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DESAFIO PARA

prosperidade

Yuri Utida

Editora Neurobooks
Índice

Capítulo 1 - O Desafio para Prosperidade .............................................................................. 3


Check-In ............................................................................................................................................................... 3
Como vai funcionar ...................................................................................................................................... 6
Capítulo 2 - Detox Neural ................................................................................................................ 7
Lei do Vácuo ...................................................................................................................................................... 7
Capítulo 3 - Desafio Nº 1 ................................................................................................................... 11
Tríade da Abundância ................................................................................................................................ 11
Neuro-Diagnóstico ....................................................................................................................................... 16
Tarefa Cognitiva .............................................................................................................................................. 21
Capítulo 4 - Desafio Nº 2 .................................................................................................................. 23
Padrões Mentais ............................................................................................................................................. 23
Chave do Subconsciente .......................................................................................................................... 27
Tarefa Cognitiva .............................................................................................................................................. 30
Capítulo 5 - Desafio Nº 3 .................................................................................................................. 32
Máquina de Dinheiro .................................................................................................................................. 32
A Ciência da Lei da Atração .................................................................................................................... 35
Tarefa Cognitiva .............................................................................................................................................. 39
Capítulo 6 - Desafio Nº 4 .................................................................................................................. 41
Fórmula do Amor .......................................................................................................................................... 41
Teoria dos 20% ................................................................................................................................................. 46
Tarefa Cognitiva .............................................................................................................................................. 49
Capítulo 7 - Desafio Nº 5 .................................................................................................................. 51
Efeito Espelho .................................................................................................................................................. 51
Voo de Balão ..................................................................................................................................................... 55
Tarefa Cognitiva .............................................................................................................................................. 58
Capítulo 8 - Desafio Nº 6 .................................................................................................................. 60
O Código Mental ............................................................................................................................................ 60
Caminhos Neurais ......................................................................................................................................... 64
Tarefa Cognitiva .............................................................................................................................................. 68
Capítulo 9 - Desafio Nº 7 .................................................................................................................. 71
Protocolo Antifrágil ...................................................................................................................................... 71
Blindagem Mental ........................................................................................................................................ 74
Tarefa Cognitiva .............................................................................................................................................. 77
Capítulo 10 - Desafio Nº 8 ................................................................................................................ 81
Mapa do Medo ................................................................................................................................................. 81
A Verdade sobre a Coragem .................................................................................................................. 85
Tarefa Cognitiva .............................................................................................................................................. 88
Capítulo 11 - Desafio Nº 9 .................................................................................................................. 90
Profecias Autorrealizáveis ........................................................................................................................ 90
Super Eu ............................................................................................................................................................... 95
Tarefa Cognitiva .............................................................................................................................................. 98
Capítulo 12 - Desafio Nº 10 ............................................................................................................... 101
Ikigai ....................................................................................................................................................................... 101
O Voo da Fênix ................................................................................................................................................ 105
Tarefa Cognitiva .............................................................................................................................................. 108
Capítulo 13 - O Fim é Só o Começo ............................................................................................ 112

02
CAPÍTULO 1

O Desafio para Prosperidade

Check-In

Seja muito bem-vindo(a) ao Desafio para Prosperidade. Eu sou o Yuri Utida,


autor desse livro, criador do Desafio e serei o seu guia nessa sua jornada rumo a
uma vida mais próspera, mais feliz e alinhada com tudo aquilo que você sempre
desejou e merece.

O Desafio para Prosperidade que você está prestes a conhecer é um processo


de reprogramação mental único e 100% criado e desenvolvido em bases
científicas, comprovadas em inúmeros artigos e pesquisas ao redor do mundo e
chancelado pelas maiores universidades do mundo. Tudo o que você vai ler por
aqui já foi previamente testado, aplicado e aprovado por mim, ao longo de toda
a minha vida.

Esse livro é o resultado dos meus acertos e erros ao longo de toda a minha
própria jornada para a prosperidade. Eu vou te entregar apenas o que deu
certo, o passo a passo único de tudo o que você realmente precisa pra chegar
lá.

Eu sei que agora você pode estar num misto de esperança de que agora sua
vida vai deslanchar e um pouquinho de incerteza se perguntando se vai dar
certo pra você também. O mais importante aqui é você saber que esse método
também já foi testado, validado e aprovado por milhares de alunos que assim
como você, passaram por esse processo e colheram resultados incríveis. E não
há nenhuma diferença deles pra você, então tudo o que você precisa fazer é
seguir o método à risca.

Antes de começar essa jornada, queria fazer algo importantíssimo com você: o
alinhamento de expectativas. Quantas vezes você já se decepcionou por ter
expectativas altas demais e depois acabou se frustrando? Pode acontecer com
relacionamentos, no trabalho, na vida empreendedora e também com cursos,
livros e mentorias que você já possa ter comprado e participado.

Eu não estou aqui para diminuir suas expectativas, muitíssimo pelo contrário.
Eu quero que você entenda que todo mundo tem dentro de si uma fagulha de
criação, de potencialidade, de construção, de ação - e isso aqui não é papo de
coach, é vivência, experiência de vida.

Já tive alunos que saíram de dívidas milionárias para uma vida repleta de
tranquilidade e plenitude financeira, gente que jamais sonhou em viajar o
mundo saindo da periferia e já conheceu mais de 30 países, alunos que mal
tinham o que comer e conseguiram se organizar e construir empresas
lucrativas e de sucesso.

03
Todos nós temos essa fagulha dentro de nós, acontece que ao longo dos
anos, alguns alimentam isso e a transformam em fogo que as impulsionam
a viver a vida que sempre sonharam e outras deixam essa fagulha se apagar,
se tornando aquele velho gigante adormecido, alguém com potencial
imenso, mas que preferiu viver uma vida medíocre.

Agora, logo nesse primeiro capítulo, você vai ter a oportunidade de decidir
quem você quer ser. Você vai acender essa chama dentro de você e
construir seu futuro? Ou vai simplesmente tratar esse livro como algo
qualquer e ser um coadjuvante da própria vida? Aliás, você já pensou se
quer ser protagonista ou coadjuvante? Você vai assumir um papel onde
prefere dizer que a culpa dos seus problemas é a falta de dinheiro, de
oportunidades, do governo, do seu chefe, das pessoas que não te apoiam,
ou vai ser o tipo de pessoa que pratica a autorresponsabilidade e toma o
controle da própria vida, tomando atitudes que ao longo do tempo vai
transformar a sua realidade?

Olha, se você cogita ser coadjuvante da sua própria vida, eu te aconselho a


fechar esse livro agora mesmo. Que sentido faz você já ter desistido antes
mesmo de ter começado? Aqui eu quero pessoas que entram pra ganhar e
não pra não perder.

As dificuldades são naturais em nossa jornada e são elas que impulsionam o


nosso aprendizado e o nosso desenvolvimento como pessoas e profissionais.
Eu não estou aqui prometendo que vai ser tudo fácil, mil maravilhas, que
você vai ficar milionário(a) em menos de um mês te oferecendo uma pílula
mágica. Aqui neste livro você vai recodificar a sua mente, isso eu garanto,
mas entenda que o maior desafio vai ser justamente o “pós”. O grande
esforço vem depois que você terminar este livro e continuar colocando em
prática tudo o que você aprendeu aqui.

O Desafio para Prosperidade é um treinamento. Assim como as pessoas vão


na academia e se exercitam repetidamente numa rotina, tudo o que você
vai aprender aqui, você vai precisar exercitar diariamente, como novos
hábitos. Provavelmente não vai ser fácil, você vai se sentir incapaz, vai ter
vontade de desistir e vai até mesmo questionar o método, mas quero que
sempre você tenha com você o seguinte pensamento: “O que acontece se
eu não desistir?”. É esse o pensamento que deve nortear todas as suas
ações daqui pra frente. Em tudo que você fizer, faça até dar certo!

Agora, se você quer ser protagonista na sua vida, a partir de agora nós
formamos um time. Um time onde eu vou dar tudo de mim, onde eu vou
dar 110% de mim pra te entregar técnicas mentais, comportamentais, de
negócios, cases de sucesso que eu tive e também experiências para você
evitar. Eu vou encurtar seu caminho rumo à prosperidade com conteúdo
científico das melhores universidades do mundo. Mas como em
qualquer time, pra gente garantir a vitória, eu vou precisar que você
também faça sua parte.

04
Não adianta achar que só porque você comprou este livro, a
responsabilidade é toda minha. Você vai ser responsável por colocar em
prática tudo o que a gente construir aqui, e só assim, trabalhando em
equipe, a gente vai conseguir vencer esse jogo.

Eu te falo isso com convicção, siga tudo o que eu vou te ensinar, confie no
método, confie em mim, porque fazendo isso, eu tenho certeza que você vai
voar alto, vai acordar esse gigante adormecido dentro de você e em pouco
tempo, eu vou receber um depoimento seu me contando como foi que
você venceu essa batalha!

Prioridade não tem plural! Faça do Desafio a sua prioridade e no final, tudo
terá valido a pena. Menos desculpinha e mais ação, ação massiva para
mudar de vida de verdade. Você pode contar comigo sempre, e eu, posso
contar com você?

05
Como Vai Funcionar

Este livro é um pouco diferente dos que você está acostumado(a) a ler. O
Desafio para Prosperidade é um treinamento, por isso, vou explicar pra você
como vai ser a dinâmica, tudo o que você vai precisar fazer para cumprir
cada etapa desse passo a passo que vai recodificar a sua mente para a
prosperidade.

Ao todo serão 10 desafios que serão divididos em 2 fases. Na fase 1 nós


vamos fazer uma verdadeira limpeza no seu cérebro, uma análise completa
do porquê você age como age, porque faz as coisas que faz e pensa como
pensa. Na fase 2 do Desafio, nós vamos efetivamente realizar a recodificação
mental, quebrando padrões mentais antigos detectados na fase 1 e criando
novos que farão você agir em alta performance praticamente no piloto
automático, criando um super cérebro.

Como são 10 Desafios divididos em 2 fases, você terá 5 desafios por fase.
Você deverá cumprir cada desafio em até 3 dias e, caso você não consiga
cumprir nesse tempo, eu recomendo que você volte e recomece do
anterior, pois o processo de recodificação precisa ser contínuo. Cada desafio
terá um tema diferente que vai agir diretamente no seu subconsciente, te
ajudando a mudar bioquimicamente a sua forma de pensar e
principalmente de agir, trazendo equilíbrio para a sua vida, passo
extremamente necessário para você de fato começar a fazer dinheiro e
realimentar todo esse ciclo.

Os Desafios estarão divididos em capítulos e dentro de cada um, você vai


encontrar os 2 temas abordados e 1 tarefa cognitiva pra cumprir dentro do
prazo que eu acabei de falar. As tarefas vão potencializar e forçar o seu
cérebro a quebrar padrões mentais que hoje te impedem de prosperar,
ganhar mais dinheiro e alcançar tudo o que deseja. Acredite, isso funciona
se aplicado 100% dessa forma!

Como eu comentei, você tem até 3 dias pra realizar cada Desafio, mas caso
termine antes deste prazo, no dia seguinte, pode iniciar o Desafio da
sequência. O ideal é que você faça apenas 1 Desafio por dia, pra que a sua
mente consiga absorver o conteúdo de forma mais adequada. Por essa
razão, mesmo que você ame um bom livro e esteja super envolvido(a) com
o Desafio, não acumule, ou seja, não leia mais que 1 capítulo por dia, pra
evitar encher sua mente com muitas informações de uma vez, afinal, o foco
é um dos aceleradores de prosperidade. Você pode ler todo o conteúdo e
cumprir sua tarefa da forma que preferir, em qualquer horário do dia. A
única regra que eu te peço pra cumprir é não ler mais que 1 capítulo por dia.
Combinado?

Agora que já te expliquei como tudo vai funcionar, podemos dar início ao
pré-desafio em que você vai entender como uma limpeza neural vai ser
importante no seu processo de recodificação mental aqui comigo.

06
CAPÍTULO 2

detox neural

Lei do Vácuo

Imagine um cenário onde dinheiro não é mais um problema pra você. Você
tem de sobra mas ninguém sabe disso, só você. De uma hora pra outra você
não tem mais a pressão de ter que trabalhar num lugar onde não gosta só
pra poder pagar as contas e sim por prazer. Você já não precisa mais perder
8 horas do seu dia por conta dele. Agora você é livre. Livre pra fazer o que
quiser, pra viver com quem quiser, pra ir pra onde quiser, pra comprar o que
quiser. Agora você conquistou sua liberdade financeira, geográfica e de
tempo. Essa vida você vive de forma leve, sem estresse, sem pressão e com
a garantia que você vai ter tudo o que precisar e quiser. Seus
relacionamentos melhoram porque você escolhe conviver apenas com
quem te faz bem, quem é alto astral, quem contribui pra sua vida de forma
positiva. E como bônus, você ainda pode ajudar as pessoas, contribuir com a
construção de uma sociedade melhor e mais justa.

É um belo cenário, não? “Mas Yuri, esse é mais um daqueles exercícios de


visualização onde eu tenho que imaginar uma vida perfeita pra mim?” Não.
Na verdade, se você reparar eu apenas tirei o dinheiro da jogada e te fiz
imaginar uma vida onde você valoriza o que realmente importa. O seu
tempo, os seus relacionamentos, os seus porquês e a forma como você leva
a vida. Isso é o significado real de prosperidade: o equilíbrio entre todas as
áreas da sua vida.

O dinheiro, claro, tem um papel fundamental nisso. Ele é o maior facilitador,


como no exemplo que eu dei. Se você tem em abundância, já é mais que
meio caminho andado. Ele é uma energia muito poderosa que tem a
capacidade de construir ou destruir, de te dar segurança ou insegurança, de
tranquilizar ou de te fazer perder a cabeça, de ter uma vida desejada ou não.
Não sejamos hipócritas aqui… A ideia é que você ganhe mais dinheiro pra
poder facilitar todo esse processo e equilíbrio durante a sua jornada. Isso
qualquer um sabe, não sou nenhum Sherlock Holmes. O que você não sabe
é que mesmo sabendo que você quer e precisa de mais dinheiro, a sua
mente está programada, codificada pra justamente não ter e não conseguir
mais dinheiro.

Ao longo da sua vida, seu subconsciente foi ficando lotado de padrões


mentais que te fizeram acreditar que você deve sempre lutar pelo mínimo,
entrar no jogo pra não perder e conseguir tudo de forma muito sofrida. É
fácil você reconhecer quando uma pessoa está codificada para a escassez.
Você sempre vai ouvir ela falando assim: “Consegui com muito esforço!”,
“Vou pra guerra, pra batalha”, “Fruto do meu suor”, “Ralei pra conseguir ,

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mas deu certo…”

Então, a partir de hoje eu vou te ensinar a reprogramar o seu cérebro pra


que você passe a operar em outra frequência de pensamento, pra que o seu
subconsciente trabalhe no modo automático voltado sempre pra entrar pra
ganhar e tentar até dar certo. Isso não quer dizer que você não terá
pensamentos ruins, pessimistas ou até mesmo que não terá medo, mas a
forma de encarar essas coisas será diferente. Você vai enfrentar tudo isso
com a técnica que eu chamo de Protocolo Antifrágil - mais pra frente vamos
falar sobre ele - e vai peitar seus problemas de frente, não com medo.

Em resumo, o nosso plano aqui é recodificar a sua mente e fazer com que
ela comece a operar na chavinha da prosperidade e não de escassez, e com
isso, você passe a ganhar mais dinheiro.

O primeiro passo pra você recodificar a sua mente é entender como


funciona e aplicar a Lei do Vácuo. Como já dizia Newton: “Dois corpos não
podem ocupar o mesmo lugar no espaço”, portanto a Lei do vácuo é
entender que, basicamente, para que algo novo entre em sua vida, você
precisa deixar ir o que não serve mais. Você precisa abrir espaço, deixar vago
o ambiente que deseja preencher com o novo, para permitir que a
renovação e a prosperidade sejam atraídas para sua vida.

Do ponto de vista material, as coisas, objetos que temos em casa, no


trabalho, nos servem para uma determinada função e todas têm um ciclo
de vida, ou seja, muitas vezes a função desses objetos chega ao fim e
precisamos identificar esse fim de ciclo e deixar aquele objeto
simplesmente ir. Agradecer ao tempo em que aquela peça foi útil em
nossas vidas e passar para frente. Doar é uma maneira de colocarmos as
energias para circular, praticarmos o desapego e atrairmos a prosperidade.
Sem contar que quando doamos, de quebra, ainda ajudamos o próximo.

O universo é pura energia em tudo e ele tende a preencher os vazios, o


vácuo. A natureza não é uma grande fã de espaços vazios. Sempre que
esvaziamos algo, a natureza tem a tendência de preencher aquele espaço
com uma “coisa” nova. Quando estamos cheios de coisas entulhadas,
logicamente, não há espaço para mais nada. O mesmo acontece com
nossas energias materiais e com o ambiente da nossa casa, por exemplo. De
que adianta desejar muito uma coisa se sequer existe espaço para ela em
sua vida? Como você espera que o universo trabalhe a seu favor, se você não
é capaz nem mesmo de criar esse espaço? De construir um ambiente onde
as essas energias possam fluir?

Esse é um dos maiores erros do motivo da famosa Lei da Atração não


funcionar para a maioria das pessoas. Quando retiramos e eliminamos de
nossas vidas algo antigo e que não nos serve mais, o espaço que criamos
funciona como um imã, que nos permite manifestar novas coisas de acordo
com a nossa mentalidade e objetivos naquele momento. Um exemplo

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de fácil visualização é o guarda-roupas: estamos sempre nos desfazendo do
que não precisamos mais, mas parece que quando menos esperamos, ele já
está cheio de novo. Você pode não ter o guarda-roupa dos seus sonhos, mas
pela frequência com que nos desfazemos das roupas que não usamos mais,
ele deveria estar muito mais vazio do que costuma estar. Isso é a pura Lei do
Vácuo agindo.

"Interessante Yuri, mas a Lei do Vácuo só funciona do ponto de vista


material? Só coisas físicas mesmo?” É aí que o ciclo começa a se fechar. Na
verdade, a Lei do Vácuo também vale para todos os aspectos da nossa vida
e principalmente, nos sentimentos, nas relações com as pessoas, nas suas
atitudes no trabalho, nos seus padrões mentais, até porque, fisicamente
falando, tudo é energia, certo? O apego seja material ou emocional é o
maior impeditivo para que as transformações aconteçam. Quando vivemos
a falta, quando focamos a atenção naquilo que não temos, é isso que
atraímos a nível subconsciente. Quando você foca na dívida, ela aumenta.
Quando sentimos medo de perder, seja tempo, amor, energia, ideias e bens
também, parece que é justamente quando mais perdemos. Quanto mais
reclamamos que estamos “na correria”, mais nos falta tempo e mais
cansados parecemos estar. Nos desligamos do fluxo da vida, ficamos
estagnados e não conseguimos abrir espaço para o novo, seja o novo
material, seja emocional, seja enxergar uma saída para algum problema.
Com os problemas, então, nem se fala! Foque neles e veja a angústia
crescer. Pense numa solução, tente buscar alternativas e verá seu caminho
ser guiado para a saída.

Eu recebo muitas mensagens de pessoas que reclamam da vida amorosa,


por exemplo. E olhando de fora é muito fácil perceber como as pessoas
estão presas e tão apegadas a alguém, que não conseguem perceber como
a Lei do Vácuo funciona. Quantas vezes nos vemos infelizes em um
relacionamento, mas em função do medo de sofrer ou da solidão, insistimos
na continuidade desse vínculo? Sabemos exatamente o que queremos e
vivemos esperando pelo momento em que nossas necessidades serão
atendidas, mas com frequência procuramos no lugar errado e nos fechamos
para novas oportunidades quando decidimos continuar numa relação
falida. Isso significa que, quando abrimos espaço, as energias ficam livres
para que outra pessoa se aproxime de nós. Somente quando deixamos ir o
que não nos serve mais é que desbloqueamos as energias que fazem o seu
mundo girar.

Isso serve não apenas para relações amorosas, mas qualquer tipo de
relacionamento, entre amigos, trabalho, família. Com os nossos hábitos,
funciona exatamente da mesma forma. Uma boa dica para parar de fumar,
por exemplo, é abandonar o hábito e fazer com que o cérebro encontre
satisfação em alguma outra coisa que oferecemos a ele quando a vontade
de fumar aparece. Aos poucos, preenchemos o lugar do cigarro com outras
distrações e práticas, ensinando nosso cérebro a se acostumar com aquela
falta e fazendo com que esse espaço seja preenchido de outra forma. É

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basicamente uma substituição.

Agora que você já entendeu o quanto liberar espaço físico e emocional é


importante, eu quero te sugerir um desafio prévio, pra você já entrar no
clima do Desafio para Prosperidade. Ainda hoje, se possível, faça uma
verdadeira faxina nas suas coisas. Limpe seu guarda-roupas, escolha peças
pra doar, jogue fora todos os objetos que não usa mais e separe o que pode
ser doado e o que é verdadeiramente lixo. Limpe as gavetas, armários e faça
uma faxina geral. Fique apenas com o que é realmente útil pra você. Jogue
fora aquele objeto que até tem algum significado pra você, mas que no
fundo, só está ali pegando espaço. Esse é um primeiro exercício pro seu
cérebro aprender a se desapegar a focar no que pode ser útil.

Essa limpeza física é super importante para sua prosperidade financeira e é


um sinal para o universo de que você está aberto(a) para mais! Em seguida,
dê uma olhada nas suas redes sociais. Veja todas as pessoas e perfis que
você segue e analise se realmente faz sentido deixar essas pessoas fazerem
parte da sua vida, mesmo que de forma online. Pare de seguir ou silencie as
postagens dessas pessoas que não contribuem em nada com o seu
crescimento e foque no que te faz crescer como pessoa. Obviamente, você
vai perceber que algumas pessoas estão lá pra nada, por conveniência! Elas
mais te atrapalham e te colocam pra baixo do que o contrário.

Cada vez mais seu cérebro vai entender que você começou um caminho
diferente. Um caminho em que você constantemente limpa da sua vida
tudo o que te faz mal e ao mesmo tempo mostra que está sempre
disponível para o novo, para coisas boas e para a prosperidade. Esse é o
primeiro passo e talvez um dos mais fundamentais. Cientificamente, posso
dizer que essas ações estão criando novos padrões mentais no seu
subconsciente e quanto mais você exercitar esse hábito de desapegar de
coisas e pessoas, mais ele vai entender o jogo e assimilar isso. Inclusive eu
recomendo fazer ambas essas ações pelo menos 1 vez por mês. Isso vai te
mandar sempre na direção certa e sempre alerta para o caminho para onde
está indo. Na famosa correria do dia a dia, é muito comum nos deixarmos
sair do caminho correto do crescimento.

Resumindo essa tarefa: faça uma faxina física nas roupas e objetos que você
tem, jogue fora o que é lixo e doe o que ainda pode ser bom pra outras
pessoas. Leve essa limpeza para suas redes sociais e pare de seguir ou
silencie pessoas que nada agregam no seu dia a dia. Esse é um exercício
simples pra entrar no clima do Desafio.

A partir de agora, esteja comprometido(a) com a sua própria revolução!


Combinado? E só comece o próximo capítulo, o 1º dos 10 Desafios após
cumprir essa tarefa.

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CAPÍTULO 3

DESAFIO Nº 1

Tríade da Abundância

Você está aqui em busca de mais prosperidade, que bom! Mas afinal, o que
é isso? Pela definição da etimologia da palavra vinda do latim, significa
simplesmente: sucesso ou abundância, mas quando a gente consulta
alguns livros sagrados de diversas religiões pelo mundo e pela história,
prosperidade significa simplesmente a ausência de necessidade. E isso
significa a mais plena satisfação do ser, é simplesmente você não precisar
de mais nada, se sentir completo(a).

