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Literatura

Brasileira:
Barroco
IFMS Campus Ponta Porã
Língua Portuguesa
Profª Helenice Serikaku
Linha do Tempo
Séc. XVII – Brasil – Seiscentismo.

Literatura
Reforma e Contrarreforma (Barroco
brasileira: reformista e luterano versus jesuítico e
ibérico)

Barroco Concílio de Trento (1545 e 1563) – Santa


Inquisição (sistema ideológico eclesiástico
de censura) - Tribunal do Santo Ofício
(orgão executivo da Santa Inquisição)
Barroco: Barroco na pintura: Caravaggio. Claro escuro.
(https://arteeartistas.com.br/biografia-de-caravaggio/)
estilo Barroco luterano: música. Johann Sebastian Bach.
artístico (https://www.youtube.com/watch?v=Mbr__6auE4o&t=43s)
Literatura Oposições , conflitos,
dualidades (fé x razão, corpo

Portuguesa e
x alma, pecado x virtude, vida
x morte).

Brasileira:
Barroco Cultismo – opera no nível da
forma (linguagem complexa,
jogo de palavras, inversões,
excesso de metáforas e de
figuras de linguagem e
vocabulário complexo).

Conceptismo – opera no nível


do conteúdo (jogo de ideias,
raciocínio lógico).

Autores: Gregório de Matos


(Boca do Inferno) e padre
Antônio Vieira.
• Metáfora: comparação indireta. “Eu sou,
senhor, ovelha desgarrada”
• Hipérbato – ruptura da ordem direta da
Barroco: frase. “E quem um Anjo vira tão reluzente;
Que por seu Deus não o idolatrara?"
figuras de • Hipébole – intensificação. “Ser Angélica flor
linguagem e Anjo florente”
• Perífrase / circunlóquio – substituição de
uma palavra por uma expressão. “Ao pobre
pegureiro do Parnaso” para referir-se ao
próprio poeta, como um poeta menor
(pegureiro=pastor) do Monte Parnaso (no
centro da Grécia, na mitologia, casa de
Apolo e das musas, lugar dos artistas).
• Anáfora: repeticão de palavras nos inícios
dos versos. “A vós, pregados pés, por não
deixar-me / A vós, sangue vertido para
ungir-me”
Barroco: • Anadiplose: repetição de palavras dos
figuras de versos finais nos início dos versos
seguintes. “Maldade encaminhada a uma
linguagem vaidade / Vaidade, que todo me há
vencido”
• Paronomásia: trocadilho. “Nos diz as
partes todas deste todo”.
• Silogismo: Premissa maior / Premissa menor / Conclusão.
• “e uma ovelha perdida já cobrada,
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,


Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.”

Barroco: • Premissa maior: Deus resgata o pecador (ovelha perdida já


cobrada). Premissa menor: Eu sou pecador (ovelha desgarrada).
argumentação Conclusão: eu sou pecador, Deus, me perdoa (Cobrai-a; e não
queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória).

• Sofisma: Premissas verdadeiras / Conclusão inadimissível.


• Premissa 1: A Educação no Brasil não é considerada uma das
melhores. Premissa 2: O Homeschooling permite que o estudante
aprenda do seu modo e ritmo. Conclusão: Fechemos as escolas e
todos vão estudar em sua própria casa.
• 1. Influência de Camões e de poetas
castelhanos – Bento Teixeira –
Prosopopeia
Barroco no • 2. Poesia de ídole brasileira influenciada
pelos autores espanhóis – Grupo da
Brasil – 3 Bahia: Gregório de Matos, Eusébio de
momentos Matos Domingos Barbosa, Bernardo
Vieira Ravasco e Grasson Tinoco.
(MOYSÉS, • 3. Exagero do Barroco e aparecimentos
1983, p.31) de academias literárias (1724- Academia
dos Esquecidos). Manuel Botelho de
Oliveira, Frei Manuel de Santa Maria
Itaparica.
Padre Antônio Vieira (1608-1697): Sermão de Santo António aos
Peixes (1654), Sermão da Sexagésima (1655), Sermão do Bom Ladrão
(1655).

Padre Manuel Bernardes (1644-1710): Pão Partido em Pequeninos


(1694), Luz e Calor (1696), Nova Floresta (1706).

Literatura Francisco Manuel de Melo (1608-1666): Carta de Guia de Casados


(1651), Obras Métricas (1665), Apólogos Dialogais (1721).

