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Semana 6
Diogo Mendes
(Maria Carolina)
10/03 Exercícios de
revisão: conceitos
iniciais e gêneros
literários
11:00
17/03 Quinhentismo
11:00
21:00
24/03 Barroco
11:00
21:00
31/03 Arcadismo
11:00
21:00
24
Barroco mar
01. Resumo
02. Exercício de Aula
03. Exercício de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Marcado pelos ideais renascentistas do século XVI, → Idealização amorosa, sensualismo e sentimento
o homem passa a se distanciar, aos poucos, do pen- de culpa cristã;
samento teocêntrico e aproxima-se das influências → Consciência sobre a efemeridade do tempo;
do antropocentrismo. Neste sentido, essa corrente → Sentimento de morbidez;
literária é marcada pela dualidade ideológica, uma → Gosto por raciocínios complexos.
vez que no movimento da Contrarreforma na Euro-
pa, no século XVII, os indivíduos mostram-se dividi- Além disso, os aspectos formais referentes ao Bar-
dos ao continuar seguindo os valores cristãos que roco são:
os regiam ou assumirem uma nova visão materialista
do mundo e do homem. → Uso de figuras de linguagens, tais como antítese,
paradoxo e inversão;
→ Uso do soneto e decassílabo;
Contexto Histórico → Vocabulário culto;
→ Gosto por construções complexas e raras;
São inúmeros os acontecimentos que marcaram o → Cultismo (jogo de palavras);
período barroco (no século XVII) e fizeram com que → Conceptismo (jogo de ideias).
os indivíduos passassem, cada vez mais, a se afastar
dos ideais cristãos e, ao mesmo tempo, nos ajuda
a compreender a importância na Igreja como uma O Barroco no Brasil
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das principais instituições da sociedade. Entre tan-
tos momentos, devemos citar: O Brasil, no século XVII, ainda era uma colônia. Nes-
se momento, a exploração da cana-de-açúcar e a ex-
→ Renascimento ploração do trabalho escravo eram as grandes movi-
Lit.
→ Divisão da sociedade em três classes: clero, no- mentações econômicas. O Barroco no Brasil estava
breza e Terceiro Estado; dividido em duas classificações: prosa e poesia. Na
→ Reforma Protestante (iniciada no século XVI); primeira, os grandes destaques são Padre Antônio
→ Contrarreforma Vieira, Sebastião da Rocha Pita e Nuno Marques Pe-
reira. Já no campo da poesia, os nomes de Gregório
de Matos, Bento Teixeira, Botelho de Oliveira e Frei
Itaparica são os representantes da poesia.
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Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória
Lit.
(Gregório de Matos)
Buscando a Cristo
A uma freira, que satirizando a delgada fisiono- Quem haverá que tal pense,
mia do poeta lhe chamou “Pica-flor” Que uma câmara tão nobre,
Por ver-se mísera e pobre,
Se Pica-flor me chamais, Não pode, não quer, não vence.
Pica-flor aceito ser, (Gregório de Matos)
mas resta agora saber,
se no nome, que me dais,
meteis a flor, que guardais Texto 7
no passarinho melhor!
Se me dais este favor, Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
sendo só de mim o Pica, Depois da Luz se segue a noite escura,
e o mais vosso, claro fica, Em tristes sombras morre a formosura,
que fico então Pica-flor. Em contínuas tristezas a alegria.
(Gregório de Matos)
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Texto 6 Como o gosto da pena assim se fia?
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Que falta nesta cidade?... Verdade. Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Que mais por sua desonra?... Honra. Na formosura não se dê constância,
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha. E na alegria sinta-se tristeza.
Lit.
O demo a viver se exponha, Começa o mundo enfim pela ignorância,
Por mais que a fama a exalta, E tem qualquer dos bens por natureza
Numa cidade onde falta A firmeza somente na inconstância.
Verdade, honra, vergonha. (Gregório de Matos)
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ter roubado uma província? E quantos ladrões
teriam enforcado estes mesmos ladrões triun-
fantes?
(Padre Antônio Vieira)
Lit.
EXERCÍCIOS DE AULA
1.
(BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.)
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a
escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está re-
presentada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de
Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho.