Em algumas outras doutrinas, prosperidade é justamente a evolução


contínua do ser, seja materialmente - nesse mundo que a gente vê -, e
também espiritualmente. Independentemente da sua religião. Eu gosto de
sintetizar a prosperidade em 3 pilares e obviamente que um deles é o pilar
financeiro, o bem-estar material, o conforto, o luxo ou o mínimo que você
precisa para se sentir bem.

Dinheiro, prosperidade material te dá tranquilidade, te dá segurança, te dá


acesso. Pensa o seguinte: uma pessoa rica e próspera consegue fazer tudo
aquilo que uma pessoa de vida escassa e pobre também consegue fazer, já
o contrário não é verdadeiro. Uma pessoa pobre não consegue acessar os
mesmos lugares, o mesmo padrão de cuidado com a própria mente, com a
própria saúde e níveis de educação que uma pessoa rica e próspera tem.
Então o dinheiro te dá acesso e por isso que ele é um dos pilares da
prosperidade.

Um segundo pilar que você vai precisar prestar atenção é justamente o pilar
de qualidade de vida, de bem-estar dos seus relacionamentos, da sua
mente, do seu corpo. É cuidar da sua saúde, da sua família, das pessoas que
você ama e por quem você é amado. É ter tempo para simplesmente curtir
tudo aquilo que você conquistar ao longo da vida, porque sem isso, dinheiro
não vai adiantar muita coisa.

E o terceiro pilar, mas não menos importante - porque aqui não tem uma
ordem, os três coexistem com o mesmo nível de importância - é justamente
o da liberdade, ou se você quiser traduzir de outra forma, o poder de
escolha. E de escolher aquilo que você bem entender, por exemplo: escolher
um trabalho que te faça sentido, que você possa explorar os seus talentos,
as suas capacidades, aquilo que você gosta. Liberdade de escolha pra saber
com quem você quer estar, não estar num relacionamento obrigado, não
ter que aguentar algumas coisas que às vezes amigos, sócios ou família
fazem e que te ofendem. É liberdade de poder escolher com quem e

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onde você vai estar e claro, a liberdade geográfica!

Esse é um termo que tem ficado muito na moda com pessoas trabalhando
de forma remota, mas quando eu falo pra você de liberdade geográfica é
simplesmente o poder de escolha de ter a casa que você quer, na cidade ou
no país que você quer. É simplesmente escolher onde você quer ficar. Com
prosperidade, seja ela financeira e qualidade de vida, você consegue ter esse
nível de escolha. Sem dinheiro e sem qualidade de vida, você acaba tendo
que se submeter aquilo que te é oferecido, por isso desses três pilares para
aquilo que eu considero prosperidade e o que a gente vai trabalhar ao longo
deste livro.

Percebe que prosperidade vai muito além de simplesmente dinheiro. Ela


passa pela sua contribuição nesse mundo, pelo poder de transformação que
você tem de impactar a vida das outras pessoas, sejam as pessoas da sua
família, da sua comunidade, da sua cidade, do seu país ou dependendo do
seu alcance, do seu impacto, uma contribuição maior ainda.

Vou te dar um exemplo extremamente pessoal: a essa altura você já deve


saber que alguns anos atrás, eu era diretor de algumas escolas de inglês de
um dos grupos econômicos mais fortes daquela marca que era a maior
marca de escolas de idiomas do Brasil naquela época. E nesse período eu
tinha reconhecimento, eu tinha sucesso profissional, tinha status. Muita
gente me reconhecia e me parabenizava constantemente, mas eu não
tinha liberdade de escolha e não tinha a qualidade de vida que eu queria,
então pra mim, eu não era uma pessoa próspera, apesar de ter alcançado
algum sucesso financeiro.

Então perceba que prosperidade também é algo muito particular, você vai
ter que descobrir o que é a sua. Se eu te perguntar o que é felicidade,
sucesso, qual é o seu prato favorito ou o que é prosperidade, concorda que a
sua resposta provavelmente vai ser diferente da minha pra cada um desses
aspectos? Então, naquele momento, apesar de ter um suposto sucesso pra
muita gente, eu não me sentia uma pessoa próspera. Eu sentia que eu
podia contribuir muito mais, impactar positivamente a vida de muito mais
pessoas e a partir daí foi que eu quis fazer justamente isso que eu faço: me
desfiz as minhas empresas, vendi tudo e aqui estou hoje, me sentindo muito
mais próspero e contribuindo muito mais também.

Então, justamente por isso, nessa primeira fase do livro, nós vamos trabalhar
essas 10 virtudes, essas 10 qualidades que você precisa para ter uma base
sólida, para aí sim na segunda fase, mais profunda em nível neurológico,
mental e comportamental, nós de fato recodificarmos a sua mente para
você atingir novos patamares de prosperidade.

Então vamos começar aqui falando de dinheiro e da sua profissão, que são
dois aspectos importantíssimos e que impactam brutalmente o seu nível de
prosperidade. Pra falar de dinheiro e profissão eu vou trazer uma analogia

12
extraída do livro “Pai Rico, Pai Pobre” do autor Robert Kiyosaki. No livro o
autor separa as pessoas em quatro quadrantes: os dois do lado esquerdo
são os quadrantes dos empregados e dos autônomos. O que esses
quadrantes têm em comum? São pessoas que trocam o tempo delas por
dinheiro, por remuneração. Por exemplo, como funcionário você se dedica
durante 30 dias do mês com folga, ou mais ou menos folga, e trabalha ali
algumas horas por dia, e no fim do mês trabalhando mais ou menos, se
dedicando mais ou menos, você tem um salário fixo. Pode receber alguma
hora extra, mas o fato é: você está trocando as suas horas de trabalho,
independentemente do seu resultado, por um salário fixo. E como
autônomo é a mesma coisa, mesmo que esse seja um advogado, um
médico ou um ótimo vendedor, você rabalha e tem remuneração, se você
para de trabalhar, você simplesmente para de ter remuneração. Percebe
que existe um teto, um limite de ganho que é justamente o limite das suas
horas, o limite do tempo que você está trocando por hora. Por trocarem
tempo por dinheiro, empregados e autônomos acabam tendo uma
limitação de ganho, então obviamente o pilar financeiro deles, por maior
que ele seja, tem um teto e acaba não te dando a mesma liberdade para os
demais pilares, justamente de bem-estar e liberdade de escolha.

Já os outros dois quadrantes do lado direito são os quadrantes dos donos e


investidores. O que essas pessoas têm em comum? Resumidamente, os
donos e investidores são pessoas que criaram investimentos, criaram
empresas ou sistemas que funcionam independentemente deles, e geram
renda para essas pessoas, mesmo que eles não estejam trabalhando
operacionalmente, não estão trocando o tempo, a energia deles por
dinheiro, essas empresas e esses sistemas funcionam e geram renda para
essas pessoas. São as pessoas que conseguiram contratar outras para
operacionalizar uma empresa, um sistema, ou pessoas que têm dinheiro
parado no sistema financeiro, no mercado financeiro, e que conseguem
gerar renda independentemente de elas estarem operando esses sistemas
e essas empresas. Essas pessoas têm ganhos escaláveis e justamente por
não ter um teto de ganho, elas conseguem ter mais renda e com isso,
conquistar mais bem-estar e mais liberdade de escolha.

E eu estou te contando tudo isso justamente pra você criar consciência de


onde você está hoje. Entenda: não tem certo e errado aqui! Não tem
problema nenhum você ser empregado, problema nenhum você ser
autônomo. Ser dono de empresa ou um investidor, também não te torna
uma pessoa melhor, são apenas fatos para que você tome consciência e
entenda qual é o trajeto que você tem daqui pela frente.

Quando você não tem dinheiro e precisa trabalhar para gerar renda, pagar
suas contas e luxos, depois fica sem dinheiro e precisa recomeçar a
trabalhar, você se vê em um ciclo que prende e aprisiona muita gente ao
longo de uma vida inteira chamado “corrida dos ratos”. A única saída pra
você romper com esse ciclo e sair da “corrida dos ratos” é justamente você
ter um excedente financeiro para não precisar mais trocar o seu tempo por

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dinheiro, e geralmente você tendo um salário, por melhor que ele seja, você
não vai conseguir ter grandes excedentes. Eu sempre faço a seguinte
analogia: um salário é tipo uma droga que te dão, pra te confortar, te
domesticar. Um salário é bom suficiente pra te prender e você ter medo de
sair daquela empresa, mas é ruim o suficiente para não te deixar rico,
milionário e livre com poder de escolha. Então mesmo que você fale: “Ah
Yuri, mas eu conheço um amigo que tem um salário de R$ 30, R$ 40, R$ 100
mil reais como executivo de uma grande empresa”, essas pessoas são
exceções e ainda assim, estão sujeitas às decisões da empresa e não são tão
donas assim dos seus destinos financeiros. Justamente por isso, eu te
incentivo a buscar um sistema, uma empresa, algo que você consiga alinhar
os seus talentos, as suas capacidades, para te gerar renda excedente e
através disso, você sair da corrida dos ratos e conseguir alcançar novos
patamares de prosperidade financeira.

Eu não sei se você sabe, mas hoje no mundo 74% dos ricos e milionários são
empreendedores ou empresários, ou seja, 3 a cada 4 pessoas ricas. Isso já é
um grande sinal, um grande alerta de quais deveriam ser os próximos
caminhos, concorda? Não estou te dizendo que vai ser fácil, estou te
dizendo que é possível!

Vou te dar mais um exemplo pessoal. Quando eu abri a minha primeira


empresa aos 20 anos de idade, eu não tinha muita grana e eu não tinha
muito conhecimento. Eu troquei boa parte do meu tempo naquela época
por experiência que, aí sim, me permitiu ter conhecimento e abrir diversas
outras empresas. No momento em que eu escrevo esse livro, eu já tive mais
de 10 empresas que eu abri, que eu fundei e que eu fiz prosperar. Claro,
algumas deram pouco dinheiro, algumas deram muito mais e eu tive
inclusive empresas que quebraram, mas de todas elas eu extraí experiência
e conhecimento, que me levaram a novos patamares de conhecimento,
sabedoria e de networking. E isso, obviamente, me proporcionou muito
mais prosperidade, não só financeira, mas bem-estar e conhecimento de
novos objetivos e propósitos que eu poderia ter na vida.

Então aqui, o que foi decisivo para que tudo isso acontecesse e eu tivesse
essa jornada financeira crescente e que é o que eu percebo em todos meus
alunos e cases de sucesso de várias biografias do mundo, foi justamente o
Poder de Execução. E é essa virtude, essa qualidade que eu preciso que
você coloque na cabeça que vai ser primordial ao longo dessa nossa
jornada.

E o que exatamente significa Poder de Execução? É o oposto da preguiça!


Se você é uma pessoa que se economiza, que faz as coisas pela metade que
nem sempre dá o seu melhor e faz as coisas com todo ímpeto que você
poderia, talvez você é uma pessoa com fraco poder de execução. Fica o
alerta pra você então se dedicar um pouco mais, elevar o seu nível de poder
de execução, seu poder de ação. Obviamente que os resultados serão
proporcionais. A prosperidade, o dinheiro, não gosta de gente preguiçosa,

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não gosta de gente que tira o corpo da reta e que não assume
responsabilidades.

Agora um outro exemplo um pouco mais recente. Esses dias eu estava


revisando o conteúdo para regravar um dos meus treinamentos, e o meu
filho Pedro de 14 anos falou: “Pai, mas eu sempre vejo você falando que você
já tem hoje mais de 7.000 alunos e eu já vi aluno seu vir te visitar aqui com
uma Z4, uma BMW conversível porque enriqueceu depois que recodificou a
mente contigo ao longo dos treinamentos. Por que então você está
reformulando esse treinamento inteiro, desde o começo?”. E o que eu falei
pra ele foi: “Filho, quando eu gravei a primeira versão do treinamento, eu
entreguei o meu melhor naquela época, mas de lá pra cá eu me desenvolvi
muito mais. Fiz uma pós-graduação em Neurociência Comportamental, li
muitos livros, tive vários mentores, aprendi várias novas técnicas e eu
preciso compartilhar isso com os meus alunos, mesmo que eles não
estejam pedindo isso. É o melhor que eu posso oferecer pra eles e eu não
vou me economizar.” Essa é a responsabilidade, a missão, a contribuição
que eu gosto de trazer pra você e, obviamente, a prosperidade acompanha
esse nível de comprometimento e de Poder de Execução.

Então, nesse momento, questione-se: como está a sua relação com essa
virtude do Poder de Execução? Você tem feito as coisas com preguiça, com
economia de energia e economia de poder mental ou você realmente tem
se dedicado e feito seu melhor? De 0 a 10, se dê uma nota real, com muita
sinceridade. Ninguém precisa saber da sua resposta, mas é importante que
você tenha senso de realidade ao longo desses ensinamentos pra eu poder
te ajudar a transformar seus comportamentos e sua mentalidade.

O grande guru do mundo administrativo Alvin Toffler, que infelizmente


faleceu em 2016, dizia que “Os analfabetos do século XXI não serão as
pessoas que não sabem ler e escrever, mas sim as pessoas que não sabem
aprender para desaprender e reaprender”. Isso significa que muita coisa
que você carrega até hoje, talvez você tenha que apagar e investir energia,
ter um Poder de Execução realmente alto para reaprender e reformular o
modo como fazemos certas coisas. O mundo muda e muda cada vez mais
rápido!

Então, se você não conseguir assumir para si que já basta, que não quer
mais uma vida mediana e escassa, e realmente estiver disposto (a) a se
desprender de algumas coisas que você aprendeu pra reaprender a fazer de
forma nova, a investir energia e Poder de Execução nisso, sinto muito… As
perspectivas de prosperidade pra você não são das melhores, mas como eu
te disse, a prosperidade não gosta de gente preguiçosa e de gente que se
economiza. Então nesse momento você tem uma decisão a fazer. Se você
estiver a fim de investir nessa virtude, vamos para o próximo passo, onde
vou falar mais sobre a sua profissão.

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Neuro-Diagnóstico

Quando você pensa no seu trabalho ou na sua profissão, na escolha do


rumo que você seguiu, geralmente foi uma de três opções. A primeira delas,
geralmente, é o que acontece no começo da carreira quando a gente é mais
jovem, mais despreparado e não pode exigir muita coisa. Aceitar o que está
disponível, ou seja, topar o que vier. O problema dessa escolha é que
geralmente nós somos mal remunerados, já que não temos muito preparo
e aceitamos o que tinha disponível. No médio a longo prazo, isso tende a
nos cansar ou nos frustrar, porque é uma coisa que geralmente você não
gosta, já que você topou o que tinha pela frente.

O segredo pra você sair desse patamar de aceitar o que tinha disponível é
desenvolver novas capacidades, novas competências, sempre mirando para
aquele rumo, aquela nova área que você quer seguir. Quando você
desenvolve essas competências, consegue sair dessa situação de aceitar
uma carreira ou função só porque era o que estava disponível.

O segundo momento da carreira que você pode fazer uma escolha é


justamente ir pra algo que você tenha paixão, algo que você veja sentido,
que provavelmente vai encontrar satisfação em se ver fazendo em sua
rotina diária. Porém, uma grande armadilha de quem faz uma escolha por
paixão é não saber profissionalizar aquilo que ela faz bem. Grande parte das
pessoas que são apaixonadas pelo que fazem como artistas, artesãos,
pessoas que trabalham com comida ou até alguns autônomos, são tão
apaixonados pelo que fazem, que não conseguem profissionalizar isso,
transformar em uma carreira, uma profissão e até mesmo em uma
empresa, cobrando à altura. Em resumo, elas são felizes fazendo o que
fazem, mas são muitas vezes mal remuneradas. O que essas pessoas
precisam fazer - e pode ser que seja o seu caso, pode ser que não -, é
exatamente profissionalizar essa paixão. Saber precificar, cobrar à altura, dar
uma identidade visual para sua empresa para que você não seja só um
“profissionalzinho”, um “vendedorzinho”, mas sim uma empresa que
executa aquilo com maestria, seja essa atividade qual for.

Por último, a terceira e bastante comum escolha que nós vemos pessoas
fazerem para decidir o rumo profissional e suas carreiras, é escolher algo em
que há um senso comum de que dá dinheiro, projeção social e gera algum
status. Quando a gente olha para as carreiras tradicionais como advogados,
engenheiros, médicos ou pessoas que fazem administração porque sonham
em ser grandes empresários, muitas dessas pessoas fizeram uma escolha
simplesmente baseada em dinheiro. Mas será que essas profissões dão
dinheiro mesmo?

Um outro exemplo não tão dentro do ramo acadêmico, mas o que muita
gente quer ser: artista ou jogador de futebol. Olha que estatística
interessante: 85% dos jogadores de futebol ganham de R$ 1.000 a R$ 5.000
reais no Brasil, e apenas 1% dos jogadores no planeta ganham de R$ 200 mil

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reais pra mais, são os que de fato se tornam milionários. Quando a gente
olha para essa estatística e extrapola para outras profissões, a gente vê que
sempre são percentuais muito pequenos - mesmo nas profissões
tradicionais como em qualquer outra - que de fato prosperam, se tornam
milionários e se tornam famosos. A grande maioria das pessoas vai cair na
vala comum, vai cair na vala comum, vai fazer parte de uma grande massa
de pessoas medianas, e esse é o principal motivo do nível avassalador de
insatisfação com a profissão que vemos hoje em dia.

Hoje no Brasil 90% da classe C, D e E diz que odeia o trabalho, que está
insatisfeita e que gostaria de mudar. Nesse momento pode ser que você me
fale: “Ah Yuri, mas é lógico! Na classe C, D e E o cara ganha mal mesmo, por
isso que ele odeia o trabalho que tem!”. Certo. Então, vamos levar isso então
pra classe A e B. Nessas classes mais altas de pessoas que ganham muitas
vezes R$ 10 mil reais por mês - ou muito mais -, 84% também se dizem
insatisfeitas com o próprio trabalho. Percebe que não muda muito a
estatística independente da faixa salarial? Isso acontece porque o nível de
satisfação com a carreira não está necessariamente ligado somente a faixa
salarial.

Quando perguntadas, independente de classe social, o motivo dessas


pessoas gostarem ou não dos próprios trabalhos, a grande maioria delas diz
que quando elas se sentem parte de alguma coisa, quando sentem
engajamento na empresa que elas pertencem, quando veem propósito e
sentido no que elas fazem, aí sim elas estão satisfeitas. Já quando elas não
encontram nada disso, a maioria diz se sentir insatisfeita.

Se você é empresário, esse já é um grande índice para você compreender.


Será que sua equipe se sente engajada e participando da sua empresa ou
estão ali sendo apenas movidos por medo, pela chibata, pela ameaça? Isso
geralmente deixa as pessoas insatisfeitas e gera um grande turnover dentro
da sua empresa, ou seja, uma alta rotatividade de funcionários.

São estatísticas como essa que geram a insatisfação que o brasileiro tem
com a própria profissão. Duas a cada três pessoas dizem que gostariam de
ter o próprio negócio, mas quando a gente vai entender o porquê, a grande
maioria delas diz que é porque elas gostariam de ganhar mais. Não parece
uma coisa maluca? A gente viu que não é dinheiro a solução para satisfação
dos problemas profissionais das pessoas, mas a maioria quer empreender
simplesmente pra ganhar mais dinheiro, ou seja, pela causa errada, e não
porque querem gerar alguma contribuição ou ter um nível de bem-estar
diferente na vida.

É claro, eu entendo essa busca por dinheiro e por satisfação financeira


quando nós estamos passando por dificuldades, quando estamos em um
momento de escassez. Quando eu saí da periferia de Guarulhos, de uma
vida cheia de limitação, cheia de “nãos”, a única coisa que estava na minha
cabeça era: “Eu preciso ganhar dinheiro para ter uma vida boa, para ser

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feliz!”. E realmente foi o que eu persegui durante muito tempo, mas depois
de certo ponto, depois de passado um certo patamar, você começa a
entender que apenas dinheiro não te satisfaz. E eu sei que é muito clichê
falar isso agora. Você pode até pensar que estou em um excelente estágio
da vida e por isso é fácil eu te falar isso, mas a real é que isso é algo que eu
vejo diariamente entre meus mentorados e alunos, que são pessoas que me
buscam para encontrar mais sentido no que elas fazem,
independentemente da condição e da situação financeira e profissional
delas.

Pense no que você faz hoje, seja porque você escolheu o que tinha, seja
porque você buscou alguma coisa que te desse dinheiro ou satisfizesse as
suas paixões, e comece a questionar. Quanto do que você faz, faz sentido na
sua vida? Você vê propósito nisso e se vê fazendo no médio e longo prazo? E
se simplesmente não faz sentido, simplesmente você não se vê fazendo isso
por muito mais tempo, comece a reavaliar. Quais são os seus pontos fortes,
as capacidades que você tem e onde isso poderia ter uma aplicação muito
melhor?

Na nossa sociedade nós somos instruídos a fazer uma faculdade - seja ela
qual for -, arrumar um bom emprego - e o bom emprego geralmente é algo
que te pague bem e que te dê alguns benefícios -, e pronto! Agora você é
uma pessoa que tem sucesso, pode ter uma casa, um carro, casar, ter filhos
e essa é a receita de bolo que as pessoas geralmente dão para uma vida
feliz, plena e próspera. Só que quando a gente olha para o número de
pessoas com depressão, com ansiedade e insatisfeitas com a própria
carreira, a gente começa a entender que essa receita de bolo não funciona
tão bem assim. É nesse momento que você tem que ter a humildade de
começar a questionar se tudo aquilo que te foi ensinado, realmente faz
sentido, ou se talvez você, mais uma vez, precisa se livrar de alguns
ensinamentos e olhar para novos horizontes.

Entendendo que sucesso e prosperidade não é apenas status profissional e


dinheiro, você vai ter que se desfazer da sua vaidade. A vaidade de agradar
as pessoas que esperam alguma coisa de você, aquela vaidade de ter que
estar sempre certo e não dar o braço a torcer, e entender que talvez você
não esteja no melhor rumo, no melhor destino profissional e financeiro da
sua vida. E principalmente, esse pode ser o momento de você avaliar o seu
nível de vaidade e entender que se você não está tendo os resultados que
você quer, não faz sentido você criticar outras pessoas que podem ter
resultados muito melhores que os seus.

Por isso, a segunda virtude que eu te recomendo trabalhar é justamente a


Humildade. A humildade de desapegar daquilo que não faz mais sentido, a
humildade de olhar pra sua situação e entender que talvez você pode
criticar menos e aprender mais, e principalmente, ter a humildade de
aprender com quem já percorreu justamente o caminho que você quer
alcançar, quem já realizou, seja profissional ou financeiramente, o que você

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quer realizar, e simplesmente seguir os passos e as recomendações que
essas pessoas estão dispostas a te ensinar.

Se você tiver a humildade de assumir que você precisa expandir a sua


percepção, a sua mentalidade e assumir o que é de fato importante para
você e não pro modelo social que as pessoas cobram de você, e que muitas
vezes, você se apega pra impressionar, com certeza você vai encontrar
respostas que no médio e longo prazo te deixarão mais pleno (a) e próspero
(a) profissionalmente falando.

