Você está na página 1de 13

O Barroco no Brasil

Literatura
Professoras: Jéssica Liara e Monalisa Fernanda
O Barroco no Brasil está associado a obras produzidas no período de
1601 a 1768. O estilo chegou ao país após seu surgimento na Europa,
no século XVI, e teve como marcos históricos a Reforma Protestante e
a Contrarreforma.

Primeiro momento de produção própria brasileira - final do século


XVII;
Marco inicial do Barroco literário: Prosopopeia (1601) de Bento
Texeira.
Contexto
histórico
Brasil Colônia;
“Século do Ouro”: exploração do ouro como principal
atividade econômica brasileira - Destaque para Minas
Gerais;
Grande crescimento econômico e populacional;
Características
Linguagem dramática;
Racionalismo;
Exagero e rebuscamento;
Uso de figuras de linguagem - Antítese, hipérbole e
ironia;
União do religioso e do profano;
Arte dualista;
Jogo de contrastes;
Valorização dos detalhes;
Presença de
contradições nos
textos literários
barrocos
SAGRADO X PROFANO;
PERDÃO X PECADO;
Duas técnicas de estilo
Conceptismo: jogo de ideias; constituído
1. pelas sutilezas do raciocínio e do
pensamento lógico; O QUE EU VOU DIZER.

Cultismo: jogo de palavras; usa figuras de

2. linguagem e vocabulário sofisticado; COMO


EU VOU DIZER.
Carpie diem

Em latim, “colhe o dia”, “aproveita o dia”, ou seja,


ao desejo de aproveitar a vida enquanto ela dura.

A consciência da efemeridade na poesia clássica


barroca. Logo, o carpe diem é revestido de culpa e
conflito.
Principais
escritores

Bento Texeira Manuel Botelho


Gregório de Matos
A lírica amorosa é fortemente

O “Boca do marcada pelo dualismo amoroso


carne/espírito, que leva normalmente

inferno” a um sentimento de culpa no plano


espiritual.
A lírica religiosa obedece aos princípios
fundamentais do Barroco europeu,
Gregório de Matos (1633?-1696) é fazendo uso de temas como o amor a
o maior poeta barroco brasileiro Deus, a culpa, o arrependimento, o
e um dos fundadores da poesia pecado e o perdão.
lírica e satírica em nosso país. A lírica filosófica destaca textos que se
referem ao desconcerto do mundo
(lembrando diretamente Camões) e às
frustrações humanas diante da
realidade.
Ó que cansado trago o sofrimento
Ó que injusta pensão da humana vida,
Que dando-me o tormento sem medida,
Me encurta o desafogo de um contento!

Efeitos
Nasceu para oficina do tormento
Minha alma, a seus desgostos tão unida,
Que por manter-se em posse de afligida
contrários do Me concede os pesares de alimento.

amor Em mim não são as lágrimas bastantes


Contra incêndios, que ardentes me maltratam,
Gregório de Matos Nem estes contra aqueles são possantes:

Contrários contra mim em paz se tratam,


E estão em ódio meu tão conspirantes,
Que só por me matarem não se matam.
Pe. Antônio
Os sermões do Padre Antônio Vieira
Vieira fazem parte do Barroco e apresentam
características como: culto ao
Na prosa do Barroco, temos a contraste, rebuscamento da linguagem,
presença de uma literatura como
além do uso de antíteses e paradoxos.
missão que é propagada por
Vieira.
Em seus sermões, busca cativar o
ouvinte despertando sua consciência e
convidando-o a pensar e agir.
Sermão do Mandato
“O primeiro remédio que dizíamos, é o tempo. Tudo cura o tempo,
tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o
tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera? [...]
Por isso os Antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não
há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os
instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. [... ]
A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a
novidade às cousas, descobre-lhe defeitos, enfastia-lhe o gosto, e
basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o
ferro com o uso, quanto mais amor? O mesmo amor é a causa de
não amar, e o de ter amado muito, de amar menos.”
Pe. Antônio Vieira
Algum
dúvida

Você também pode gostar