Profundamente religiosa, sua obra revela:
2.
Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol as Inconstâncias dos bens do Mundo.
85
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Lit.
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
O texto de Gregório de Matos possui muitas antíteses, que são usadas nos tex-
tos barrocos para:
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).
O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Pai-
xão de Cristo e:
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e) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.
Lit.
4.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.
Depois da luz, se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.”
a) culto da Natureza
b) a utilização de rimas alternadas
c) a forte presença de antíteses
d) culto do amor cortês
e) uso de aliterações
EXERCÍCIOS DE CASA
1.
A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento (1545-
1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria repre-
sentar passagens sacras. Não era, portanto, plenamente livre na definição
dos traços e temas das obras. Sua função era criar, segundo os padrões da
Igreja, as peças encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das ar-
tes em Minas Gerais.
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b) barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e enco-
mendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c) escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices
locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra euro-
Lit.
peias.
d) popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos,
mulatos e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.
2.
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faró endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
3.
O texto a seguir escreve o que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia.
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Para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Lit.
Posta nas palmas toda a picardia.
a) o sentimento nativista.
b) a preferência pelo soneto.
c) a denúncia da escravidão.
d) a tendência regionalista.
e) a volta ao passado histórico.
4.
SERMÃO DA SEXAGÉSIMA
Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações, nem tantos pregadores
como hoje. Pois se tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o
fruto? Não há um homem que em um sermão entre em si e se resolva, não
há um moço que se arrependa, não há um velho que se desengane. Que é
isto? Assim como Deus não é hoje menos onipotente, assim a sua palavra
não é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus
é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, por que
não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e tão
importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pregando-me
a mim. A mim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós,
que aprendais a ouvir.
a) provocar a necessidade e o interesse dos fiéis sobre o conteúdo que será abor-
dado no sermão.
b) conduzir o interlocutor à sua própria reflexão sobre os temas abordados nas
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pregações.
c) apresentar questionamentos para os quais a Igreja não possuir respostas.
d) inserir argumentos à tese defendida pelo pregador sobre a eficácia das pre-
gações.
Lit.
e) questionar a importância das pregações feitas pela Igreja durante os sermões.
5.
“Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara?”
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(Gregório de Matos Guerra)
Lit.
b) há uma visão dicotômica entre a grandeza divina e a pequenez do homem.
c) há a preocupação com a efemeridade da vida.
d) o eu-lírico expõe sobre o sofrimento amoroso em função do sentimento de
culpa.
e) o eu lírico expõe a dualidade dos sentimentos do homem barroco.
(MATOS, Gregório de. Poemas Satíricos. São Paulo: Martin Claret, 2004, 55-56)
7.
Levando em consideração que, em sua produção literária, Gregório de Matos de-
dicou-se também à sátira irreverente, pode-se afirmar que os versos se marcam:
QUESTÃO CONTEXTO
Observe com atenção os textos abaixo:
Texto 1
“Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.
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Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
Lit.
Quem causa tal perdição?... Ambição.
E no meio desta loucura?... Usura.”
(Gregório de Matos)
Texto II
O Texto I foi escrito no século XVII, pelo autor Gregório de Matos ao mostrar a
sua insatisfação em uma lírica satírica sobre o governo da Bahia, já o texto II –
que reúne linguagem verbal e não verbal – temos duas fotografias tiradas em
2013, durante as manifestações de Junho, momento em que inúmeros cidadãos
se reuniram nas ruas para protestar contra a corrupção do governo e a falta de
investimentos públicos. Comparando os dois textos, aponte as semelhanças e
diferenças entre eles.
GABARITO
01. 03.
Exercício de aula Questão Contexto
1. d → Semelhanças: crítica social ao governo vigente,
2. a exposição dos problemas existentes.
3. e
4. c → Diferenças: tempo histórico, uso da literatura
para crítica e exposição X participação popular, atu-
02.
ação ativa dos cidadãos nas ruas buscando reivindi-
cação dos direitos enquanto que, no texto de Gregó-
Exercício de casa rio, a crítica é expressa apenas na poesia.
1. b
2. c
3. a
4. a
5. d
6. c
7. d
8. c
92
Lit.