Eu quero te contar um trecho da minha história que não faz nem muito
tempo. Em 2014 ou 2015, poucos anos atrás, eu ainda estava dirigindo as
minhas escolas de inglês, mas eu já estava no momento de insatisfação.
Claro, a minha vaidade do cargo, do reconhecimento e da remuneração
eram alimentadas diariamente, mas ao mesmo tempo eu ficava insatisfeito
com o marketing, com as nossas conversões de venda, com a forma com
que eu me relacionava com os meus clientes. As minhas principais
características, que sempre foram o meu nível de energia de entrega e a
minha vontade de inovar, eram as coisas mais criticadas pelos meus sócios e
pessoas do meu convívio. Aquilo começou a me incomodar demais! Em
certo momento eu tive que desapegar, abrir mão da vaidade, de tudo
aquilo, toda aquela estrutura que eu tinha montado ao meu redor. Então,
precisei ter a humildade de recomeçar do zero.

A minha atual empresa de treinamentos e marketing digital que eu


comecei lá naquela época, lógico, foi extremamente criticada! Pessoas que
quando me viram saindo de um cargo já estabelecido, de uma década e
meia como diretor de uma empresa, me falavam: “Yuri, você está largando
tudo isso pra virar ‘blogueirinho’? Você vai viver de ficar fazendo aulinha e
live no Instagram?”. As pessoas riram de mim, tentaram me humilhar, e
muitas vezes, claro, aquilo doeu! Doeu porque era a minha vaidade falando
mais alto do que a minha humildade de entender que aquilo fazia sentido
pra mim, e foi um processo obviamente de recodificação mental, de
rompimento de padrão comportamental daquilo que eu estava
acostumado, e é justamente isso que talvez você precise fazer nesse
momento que você está querendo buscar sua prosperidade. Se o que você
fez até agora não deu certo, a gente vai precisar romper padrões, e
provavelmente você vai precisar lidar com a sua vaidade e assumir, de
forma extremamente humilde, pra onde você precisa ir.

Foi essa humildade de conseguir digerir e absorver todos os impactos que


felizmente me gerou resultados, como o de nos últimos 12 meses ter tido
mais alunos do que eu tive em 16 anos de escola. Financeiramente, óbvio, o
resultado disso também acompanha, e ainda posso fazer tudo isso com
uma sensação de contribuição muito maior, transformando a vida de
centenas de milhares de pessoas diariamente. Isso pra mim faz muito mais
sentido. Isso pra mim me gera muito mais propósito e me dá uma sensação
de prosperidade muito maior. Você também vai encontrar isso ao longo da

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sua jornada por aqui, desde que você abra mão da sua vaidade, desapegue
daquilo que talvez você precise largar pelo caminho, e tenha a humildade
de olhar, vislumbrar uma nova jornada e falar: “Poxa! É por aqui que eu
preciso começar!”. Se você estiver afim, eu tenho agora uma tarefa para
propor a você justamente pra trabalhar esses dois pilares, financeiro e
profissional, no início nessa nossa jornada rumo à sua prosperidade.

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Tarefa Cognitiva

E agora vamos para a tarefa desse primeiro desafio! Entenda o seguinte: o


seu cérebro é uma máquina tão inteligente, mas tão inteligente, que ao
longo da evolução humana por milhões de anos e, claro, na sua vida
atualmente, ele detecta padrões mentais e comportamentais, e tende a
fortalecer e manter esses padrões em todas as ações da sua vida. Ele faz isso
como uma forma de economizar energia.

O seu cérebro corresponde a mais ou menos 2% da sua massa corporal, mas


ele consome 25% da sua energia, então se você, por exemplo, pesa 75kg, seu
cérebro tem aí 1,5kg mais ou menos, mas consome 1/4 de toda sua energia.
Isso faz dele uma máquina fantástica, mas para economizar energia, ele
precisa colocar muitas funções no piloto automático.

Pensa aqui comigo! Quando você está dirigindo, você fica pensando toda
hora em como trocar as marchas do seu carro? Claro que não! Depois de
algum tempo, isso simplesmente se torna algo automático, e a mesma
coisa acontece para funções básicas do seu organismo. Você não pensa
para respirar e piscar os olhos, tudo isso são ações padrão, automatizadas
pelo seu cérebro. Esses padrões também se formam e se refletem nos
nossos comportamentos, são eles que te fazem guardar dinheiro ou não,
procrastinar ou não, ter disciplina pra dieta e academia ou não. São eles que
fazem você ter mais tolerância diante de desafios ou não e assim por diante.
Você já entendeu o que eu quero dizer aqui, certo? Os padrões mentais
podem ser então os seus maiores amigos e aliados ou seus piores inimigos.
Existem poucas coisas que podem te fazer quebrar um padrão mental: uma
delas é um alto impacto emocional, mas a forma mais fácil é ter
comprometimento e ação constante.

Se o seu padrão mental é procrastinar, apenas se comprometendo a não


procrastinar de forma constante vai quebrar esse padrão mental e
comportamental, fazendo novas conexões neurais. Portanto, em cada uma
das tarefas a seguir, eu vou pedir que você se comprometa com o objetivo e
sempre repita essas tarefas quando puder. Dessa forma você
verdadeiramente vai construir um hábito, e assim, criar um novo padrão
mental.

O fato é que dinheiro até pode não ser a coisa mais importante do mundo,
mas ele afeta todas as coisas que são importantes na sua vida. Ele é um dos
pilares da prosperidade e essa primeira tarefa está ligada diretamente ao
seu padrão mental em lidar com dinheiro. E o primeiro passo para uma
pessoa ter dinheiro, e mais do que isso, fazer dinheiro o tempo todo, é ela
saber lidar com o dinheiro que ela faz, com o dinheiro que ela recebe e
ganha! Você não vai ver ninguém próspero e muito menos milionário ou
milionária gastando dinheiro de forma irresponsável ou desnecessária. Cada
gasto, cada gesto ou investimento é pensado estrategicamente! Por isso
todos os milionários e multimilionários que eu conheço fazem um exercício

21
mensal que é fundamental para manter e aumentar constantemente suas
fortunas.

Assim como a nossa saúde física depende do que ingerimos, dos nossos
hábitos, check-ups médicos e acompanhamentos, o mesmo funciona com a
nossa saúde financeira. E nesse exercício, você vai aprender exatamente
isso: fazer um check-up financeiro. E pra fazer o seu check-up você vai ter
que ficar 30 dias anotando todos os seus ganhos e todos os seus gastos…
Sim, tudo mesmo, sem exceção! E depois desse período, você vai fazer uma
análise profunda desses gastos e cortar tudo aquilo que julgar
desnecessário! Lembra da sua primeira tarefa da “lei do vácuo” em que você
fez uma faxina nas suas coisas e nas suas redes sociais? Aqui, nessa primeira
tarefa é o mesmo princípio!

Primeiro você vai anotar tudo que ganha de forma líquida, o que realmente
entra na sua conta ou no seu bolso, e claro, também vai anotar tudo que sai,
desde as contas fixas básicas até o cafezinho e as compras de
supermercado, farmácia, lazer, tudo que você costuma consumir ao longo
de um mês. Depois desse período você vai ver quantos vazamentos há nas
suas finanças. Analise de forma muito criteriosa e faça os cortes necessários
sem dó! Lembra do Poder de Execução que nós falamos anteriormente?

Assim como na limpeza das gavetas e do guarda-roupa, você vai ver que
tem muitos gastos por aí que realmente você não precisa ter e que estão
bloqueando o seu fluxo para a prosperidade. E se você já tem uma vida
regrada com dinheiro, não seja a pessoa que acha que já sabe tudo, isso
seria vaidade, falta de humildade e também é uma grande armadilha que
pode te tirar do caminho para a prosperidade. Então faça esse check-up e
você vai ver como vai encontrar coisas aí que podem ser facilmente
cortadas. Libera esse espaço para que ele seja preenchido com novas
receitas e não com novos gastos, combinado?

Então resumindo, você tem 30 dias para anotar todos os seus ganhos e
gastos do mês e depois cortar tudo que é desnecessário, sem dó. Quero ver
ação! Eu posso apostar que se você seguir essa tarefa à risca, você vai
economizar muito! E finalmente vai entender com o que o seu dinheiro
“sumia” já no começo do mês.

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CAPÍTULO 4

DESAFIO Nº 2

Padrões Mentais

Se eu te perguntasse hoje se você já se formou, qual seria sua resposta?


Independentemente se você terminou o ensino médio, faculdade, pós-
graduação, quem sabe até um mestrado ou um doutorado, a grande
maioria de nós tem a tendência a falar em algum momento da vida algo
como: “Eu já me formei e estudei o suficiente pelo menos pra ter minha
carreira, pra arrumar um emprego e chegar a um certo patamar de renda
que considero válido o suficiente para me dar um certo grau de
prosperidade”. O fato de você chegar a essa conclusão, mostra o quanto
você valoriza o seu desenvolvimento intelectual e é disso que a gente vai
falar agora.

Muita gente considera que se desenvolver intelectualmente ao longo de


toda uma vida é algo primordial. Algumas dessas pessoas estão o tempo
inteiro aprendendo, claro, na forma de uma educação formal através de
cursos, pós-graduação, faculdades, algo institucionalizado, algo voltado pra
academia e algumas pessoas preferem simplesmente aprender com as
experiências de vida com a sabedoria do dia a dia da rua. De um jeito ou de
outro, os seus resultados dependem puramente dos seus aprendizados,
sejam eles formais, em instituições e na academia ou simplesmente da
escola da vida. E aí, o que você enxerga como importante para o seu
desenvolvimento intelectual e os resultados e a prosperidade que
acompanham esse desenvolvimento, é o que eu gosto de chamar de seu
“espectro perceptivo”. Eu peguei esse termo que parece complicado
emprestado da física, e aqui vamos decifrar um pouquinho porque as
pessoas também tendem a achar que física é uma coisa complicada.

Pensa comigo, você enxerga as cores do arco-íris: vermelho, laranja,


amarelo, verde, azul, anil e violeta. Algo diferente desse espectro de cores, o
olho humano simplesmente não consegue perceber. Nós enxergamos
ondas que funcionam nessas frequências entre o vermelho e o violeta. Por
isso que cores, por exemplo, como o ultravioleta que estão acima da
frequência do violeta, não são visíveis para olhos humanos. A mesma coisa
acontece com os raios X e os raios Gama que estão acima da frequência do
violeta, e por isso são invisíveis ao olho humano. Daqui a pouco você vai
entender onde eu quero chegar com isso. A mesma coisa acontece para
cores com uma frequência abaixo do vermelho, como por exemplo os raios
infravermelhos, que são raios invisíveis para o olho humano. Ondas de
micro-ondas e ondas de rádio também são invisíveis para o olho humano,
isso quer dizer que eles estão fora do nosso espectro perceptivo e a mesma
coisa acontece com o seu desenvolvimento intelectual.

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Tudo aquilo que você tem na vida se deve ao que você tem capacidade e
competência e experiência desenvolvida pra perceber e conseguir aplicar
na sua vida. Se você estuda pouco, faz poucos cursos, lê poucos livros, tem
poucos mentores, pega poucas referências ao longo da vida, naturalmente
você fica com um cinto de utilidades, como aquele do Batman, com
ferramentas restritas, e dependendo da situação em que você é colocado,
você simplesmente não tem capacidade e competência pra sair daquela
situação, e então, você tem uma vida com escolhas limitadas. Obviamente
que é muito mais difícil prosperar se você não se desenvolveu
intelectualmente para conseguir ter mais alternativas, mais ferramentas
para qualquer uma das situações que você enfrentar. Então é como diz
aquela crença popular: “o que você aprendeu ninguém te tira”.

Diferente daquela época de escola que antes da prova você conseguia ali
dar uma revisadinha e às vezes tirar uma nota boa na prova, na vida, a prova
é muito mais real. Você não tem tempo de estudar pra vida te trazer
algumas lições. Na vida, primeiro você tem a lição e daí é que vem um
aprendizado. E as pessoas que têm a capacidade de estarem com a mente
aberta e flexível para absorverem esses aprendizados, seja de forma positiva
ou negativa, são as pessoas que geralmente conseguem gerar resultados
diferenciados. As pessoas que simplesmente repelem um aprendizado,
preferem se revoltar ou culpar os outros são aquelas que não se
desenvolvem muito.

Então vamos trazer isso para um exemplo muito prático quando a gente
está falando de prosperidade financeira, material e de crescimento na vida.
Você já deve ter conhecido alguém, ou ouvido falar pelo menos, de alguém
que era pobre e ganhou uma bolada de grana, uma herança, ganhou na
loteria e muitas vezes essa pessoa acabou perdendo tudo e ficou pobre
algum tempo depois. Por que isso acontece? Ela não tinha capacidade, não
tinha competência técnica, intelectual mesmo, para administrar todo
aquele dinheiro, e fez bobagem, seja pela razão que for. Ao passo que
quando a gente pega pessoas muitas vezes próspera, que conseguiram se
construir, construíram fortuna e por algum desvio ao longo da vida,
perderam tudo, tomaram um golpe, tomaram um “capote” por causa do
mercado, de um sócio ou de problemas de saúde ou de família, muitas
dessas pessoas conseguem se reconstruir, porque a mente delas já
desenvolveu a capacidade de fazer dinheiro, então elas simplesmente se
reconstroem. Aqui está a importância de você constantemente, ao longo da
vida, se desenvolver, estar presente em cursos, ter acesso a livros, podcasts,
o que quer que seja que possa expandir a sua percepção, expandir sua
mentalidade, o seu intelecto, as suas capacidades e competências.

O que você precisa saber neste momento é que o aprendizado passa por
quatro estágios. Vamos usar como exemplo o caso de uma pessoa que quer
aprender uma segunda língua. Quando você é criança e está aprendendo
português ainda, você nem mesmo sabe que outras pessoas falam outros
idiomas - inglês, francês, alemão, japonês - , então você tem uma

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incompetência inconsciente. Isso significa que você não sabe ainda falar
um outro idioma, você ainda não tem essa competência, mas você
também não tem nem consciência de que você é incompetente e incapaz
naquela competência de falar uma outra língua, porque você mal está
aprendendo a falar português. Só que o tempo passa e quando você já está
um pouquinho maior, você começa a ver que em filmes na TV, ou talvez
numa viagem outras pessoas falavam idiomas diferentes do seu, e aí você
tomou contato com isso, você percebe que não sabe falar aquele idioma e
agora você tem uma incompetência, uma incapacidade consciente. Você
sabe que não sabe falar um outro idioma. Até que você fala: “Poxa, eu
preciso então começar a estudar inglês, francês, alemão, a língua que seja,
para o mercado de trabalho, para a cultura, para a minha satisfação
pessoal”. Você começa a estudar e depois de algum tempo, você adquire a
competência, a capacidade de se comunicar num outro idioma. Agora você
tem uma competência consciente e quando necessário, você consegue
falar em inglês, em francês, em alemão, na língua que for. O quarto e último
estágio do aprendizado é aquele que em algum momento, aquilo está tão
enraizado em você, que se alguém fala em inglês com você ou você ouve
uma música, assiste a um filme, você nem mesmo traduz mais na sua
cabeça, aquilo é automático, é inconsciente. Esse é o último estágio do
aprendizado, quando você desenvolveu uma capacidade, uma competência
inconsciente. É quando aquilo se torna automático dentro da sua mente.

Vamos trazer isso para a sua realidade na busca da prosperidade e do


crescimento financeiro. Quando você não sabe como fazer um negócio
prosperar, não sabe como fazer investimentos assertivos, não sabe como
vender a suas ideias, seus produtos, você tem uma incompetência
inconsciente. Em algum momento, essa incompetência passa a ser
consciente. Você estuda, se desenvolve, faz cursos, contrata mentores, até
que você aprende a fazer e tem uma competência consciente, e uma hora
aquilo é automático, você faz dinheiro sem nem saber como que aquilo está
acontecendo. Pronto! Quando você chega nesse estágio, as pessoas
conseguem se tornar prósperas, e essa é a nossa ideia aqui ao longo do seu
desenvolvimento intelectual e comportamental. Mas para que isso se torne
um hábito, eu preciso trabalhar a terceira virtude ao longo desse livro que é
justamente o Equilíbrio.

Eu conheço muita gente que contrata um monte de treinamento, compra


um monte de livro, ouve 1 milhão de podcast e não faz absolutamente nada
com isso. Então, como a gente vai praticar o equilíbrio nesse momento?
Tudo que você aprender, todo conceito que você anotar enquanto eu estou
te contando, aplique! Leve isso para prática no seu dia a dia. Questione-se
como você pode usar isso hoje, amanhã e depois? Caso contrário, você está
tendo simplesmente uma “gula intelectual”, que é quando a pessoa
consome muita informação na ilusão de que está adquirindo
conhecimento, mas não aplica nada. É a mesma coisa quando você come
demais e não aplica, não usa aquela energia pra nada. O que acontece
quando você come muita coisa e não gasta energia? Vira banha, vira

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gordura. Quando você adquire muito conhecimento, mas não usa isso na
prática, eu gosto de brincar que isso se torna gordura mental. Obviamente
que isso não acontece, mas aquilo fica guardado na sua mente ou
esquecido na sua mente - o que é até pior -, inútil, sem utilidade nenhuma.
Então, não caia na ilusão do desenvolvimento intelectual, em que você
compra muito treinamento, muito livro e não faz nada com isso. Preze pelo
equilíbrio, que é a virtude que vamos desenvolver a partir de agora.

Conceitos aprendidos, praticados, aí sim eles são incorporados até você


conseguir fechar o ciclo do aprendizado dos quatro estágios, até aquilo se
tornar um hábito, uma competência inconsciente. Como funciona este ciclo
do aprendizado? Geralmente, justamente dessa forma: você tem contato
com algum conteúdo, você faz uma tarefa para exercitar aquilo, e durante o
seu sono é que aquilo é gravado, sedimentado na sua memória. Então, o
sono tem um papel primordial no seu desenvolvimento intelectual e como
a gente viu, o seu nível de prosperidade acompanha o seu nível de
desenvolvimento intelectual. Lembra que eu já te falei lá no começo? A
prosperidade não gosta de gente preguiçosa, não gosta de gente que se
recusa a aprender e a se desenvolver.

Agora que a gente já falou dessa parte lógica e mais técnica, a gente vai
para um próximo nível pra se aprofundar na sua mente em um outro
aspecto.

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Chave do Subconsciente

Como é que você tem dormido? Pode ser que nesse momento você se
assuste um pouco com essa pergunta e esteja aí me questionando o que o
seu sono tem a ver com prosperidade, crescimento financeiro, bem-estar,
profissional, carreira, etc. Vamos entender qual é a relação dessas duas
coisas. Acabei de mencionar aqui que o seu desenvolvimento intelectual, e o
quanto você guarda de informação para se desenvolver e prosperar cada
vez mais, depende bastante da qualidade do seu sono. Você já deve ter
percebido, por experiência própria, que dormindo bem o seu humor é
melhor, você tem menos cansaço, você rende mais no dia seguinte, tem
mais clareza mental e, óbvio, que a recuperação e regeneração muscular,
física e mental que você tem no dia seguinte é infinitamente melhor.

Por isso, é importante a gente falar do sono quando a gente está falando de
autodesenvolvimento, de autocuidado rumo a vida melhor, prosperidade
com mais liberdade e bem-estar. O seu estado mental reflete puramente a
qualidade mental que você tem e isso tem tudo a ver com as cinco ondas
cerebrais que nós temos dentro do nosso cérebro. Obviamente, se você é
leigo nisso e não tem qualquer gerência sobre essas ondas, eu não vou
entrar em detalhes muito técnicos aqui. Eu falo bastante sobre ondas
cerebrais no meu treinamento online chamado Programa Neurohertz, que
é um queridinho dos meus alunos, mas isso é só um parêntese.

Fechando esses parênteses, de forma bem simples, nós temos basicamente


cinco tipos de ondas cerebrais: Alfa, Beta, Gama, Delta e Teta. Você já deve
ter ouvido alguém falar que o “fulano está em Alfa”. O que as pessoas
querem dizer quando falam isso? Que essa pessoa está num estado quase
que meditativo, está “viajando”, e esta é uma grande característica das
ondas alfa, por exemplo. Já as ondas Delta são as ondas características de
um sono profundo, de frequência muito baixa, muito ativas quando seu
cérebro está quase desligando ali, em sono extremamente profundo. Mas,
claro, existem outras ondas que te colocam em estado de extremo alerta
quando você está, por exemplo, fazendo uma apresentação de trabalho, ou
dirigindo num lugar novo extremamente agitado. Seu cérebro fica com as
ondas a milhão, hiper atento a todos os estímulos que estão acontecendo
ao redor. São as ondas Beta e Gama que estão agindo. E o que que isso tem
a ver com a sua qualidade mental e de aprendizado? Quando as suas ondas
cerebrais não estão em sincronia, não estão sintonizadas com o seu ritmo
de trabalho, de vida, de pensamentos, você tem aqueles desencontros de,
por exemplo, estar no trabalho precisando fazer uma apresentação com
toda sua presença, toda sua atenção focada e, de repente, você está ali com
sono e lento (a), com ondas alfa querendo invadir a sua mentalidade.

Ao mesmo tempo, no momento em que você está indo dormir e que você
deveria estar baixando a sua frequência cerebral e descansando, seu
cérebro de repente liga a milhão e as ondas Beta e Gama invadem o seu
cérebro colocando ele em plena atividade. Isso acontece por um

27
desequilíbrio mental e claro, tem como a gente combater isso, ter uma
qualidade de sono melhor e, por consequência, um aprendizado melhor
também. É importante a gente falar disso porque, não sei se você sabe, mas
65% dos brasileiros, ou seja, dois em cada três dizem ter um problema sério,
crônico pra dormir. Apenas 1/3 da nossa população está dormindo bem e, da
grande maioria das pessoas que têm problemas para dormir, mais de 80%,
ou seja, mais de quatro a cada cinco brasileiros, dizem que não dormem.
Adivinha por quê? Problemas com grana, problemas com dinheiro. Daí a
minha missão de trabalhar prosperidade, fazer você enxergar mais longe e
fazer você ter uma qualidade de vida e financeira melhor, porque esse é um
problema nacional, um problema muito sério do nosso povo.

Então você está pilhado(a), com a cabeça a 1.000 por hora, preocupado(a),
dorme mal, acorda quebrado(a) de mau humor, faz um networking
péssimo, trata mal seus colegas no trabalho, xinga as pessoas no trânsito no
meio do caminho, rende mal nos negócios. Obviamente, suas qualidades de
relações pessoais e profissionais estão cada vez piores. Você está
quebrado(a) pra cuidar da sua saúde, pra ir a uma academia, fazer uma
atividade física. Vários estudos apontam que quando a gente dorme mal, o
seu corpo pede muitas vezes, mais carboidratos, mais gorduras, fritura,
doce, álcool, muitas coisas mais nocivas e ruins pra você.

Nesse ponto, você já não está cuidando da sua saúde, está performando mal
no trabalho e cultivando relacionamentos ruins. Naturalmente, os
resultados que você tem na vida física, relacionamentos, profissional e
financeira também são piores e, obviamente que, em médio longo prazo,
você continua sem grana, num trabalho ruim, relações ruins, chega em casa
preocupado(a), dorme mal e esse ciclo se renova diariamente, toda semana,
todo mês, por anos e anos, porque você teve uma má qualidade de sono.
Então, a gente precisa em algum momento romper com isso e dormir
melhor, equilibrar essas ondas cerebrais, para que você tenha uma vida de
mais qualidade, profissão, relacionamentos, vida financeira, física e saúde
também de mais qualidade.

