do Dualismo é a seguinte: A gramática e os


dicionários explicam-nos que Clemência, sentimento ou disposição para perdoar as ofensas ou
minorar os castigos. Já a ira, é um sentimento intenso de ódio, ou indignação resultante de
ofensa ou injúria. A partir destas palavras, pode-se analisar a presença de duas realidades
opostas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 PA, Antônio Vieira. Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de
Holanda. In: Biblioteca online de ciências da comunicação. PORTUGAL: Ubi.pt, 2021;
 WISNIK, José Miguel. Poemas Escolhidos de Gregório De Matos. In: Estudos
portugueses e africanos. CAMPINAS, 1996.
 MIGUEL, Benedito. Figuras de Linguagem Barrocas.
Literaturaaquiagora.wordpress.com, 2014.Disponível em: URL.
 SANTIAGO, Jorge. Artigos académicos/ van-dyck. Arteref.com, 2016.Disponível em
URL.
 SANTOS, Manuela. A linguagem do Barroco. www.todamateria.com.br, 2017.
Disponível em URL.

Estudante: SÍLVIA CORREIA- 35026

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