Portuguesa:
Barroco
Francisco Rodrigues Lobo (1580-1622): O Pastor Peregrino (1608),
Condestabre (1609), A Corte na Aldeia (1619).

Soror Mariana Alcoforado (1640-1723): Cartas Portuguesas (1669)

Antônio José da Silva (1705-1739): Vida do grande D. Quixote de la


Mancha e do gordo Sancho Pança (1733), Labirinto de Creta (1736),
Guerras do Alecrim e da Manjerona (1737)
• Bento Teixeira (1561-1618): autor de “Prosopopeia” (1601),
poema épico com 94 estrofes que exalta a obra de Jorge de
Albuquerque Coelho, terceiro donatário da capitania de

Literatura Pernambuco.

Brasileira: • Gregório de Matos (1633-1696): um dos maiores


representantes da literatura barroco no Brasil, que se

Barroco
destacou com sua poesia lírica, religiosa, erótica e satírica. É
conhecido como “Boca do Inferno”, uma vez que sua poesia
ironizava diversos aspectos da sociedade.
• Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711): foi o primeiro
brasileiro a publicar versos no estilo barroco. De sua obra
destaca-se: Música do Parnaso (1705).
• Frei Vicente de Salvador (1564-1636): historiógrafo e o
primeiro prosador do país. De sua obra destacam-se: História
do Brasil e História da Custódia do Brasil.
• Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-1768): autor
de Eustáquios e Descrição da Ilha de Itaparica.
Salvador, Bahia, 07/4/1633. Frequentou o colégio da Companhia
de Jesus. Doutora-se em Direito (1661) em Portugal. Em 1680
casa-se em Portugal, época em que fica reconhecido seu talento
como repentista e zombeteiro. Em 1681 volta a Bahia, casa-se
pela segunda vez, passa a advogar e viver na boemia, o que
ressalta o seu comportamento satírico. Não sendo bem-quisto,
exilia-se em Angola. Em 1695, retorna ao Brasil, Recife, onde
morre no ano seguinte.

Gregório Em vida publicou pocos poemas. Grande parte de sua obra,


exclusivamente poética, foi publicada após sua morte por Afrânio

de Matos
Peixoto em 6 volumes (1923-1933). James Amado reeditou os
espólios do poeta em 7 volumes (1969).

Escreveu, principalmente, poesias sacras, líricas e satíricas, as


também pornográficas e graciosas.
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.

Maldade, que encaminha à vaidade,


Vaidade, que todo me há vencido;

Gregório de Vencido quero ver-me, e arrependido,


Arrependido a tanta enormidade.

Matos – Arrependido estou de coração,

poesia sacra De coração vos busco, dai-me os braços,


Abraços, que me rendem vossa luz.

Luz, que claro me mostra a salvação,


A salvação pretendo em tais abraços,
Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus!
(MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos.
Cultrix, São Paulo, 1983. 10ª ed. P. 37)
À mesma dona Ângela

Anjo no nome, Angélica na cara!

Isso é ser flor, e Anjo juntamente:

Ser Angélica flor, e Anjo florente,

Em quem, senão em vós, se uniformara:

Gregório de
Quem vira uma tal flor, que a não cortara,

De verde pé, da rama fluorescente;

Matos –
E quem um Anjo vira tão luzente,

Que por seu Deus o não idolatrara?

poesia lírica Se pois como Anjo sois dos meus altares,

Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,

Livrara eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que por bela, e por galharda,


Posto que os Anjos nunca dão pesares,

Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.

(http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/gregorio-de-matos-a-mesma-dona-angela. Último acesso


18/10/2021)
DESCREVE O QUE ERA NAQUEL TEMPO A CIDADE DA
BAHIA.
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Gregório de Em cada porta um bem frequente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Matos – Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para o levar à praça e ao terreiro.
poesia Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés os homens nobres,
satírica Posta nas palmas toda a picardia,
Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.
(MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos
textos. Cultrix, São Paulo, 1983. 10ª ed. P. 44)
ANDRADE, Fernando Teixeira de.
Literatura Brasileira: Coleção
Objetivo. Objetivo: São Paulo, sd.

ANDRADE, Fernando Teixeira de.


Literatura Portuguesa: Coleção
Objetivo. Objetivo: São Paulo, sd.
Bibliografia
BOSI, Alfredo. História concisa da
Literatura Brasileira. Cultrix, São
Paulo, 2008. 46 ed.

MOISÉS, Massaud. A literatura


brasileira através dos textos.
Cultrix, São Paulo, 1983. 10ª ed.

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