É justamente nesse momento, para equilibrar suas ondas cerebrais,


melhorar sua qualidade mental, inclusive a qualidade do seu sono para ter
todas essas consequências boas, que entra a meditação. E entenda, a
meditação não tem nada a ver com religião, é uma prática científica
cerebral de controle emocional. Eu estava vendo recentemente um
documentário que falava que para pessoas que tinham começado do zero a
meditar, depois de oito semanas de prática, essas pessoas mostraram
grandes indícios de mudança na estrutura física do cérebro delas, o que
significa que áreas responsáveis por ansiedade e estresse tinham diminuído,
e áreas responsáveis pela gratidão e por sentimentos mais nobres, mais
produtivos e que levam as pessoas a prosperidade, haviam aumentado.
Para cada pessoa, meditar é algo diferente. Tem gente que faz ioga, senta
naquelas posições específicas e faz cânticos, e está tudo bem! Já pra mim,
correr é meditativo, ler é meditativo, porque eu limpo a minha mente e eu

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entro em estado de relaxamento absoluto, e acabo conectando novas
ideias.

Como eu disse, a prática da meditação não tem nada a ver com religião,
você pode fazer isso da sua forma, como fizer sentido pra você, e ela vai te
ajudar a aumentar justamente a sua Resiliência, que é a virtude que eu
quero te ajudar a trabalhar nessa área. Se você não sabe, a resiliência é
também um termo que veio emprestado da física, que significa a sua
capacidade de absorver pressão e voltar ao seu estado original. Dando um
exemplo bem prático agora. Você já deve ter visto aquelas latinhas de
alumínio, latinha de cerveja e refrigerante. Quando você amassa uma
latinha de refrigerante, ela deforma e fica deformada, porque ela tem baixa
resiliência. Como ela não tem essa característica, ela sofre o impacto, sofre a
pressão e permanece amassada, estragada.

O oposto acontece quando você pega aquelas bolinhas de plástico, por


exemplo, que você joga pro seu cachorro, aquela bolinha que você aperta e
volta ao estado normal. Aquela bolinha tem alta resiliência, porque ela sofre
pressão, sofre o impacto, mas volta ao estado original. Os seres humanos se
enquadram nesses dois tipos. Alguns são latinha de alumínio e com o
mínimo de pressão deformam, quebram e não voltam ao seu estado
original. Por outro lado, existem pessoas que têm altíssima resiliência que
mesmo com estresse, com pressão, não se desequilibram, não ficam tão
ansiosas. Claro, elas sofrem com esses problemas - elas não são psicopatas,
loucas e Polianas que vivem no mundo cor-de-rosa. Elas têm senso de
realidade, mas conseguem absorver essas pressões e mesmo assim
continuar os dias delas sendo produtivas, tratando as pessoas bem, e é
justamente aí que entra a meditação.

A partir de agora eu vou te ajudar a encontrar a sua meditação e o seu


estado meditativo, para que você tenha cada vez mais ondas Alfa, ondas
que te permitem ter cada vez mais calma, menos ansiedade, mais
produtividade, mais sono e, com isso, alcançar uma vida mais próspera em
cada vez menos tempo.

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Tarefa Cognitiva

Meditar é conectar sua mente ao presente e a novas ideias, e você pode


fazer isso encontrando a sua própria forma de se concentrar e entrar num
estado meditativo. Quando, por exemplo, oramos ou meditamos, atingimos
ondas Alfa no nosso cérebro. Essas ondas estimulam a inteligência, a
memória, a criatividade, a inspiração, percepção sensorial e intuição, e
ajudam na nossa concentração, a enxergar nossos objetivos com mais
clareza, nos tranquilizam e nos ajudam a ter menos medo, melhoram a
nossa memória, nos ajudam a inclusive a perder peso ou a deixar de fumar,
por exemplo, e fortalecem o nosso sistema imunológico. Olha que
fantástico! Ou seja, quanto mais você se conectar com a sua mente através
de alguma prática meditativa, maior será o seu controle mental no dia a dia,
nas suas decisões, escolhas e nas suas ações. Obviamente, isso tem um
impacto brutal nos seus resultados.

O seu controle mental e emocional através da meditação e,


consequentemente, da sua mudança de comportamento, está ligado
diretamente a criação de novas conexões neuronais e nos seus novos
padrões mentais, padrões esses que vão impulsionar o seu crescimento e o
seu fluxo de prosperidade, fazendo de você uma pessoa muito mais
resiliente, ou seja, cada vez mais inabalável, indestrutível. Você vai continuar
tendo problema na vida, claro, quem não tem? Seria ilusório te dizer algo
diferente disso, mas você vai sofrer bem menos com os percalços dela.
Como você vai se recuperar deles é o que vai fazer total diferença nos seus
resultados.

Eu já mencionei anteriormente que correr e ler são práticas extremamente


meditativas pra mim, além da própria meditação clássica, e hoje eu consigo
me manter concentrado, centrado, focado quando estou fazendo alguma
dessas três atividades. Na tarefa desse capítulo, eu vou juntar tudo isso ao
que a gente tem falado aqui sobre um maior controle mental, sobre os
benefícios do sono e como ser mais resiliente com uma meditação pensada
para você. Quem vai conduzir essa meditação guiada com você, vem
diretamente de Londres e é uma convidada muito especial pra mim, minha
amiga Natália Bojanic, ou Naná, como ela gosta de ser conhecida e
chamada. A Naná é uma referência mundial em meditação e mindfulness, e
ela já viajou o mundo inteiro pra se especializar no funcionamento e no
impacto da meditação na vida das pessoas, no nosso cérebro, no corpo e na
mente. Ela sempre me traz alguma novidade de Bali na Indonésia, do Tibet
ou claro, de Londres mesmo que é um centro mundial. Sua tarefa de hoje é
exatamente simples como parece e ao mesmo tempo muito poderosa: é
ouvir, se concentrar e curtir a meditação da Naná.

Deixei um link logo aqui abaixo pra você copiar no seu navegador de
internet e ter acesso a essa meditação que vai te conectar com os seus
superpoderes. Não se coloque muita pressão se você tiver alguma
dificuldade, principalmente no começo. Toda nova prática exige adaptações

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e alguma dedicação mais forte no início, então deixe que ela te guie durante
esse processo e aproveite! Esteja em um lugar calmo, silencioso onde
ninguém poderá te interromper.

Link para a Meditação da Naná: https://insighttimer.com/br/meditacao-


guiada/conectando-com-nossos-superpoderes

31
CAPÍTULO 5

DESAFIO Nº 3

Máquina de Dinheiro

Se você tivesse em casa uma máquina de fabricar dinheiro e fosse o


suficiente pra você pagar todas as suas contas no fim do mês,
eventualmente pagar por algum luxo, alguma necessidade extra, você
cuidaria dessa máquina? E se eu te falasse que com as atualizações corretas
e com a manutenção devida, em algum tempo essa máquina começaria a
te dar não mais dinheiro suficiente apenas para pagar suas contas, mas sim
dinheiro inclusive para fazer alguma reserva, investir no futuro e em alguns
sonhos que você pudesse. Eu acredito que você daria uma manutenção de
ainda mais qualidade pra essa máquina, certo? E se você conseguisse
conectar essa máquina a outras máquinas, com outras capacidades, além
de conhecimento, estratégia e orientação corretos, você não só faria
dinheiro pra pagar suas contas e realizar alguns sonhos, mas poderia ter
liberdade financeira e de fato prosperidade pro resto da sua vida?

Como é que você cuidaria dessa máquina de fabricar dinheiro? Pois é... Essa
máquina, se você ainda não percebeu, é você! Por isso, quando nós falamos
de conquista de prosperidade e construção de riqueza, é primordial falar da
sua saúde. Entenda, o seu corpo é a sua máquina de transformação no
mundo e se essa máquina pifar, acabou tudo! Você não terá mais chance de
conseguir fazer qualquer transformação e gerar qualquer contribuição no
mundo e, claro, conquistar a prosperidade e enriquecer são objetivos que
ficariam ainda mais distantes.

Quando eu falo aqui sobre saúde, vai muito além do seu peso, muito além
da estética, muito além de ir pra academia pra ficar postando fotinho no
espelho. Eu estou indo muito além, inclusive, pra você começar a pensar em
vícios que você tem e sequer se dá conta. Aquele cigarrinho extra depois do
almoço, aquela bebida no final de semana - que às vezes a gente perde um
pouco o controle ou exagera -, ou até mesmo alguma droga que você tenha
usado com fins recreacionais. Meu pai sempre dizia que “se algo te controla
a ponto de você deixar de fazer coisas que são importantes pra você, você é
dependente daquilo, você é um(a) viciado(a)”. Então, se às vezes, seja com
compras, excesso de diversão ou mesmo na sua alimentação e cuidados
com a saúde, você deixa de investir nos seus estudos, no seu
desenvolvimento, na sua carreira, trabalho, família, tudo aquilo que de fato é
importante pra você pra que você se sinta uma pessoa realizada e próspera,
sinto muito! Você depende dessa coisa e é viciado(a) nisso!

Normalmente, quando falamos de vícios, as pessoas pensam em drogas,


algo mais pesado, alguém que tenha a vida acabada, mas não é

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necessariamente apenas assim. Algumas pessoas são viciadas em compras,
em trabalho, em pornografia… A lista de vícios que tiram você do seu
excelente estado mental e de saúde física pode ser infinita. Por favor, não
entenda aqui que eu estou fazendo qualquer julgamento moral. Eu estou
falando de um ponto de vista científico para a sua autopreservação, para
que você continue cuidando daquela máquina de gerar dinheiro,
enriquecimento e prosperidade.

Nós seremos humanos temos padrões de comportamentos e tendemos a


fazer as coisas tudo de um jeito só. Vou te explicar melhor. Nos anos 60/70
alguns pesquisadores de Stanford, uma das principais universidades do
mundo e dos Estados Unidos, fizeram um teste que ficou conhecidíssimo
como “o Teste do Marshmallow". Ele foi, inclusive, replicado e repetido
diversas outras vezes em outros lugares do mundo muitos anos depois e
sempre com resultados muito parecidos. No que consiste esse teste? Eles
colocavam algumas crianças em uma sala e um pesquisador vinha até elas
e falava: “Olha, toma aqui um marshmallow. Eu vou sair agora e se você não
comer esse marshmallow, quando eu voltar, eu te dou um outro”. Então,
olha só que coisa maluca! Para uma criança, ficar 30 segundos inativa
olhando para aquele marshmallow parece uma eternidade, então o que era
de se esperar é que a maioria das crianças tão logo o pesquisador saísse da
sala, enfiasse o marshmallow na boca. E foi o que de fato aconteceu com a
maioria, mas olha que curioso, algumas daquelas crianças, conseguiram
praticar a resignação, ou seja, adiar a recompensa. Aquelas que
conseguiram não engolir o marshmallow de uma vez, ganharam um outro
marshmallow na sequência, ou seja, dobraram o benefício que elas tinham.

Essas crianças foram acompanhadas ao longo da vida e o curioso é que,


décadas depois, muitos anos depois, todas aquelas crianças que
conseguiram adiar a recompensa, adiar o prazer imediato do marshmallow
na boca, tiveram casamentos mais felizes, cuidavam melhor da saúde,
tiveram carreiras melhores e vidas financeiras mais saudáveis. E o que isso
quer dizer? Aquelas pessoas não sucumbiram ao prazer imediato, que é o
que muitas vezes a comida, a preguiça, a procrastinação, as drogas,
compras, sexo, fazem com as pessoas. Muitos de nós nos tornamos escravos
desses impulsos iniciais, desses prazeres imediatos, e não conseguimos
adiar essa recompensa. A consequência disso, o resultado disso ao longo de
uma vida, são: saúdes debilitadas, relacionamentos fragilizados e vidas
financeiras e carreiras muitas vezes também sem grandes resultados,
porque as pessoas agem por impulso, sem conseguir pensar e processar
muito bem aquilo.

Aqui eu estou falando com você justamente sobre a sua formação de


hábitos, tanto mentais, quanto aqueles que você executa diariamente e,
dependendo de como você forma esses hábitos, conseguindo adiar a
recompensa ou sendo focado no prazer imediato, você pode ter resultados
extremamente diferentes. Então, aqui a virtude, a grande qualidade que eu
estou querendo que você aprenda e leve adiante é justamente a

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Resignação. Essa habilidade, essa virtude de adiar o prazer imediato, adiar a
recompensa. Eu estou falando de coisas que no dia a dia vão fazer uma
brutal diferença no longo prazo. Por exemplo, abrir mão de meia horinha de
sono para cuidar da sua saúde com alguma atividade física, abrir mão de
um pouquinho de diversão, seja à noite, seja no final de semana, para ler um
pouco mais, estudar um pouco mais, se dedicar a um projeto, a um sonho
de vida e de carreira, algo que de fato transforme a sua vida. Na balança, o
que é mais importante? Aquela meia horinha de sono, aquela cervejinha a
mais, aquela diversão, aquela série a mais ou de fato investir em algo pro
seu crescimento no longo prazo da sua vida?

E os exemplos aqui podem vir de todas as áreas da sua vida. Quando você
olha, por exemplo, para um casamento. Você pode ter o prazer imediato de
um flerte, uma cantada com outra pessoa ou pensar no longo prazo na
saúde do seu relacionamento, do seu casamento, da sua família para a vida
inteira. Quando você olha para aquela comprinha que você quer fazer, seja
uma blusinha ou uma bobagem, uma comida ou algum acessório
tecnológico que você nem mesmo precisa, o que é mais importante?
Satisfazer aquele desejo imediato ou adiar essa recompensa em nome de
algo muito maior no longo prazo?

Se você conseguir colocar na cabeça o poder da resignação, o poder de abrir


mão de pequenas coisas agora, igual aquelas crianças do teste do
marshmallow fizeram, pra no longo prazo você ter transformações
gigantescas na sua vida, estamos num excelente caminho. Do que você
pode abrir mão hoje, seja na sua alimentação, nos seus hábitos financeiros,
de maus hábitos que você tenha no seu relacionamento, para que no médio
e longo prazo você tenha uma vida cada vez mais próspera, cada vez
melhor? O que você pode fazer hoje pra dar uma manutenção de maior
qualidade na sua saúde, pra essa máquina de fazer dinheiro e de gerar
prosperidade na sua vida?

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A Ciência da Lei da Atração

Você é feito de células e cada sistema diferente do seu organismo é


composto por células diferentes. O seu cérebro e todas as terminações
nervosas do seu organismo são compostas por neurônios. Quando você
pensa nas suas fibras musculares, em cada um dos órgãos, na sua pele, cada
sistema desse tem um tipo de célula diferente e cada uma dessas células é
composta por moléculas diferentes, que por sua vez, são compostas por
átomos. Você já deve ter visto isso durante o seu tempo de escola nas aulas
de química que "átomo'' vem do antigo grego e significa indivisível. Na
Grécia antiga, eles achavam que essas pequenas partículas realmente eram
indivisíveis, que eram as partículas elementares no universo. Hoje a gente
sabe, com avanço da ciência, que os átomos são pura energia. Eles são
compostos por cargas positivas, negativas e até mesmo cargas neutras e
são essas energias que vibram aí dentro de você. Você na verdade, assim
como eu e qualquer ser humano e coisas que compõem esse nosso
universo, pelo menos o nosso universo visível que a gente pode tocar, é
composto por átomos, moléculas e essa energia. Em resumo, você é um
grande amontoado desses átomos e dessas moléculas, você é energia pura
em harmonia, e um sistema biológico, um ser vivo como nós em equilíbrio e
harmonia, é um sistema em homeostase. Calma! Vou explicar porque
precisarei passar por essa explicação antes de continuar o assunto.

Primeiro, é importante você entender que quando eu estou falando de


energia, eu não estou fazendo qualquer referência religiosa ou mística aqui.
Isso é pura física de partículas. Nós somos esse amontoado de energia, mas
ao longo do tempo, os seres humanos foram associando essa vibração
energética que as pessoas sentem à espiritualidade e claro, dependendo da
sua religião, a essa crença religiosa que você tem.

De novo, na Grécia antiga a palavra entusiasmo queria dizer “ter uma


divindade dentro de você''. Vem de “in”=dentro e “theos”=Deus, então
quando os gregos diziam que uma pessoa era entusiasmada, significava
que ela tinha um poder divino dentro dela. Hoje quando a gente diz que
uma pessoa tem muita energia ou quando você sente que você está em
uma vibe boa, com uma energia boa ou entusiasmado(a) pra fazer alguma
coisa, é isso que desde a Grécia antiga e muitas religiões e crenças
espirituais acreditam hoje. Você tem um poder divino dentro de você -
independente da religião e da crença que você siga aqui.

Vamos resumir todas essas sensações e entusiasmo que eu mencionei há


pouco como o seu poder interno. Vamos usar esse termo? E esse seu poder
interno em equilíbrio e em harmonia, te dá simplesmente poder para
realizar tudo aquilo que você quiser, inclusive alcançar a sua prosperidade
com bem-estar, com paz de espírito e com leveza. Mas quando você tem
algum desalinhamento, esse seu sistema começa a apresentar falhas,
vazamentos. É quando você perde potência, perde energia, perde
concentração, perde foco e muitas vezes você fica preso naquele ciclo de

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nunca terminar o que começa, de nunca sentir que tem poder para
alcançar todos os sonhos que você deseja. Já sentiu isso? Nada mais é que
um puro desequilíbrio desse seu poder interno - seja ele com uma vertente
espiritual ou não pra você, combinado?

Essa é a explicação do que acabou ficando conhecido como “A Lei da


Atração”. Lei da atração não tem nada a ver com pensar de forma positiva,
ter fé e ficar torcendo para as coisas acontecerem. A lei da atração na
verdade é ter clareza de objetivos, ter poder mental para estabelecer esse
foco e, claro, estar em harmonia em todo o seu sistema, pra você empenhar
toda a sua energia na busca desses objetivos. Obviamente então que se
você “fica ali sentadinho”, com esse foco, com essa concentração, com esse
alinhamento, você alcança tudo aquilo que você quer. Essa é a explicação
de forma bem simplista e científica da lei da atração. É como aquele ditado
popular diz: “A vida não tem controle remoto, você precisa se levantar para
mudar o canal”. Então, se hoje tem alguma coisa na sua vida que quando
você assiste de longe te desagrada, esse canal não está legal de assistir,
cabe a você levantar, alinhar sua energia, trabalhar esse seu corpo
energético e espiritual e mudar o canal que você está assistindo.

Se alguma coisa não te deixa satisfeito(a), você precisa agir na raiz e não nas
consequências desse problema. “Qual que é a raiz, como que eu encontro
ela, Yuri?”. Primeiro, você vai ter que entender o conceito de causa e efeito.
De forma muito simples, se você se alimenta mal, come muito doce, fritura,
exagera nas bebidas alcoólicas, naturalmente você engorda e a sua saúde
fica debilitada. A causa é comer mal, já a consequência, o efeito disso, é uma
saúde debilitada. Se você gasta de forma descontrolada, a consequência
disso é uma vida financeira destrambelhada, desequilibrada, um consumo
desenfreado. Então a causa é o consumo desenfreado e a consequência
disso é uma situação financeira desequilibrada. Da mesma forma se eu
tenho preguiça, procrastino, não faço o que tem que ser feito, não estudo,
não leio nenhum livro, não me dedico no meu trabalho, não me exponho a
situações que me fazem me tornar uma pessoa melhor, uma pessoa mais
competente, eu me torno alguém ignorante, muitas vezes irrelevante ou até
dispensável. Naturalmente, a consequência disso na minha vida profissional
e até na vida pessoal é que eu caia na exclusão, que eu me torne
desnecessário na vida das pessoas e até na minha empresa. Naturalmente,
para que eu tenha promoções, ganhe mais, tenha reconhecimento e
alcance alguma prosperidade, vai ser muito mais difícil. Mais uma vez, a
causa foi a minha preguiça e a minha procrastinação, a consequência foi
uma vida infelizmente incompleta, sem plenitude, sem prosperidade.

Acho que a essa altura já está claro pra você o conceito de causa e efeito,
certo? E por que eu estou te contando tudo isso? Pra que você entenda que
a prosperidade, a construção da liberdade financeira e do enriquecimento,
segue um processo, existe uma ciência por trás disso, e se você entender as
causas e efeito da sua vida hoje, fica mais fácil da gente construir a sua
prosperidade daqui pra frente.

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Tudo o que você tem ou é na sua vida hoje são meras consequências de
escolhas que você fez, de decisões que você tomou lá atrás. Se você pegar
aquele mesmo exemplo de que comeu mal a vida inteira, bebeu a vida
inteira, usou drogas durante um grande período, a grande consequência é
que a sua saúde hoje seja debilitada. Se você investiu ou pelo menos quis
aprender sobre finanças e investimentos durante anos da sua vida e
praticou isso, há uma grande chance de hoje a sua situação financeira ser
muito melhor, porque você tomou decisões melhores em cima disso. Causa
e efeito. Da mesma forma, muitas das consequências ou efeitos que
existem na sua vida hoje, são simplesmente por decisões que você deixou
de tomar.

Vamos falar por exemplo em oportunidades, sejam profissionais, de


negócios, de relacionamentos que te chamaram pra fazer parte e você,
fosse por preguiça, medo, insegurança ou despreparo, não topou entrar e,
depois de alguns anos, você viu as pessoas que iniciaram aquilo pra que te
chamaram prosperando, bem ou mais felizes, e você com certa inveja, dor
de cotovelo, incômodo e frustração. Aquele sentimento de olhar e falar:
“Poxa, eu deveria ter tomado aquela decisão”. Aquela decisão era a causa, o
sucesso teria sido o efeito.

A indecisão é a causa do fracasso, de uma vida escassa, de uma vida que


poderia pelo menos ser melhor. Isso contamina todas as áreas da sua vida,
quer você queira ou não. Agora eu só estou te dando um recado, um
chacoalhão pra que, se você não entendeu isso até hoje, você acorde e
adote uma nova postura daqui pra frente. Muitos dos meus alunos e
mentorados, muitas vezes acabam me trazendo problemas inclusive de
relacionamento. Você tem que entender que você é um ser humano e que
as suas relações pessoais afetam, obviamente, a qualidade dos
relacionamentos que você tem, inclusive no seu trabalho e a sua percepção
de prosperidade, plenitude e felicidade. Se hoje você colhe coisas ruins no
seu relacionamento, seja ele conjugal ou com amigos ou até com os seus
filhos, muitas vezes são meras consequências, meros efeitos de alguma
coisa que você fez ou deixou de fazer lá atrás. Não adianta ficar bravo(a)
comigo, é uma constatação, é um fato para que você comece pelo menos a
levantar algumas bandeiras de alerta, pra poder fazer diferente daqui pra
frente.

Então, a virtude que eu quero que você pratique é justamente a


Integridade. Integridade é muito mais do que simplesmente ser honesto(a).
Integridade é ser tudo aquilo que você nasceu pra ser, sem máscaras, sem
se esconder, sem fingir, e principalmente, sem fazer nada que seja somente
para agradar os outros. Eu sei que nós somos seres sociais e vivemos em
comunidade, temos amigos, famílias, chefes ou subordinados e,
obviamente, você não pode fazer tudo sem medir as consequências na vida
das pessoas, mas quando as nossas escolhas se baseiam simplesmente na
felicidade dos outros, mesmo que desalinhadas com a nossa energia vital,
com aquilo que mais profundamente - até espiritualmente - te chama, em

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algum momento esse vazio vai se abrir. Você vai sentir falta e isso é o que te
distancia, em grande parte, da prosperidade. Você vai despender de muita
energia fazendo aquilo que não te faz sentido, dando explicação para os
outros ou preenchendo buracos que não são os seus buracos existenciais.

Antes de ir pra sua tarefa, comece a pensar quais são as sementes que você
tem plantado nos últimos anos da sua vida e o que essa sementes tem
florescido. Quais são os frutos que elas têm gerado na sua vida? Se são
frutos bons, maravilha! Continue empenhando energia, continue
entregando a sua alma para esses projetos pra que elas floresçam cada vez
e deem frutos cada vez mais bonitos. Agora, se hoje você tem uma sensação
de escassez, de infelicidade, de alguma falta, talvez as sementes que
tenham sido plantadas, sejam nos seus relacionamentos, na sua vida
profissional ou financeira, não tenham sido as melhores sementes e você
está aí, colhendo tudo isso. Então, quais são as mudanças que você precisa
fazer? Quais são as novas sementes que você precisa plantar?

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Tarefa Cognitiva

Nesse capítulo eu falei bastante sobre a virtude da resignação, sobre o que


você pode abrir mão hoje para transformar sua vida no médio longo prazo,
lembra disso? De uma forma bem simples, simbólica e prática ao mesmo
tempo, a tarefa será a seguinte: por 10 dias consecutivos, começando
amanhã, você deverá acordar uma hora mais cedo. Sim, todos os dias
durante 10 dias. Não importa se é sábado, se é domingo, se é feriado. Se
você acorda às 7h00 todos os dias, você vai ter que acordar às 6h00, se você
acorda às 6h00 vai ter que acordar às 5h00 da manhã e assim por diante.

Antes você ficar desesperado(a), deixa eu te explicar o que essa tarefa tem a
ver com resignação e prosperidade. Bom, eu acho difícil achar uma pessoa
que não goste de relaxar, de dormir. Todo mundo gosta e eu já falei aqui
anteriormente, inclusive, da importância e dos benefícios de uma boa noite
de sono e todo impacto que isso tem na nossa vida e na nossa capacidade
de aprendizado. E é justamente por ser uma coisa tão boa, confortável e
gostosinha, que nessa tarefa eu estou te pedindo pra acordar 1 hora mais
cedo. Entenda que eu não estou te pedindo pra dormir 1 hora a menos, mas
sim acordar 1 hora mais cedo, e é isso é o que vai fazer toda diferença.

Fazer isso vai mexer no seu subconsciente em vários níveis. O primeiro deles
vai mostrar a maior resignação, abrir mão do conforto de dormir até um
certo horário, em troca de fazer algo em nome do seu crescimento e, de
bônus, você vai ter uma hora a mais pra poder focar em algo que te faz
evoluir como ler um livro, fazer exercício, meditar, enfim, qualquer coisa que
você escolher.

Eu te falo por experiência própria. Hoje eu acordo às 5h30 da manhã e tudo


isso começou como um teste de um mês que eu decidi fazer. Eu amei o
resultado e implantei na minha vida já tem alguns anos, e isso me permite
meditar, exercitar e ler, muito antes do dia começar pra maioria das pessoas.
Dessa forma eu acabo tendo de 2 a 3 horas a mais sem interrupções.
Naturalmente, eu comecei a render e realizar mais, e as consequências
disso se medem no meu bem-estar, no nível de cultura que eu comecei a
adquirir e, claro, em resultados financeiros.

Aqui você deve ser completamente íntegro(a) com você mesmo, afinal de
contas nós estamos aqui nos propondo a trabalhar exatamente isso e eu
não vou estar aí do seu lado pra te cobrar disso ou não, mas você vai saber
que se comprometeu comigo e, principalmente, com você. Então faça o seu
melhor por você! Conseguir cumprir ou não esse desafio vai dizer muito
sobre quanto você está comprometido(a) com o seu futuro, o quanto você
está disposto(a) a moldar a sua mente na direção do que vai
verdadeiramente trazer prosperidade no médio longo prazo.

É muito fácil a gente bater o pé e dizer: “Eu vou mudar, a minha vida vai ser
diferente, eu atraio dinheiro e prosperidade”, como muita gente faz, usando

39
esse tom, essa forma superficial da lei da atração, mas as coisas só
começam a fluir de verdade quando você entra no jogo e começa a
construir a sua própria transformação.

O mais importante aqui é que você precisa estar disposto(a) a conquistar,


não apenas ter uma vontadinha. Vontadinha todo mundo tem, já
comprometimento só quem realmente está focado(a), e pra essas pessoas o
resultado é inevitável. Então, durante os próximos 10 dias, você vai provar
pra você mesmo que mudar de vida não é só uma vontadinha. Nós vamos
te fazer quebrar esse padrão mental, acordando 1 hora mais cedo do que
você normalmente acorda. Mais importante do que o horário é o que você
faz com esse tempo a mais. Use esse tempo pra ler um livro, estudar,
meditar, fazer exercício, escutar um podcast que vai te agregar. O negócio é
você escolher algo que te desenvolva, te traga algum crescimento. É
semeando de forma inteligente que lá na frente você vai colher os melhores
frutos.

40
CAPÍTULO 6

DESAFIO Nº 4

Fórmula do Amor

Eu quero falar com você agora sobre amor, mas não esse amor superficial,
romântico, às vezes até bobo e ingênuo do cinema, do príncipe encantado e
da mocinha ingênua e que aguarda passivamente alguma grande
mudança na vida dela. Eu quero falar com você de amor de uma forma mais
ampla, mais profunda, mais realista. Do amor que você possa ter dentro da
sua casa, na sua vida, e claro, como ele afeta a sua prosperidade.

Não sei se você já percebeu, mas eu sempre menciono os relacionamentos


na construção da prosperidade. Hoje eu sei, por experiência própria e dos
meus alunos e mentorados ao longo da vida, que os relacionamentos e a
qualidade deles afetam brutalmente a sua prosperidade, aquilo que você
alcança, realiza, e claro, a sua sensação, a sua percepção de prosperidade,
abundância e felicidade.

Mas o que você acha que vem primeiro? Prosperidade e como


consequência bons relacionamentos ou contrário? Primeiro você tem
relacionamentos saudáveis e, por causa disso, é que a gente atinge a
prosperidade? É uma pergunta muito difícil de se responder, igual àquela
brincadeira de “quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?”.

Pra te explicar melhor, eu quero fazer uma outra analogia. Quando você
quer emagrecer, o que vem primeiro? O esforço ou o resultado? Primeiro
você faz dieta, atividade física, para de comer tanto doce, fritura, exagerar na
bebida alcoólica, e como consequência você emagrece, ou o contrário?
Você emagrece e depois é que você se esforça e faz dieta e exercícios? A
gente sabe que não é uma mágica. Eu sei que esse é um exemplo bem
óbvio de que o esforço vem antes do resultado. No caso de relacionamentos
e prosperidade é exatamente a mesma coisa. Nós temos que nos
empenhar. Existe uma dedicação, um esforço inicial para a qualidade dos
seus relacionamentos e pra se alcançar prosperidade. Não importa o que
vier antes, é um ciclo que acaba se retroalimentando. E entendendo que
isso é um ciclo, que relacionamentos saudáveis te conduzem a mais
prosperidade, que acabam te deixando mais tranquilo(a) pra alimentar
ainda mais relacionamentos bacanas, eu quis trazer esse assunto à tona,
porque é uma pergunta extremamente constante dos meus alunos há
anos. Como eu faço pra administrar um relacionamento a dois, as minhas
relações em casa, e como eu consigo tirar o melhor disso na construção da
minha prosperidade, na construção dos meus sonhos?

Pode ser que você seja casado(a) ou queira ser, pode ser que você seja

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separado(a) ou queira nesse momento se separar, pode ser que você esteja
solteiro(a) e bem resolvido(a) com isso, nem pensando em casar, até muitas
vezes querendo permanecer assim pro resto da vida… E está tudo bem! Não
existe certo ou errado nessa construção para sua felicidade, plenitude e
prosperidade. Siga as suas regras, seus valores e o seu alinhamento, a sua
prosperidade é algo muito particular seu. É como aquele exemplo: sucesso,
seu prato favorito, a viagem ideal, o carro dos seu sonhos, é algo muito
particular para cada pessoa que você perguntar, e aqui a sua situação em
termos de relacionamentos conjugais ou não, é a mesma coisa.

O ser humano é um ser de comunidade, nós somos um ser social. Ao longo


da história da evolução humana, a nossa força sempre esteve nas nossas
relações. O ser humano individualmente, um homem, uma mulher, quem
quer que seja, por mais forte que essa pessoa seja, ela é muito frágil diante
da natureza, diante dos animais, diante de tudo que a gente tem de perigos
no mundo. Ao longo de milhões de anos de evolução, um único ser humano
era muito frágil para, por exemplo, caçar ou procurar comida e frutas,
estando sozinho, e muito mais frágil ainda para se defender de uma tribo
inimiga num eventual ataque em alguma tentativa de agressão. Então,
desde os primórdios, a vida humana, a nossa civilização, se baseou
justamente na união, em laços sociais, fossem eles conjugais, matrimoniais -
como os de hoje -, ou simplesmente de amizade, de tribo, de sociedade,
comunidade. Por sermos mais fracos, menos velozes, menos capazes em
vários aspectos que vários animais da natureza, a nossa força sempre esteve
nos nossos relacionamentos. São eles que muitas vezes são responsáveis
por nos fazer crescer ou muitas vezes podem nos afundar.

Nós aprendemos muito dentro dos nossos relacionamentos, principalmente


sobre nós e com aquilo que a gente não gosta de ouvir muito. Existe uma
história que eu gosto muito que conta que, certa vez, o Obama, ex-
presidente dos Estados Unidos, estava num restaurante com a esposa dele
Michelle Obama quando um garçom se aproximou. Esse garçom era um ex-
namorado da Michelle, então o Obama disse pra ela: “Olha aí, se você tivesse
casado com esse cara hoje, você seria casada com um simples garçom.”
Então, a Michelle Obama respondeu pra ele assim: “Negativo! Se eu
estivesse casada com ele, ele é quem seria o presidente dos Estados Unidos
hoje.” Piada ou não, verdade ou não, nessa história fica uma coisa muito
legal que eu quero trazer pra você aqui. Como nossos relacionamentos
podem nos fazer crescer muito ou podem nos fazer afundar, é sempre legal
você entender que é bom ter pra quem voltar, ter com quem lutar, quem
apoia os seus sonhos e quem é um ombro amigo na hora da dificuldade,
dos desafios e das frustrações. Esse é o grande peso, a chave dos
relacionamentos e do relacionamento mais próximo e que mais nos faz
crescer e aprender dentro da nossa vida, que é justamente esse
relacionamento matrimonial entre duas pessoas.

O que essa história do Obama e da Michelle nos mostra é que todos nós
somos merecedores de ter um amor que está ombro a ombro, lado a lado

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com a gente, justamente pra construir o nosso maior sonho, nem que ele
seja ser presidente dos Estados Unidos. Agora a pergunta mais comum que
eu recebo é: “O que eu faço quando este amor, essa pessoa que eu escolhi
pra passar a vida do meu lado, ao longo dos anos, vai se transformando ou
não vai me acompanhando, e não luta comigo pelos meus sonhos, não me
apoia, muitas vezes até ri ou tenta me diminuir na construção da minha
prosperidade?” Bom, como em todo relacionamento - mas neste, por ser
algo muito próximo e diário -, você tem três alternativas. A primeira delas é
que você não controla essa outra pessoa, você não controla nada que é
externo a você. Por mais que você fale, brigue e recomende muita coisa a
essa pessoa, muitas vezes ela não te escuta e você não tem qualquer
gerência sobre isso. Então, a alternativa é que à medida que você - com
muita força interna, muita força espiritual, muito propósito naquilo que está
querendo construir - começa a mostrar alguns resultados, em algum
momento essa pessoa começa a perceber isso. Seja prosperidade financeira,
material, seu grau de felicidade, satisfação, reconhecimento das outras
pessoas e através dos seus resultados, ela começa a comprar a sua ideia.

Existe um ditado popular que diz que a diferença entre o gênio e o louco é
simplesmente o resultado. Então, muitas vezes, quando você projeta sua
prosperidade, a pessoa do seu lado, por mais que te ame, na tentativa de te
preservar, ela te pede pra tomar cuidado, questiona se isso vai dar certo. Ela
tem medo, por ela e muitas vezes por você também, porque por enquanto
você é só um louco, uma maluca com um sonho, uma ideia, uma
prosperidade projetada na cabeça, mas à medida que as coisas começam a
se materializar e ela começa a ver resultado, essa pessoa começa a ver em
você um certo grau de genialidade, e então fica muito mais fácil das
pessoas comprarem essa briga, comprarem essa batalha com você. Por isso,
a primeira alternativa é justamente essa: assumir o seu papel no mundo e
mostrar resultado para que as pessoas comecem a te seguir.

A segunda alternativa é ter uma conversa muito franca de como você se


sente com essa pessoa não apoiando ou duvidando de você, ou muitas
vezes tentando te diminuir. Provavelmente na melhor das intenções, essa
pessoa está querendo criar em você um certo senso de realidade, está
querendo te ajudar, querendo simplesmente fazer uma brincadeira pra
deixar um clima mais leve. A gente não tem como saber e julgar a mente do
outro, então uma conversa franca com muito respeito, com muita abertura
e com muita honestidade, seria a segunda alternativa. Amor nenhum
sobrevive sem esse nível de respeito, abertura e transparência. Tenha uma
conversa franca, da forma mais leve possível e no momento em que você
não estiver estressado(a) ou imediatamente após os comentários, já que
com as emoções abaladas, nós perdemos muitas das nossas capacidades.
Perdemos competência da gerência dos nossos melhores argumentos,
então, com calma, com tranquilidade, no seu melhor estado emocional e no
melhor estado emocional dessa pessoa, tenha essa conversa franca.

E, por fim, uma terceira alternativa, caso mostrar resultado e ter uma

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conversa franca não tenha adiantado, é você de fato reavaliar esse seu
relacionamento. Eu sempre sou contra qualquer tipo de rompimento e
qualquer medida extrema, por isso que estou falando com muito cuidado
sobre essa terceira alternativa, mas avalie se você não está em um
relacionamento tóxico, em uma relação que tenta te diminuir, te humilhar,
e que começa a te fazer mal. É comum em algumas famílias, seja por medo
ou por insegurança das outras pessoas, que elas projetem esses medos e as
dificuldades delas justamente em você, e claro, se você já tentou mostrar
resultado, conversar numa boa com essas pessoas e nada resolveu, talvez
esteja na hora de você reavaliar essa situação, essa relação, e se afastar, de
fato dar uns passos pra trás. Você não precisa, obviamente, maltratar,
desrespeitar a pessoa, mas simplesmente se afaste, se distancie um pouco.
Mas eu reforço aqui que essa terceira alternativa só é válida quando a
pessoa realmente tenta apagar a sua chama, apagar a sua luz, te impede de
mostrar todo seu potencial, te humilha, desacredita em você. Antes disso,
nunca chegue num extremo desse.

Te dando um exemplo extremamente pessoal, minha esposa Thais é


advogada e ela é extremamente pragmática, como a profissão dela acaba
exigindo. Eu sempre fui muito mais criativo, fiz Engenharia, fiz Letras,
estudei Neurociência, fiz MBA em Marketing, tenho uma formação
extremamente ampla, leio de tudo um pouco, falo de tudo um pouco.
Mesmo em um livro em que eu falo de prosperidade, eu trago referências
pra você de biologia, química, física, simplesmente porque isso é da minha
personalidade. À medida que a gente foi evoluindo no nosso casamento, eu
fui cada vez mais me enveredando por um caminho de treinamentos e
Marketing Digital, um mundo completamente novo pra ela. Ela não
conseguia entender onde que era o meu escritório, onde que era a minha
empresa, o que que exatamente eu fazia. Pra ela, muitas vezes, isso gerava
insegurança e, por mais que ela tentasse me apoiar, eu percebia isso em
alguns momentos, e claro, eu precisei ter uma conversa franca com ela. Eu
quis entender o que ela gostaria de saber para que se sentisse mais segura,
ficasse mais tranquila e pudesse me apoiar. Uma vez que eu entendi o que
ela precisava saber e eu pude explicar tudo, nós alinhamos os nossos
valores, e desde então a Thaís sempre esteve ao meu lado, sempre me
apoiando, já me ajudou inclusive em algumas lives nas redes sociais
selecionando as perguntas de alunos, e isso se tornou, inclusive, uma
grande brincadeira entre nós. Tenha essa maturidade de trazer isso
também para o seu relacionamento, que é provavelmente um dos mais - ou
o mais - importante da sua vida.

Em qualquer uma dessas três alternativas, seja pra esperar você gerar
resultado, ter uma conversa franca ou de fato ter uma conversa respeitosa
de rompimento com uma pessoa, você vai precisar de uma virtude que
sustenta o amor, que é justamente a Paciência. Toda vez que falamos de
amor, seja o seu amor-próprio, o cuidado que você tem com você mesmo(a)
ou o amor com a pessoa mais próxima que você escolheu passar uma vida
com você, a paciência vai ser extremamente necessária e você vai precisar

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exercitá-la.

Pare um pouquinho pra pensar. Como é que você tem cuidado desse amor
por si e por essa pessoa? Você tem dado atenção, carinho, e tido a
paciência necessária? O que pode melhorar?

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Teoria dos 20%

Além do nosso amor-próprio e do amor pela pessoa amada, nós temos


amor por outras pessoas, ou no mínimo consideração. Vivemos em
sociedade, temos amigos, temos filhos e outros familiares. Agora há pouco
eu acabei de te falar sobre o quanto a evolução do ser humano dependeu
da força do coletivo, fosse pra caçar, pra procurar alimento ou pra se
defender de uma tribo inimiga, de um ataque, por exemplo. A nossa
sociedade cresceu baseada nisso, nesse apoio mútuo. Temos a necessidade
de nos sentirmos parte de um grupo, de uma sociedade, pertencentes a
alguma coisa.

Já percebeu como a grande maioria das pessoas têm medo de falar em


público? Pra você ter uma noção, o medo de falar em público é duas vezes
maior do que o medo que as pessoas têm em ter problemas financeiros, ou
até duas vezes maior que o medo que as pessoas têm da própria morte. E
por que isso acontece? Neurocientistas e biólogos evolucionistas
concluíram que esse medo, vem da insegurança que as pessoas sentem
quando falam em público. Quando a gente se expõe dessa forma, o medo
de falar uma bobagem e ser ridicularizado(a), de ser excluído(a) de um
grupo, ao longo da evolução fez com que as pessoas se sentissem
vulneráveis. Hoje quando alguém te ridiculariza e te exclui de um grupo,
existe claro o impacto emocional, uma sensação de humilhação, mas não
necessariamente a sua sobrevivência depende disso, só que ao longo de
milhões de anos de evolução, se você era excluído(a) de um grupo, era
ridicularizado(a), era fragilizado(a) e jogado(a) pra fora, você não tinha mais o
grupo pra te defender, pra te apoiar durante uma caça ou para caçar
comida com você. A sua sobrevivência dependia do grupo, dependia das
pessoas gostarem de você e de querer você por perto. Ao longo da evolução,
isso foi criando cicatrizes emocionais em nossa memória coletiva e, por isso,
as pessoas têm esse medo de se expor.

Quantos mentorados e alunos meus têm ideias geniais de negócios, são


muito competentes no que fazem e travam justamente nisso! Na hora de
fazer um vídeo, um story no Instagram, de mostrar os produtos que
vendem, de falar sobre o serviço que prestam, justamente porque eles têm
medo de se expor. É por isso que cuidar das nossas relações e da nossa vida
social é tão importante. Elas são um porto seguro pra gente, consciente ou
inconscientemente, as pessoas precisam ter para onde voltar, ter a quem
recorrer. Sem isso a gente perde base, perde referência, perde força,
inclusive, como ser.

Pra ir um pouco mais além, você já deve ter ouvido algo do tipo: “você é a
média das cinco pessoas com quem você mais convive”. Vamos entender
exatamente o que que isso significa. Lembra que eu te falei em algum
momento atrás sobre o seu espectro perceptivo, de que a sua mente e a sua
percepção de mundo, só vão até onde você teve experiências ou até onde
você se educou, até onde você aprendeu? O seu mundo tem limitações que

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também dependem das pessoas com quem você convive e dos assuntos
que vocês conversam. Pensa o seguinte: se todos os seus amigos têm uma
faixa salarial X e passam férias no interior do seu estado ou fazendo algo
próximo à cidade onde vivem, aquilo se torna normal pra você. De repente,
quando um amigo vem e fala que fez uma viagem de primeira classe para
Dubai, você começa a se questionar. “Como assim? Ele tem um trabalho
parecido com o meu, mora na minha vizinhança, a gente tem o mesmo
carro, e do nada ele conseguiu ir pra Dubai fazer essa viagem maravilhosa?”.
Nesse momento você passa a se questionar se você também não pode fazer
aquilo. Pode ser com tom de inveja, com tom de admiração, mas o fato é
que o seu espectro perceptivo acabou de ser expandido.

Se você tem uma faixa salarial X e de repente algum amigo seu se prepara,
faz uma pós-graduação, abre um negócio próprio, desponta e passa a
ganhar muito mais dinheiro, normalmente você se incomoda, seja de forma
positiva, motivado(a) pela admiração ou de forma negativa motivado(a) pela
inveja. Esse relacionamento expandiu a sua percepção, o seu espectro
perceptivo, e então você começou a se questionar como você também
pode conquistar isso. Afinal, qual é a diferença entre essa pessoa e você?

Isso é corroborado por várias pesquisas, e recentemente, eu estava lendo


um artigo que dizia que o nosso salário, a nossa faixa de rendimentos,
geralmente é 20% acima ou 20% abaixo da média dos amigos com quem a
gente mais convive. E por que isso acontece? Dependendo das pessoas
com quem você anda, ou elas falam mais de negócios e oportunidades ou
elas falam de fofoca, bobagens ou programas de TV que não acrescentam
grande coisa. Dependendo das sementes que você usa para alimentar a sua
mente, você está plantando alguma consequência no mundo. Lembra do
que eu te falei sobre causa e efeito? É exatamente isso.

Independente do que você conversa e o que você faz no convívio com cada
uma dessas pessoas e relações, cada uma delas têm uma lição, cada uma
delas têm um aprendizado, seja pra você absorver ou pra você levar pra essa
outra pessoa. De qualquer forma, quando você conseguir olhar pra cada
uma dessas relações com amor, de forma menos egoísta, menos
egocêntrica e pensando num amor maior, mais comunitário, mais universal,
talvez até transcendental, você passou pra um outro nível de amor, o amor
da Contribuição.

Algumas pessoas encaram essa virtude como generosidade, que é


justamente a capacidade de fazer pelo outro sem necessariamente esperar
nada em troca. Dias atrás, um amigo meu, na verdade um ex-sócio, falou
bem de mim pelas costas para uma outra pessoa que dificilmente chegaria
até mim. Essa pessoa me chamou no Instagram e disse: “Oi Yuri, falei com
fulano de tal, ele te elogiou muito, falou isso, isso e isso de você, queria
entender melhor do seu trabalho.” Eu liguei pra esse amigo, esse ex-sócio, e
o agradeci por ter falado bem de mim pelas costas. Isso é algo muito raro
hoje em dia, essa sensação de contribuição, de falar da competência de

47
outra pessoa, de como ela pode contribuir na sua vida a troco de nada, que
foi justamente o que aconteceu. Ele não esperava nada de mim e foi
simplesmente pela capacidade de fazer o bem.

Pare agora um momento para se questionar. Quantas vezes você faz isso?
Quantas vezes você contribui com a vida dos outros, quanto você se doa? E
eu não estou falando aqui de parte financeira, de dar dinheiro, nem nada
nesse sentido, mas sim em você doar seu tempo, sua atenção, suas
capacidades, estender a mão a alguém, sem necessariamente esperar nada
em troca.

Dando um outro exemplo pessoal, eu mesmo escolhi fazer o que eu faço


como forma de doação, como uma forma de contribuição. Em vários dos
meus treinamentos online, vejo alunos falando que o valor deveria ser muito
mais alto pela minha entrega, mas pra mim, existe uma função social
também, porque enquanto eu estava construindo a minha prosperidade e
queria enriquecer, eu não tinha referências, não tinha mentores, não existia
YouTube, Instagram, eu não tinha a quem buscar muitas vezes. Eu
desperdicei muito mais tempo e muito mais dinheiro do que hoje eu vejo
que as pessoas podem fazer, então eu usei as minhas habilidades,
experiência e capacidade pra fazer o bem para muitos outros com os meus
próprios treinamentos. Muitos dos meus alunos eu nunca vi pessoalmente,
a maioria inclusive eu nunca verei, mas felizmente, muitas dessas vidas têm
sido transformadas e isso é algo que transcende minha pessoa, transcende
a minha vaidade. Eu faço como contribuição, porque isso está alinhado com
os meus valores, com os meus propósitos, com aquilo que eu realmente
acredito.

Nesse momento, comece a se questionar tudo isso. Quais são os seus


valores, suas capacidades que podem gerar contribuição para as outras
pessoas e que não necessariamente vão te trazer qualquer reconhecimento,
elogio ou aplausos, mas que simplesmente podem trazer mudança pra vida
das pessoas?

Se você conseguir alinhar tudo isso, aquilo que realmente faz a sua alma e o
seu espírito vibrarem, aquilo que está alinhado com os valores que você
defende, as causas que você defende nesse mundo, e conseguir
transformar tudo isso em uma profissão, você ganha potência, você ganha
velocidade e, obviamente, as consequências financeiras para a construção
da sua prosperidade serão muito mais fáceis de se alcançar.

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Tarefa Cognitiva

“É durante as fases de maiores adversidades que surgem as maiores


oportunidades de se fazer o bem, a si mesmo e aos outros.” Esse não é um
pensamento meu, eu me apropriei temporariamente aqui de um
pensamento do Dalai Lama, um dos maiores pensadores, influenciadores e
líderes mundiais da atualidade, e o que eu mais gosto nesse pensamento é
justamente o viés que o Dalai Lama escolhe olhar. Infortúnios sempre
acontecem e acontecerão pra todos nós a vida inteira, mas ao invés de ficar
buscando culpados ou se vitimizando diante das circunstâncias, ele prefere
olhar pra onde existem as oportunidades da gente melhorar, melhorar as
pessoas ao nosso, o mundo ao nosso redor e as próprias circunstâncias.

E onde isso faz sentido aqui na sua jornada rumo à prosperidade, rumo à
sua abundância? Eu acredito profundamente - até porque eu vivo isso - que
felicidade e prosperidade só são reais, só são verdadeiras, quando
compartilhadas, e se você quer uma prova disso, para pra pensar nos
melhores momentos da sua vida, as melhores lembranças que você tiver, os
melhores sentimentos que puderem aflorar aí pra você. Provavelmente
você tinha pessoas queridas e amadas ao seu redor, pessoas que são
importantes pra você. Foram nesses tipos de situações ou eventos
compartilhados que você pôde celebrar o melhor da sua vida. Eu não estou
querendo dizer aqui que você não pode alcançar nada sozinho(a). Claro que
você pode! Particularmente eu também amo ter meu tempo sozinho, mas
por escolha, seja pra ler, pra pensar na vida, pra me perder nos meus
pensamentos… Mas estar sozinho por falta de opção, por falta de pessoas
que te amam, te apoiam, te querem bem, é muito triste. É quando você tem
pessoas pra comemorar, pra te apoiar e torcer por você, que as coisas têm
um significado muito maior, muito mais profundo, muito mais próspero.

Antes de te revelar a tarefa deste capítulo, pense o seguinte. Como é que


você chegou até aqui, até esse dia, até esse momento da sua vida, nas
circunstâncias em que você se encontra hoje? Eu tenho certeza que ao
longo da sua trajetória, você encontrou pessoas que te ensinaram, te
fizeram crescer, contribuíram, colaboraram, te deram a mão, te ajudaram,
assim como tenho certeza que teve gente que quis te ferrar, te prejudicou,
te atrapalhou. Infelizmente isso também acontece, não sejamos ingênuos.
Mas assim como eu comecei falando da perspectiva do Dalai Lama, eu
espero que você também olhe para esses que te ajudaram e tenha gratidão,
que entenda o peso e a importância de cada uma dessas pessoas no seu
caminho, na sua jornada até aqui. Assim como também é preciso olhar para
os que te fizeram mal de alguma forma, de propósito ou não, mas que você
possa entender que aquilo também te trouxe algum nível de crescimento,
de clareza, de aprendizado e, às vezes, quem sabe, até conseguir ter
gratidão por isso.

Um dos pilares da prosperidade é justamente sobre isso, o quanto


positivamente você absorveu coisas dessas pessoas e conseguiu multiplicar

49
isso no mundo, tocando a vida de outras pessoas com o seu próprio
exemplo numa infinita corrente do bem, da mesma forma que elas também
te tocaram em algum momento lá no passado. Por isso, a tarefa de hoje é
justamente essa: começar a sua corrente do bem.

Existe um provérbio chinês que eu gosto muito e sempre repito que é:


“Antes de mudar o mundo, dê três voltas ao redor da sua casa.” Ou seja,
antes de você querer revolucionar sua empresa, a sociedade e o mundo,
muita coisa pode acontecer aí mesmo, dentro da sua casa, dentro da sua
família, no seu quintal. Comece a sua corrente do bem por aí, fazendo uma
boa ação com seu marido, sua esposa, seus filhos, um colega de trabalho,
um vizinho ou um amigo próximo. Sinceramente, você já parou pra
perguntar pra essas pessoas o que faria o mundo delas melhor? O que faria
a vida delas mais leve, mais divertida, mais prazerosa ou próspera? Muitas
vezes quando a gente pensa em gerar o bem para outras pessoas, nós
pensamos em presentes caros ou numa doação de milhares de cestas
básicas e, muitas vezes, o que torna o mundo das pessoas um lugar melhor
é apenas um gesto, um momento de atenção, algo que tenha apenas
significado, que tenha valor ao invés de preço. Pode ser que essa pessoa ou
essas pessoas que você vai incluir na sua boa ação, na sua corrente do bem
de hoje, acabem questionando o porquê disso e como elas também podem
retribuir ou te ajudar. Essa vai ser a sua oportunidade de tornar isso uma
verdadeira corrente do bem, então apenas peça que elas propaguem essa
ideia e façam uma boa ação também para outras pessoas que elas
puderem.

Essa é sua tarefa de hoje, algo extremamente simples, mas extremamente


poderoso e impactante: fazer uma boa ação para uma ou mais pessoas e
propagar a sua corrente do bem.

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CAPÍTULO 7

DESAFIO Nº 5

Efeito Espelho

Você já parou pra pensar o que precisaria ser incorporado na sua vida hoje
pra você se sentir uma pessoa mais próspera e plenamente realizada? E eu
sei que a primeira resposta que vem à cabeça, a resposta mais direta é:
dinheiro, mais riqueza material. Só que uma coisa que você precisa
entender - e aqui está o grande pulo do gato de todo esse processo que a
gente está construindo -, é: você não quer mais dinheiro, você quer o que o
dinheiro pode te possibilitar... A liberdade, o acesso, a segurança, o conforto.
Você quer poder morar numa casa maior, mais confortável, mais bonita,
mais segura, você quer poder mandar os seus filhos para uma escola melhor
ou proporcionar um pouco mais de lazer pra sua família, qualidade de vida
no final de semana. Você quer poder ter um carro mais confortável, poder
dormir em paz sem estar preocupado(a) com as contas que você vai ter que
pagar amanhã ou na semana que vem. Você quer ter mais saúde, um plano
de saúde melhor, ter como se cuidar, cuidar daquelas pessoas que você
ama, ter um pouco mais de tempo livre, talvez não precisar trabalhar tanto e
de forma tão árdua e pesada como você faz hoje. Você quer basicamente o
acesso e a tranquilidade que o dinheiro pode te possibilitar. Está claro isso
pra você?

Se o foco está na dignidade daquilo que você julga importante, daquilo que
você julga que merece, acho que já deu pra entender que a gente não quer
apenas dinheiro quando está buscando a prosperidade. Então, se a gente
tirar o foco do dinheiro, pra onde a gente leva esse foco nessa jornada, nessa
busca da prosperidade? No que a gente faz com o nosso tempo livre, no
que a gente pode fazer que nos conduza a mais sensação de bem-estar:
hobbies, relacionamentos, tempo livre, qualidade de vida em geral. Então
pode ser que agora você esteja se perguntando o seguinte: “Yuri, então você
está me dizendo que é pra eu parar de perseguir só dinheiro e focar em
hobby, diversão, coisas que vão me fazer bem e me gerar mais bem-estar?”.
Sim! É exatamente isso que eu estou falando!

Ao longo dos anos mentorando pessoas, dando aula, treinando mesmo


pessoas muito bem-sucedidas, empresários e mesmo pessoas que estavam
num crescimento muito rápido, muitas delas - e eu mesmo passei por isso
em algum momento - começaram a se questionar. Elas eram bem
sucedidas, reconhecidas, tinham algum dinheiro, haviam formado
patrimônio, mas falta alguma coisa, tinha um vazio ali… E quando a gente
começou a olhar pra trás, tanto eu quanto essas outras pessoas,
começamos a perceber que não estávamos passando tanto tempo quanto
gostaríamos com a nossa família, vendo nossos filhos crescerem, não

51
estávamos tendo o tanto de tempo livre que gostaríamos pra aproveitar
aquele patrimônio todo. Ou seja, para essas pessoas faltava bem-estar,
hobby, lazer.

Para muitos dos meus mentorados e alunos, várias vezes a recomendação


para que eles se sentissem mais prósperos - e que funcionou muito bem -,
foi: vai jantar com a sua família, escolha um restaurante bacana que você
percebe que merece, que seria muito legal, pede o que você quiser sem
olhar o lado direito do cardápio, mas sim aquilo que te faça bem. Faça uma
viagem com a sua esposa, com o seu marido, diga para os seus filhos o
quanto você os ama hoje. Pode parecer algo pequeno, mas nesses
momentos essas pessoas percebiam que não faziam isso há muito tempo.
Para outras pessoas foi exatamente assim: vai procurar aquele carro que há
muito tempo você sonha em ter, que podia ser um hobby pra você fazer de
fim de semana, dirigir seu carro com a sua família ou sozinho(a). Em suma, o
que essas pessoas muitas vezes precisavam era simplesmente se divertir, se
ocupar com alguma coisa que não fosse somente a perseguição por
trabalho, sucesso e prosperidade financeira.

Durante muito tempo eu me dediquei às minhas empresas, ao meu


trabalho e à construção patrimonial. Em algum momento, eu percebi que
aquilo não fazia mais sentido e eu comecei a ficar mais com os meus filhos,
levá-los mais pra escola, buscá-los, escolhi ficar mais com eles durante a
semana e durante o final de semana também, e aquilo começou a me gerar
um bem muito grande. Percebe por que eu insisto tanto na diversão, no
bem-estar, no envolvimento dos relacionamentos e família para a sua
prosperidade? Mas claro, não me entenda errado, aqui eu não estou falando
pra você ser irresponsável e gastar um dinheiro que você não tem, comprar
coisas que você não precisa somente pra se divertir, somente pra fazer isso
que eu estou te recomendando, porque assim, a gente iria de um extremo
para outro.

Desde o fim da segunda guerra mundial e principalmente nos últimos 50


anos, o mundo inteiro viu um crescimento patrimonial gigantesco. O PIB, o
produto interno bruto de vários países, cresceu de forma exponencial mais
de quatro vezes nesses 50 anos, então em todas as economias do mundo,
inclusive no Brasil, as pessoas se viram com muito mais acesso e com muito
mais possibilidade. Até pouco tempo atrás, no Brasil não tinha carro
importado, nós não tínhamos acesso a bens materiais como a gente tem
hoje. Além disso, recentemente, com o advento das redes sociais, a gente
começou a enxergar muito mais a vida e o sucesso - pelo menos o sucesso
demonstrado - de muitas outras pessoas, as aquisições materiais, as
experiências, desde viagens a restaurantes, lugares que essas pessoas
começaram a ir e nós começamos a nos comparar.

O cérebro humano é uma máquina de buscar coerência e ele faz isso


baseado em comparações na busca de referências. Alguns testes já
mostraram que alguma coisa pode parecer mais clara ou mais escura

52
dependendo da cor de fundo que tem, ou mais bonita ou mais feia
dependendo do que está ao redor dela. O nome desse fenômeno é
chamado de “Cheerleader Effect”, que traduzindo seria “O efeito líder de
torcida”. Vou te explicar o motivo desse nome. Em 2003, foi publicado um
estudo com evidências científicas de que as pessoas aparentavam ser mais
bonitas quando estavam em um grupo do que quando estavam sozinhas.
Imagina aquelas cenas de filme de um monte de líderes de torcida norte-
americanas todas juntas em um canto. Nós tendemos a achar aquelas
pessoas mais bonitas do que acharíamos se elas estivessem isoladas,
porque a gente olha pro bolo todo de uma vez e pegamos algumas
referências. Nosso cérebro escolhe o que quer enxergar e isso é um
fenômeno chamado de Viés Cognitivo, ou seja, nós temos uma tendência a
enxergar aquilo que nós queremos, e isso se aplica à nossa visão política,
nossa visão econômica, se a gente tem uma visão mais otimista ou
pessimista, inclusive da nossa própria vida.

Muitas vezes, olhando as redes sociais e comparando a vida de outras


pessoas com as nossas, podemos ter dois sentimentos. Podemos ter inveja e
por consequência sentir raiva das pessoas que têm algo a mais, melhor ou
algo mais bonito que você, e se você tem esse sentimento, dificilmente você
consegue se tornar uma pessoa próspera, porque você não vai se tornar
algo que você odeia, algo que você repele. Por outro lado, nós podemos
olhar para tudo isso, mesmo sendo algo diferente das nossas vidas, e
sentirmos admiração. Aí sim você vai querer modelar os comportamentos,
pensamentos e os aprendizados dessas pessoas e aplicar na sua vida.

Existe uma pesquisa muito legal feita por Harvard, uma das melhores e
mais respeitadas universidades do mundo, que já tem algumas décadas,
mas se mantém atual até hoje e é muito bacana. Quando perguntadas
sobre o que as pessoas mais admiram em pessoas que elas consideram
ídolos ou grandes heróis, na grandessíssima maioria das vezes as pessoas
dizem que admiram atitudes, comportamentos daquelas pessoas que elas
têm como ídolos e heróis, e muito menos os bens materiais que elas têm ou
os conhecimentos que necessariamente elas adquiriram. Pra você ter
noção, a estatística correta é: aproximadamente 5% do que nós admiramos
nas pessoas que nós temos como ídolos e heróis, são os conhecimentos ou
as coisas que elas têm e em 95% dos casos nós atribuímos a nossa
admiração às atitudes e aos comportamentos dessas pessoas. A chave para
sentirmos mais prosperidade na nossa vida não é apenas dinheiro e não é
ter o que as outras pessoas têm, mas sim conseguir admirar o que essas
pessoas têm e modelar os mesmos comportamentos, as mesmas atitudes e
aprender com elas.

Então, a virtude que eu recomendo que você desenvolva é justamente a


Admiração. Pare pra pensar quem são as pessoas que você admira e quais
os comportamentos, quais as características que normalmente elas têm
que você, de longe e com mais ou menos dor de cotovelo, consegue olhar e
falar: “Poxa eu gostaria de ter um pouco mais disso na minha vida,

53
desenvolver um pouco mais essa característica, desses hábitos, desse modo
de ser, desse modelo mental”. Se você conseguir diagnosticar quais
características são essas que você precisa passar a admirar, absorver e
aplicar na sua vida, eu tenho certeza que a sua sensação de prosperidade
será muito maior a partir desse momento.

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Voo de Balão

Imagine um balão de ar quente. Não estou falando desses de festa de


criança cheio de gás hélio, mas sim daqueles balões gigantes que as
pessoas entram pra fazer um passeio em família para sobrevoar um lugar
bonito, ou em casal para fazer um passeio romântico e ver o pôr do sol. Eu
moro no estado de São Paulo e aqui existe uma cidade chamada Boituva
onde esses passeios são muito comuns. Eu fui lá fazer um desses passeios
de balão de ar quente e foi muito curioso observar que aquele balão fica
amarrado no chão amarrado em alguns sacos de areia. Ele fica preso com
esses pesos para que quando ele tiver ar quente suficiente, energia
suficiente pra subir, ele não decole. Obviamente, em algum momento o
piloto do balão, a pessoa responsável pelo seu passeio, precisa desamarrar
esse balão do chão, soltar os sacos de areia para que ele suba e faça aquilo
que ele foi concebido pra fazer, que é levar as pessoas pra ter uma
experiência bacana, se divertir, curtir e ver o mundo de um outro ângulo.

Esse balão muitas vezes pode ser comparado a você, que não decola, não
alça voos maiores, porque está simplesmente amarrado(a) no chão ou com
muitos pesos, muitos sacos de areia - metaforicamente falando - amarrados
em você, amarrado na suas emoções, na sua mente ou no seu coração. Ao
longo da vida nós vamos cultivando mágoas, raiva, ressentimentos, algumas
coisas negativas, experiências ou sensações que nós tivemos lá atrás, e
muitas vezes nós não nos libertamos dessas experiências e sentimentos
negativos. Isso dentro de nós mesmos, ao longo dos anos, vai se tornando
monstros gigantescos se não trabalhados, seja numa terapia ou dentro de
você mesmo(a) através do perdão e da libertação dessas sensações. Todas
essas sensações, mágoas, ressentimentos, experiências negativas ficam ali
te sabotando, roubando sua energia e sem energia, você não tem punch,
não tem potência pra buscar novas experiências, abrir novos espaços,
buscar aquilo que hoje você sabe que quer e merece.

Muitas vezes você precisa deixar ir, você precisa perdoar, largar esses sacos
de areia, soltar essas amarras pra subir, como na minha comparação com o
balão, e a pessoa que você precisa perdoar, as experiências que você precisa
deixar pra trás, são justamente aquelas que dizem respeito a você. Na
maioria das vezes, é mais fácil perdoar outras pessoas, desculpar as falhas
delas do que as nossas mesmas. Ao longo do tempo, nós nos ressentimos
de algumas decisões que nós tomamos, de alguns caminhos infelizes que
nós tomamos, e uma coisa que você precisa colocar na sua cabeça pra viver
melhor daqui pra frente é: a pessoa que cometeu aqueles erros do passado,
que tomou algumas decisões não tão assertivas, não sabia aquilo você sabe
hoje. Através dessa experiência, hoje você sabe que aquilo não foi a melhor
coisa a fazer, que talvez o mal que você gerou pra outras pessoas, não foi
proposital ou você não conseguia dimensionar com a experiência, com a
sabedoria que você tem hoje. Você precisa perdoar aquela sua versão de
alguns anos, muitas vezes de alguns muitos anos atrás.

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Todo mundo já fez algumas ou muitas bobagens. Agora, o que diferencia as
pessoas que realmente prosperam e vivem vidas mais leves e melhores,
daquelas que se sentem amarguradas, frustradas e presas ao passado, é
justamente o aprendizado, a sua capacidade de tirar lições de todas as
histórias, mesmo que elas tenham sido desgraças muito sérias.

Voltando à comparação que eu fiz sobre o balão, a dificuldade dele é


justamente acertar a direção certa, se alinhar ao vento e descolar do chão,
vencer a inércia, vencer essa paralisia. Uma vez feito isso, é muito mais fácil
pra esse balão se manter voando por muito mais tempo, igualzinho com
foguete - você já deve ter ouvido aquela frase “foguete não tem ré”, e é
exatamente isso. Em um foguete, desses que vão pro espaço, pra lua e
futuramente pra Marte, vários outros lugares, normalmente a média é que
96% do peso, da massa de um foguete desse, seja de combustível. A lataria é
o que menos pesa, ele precisa de muita energia, de todo esse combustível
pra descolar do solo, vencer a inércia, vencer a paralisia. Uma vez que ele
acertou a direção, ele não tem ré, ele voa com muito mais leveza. Hoje talvez
você seja esse balão, preso no chão, pesado de mágoa, de ressentimento de
muitas pessoas, e às vezes, de vários perdões que você tem que dar,
inclusive pra você mesmo(a). Está na hora de você largar isso pra trás, está
na hora de você se libertar dessas amarras, desses sacos de areia que estão
te prendendo no chão, que não estão te permitindo voar o voo mais alto pra
que você foi concebido e alcançar sua máxima prosperidade.

E aqui vale eu te deixar um alerta extra. Dependendo do meio em que você


foi criado(a) e dependendo da cultura da sua família, da sua região ou da
religião em que você foi criado(a), você pode carregar de duas, uma opção:
ou culpa ou responsabilidade. E apesar delas parecerem a mesma coisa
quando a gente ouve de primeira, elas têm consequências brutalmente
diferentes na vida de uma pessoa. Muitas vezes, quando você carrega culpa,
principalmente por razões religiosas ou culturais e, dependendo da sua
família, isso foi muito fomentado na sua cabeça, a culpa paralisa. A origem
da palavra culpa significa dano, crime, uma maldade intencional. A pessoa
que carrega culpa, ela carrega um peso, e voltando à história do balão, você
fica carregando essa bola de ferro amarrada no pé, muitas vezes pro resto
da vida. Dependendo da culpa que colocaram na sua cabeça, ainda mais se
vem de alguma força externa, onipresente e muito maior, como é que você
se desculpa com essa energia cósmica maior. Muitas vezes é uma
penitência grande demais pra você se livrar, justamente por isso ela pode
ser paralisante.

Troque a palavra culpa pela palavra responsabilidade. A origem da palavra


responsabilidade te dá justamente capacidade de dar uma resposta, de
reagir. Responsabilidade vem justamente de quem responde por alguma
coisa, ou seja, uma vez que você não tem mais culpa e tem
responsabilidade, você pode fazer alguma coisa, digerir, processar, escolher
o que carrega disso ou se libertar e simplesmente reagir dando uma
resposta.

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Então, o que quer que seja que você tem aí com você como culpa, peso,
mágoa, ressentimento, que carrega há algum tempo ou há muito tempo,
na próxima tarefa, a gente vai trabalhar pra se libertar.

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Tarefa Cognitiva

Lembra do exemplo que eu te dei do balão de ar, de quanta energia ele


precisa pra levantar voo e que ele também fica preso ao chão, amarrado ou
com sacos de areia? Percebe que se não houver um equilíbrio de quanta
energia se coloca, se infla dentro desse balão e de quanto peso ele vai
carregar, ele nunca decola, ele nunca sai do chão? Então, esse aqui é o
momento de usar essa metáfora, essa analogia, pra equilibrarmos a sua
vida.

Até aqui eu tenho certeza que você sofreu decepções, feridas, mágoas,
traições, perdas financeiras, emocionais e profissionais. Todas essas coisas
vão se tornando pesos, bloqueios mentais, vão se tornando sacos de areia
que vão te amarrar e te prender ao chão, e você é justamente esse balão
que pode ou não alçar voos maravilhosos. Não importa quanta energia você
coloca pra tentar decolar e nem quão bom seja o seu piloto que te ajuda a
conduzir esse balão, mas se você não se livrar desses pesos, desses
bloqueios, toda essa máquina, toda essa engenharia vai continuar te
mantendo exatamente no mesmo lugar em que você está, te impedindo de
decolar, de alçar esses voos maravilhosos que a gente falou.

Com a maioria de nós, essas mágoas vão se acumulando, e muitas vezes,


preferimos deixar de lado e não resolver, preferimos apenas passar por elas.
Mas elas ainda estão lá no nível subconsciente e, como uma pequena dose
de veneno por dia, isso vai te matando aos poucos e você nem percebe.

Científica e neurologicamente falando, enquanto você não processa essa


dor emocional, não se desfaz dessas cicatrizes emocionais, esses pesos que
você carrega do passado vão submetendo o seu corpo a um nível de
estresse que fica difícil de sustentar. Isso consome muita energia e libera
muito cortisol no seu organismo, que é justamente o hormônio do estresse.
Isso pode afetar sua capacidade de aprendizado, memória e inclusive,
diminuir algumas áreas de processamento do seu cérebro. É um peso
muito grande pra se carregar e que também não combina com riqueza,
com alta performance, não combina com prosperidade. Todos esses
aspectos maravilhosos da vida humana acontecem só com pessoas que não
são ressentidas e apegadas mais às dores do que aos seus sonhos. Então,
está na hora da gente se curar de todas essas dores e nos livrarmos de todas
essas mágoas, de todas essas decepções, traições e perdoar. Só assim você
vai se livrar desse peso.

Portanto a tarefa de hoje é: pedir perdão pra alguém que você tenha
ofendido ou perdoar alguém que já te magoou. Você pode optar por entrar
em contato com essa pessoa ou essas pessoas pra perdoar ou pedir perdão,
através de uma mensagem, ligação, pessoalmente, mas se você preferir só
internalizar e perdoar a distância mesmo, tudo bem, mas isso tem que
acontecer de verdade, no seu coração, o importante é que isso seja sincero.

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É importante que você entenda que perdoar não significa esquecer, relevar,
passar um pano pra essa situação como se ela não tivesse existido. Aliás,
essa é a pior forma de fingir que se perdoou alguma coisa. Perdoar de
verdade é desapegar, é deixar ir, é se desprender do passado, do que já
aconteceu e dar um novo significado positivo pra essa situação. É aprender
com tudo que deu errado, com tudo que já te magoou, pra que isso não se
repita mais. É se libertar do peso desses sacos de areia, pra finalmente poder
alçar voos muitomuito mais altos, que você sabe que pode e merece.

Agora, eu quero te convidar pra ir além, pra uma parte que geralmente é
mais difícil para a maioria das pessoas que é se perdoar. Eu sei que você já
errou, claro, você se arrependeu, sem dúvida, mas na época você não sabia o
que você sabe hoje. Provavelmente lá atrás você tomou a melhor decisão
nas circunstâncias e condições que tinha, mas você precisa finalmente
perdoar a sua versão do passado que cometeu os erros que você carrega até
hoje.

Pra isso você deve escrever uma carta pra você mesmo, se perdoando de
tudo que você já se decepcionou com você mesmo(a) até hoje. E pra
finalizar, eu gostaria de deixar uma frase, um texto de Shakespeare sobre o
perdão que eu amo que diz assim: “O perdão é como a chuva, é duplamente
abençoado. Abençoa quem dá e abençoa mais ainda quem recebe.”

Perdoe, peça perdão e principalmente se perdoe. Lembre-se de escrever


uma carta aí mesmo pra você, se perdoando, desapegando, deixando tudo
isso ir embora. O final desse exercício é muito poderoso, porque eu tenho
certeza absoluta que você vai se sentir melhor, mais leve, livre pra poder
alçar os voos que você quer, deseja e merece.

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CAPÍTULO 8

DESAFIO Nº 6

O Código Mental

“O homem é fruto do meio.” Eu não sei se você já ouviu essa frase, mas o
que essa filosofia chamada determinismo defende é que as pessoas são
necessariamente fruto ou do meio ou da cultura, ou da religião, ou do
momento histórico em que elas nasceram e sempre viveram. O que
significa que as pessoas na Europa são de um jeito, no Brasil de outro, as
pessoas que nascem numa religião ou numa cultura são sempre do mesmo
jeito, de um mesmo padrão. Essa filosofia já ficou bastante ultrapassada,
porque a gente sabe que vários outros fatores contribuem para a formação
de uma pessoa. Um deles, por exemplo, foi justamente a genética. A
chamada genética comportamental, através de vários estudos, muitas vezes
feitos até com o irmão gêmeos, hoje consegue constatar que mesmo
pessoas diferentes ou em criações com famílias e lugares distantes, tem
algumas semelhanças dependendo da carga genética que vem de pai, mãe
e avós. Geralmente, no máximo 40% das habilidades e capacidades
intelectuais dessas pessoas, vêm por causa da genética. Só que essa teoria
também por si só ficou ultrapassada, porque muitas vezes ela foi mal
utilizada de forma extremamente mal-intencionada, por exemplo, pelo
nazismo, que dizia que por causa da genética, algumas pessoas eram
melhores que as outras, mais aptas ou menos, algumas mereciam inclusive
serem assassinadas e dizimadas que foi o que aconteceu com os Judeus. A
mesma genética comportamental usada de forma distorcida é o que
justifica pra muita gente o racismo ou a xenofobia, a diferença entre povos e
raças.

Então, hoje a gente já sabe que só o determinismo de onde você nasceu,


onde você foi criado(a) ou a sua carga genética, não definem quem você é.
Você é uma mistura extremamente complexa de eventos e de estímulos.
Cada pessoa é única, cada pessoa tem uma experiência e, principalmente,
cada pessoa reage de formas completamente diferentes a cada evento que
acontece na vida dela.

Muitos dos meus alunos me perguntam qual é a chave para a prosperidade,


e a minha resposta é sempre: depende! Não existe uma única dica,
justamente porque cada ser humano é único, carrega uma história, carrega
estímulos e experiências diferentes. Te dando um exemplo muito prático: eu
tenho filhos gêmeos, o João e o Pedro têm obviamente o mesmo pai, a
mesma mãe, foram para a mesma escola, sempre moraram no mesmo
lugar. Eles passaram basicamente 99% das experiências de vida deles
juntos, mas cada um deles absorveu de uma forma, tanto que hoje eles são
pessoas completamente diferentes. Não só hoje na verdade, eles foram a

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vida inteira completamente diferentes. Eu lembro uma vez quando eles
eram pequenos e eu dei uma bronca nos dois, eu estava muito bravo, e
quando eu acabei a bronca, o João falou pra mim assim: “Pai você já
acabou?”. E não de forma desrespeitosa, nem desaforada, ele simplesmente
perguntou se eu já tinha acabado Eu disse: “Acabei filho, por quê?”. E ele
respondeu: “Tudo bem, estou indo brincar…”, e muito tranquilamente,
absorveu a bronca e foi brincar, passear pelo condomínio. Na mesma
bronca, na mesma situação, no mesmo instante, o Pedro falou pra mim:
“Pai, eu vou pensar!”. Ele sentou no sofá e ficou 40 minutos sentado,
sozinho, pensando em tudo que eu tinha falado pra ele. Eles tinham uns 7
ou 8 anos, hiper pequenininhos ainda pra você ter noção, e já pessoas
completamente diferentes.

Então, de novo, você não é fruto somente do meio, da cultura, da religião e


do lugar onde você nasceu e muito menos somente da carga genética.
Somos pessoas completamente diferentes, porque o nosso cérebro se
forma de forma completamente diferente em cada um. Nós temos uma
propriedade fantástica chamada Neuroplasticidade que vem do grego
“Neuro” de “cérebro” e “plasticidade” que vem da mesma coisa que o
plástico que você conhece, que é extremamente flexível, maleável. A
Neuroplasticidade é justamente a capacidade que o seu cérebro tem de se
moldar ao longo do tempo, de se alterar. Você vê pessoas que, por exemplo,
sofreram alguns acidentes e, muitas vezes, perderam parte do cérebro, e ele
se readequa, se readapta e a pessoa continua falando, andando, fazendo
tudo e trabalhando sem perder, muitas vezes, função nenhuma. É o cérebro
se moldando de forma plástica, de forma flexível, e isso acontece o tempo
todo desde que a gente é criancinha. O nosso cérebro está em constante
aprendizado e desenvolvimento.

E eu estou te contando tudo isso pra que você entenda que a nossa
realidade não é algo objetivo, não é o que a gente está vendo, mas sim
como nós absorvemos e filtramos aquela realidade, baseados na nossa
experiência. É algo muito particular, muito subjetivo de cada indivíduo, e a
sua percepção de prosperidade e a sua construção da sua prosperidade, vai
ser a mesma coisa, baseada nesse seu modelo mental.

Peter Senge, um autor reconhecidíssimo, diz que nós não fazemos o que
nós fazemos baseado naquilo que nós falamos, baseado naquilo que nós
dizemos. Nós fazemos o que nós fazemos, nós construímos as nossas vidas,
inclusive a nossa prosperidade, baseado naquilo que nós acreditamos. Eu
estava falando pra você do modelo mental e, segundo Carol Dweck, uma
grande psicóloga americana, escritora do livro “Mindset” - que quer dizer
algo como mentalidade se a gente traduzir do português -, as pessoas têm
dois modelos mentais diferentes basicamente: o modelo de mentalidade
fixo e o modelo de mentalidade progressivo. Qual a diferença entre esses
dois modelos? Segundo ela, a pessoa de mentalidade fixa é aquela pessoa
determinista. “Eu sou bom ou ruim de uma coisa, eu nasci pra isso ou eu
nasci pra aquilo”. É aquela pessoa que se tem alguma habilidade com

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matemática diz: “Eu sou bom de matemática”. Se ela não tem habilidade
com história, ela não consegue entender que ela pode se desenvolver em
história. Ela é boa ou ela é ruim.

Meu pai era essa pessoa, então eu lembro que quando era pequeno, eu
tentei jogar bola e eu era ruim de bola. Obviamente, eu nunca tinha
treinado, não jogava muito futebol e, ao invés de meu pai me estimular pra
que eu treinasse e aprendesse, me tornasse bom, meu pai muito
categoricamente de cara quando eu era pequenininho falou: “Você é ruim
de bola, desiste disso.” A mesma história se repetiu quando os meus filhos
eram pequenos e o Pedro, um dos meus filhos, adorava futebol. Quando ele
começou a jogar bola, ele também não tinha lá grandes habilidades, mas eu
lembrei da história de quando era pequeno, já tinha lido inclusive “Mindset”,
e eu sou uma pessoa de mentalidade extremamente progressiva. Ao invés
de falar pro meu filho: “Você é ruim de bola”, eu disse: “Filho, você não é
bom ainda, mas a gente vai treinar até você ser”. E ele foi muito bom, jogou
em times conhecidíssimo, até que em um momento na adolescência ele
simplesmente perdeu o interesse. Mas percebe a diferença de uma
mentalidade que corta algo por ser bom ou ruim, sim ou não, e uma
mentalidade que prega a progressão, o desenvolvimento, o aprendizado
contínuo.

Essa capacidade é extremamente importante quando você para pra pensar


quem você quer ser no futuro, qual é a prosperidade que você quer
construir na sua vida. Pode ser que você enxergue a sua vida e diga: “Eu sou
rico”, “eu sou pobre”, “eu sou capaz” ou “sou um incompetente”, e se você
tem uma mentalidade fixa que categoricamente te coloca numa caixa, é
muito difícil eu conseguir te ajudar, é muito difícil qualquer pessoa
conseguir te ajudar a se desenvolver, porque você já decidiu que as coisas
são como são neste exato momento. Se você tem uma mentalidade
progressiva e você pode desenvolver essa mentalidade com exercício ao
longo do tempo, você consegue enxergar que hoje você não está onde
gostaria, mas é tudo uma questão de desenvolvimento, de esforço, de
entrega e de treinar algumas habilidades.

Cerca de 150 anos atrás, se você falasse sobre musculação era considerado
uma aberração. Quem fazia musculação, era somente o cara do circo,
aquele fortão, aquela figura que a gente tem sempre de um careca,
barbudo, no circo, levantando aqueles pesos gigantescos. Fazer musculação
não era uma coisa aprovada socialmente e que as pessoas inclusive
recomendavam. Pra fazer isso, você era uma aberração, digno de trabalhar
no circo. Hoje em dia, a gente recomenda musculação pra qualquer pessoa,
seja treinando mais pesado ou menos, dependendo do efeito que você quer
causar no seu corpo. Até mesmo para pessoas idosas é recomendado que
façam alguma atividade física, inclusive algum fortalecimento muscular.
Olha que engraçado como em 150 anos, em um século e meio, isso foi de
uma aberração pra algo altamente recomendado.

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Com a sua mente é a mesma coisa. Hoje nem todo mundo consegue
entender a capacidade que a nossa mente tem de se transformar, de se
recodificar e mudar, e se tornar uma nova mentalidade. Isso é como se fosse
um treino muscular - obviamente o cérebro não é um músculo -, mas eu
quero aqui treinar com você o seu “músculo mental”, a sua capacidade
neuroplástica do seu cérebro de se expandir, expandir percepções, e
conseguir entender que ele pode mais e pode fazer as coisas de uma forma
diferente.

E da mesma forma que lá na musculação você precisa causar lesões aos


seus músculos, romper fibras, pra que a sua musculatura construa um novo
tecido, mais forte, e aí sim você tenha um ganho de volume ou de
resistência muscular, a gente vai fazer a mesma coisa com a sua
mentalidade. Lógico que não fisicamente, mas a gente vai fazer isso de
forma metafórica. Nós vamos romper com algumas crenças, com alguns
princípios, com alguns modelos mentais que você tem desde a sua criação,
desde a sua infância, pra que a sua mentalidade se fortaleça, venha a
crescer mais forte com novos tecidos, como se ela fosse um músculo
mental.

Normalmente, quando eu falo sobre isso, a gente começa a lembrar de


pessoas que tiveram origens muito parecidas com a nossa, pessoas que têm
trechos da história parecidos com o nosso, e em algum momento,
começaram a se destacar, a fazer as coisas de forma diferente. Todo mundo
tem um amigo que se tornou uma referência, ou de mais sucesso, ou de
mais prosperidade, ou de mais fama ou de tudo isso junto. Você pode olhar
pra essa pessoa e pensar: “Poxa! Aquele meu amigo ficou metido, ficou
nojento, se distanciou”, ou você pode pensar: “Poxa, eu pelo menos não me
tornei essa pessoa, continuo pobre, continuo escasso, mas estou aqui
honesto e limpinho”. Se você pensa isso, tanto da pessoa mais próspera,
quanto da pessoa que não prosperou, a gente realmente precisa se
aprofundar nesse assunto.

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Caminhos Neurais

Ser pobre não tem nada a ver com ser humilde, não confunda essas duas
coisas. Primeiro, quando a gente fala sobre pobreza, eu estou indo muito
além daquela pobreza financeira e material. Pessoas pobres muitas vezes
são aquelas que não têm sonhos, não têm amigos, não têm bons
relacionamentos, pessoas que não têm saúde física ou mental,
simplesmente têm uma vida, uma existência vazia, pobre de tudo, muito
além de dinheiro - que é apenas um dos pilares da prosperidade, lembra?

E por que eu digo que não tem nada a ver com humildade? Porque eu
conheço pessoas pobres, em todos os sentidos, inclusive financeiramente,
extremamente soberbas, extremamente arrogantes. Pessoas que têm a
certeza que estão certas em tudo, são pessoas inflexíveis, e mesmo infelizes,
mesmo diante de vários fatos, de várias evidências de que elas não estão
indo pra um caminho tão certo assim, não querem ouvir absolutamente
ninguém, parece que elas não têm a necessidade de aprender
absolutamente nada, humildade zero. Essas pessoas estão aprisionadas
numa mente escassa, numa mente e numa realidade extremamente pobre,
com certo orgulho, inclusive, do que elas não construíram, com certo
orgulho de quem elas são. São as pessoas que eu digo que têm um certo
orgulho, uma certa nobreza na pobreza infelizmente. E essas são aquelas
que normalmente a gente ouve dizendo coisas como: “os ricos são pessoas
ruins, são pessoas desonestas”, “pelo menos eu sou pobre, mas eu sou
honesto” ou batem no peito pra falar que “é mais fácil passar um camelo
pelo buraco da agulha do que um rico entrar no Reinos dos céus.”

Independente das causas e origens históricas, antropológicas, religiosas ou


culturais disso aqui, existe muita bobagem por trás disso. A grande
armadilha da mente, do comportamento e da cultura aqui, é entender que
a pessoa rica, próspera materialmente falando, é uma pessoa desonesta,
uma pessoa ruim ou uma pessoa até suja ou perigosa. Você pode até se
perguntar aí agora quem em sã consciência não deseja ter uma vida rica,
próspera, maravilhosa, mas já percebeu quantas vezes você se pegou
pensando coisas do tipo: “Poxa, mas se pelo menos tudo desse certo e eu
ficasse rico(a), eu não ia saber lidar com tanto dinheiro”, ou “as pessoas iam
se aproximar de mim só porque elas são interesseiras”, ou “pode ser que isso
geraria conflitos da minha família, briga por dinheiro ou por herança”.
Percebe que não é um pensamento tão direto que repele a riqueza, repele o
dinheiro, mas são outras formas de você ver certa nobreza, e inclusive
benefícios, na pobreza e na escassez financeira e material.

O dinheiro é neutro, apenas uma ferramenta. Uma faca corta a carne, corta
o pão e alimenta uma pessoa, alimenta uma família, porém essa mesma
faca pode assassinar uma pessoa. A culpa é da faca? Obviamente que não!
Ela é só uma ferramenta que pode ser direcionada pro bem ou pro mal. A
mesma coisa acontece com dinheiro e com a riqueza financeira e material.
Em boas mãos, ela potencializa muita coisa legal que a gente pode fazer. Já

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em mãos erradas - e nesse momento independente do dinheiro, mas sim
em pessoas de um caráter deturpado -, ela pode sim ser usada pro mal. Eu
conheço famílias que brigam por causa de dinheiro, mas já são famílias que
tinham relacionamentos problemáticos, e o dinheiro simplesmente
amplificou, potencializou o problema, os maus relacionamentos que elas já
tinham. A mesma coisa acontece em casamentos, muita gente adora
atribuir ao dinheiro o distanciamento de um casal ou a falta dele ao fim de
um casamento, mas entenda, esse já era um casamento que não tinha base
sólida de dinheiro. Mais uma vez, como ferramenta, o dinheiro apenas
amplificou e acelerou algum processo que já existia. Não dá pra gente
atribuir ao dinheiro e a riqueza financeira, material, a prosperidade, o bom
ou mau caráter de uma pessoa.

Existem pessoas pobres e desonestas, existem ricos também desonestos.


Da mesma forma, a gente também consegue enxergar várias pessoas ricas,
bondosas, caridosas, generosas, comprometidas com o outro, e também
pessoas que mesmo diante da pobreza financeira e material, são bondosas,
caridosas, generosas, pessoas do bem. Novamente, o dinheiro é apenas uma
ferramenta que amplifica e acelera tudo isso.

Use essas generalizações tão superficiais e muitas vezes bobas que a gente
não questiona, pra justificar os seus fracassos, a sua escassez ou a sua falta
de gana, pra muitas vezes lutar por uma vida melhor e recodificar sua
mente para enxergar uma realidade diferente da sua. Eu não estou dizendo
que esse caminho vai ser fácil e vai ser do dia pra noite, mas sim que pode
ser possível, e que pra isso, você precisa recodificar sua mente e deixar pra
trás várias dessas coisas que, muitas vezes, a nossa cultura prega.

Certa vez eu estava viajando pela Colômbia com o meu irmão e a gente
pegou um daqueles ônibus que o pessoal vai passando de bar em bar, de
restaurante em restaurante. É um ônibus bem turístico e vai rolando uma
festa, uma coisa muito legal com gringos do mundo todo. Lá tinha um russo
gigantesco e uma menina americana pequenininha, e ela estava fazendo a
despedida de solteira dela. Eles começaram a fazer um campeonato de
virada de shots de tequila entre o grandão russo e essa menininha
americana, valendo algum prêmio em dinheiro, entrada pra uma balada,
alguma coisa desse tipo. Eles estavam na maior farra, cada um com seus
amigos, e entraram numa disputa ferrenha nessa história dos shots de
tequila. Em algum momento dessa disputa em que aparentemente eles já
estavam “altinhos”, alguém falou: “Legal, acabou, encerra por aqui, vamos
entrar em algum restaurante”. Nesse momento, a menina americana falou:
“Não! Vamos continuar virando, eu quero levar a sério essa competição”. O
grandão a questionou, falando que ela estava levando muito a sério, que era
só uma brincadeira, mas ela respondeu algo que me chamou muito a
atenção. Ela disse: “Eu quero ganhar tudo e sempre”.

Aquilo me chamou a atenção, porque foi uma das primeiras vezes que eu
tinha saído do Brasil e eu tinha começado a perceber esse padrão de

65
comportamento em vários norte-americanos, que algo impensável de se
ouvir aqui no Brasil, aqui na América do Sul. Nós latinos - e o brasileiro em
particular -, temos uma certa vergonha de querer prosperar, de querer
ganhar, de ser sempre o melhor. A gente gosta dessa suposta humildade,
que é uma humildade falsa, essa nobreza na pobreza, essa nobreza na
escassez, na pequenez, na mesquinhez. Aqui, se você bate no peito e fala
que você quer ganhar, que você quer ser o campeão, que você quer
prosperar, que você quer ser o melhor, muitas vezes você é visto como uma
pessoa arrogante, uma pessoa pretensiosa. Parece que é muito mais legal
ser simplesmente parte do bando, parte da manada, mais um rosto perdido
na multidão. Quando você olha para outras culturas, culturas que
prosperam empresarial, comercial e intelectualmente, culturas que ganham
vários prêmios Nobel pelo mundo, você percebe que essa busca pela
excelência, por ser sempre o melhor, é muito comum pra eles, e eles falam
abertamente sobre isso. Então, olhe ao seu redor e questione-se. Em algum
momento em que você estava com a sua família ou no seu círculo de
amigos, você sentiu a vontade de ter tido a mesma reação que essa menina,
de dizer que queria ganhar sempre, mas não teve a coragem por medo do
que eles iriam falar de você?

Guarda essa história, porque agora eu quero te convidar a imaginar uma


outra figura, uma outra imagem. Você já deve ter visto um gramado, seja na
frente da sua casa, num parque, numa praça perto de onde você mora ou
em um lugar que você visitou. Quando a gente olha pra um gramado, é
muito fácil de perceber por onde as pessoas andam com mais frequência.
Geralmente. a grama fica um pouquinho gasta, muitas vezes a grama
inclusive desaparece daquele caminho e, com o tempo, por se tornar um
caminho que já está “aberto”, mais pessoas acabam passando por ele, e isso
vai deixando esse caminho cada vez mais marcado, cada vez mais profundo,
cada vez com menos grama crescendo nele. Eu estou fazendo essa
comparação, essa analogia, pra você entender exatamente o que acontece
nos caminhos neuronais no seu cérebro.

Caminhos neuronais são justamente as ligações dos caminhos percorridos


entre um neurônio e outro. Tudo o que acontece na sua cabeça, toda ideia
que você tem, todo comportamento que você manifesta, só acontece
porque um neurônio, uma célula do seu cérebro, se comunica com a outra,
e toda vez que elas têm uma relação entre elas, isso cria um caminho
neuronal, um caminho entre dois neurônios. Quanto mais você fortalece um
comportamento, um pensamento, um padrão mental, mais esse caminho
neuronal acaba sendo percorrido, mais forte a ligação entre aquela rede de
neurônios acaba ficando e, da mesma forma que naquele gramado, aquele
caminho vai ficando percorrido, marcado cada vez mais profundamente
como se fosse uma cicatriz naquele gramado. Quanto mais você repete
padrões de comportamento, quando mais você repete algumas coisas que
você fala, que você ouve, que você faz, mais fortalecida fica aquela ligação
entre alguns neurônios, entre aquele caminho, aquela rede neuronal. Em
resumo, quanto mais se repete algo, mais isso se intensifica.

66
Na prática, o que isso implica? Quanto mais você, por exemplo, reclama,
quanto mais você elogia, quanto mais você vê as coisas de forma negativa
ou positiva, quanto mais você dá um voto de confiança pras pessoas ou
quanto mais você briga por nada, por exemplo, todos esses são
comportamentos que vão virando padrões dentro da sua rede neuronal.
Quanto mais você pratica cada um deles, mais comuns eles vão ficando e
aquilo começa a virar o seu modus operandi, o seu viés, a sua forma de
enxergar o mundo. Tem gente que geralmente tem uma visão mais
otimista do mundo e, uma das razões para isso é porque essas pessoas
reforçaram muito mais as ligações positivas das redes neuronais delas. Já
pessoas expostas ao modelo mental mais negativo, mais pessimista, mais
derrotista, vitimista, presas em um mundo de impossibilidades, geralmente
acabam sendo pessoas que criam esse modelo mental e essas ligações
neuronais muito mais negativas, muito mais pessimistas.

Pra você sair desse lugar, romper esse modelo mental e começar a criar
outras ligações neuronais, começar abrir novos caminhos, você precisa
primeiro se livrar de algumas coisas pra plantar novos caminhos, criar novas
ligações aí dentro da sua rede neuronal. Então, se pra você, por exemplo, a
pobreza é uma coisa normal, aceitável, comum, não é tão mal assim, é até
bonito, é digno, porque pelo menos você está sempre “na correria, ralando
pra caramba, fazendo pra merecer”, isso vai ficando cada vez mais
fortalecido no seu padrão mental, seu padrão comportamental e,
obviamente, os resultados que você vai colher vão ser proporcionais à essas
sementes que você está plantando dentro da sua cabeça. Se pra você, por
outro lado, não há nenhuma nobreza na pobreza, você quer sair daí e
pretende romper com esse ciclo metal, comportamental, e com os
resultados que você vem colhendo, você precisa recodificar a sua mente,
você precisa criar novas redes neuronais, romper com esse padrão mental
que você tem. É justamente isso que vamos fazer na tarefa deste capítulo.

67
Tarefa Cognitiva

A partir desse 6º Desafio, oficialmente começamos o processo prático da


sua recodificação mental. Logo nesse começo eu quero te fazer um
questionamento bastante simples: por que você faz o que você faz? Por que
você age como você age? Por que você pensa como você pensa? Você já
parou pra pensar nessas perguntas aparentemente simples? Podemos
dizer que foram as respostas para essas perguntas que te trouxeram até
aqui, nas circunstâncias atuais da sua vida, então hoje é dia de encontrar
cada uma dessas respostas.

Pra isso agora eu quero que você procure um lugar calmo, silencioso e
sente-se ou até deite-se confortavelmente, se possível diminua um
pouquinho a iluminação do lugar onde estiver. Eu vou te dar algumas
orientações pra que você consiga relaxar completamente nesses próximos
minutos. Dedique-se a isso, porque este vai ser o começo da sua retomada
rumo à prosperidade. E tudo bem se em algum momento você se pegar
viajando pra longe daqui, a sua mente foi feita pra isso, para ser ativa, pra
trabalhar, então eu peço seu esforço consciente pra voltar pra esse silêncio e
concentração no seu aqui e agora.

Você vai fechar os seus olhos e inspirar pelo nariz e expirar pela boca,
profundamente, bem devagar, por 3 vezes. Depois disso, vamos relaxar o
seu corpo e a sua mente. Você vai contar de 10 até 0, bem devagar, e a cada
número você vai sentir que uma parte do seu corpo está relaxando,
começando dos seus pés e indo em direção à sua cabeça. É bem simples…
Enquanto estiver com o número 10 na sua cabeça, mantenha sua atenção
nos seus pés, deixe-os bem relaxados, soltos e confortáveis. Ao pensar no
número 9, suba esse relaxamento para as suas pernas, seus joelhos, e assim
por diante, até chegar ao número 0 e fazer com que a sua mente esteja
mais relaxada. Esse exercício pode durar o quanto você precisar, não tem
um tempo certo.

Assim que finalizar, você estará mais focado(a) e concentrado(a) pra


continuarmos. Volte aqui para essa página pra fazermos uma reflexão
juntos.

[...]

Agora que você se encontra completamente relaxado(a), como numa


viagem ao passado eu quero que você imagine por 1 segundo tudo aquilo
que alguma vez já te limitou, tudo que já te bloqueou, travou sua vida. Volte
lá na sua infância, ainda criança, lembre-se de quando seus pais foram
duros com você, te magoaram, quando disseram coisas que te deixam
triste, que te machucaram, ocasiões em que riram de um sonho seu e
mesmo que sem querer, te fizeram acreditar em algo que não era verdade.
Pense agora nas suas maiores dificuldades ao longo dos anos, tudo aquilo
que você já tentou fazer e, de alguma forma, ficou travado(a), bloqueado(a).

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Pense em tudo aquilo que você não consegue fazer, tudo que o seu cérebro
disse pra você não fazer, simplesmente por achar que não é capaz. O que
são essas coisas? É ganhar dinheiro? Montar o seu negócio próprio?
Conseguir aquele aumento no trabalho? Ser reconhecido(a) pelo que você
faz bem? Ser admirado(a)? É finalmente viver toda sua prosperidade?

Agora, lembre-se de quando você tentou começar algo novo e alguém te


desencorajou, quando falaram que você era sonhador(a) demais e o efeito
desmotivador talvez até devastador que isso teve em você. Mesmo que não
se lembre, não tem problema, nesse momento o seu subconsciente está
sendo acessado de uma forma única e está trabalhando pra te lembrar de
tudo isso. Pense em todos momentos em que te fizeram acreditar que você
não conseguiria fazer determinadas coisas, que você não alcançaria
determinados sonhos, que algo era grande demais pra você.

Você se lembra do ponto em que você parou de acreditar em você? Lembra


do exato momento quando você deixou que os outros dissessem quem
você era, qual era o seu valor? Busque em suas memórias as dificuldades
que você teve ainda na escola, a dificuldade de falar em público, de
apresentar um trabalho, de falar com o professor, de simplesmente ter a
coragem de tirar uma dúvida. Lembre-se de quando você desejou abordar
aquela garota, aquele garoto e faltou coragem… Como você se sentiu?
Materialize agora como você se sentiu nesses momentos, sinta o frio na
barriga, sinta o suor nas mãos, o coração palpitando, o medo, a insegurança
tomando conta e te paralisando…

Tudo aquilo que você sentiu ao longo dos anos, ainda que você tenha
esquecido ou deixado pra lá, está aí no seu subconsciente e é o que guia
todas as suas decisões no presente, te bloqueando em cada novo passo que
você dá.

A partir de agora, você vai fechar os olhos novamente, focar apenas nessas
memórias e não mais nas palavras deste livro. Passe um tempo refletindo
sobre esses sentimentos que vieram à tona e, assim que se sentir pronto(a),
conte de 1 a 3 bem devagar e então, abra os seus olhos. Leve o tempo que
precisar.

[...]

Esse exercício é o início da recodificação mental que nós estamos


implementando aí no seu subconsciente, então a tarefa de hoje, será
materializar todos os pensamentos que você se lembrou escrevendo cada
um deles numa folha de papel.

Pra cada memória que vier à sua mente, anote e questione da seguinte
maneira:

1. Que sentimento e emoção essa lembrança me gera até hoje? Porque

69
existem mais de 400 palavras pra descrever emoção e sentimentos, mas
normalmente nós estamos familiarizados com amor, ódio, alegria, tristeza
esses bem comuns. Então, vá mais fundo, seja sincero(a) com você.

2. Essa emoção tem algum fundamento e faz sentido mesmo hoje? Porque
uma coisa é como você registrou isso quando era criança pequena e
vulnerável, mas agora essa lembrança pode ser interpretada e absorvida de
uma forma completamente diferente pro adulto de hoje.

3. Isso me levou a pensar de qual forma? E desde quando eu penso assim?


Em outras palavras, qual foi o modelo mental construído a partir dessas
emoções? Você vai começar a entender que é por causa disso que você tem
os bloqueios que tem, e melhor, vai entender que vários deles não te
pertencem, não são mais limitações suas.

4. Existe algo que comprove essa minha forma de pensar e sentir? Quando
você se questionar disso, a sua mente vai perceber que vários desses
pensamentos são daquela criança ferida, frágil, e que finalmente, hoje o
adulto pode se libertar, recodificar sua mente e construir outra história.

5. E por último: será que esse padrão mental está me ajudando ou me


atrapalhando? E aqui vai começar a ficar escancarado pra você do que você
precisa se libertar pra finalmente caminhar rumo à sua prosperidade.

Faça essas 5 perguntas sobre cada uma das memórias desbloqueadas ao


longo de nosso exercício, e se você não se lembrar por agora, não tem
problema! O seu subconsciente vai começar a trazer tudo isso à tona. O
importante é se questionar dessa forma sempre que você se lembrar de
alguma coisa que te bloqueia, te limita, te gera dúvida ou desconforto.
Quanto mais você se questionar sobre seus padrões, mais o seu cérebro vai
entender que esse é um momento em movimento de mudança e assim ele
vai começar a deixar os padrões de lado e começar a jogar a seu favor.

70
CAPÍTULO 9

DESAFIO Nº 7

Protocolo Antifrágil

Eu não sei o quanto você gosta de mitologia grega, mas eu particularmente


sou apaixonado por diversas passagens e hoje eu quero te trazer uma em
particular sobre os 12 trabalhos de Hércules. Se você não sabe, Hércules era
um semideus e foi incumbido da tarefa de ter 12 trabalhos, sendo que 1
deles era matar, eliminar a Hidra de Lerna, um ser mitológico, metade
serpente, metade dragão, com nove cabeças e, quando uma dessas cabeças
era cortada, duas novas cabeças surgiam no lugar. Parece um bicho
assustador, e claro, impossível de ser destruído e eliminado. Justamente por
isso a dificuldade, a incumbência quase divina do trabalho de Hércules.

Essa é uma história mitológica, mas ela ilustra de forma muito legal um
conceito cunhado pelo Nassim Nicholas Taleb, autor que criou o termo e
escreveu um livro de mesmo nome: Antifrágil. Pode ser muito fácil da gente
se confundir aqui, porque algo frágil, como um copo de vidro, é algo que
quebra com muita facilidade, é algo que não tem grande resistência, mas o
antifrágil vai muito além de simplesmente ter força ou resistência, o
antifrágil é algo que volta melhor a cada ataque, a cada desgaste que ele
sofre. Voltando ao exemplo da Hidra de Lerna, ao invés dela ter
simplesmente força ou resistência, a cada cabeça cortada, duas outras
surgiam no lugar, ou seja, ela voltava ainda melhor do que ela era antes
daquele desgaste, antes daquele ataque.

Eu sei que quando eu estou te contando assim, ainda mais ilustrando de


forma mitológica, parece algo muito distante de algo que possa afetar o seu
desenvolvimento e a sua codificação mental para a prosperidade, mas vou
te explicar como isso funciona na prática. Pra isso, eu quero ilustrar algumas
outras situações onde a antifragilidade está presente, pense. Pensa, por
exemplo, no seu organismo. Quando você se corta e faz um machucado,
naturalmente a sua pele cicatriza e volta mais forte do que ela era
anteriormente, justamente por isso que uma cicatriz normalmente tem
uma pele mais dura, mais grossa. Vários sistemas naturais têm essa
propriedade de voltar melhor do que antes, a natureza tem essa sabedoria.

A mesma coisa, extrapolando então pro nosso mundo moderno, acontece


na economia. O mundo já passou por diversas crises econômicas, pelas mais
diversas razões que fossem e a cada grande crise, seja ela causada por uma
guerra, por um político, por algum erro do sistema bancário, todo o sistema
financeiro e mercado mundial acabam ficando alerta, com aquela sensação
de que não podem mais cometer esse erro. Assim, todo sistema é
remodelado com novas leis, legislações, com novos mecanismos e sistemas

71
de prevenção. Isso é a antifragilidade na prática. A cada erro, a cada ataque,
a cada bobeira que acontece, a gente volta ainda melhor do que a gente era
antes. Então, na sua vida, na sua jornada rumo à sua prosperidade, que
diferença faz ser antifrágil ou não? Justamente na sua capacidade de ou
paralisar diante do desafio, da falha, do erro, do ataque, do desgaste, ou se
tornar mais forte, melhor, aprender e absorver aquilo pra se tornar algo
ainda melhor do que você era anteriormente.

Eu empreendo há mais de 20 anos e durante esse período eu tive falências,


eu tive falhas, eu tive decepções, tive traições, e claro, cada uma delas foi
difícil de absorver, foi difícil de lidar. Não estou dizendo pra você que ser
antifrágil vai fazer com que você seja simplesmente um Superman ou uma
Mulher Maravilha que não sofre os impactos. Você vai sofrer, mas não
absorver. Você vai usar aquilo a seu favor e voltar com a sua energia
redobrada. Pode ser que diante das dificuldades da vida, você fique
deprimido(a), frustrado(a), sem ação e pare por algum tempo - ou pode ser
que você pare de vez. Pode ser que você até resista e tenha força pra seguir,
mas se você simplesmente resistir e tiver força pra seguir igualzinho você
era antes, você simplesmente não foi frágil, mas sim, você teve robustez e
resistência pra seguir até um certo grau de resiliência. Mas pra buscar a real
prosperidade, pra chegar onde poucos chegam, você vai ter que exercitar
sua antifragilidade. Justamente a sua capacidade de voltar melhor do que
você já foi anteriormente.

Claro, eu já me desviei do caminho, do que me fazia sentido, do que me


trazia real felicidade. Lá no começo com muito menos experiência, sem
uma antifragilidade tão desenvolvida, eu levava muito mais tempo pra me
recompor e retomar o meu ritmo normal de trabalho. Já hoje, com muito
mais clareza, experiência e essa mente blindada muito mais desenvolvida,
eu consigo enxergar com muito mais facilidade que algumas coisas eu
sequer preciso começar, sequer eu preciso me envolver pra saber se aquilo
vai dar certo ou não. Tem coisa que simplesmente de bater o olho eu sei
que não me faz mais sentido, o que me mostra que ao longo dos erros que
eu tive na minha vida pessoal, na minha jornada empreendedora,
profissional e financeira, eu fui desenvolvendo justamente a minha
antifragilidade, me tornando melhor a cada episódio ruim que aconteceu.

E pode ser que agora você esteja se perguntando: “Beleza, Yuri! Entendi
mitologia, Hidra de Lerna, voltar melhor do que eu já foi anteriormente, mas
o que que isso tem a ver então com a minha vida financeira, meus
resultados, minha prosperidade, minha satisfação pessoal, a minha
percepção real de abundância?”. Eu te digo: absolutamente tudo! Na
construção da sua melhor versão, dessa versão próspera, abundante, feliz e
realizada que a gente tá trabalhando aqui dessa nova mentalidade, de um
novo padrão comportamental, de um novo modelo mental, você vai ter
decepções, você vai ter quebras, frustrações, traições… Você vai querer
muitas vezes desistir! Você vai ter incertezas, você vai ter medos. E se você
paralisa por causa deles, não só você não se desenvolveu, como

72
provavelmente o mundo vai te atropelar. Você vai cair no ostracismo, na
exclusão, no esquecimento, seja ele profissional, seja ele nos
relacionamentos que você cultiva hoje. A solução pra isso é justamente você
desenvolver o que eu chamo de “Blindagem Mental” e é disso que vamos
falar a partir de agora.

73
Blindagem Mental

Eu não sei se você já andou num carro blindado, mas é uma sensação
completamente diferente de andar num carro comum. Se você está
andando numa região sem perigo nenhum, claro, é algo normal, mas
mesmo assim você já se sente mais protegido(a), até mais forte ali dentro, só
que ao mesmo tempo, quando você anda numa região à noite,
desconhecida ou que você ache perigosa, e que eventualmente poderia
oferecer alguma ameaça, a sensação de paz, tranquilidade e serenidade ali
dentro é muito maior. Eu estou fazendo essa comparação pra você
entender o poder da blindagem mental.

Quando você atingir esse nível, não importa os ataques que venham de fora
ou as possíveis ameaças que venham de fora, você se torna uma pessoa
muito mais inabalável, você fica mais sereno(a) constantemente, você não
se ilude com falsas alianças ou compromissos, só que ao mesmo tempo,
você também não morre de desprazer e de frustração numa eventual
decepção ou até numa traição.

E por favor, não me entenda errado. Eu não estou dizendo aqui que isso não
te afeta ou que você não sofre com isso! O que eu estou dizendo é que fica
muito mais fácil de você seguir mesmo com algum medo, mesmo com
alguma incerteza. Você tem muito mais tranquilidade pra dar um passo
após o outro. Quando você entende que o poder de ser antifrágil - como eu
acabei de te contar -, você acaba conseguindo desenvolver justamente uma
mente blindada que vai se fortalecendo a cada episódio da sua vida. Se você
busca prosperidade, seja ela em qualquer área da sua vida - profissional,
financeira, nos seus relacionamentos, no seu desenvolvimento intelectual
ou espiritual -, você vai precisar ter uma mente blindada, porque nem todo
mundo vai enxergar o que você enxerga, nem todo mundo vai sonhar
aquilo que você sonha.

As pessoas têm modelos mentais diferentes. Como você está passando por
esse processo, por essa recodificação mental, você vai começar a enxergar
coisas que, muitas vezes, as pessoas ao seu redor, pessoas que inclusive
ajudaram a construir o seu modelo mental, não vão conseguir enxergar, e
então, elas vão te criticar. Vão dizer que você está diferente, que não é mais
o mesmo(a), que você está até um pouco arrogante ou prepotente,
simplesmente porque você começou a fazer escolhas diferentes. Você
simplesmente está perseguindo outros objetivos e metas, que na maior
parte das vezes, são maiores do que os das pessoas ao seu redor. Muita
gente que está perto de você ainda vê nobreza na pobreza, elas não
passaram por esse processo, não se livraram disso assim como você e, mais
uma vez, você pode ser criticado(a) e vai precisar fortalecer a sua blindagem
mental.

Nem todo mundo volta melhor de um tombo, de uma decepção,


eventualmente até mesmo de uma traição, nem todo mundo trabalhou e

74
entendeu o conceito de ser antifrágil assim como você está passando por
esse processo. Pode ser que essas pessoas não entendam o caminho que
você está percorrendo, pode ser que elas critiquem, pode ser que você
precise novamente fortalecer a sua mente pra não deixar essas infiltrações
mentais contaminarem a sua jornada rumo à prosperidade. Não estou
falando aqui pra você que você vai ter que ser cabeça dura, inflexível e bater
o pé a qualquer custo, que você está certo(a) sempre. Claro, é muito válido a
gente ouvir a opinião das pessoas que estão ao nosso redor, principalmente
das pessoas que estão próximas de nós, das pessoas que nos amam. Mas eu
vou te contar dois exemplos em que ter uma blindagem mental foi decisivo
para o meu crescimento pessoal, profissional e claro, pro crescimento e
alcance da minha prosperidade.

O primeiro episódio que eu quero te contar foi quando eu abri a minha


primeira empresa. Eu tinha acabado de fazer 20 anos, fazia engenharia,
dava aulas de inglês e recebi o convite da minha ex-sócia para abrir a minha
primeira empresa. Ninguém na minha família até hoje é empresário ou
empreendedor. Minha mãe foi funcionária pública, o meu pai sempre foi
funcionário a vida inteira, o meu irmão - apesar de uma excelente formação
acadêmica - também, então quando eu falei que iria sair da engenharia,
largar o meu emprego, abrir a minha própria empresa, a minha própria
escola, eu fui chamado de tudo, menos de santo. Todo mundo foi
absurdamente contra e quem dava um “apoio” - entre grandes aspas - dizia
coisas do tipo: “Tá bom, vai lá e vamos ver no que vai dar”. Ninguém botava
muita fé. De um lado, eu era muito novo, no outro, as pessoas diziam que
ser empresário não era pra gente a gente igual a gente, que aquilo não era
pra mim, que eu sonhava muito grande, que eu era arrogante, que eu era
pretensioso, que eu sonhava alto demais. Pra você entender, meus pais não
foram nas minhas escolas por muitos anos, meu irmão não foi até hoje em
nenhuma delas, nem mesmo em inaugurações ou grandes eventos. Se eu
dependesse de aplausos ou aprovação deles, eu estava ferrado desde o
começo. Só que olha que engraçado...

O segundo episódio que quero te contar é que 16 anos depois, tudo deu
muito certo. Estava com quatro escolas prósperas, eu ganhei
reconhecimento nacional, eu era famoso dentro da rede Wizard, muita
gente respeitava meu grupo societário e eu realmente gerei muito
resultado, tive sucesso - o que muita gente chamaria inclusive de
prosperidade -, mas eu não estava feliz. Aquilo começou a não fazer mais
sentido pra mim. Em algum momento, eu decidi que eu queria mudar, eu
queria ir para o meu próximo nível, queria dar um passo além. Minha ideia
foi me desfazer das minhas escolas e vendê-las e, mais uma vez, todo
mundo - amigos, familiares, sócios -, foi contra. As pessoas diziam que eu
estava maluco. É óbvio! Agora que a empresa tinha dado certo, por que eu
ia querer sair?

Esse é um conceito muito louco por aqui. Fora do Brasil, quando uma
empresa dá certo, o empresário, muitas vezes, não tem nenhum apego à

75
própria empresa. Ele a vende, capitaliza e vai pro seu próximo
empreendimento, para sua próxima lição. Olha o conceito de antifragilidade
aqui na prática! Aqui no Brasil a gente cuida da nossa empresa como um
filho e a gente se apega nisso. E aí que ela deu certo? Eu tenho que me
apegar a aquela empresa e morrer com ela pro resto da vida? Pra mim,
aquilo simplesmente não fazia sentido, mas de novo, se eu precisasse da
aprovação, se eu precisasse do aplauso e do apoio de todo mundo ao meu
redor, das pessoas cujas opiniões eram as mais importantes na minha vida,
eu teria travado.

Felizmente, eu já tinha cultivado muita blindagem mental, tinha tido ótimos


mentores e aquilo me permitiu tomar a minha decisão, e claro, pagar o
preço por isso. Não foi fácil, nem sempre foi legal ter algumas conversas que
eu precisei ter, não foi legal arcar com algumas consequências financeiras
que isso me trouxe, mas eu estava disposto a fazer isso, eu tinha a mente
preparada para percorrer esse caminho e as consequências que ele me
trouxesse.

O que eu quero te dizer com isso é que a voz do povo nem sempre é a voz
da sabedoria! A grande maioria das pessoas é infeliz e está insatisfeita com o
próprio trabalho. Segundo estatísticas dos grandes institutos brasileiros,
84% das pessoas se dizem insatisfeitas com a própria remuneração e
trabalham na classe A e B. Não é uma questão só de grana! Nas classes mais
baixas, C, D e E 90% das pessoas dizem que odeiam o próprio trabalho. 2/3
dos brasileiros dizem que gostariam de largar a carreira e abrir o próprio
negócio. Então, quando a gente começa a olhar que nem todo mundo está
feliz com o caminho que está percorrendo, por que a gente vai seguir
justamente o conselho da maioria, o conselho da multidão? Entenda: a
multidão faz muito barulho, mas não quer dizer que ela sabe o que está
falando, e é aí em que a sua blindagem mental vai ser brutalmente
necessária pra você não se desviar do caminho que você escolher.

Eu sei, é difícil não ceder à pressão, é difícil quando a insegurança começa a


pesar nos nossos ombros, é difícil ter que lidar com a incerteza quando
parece que as pessoas que nos amam, as pessoas mais próximas, estão até
torcendo contra, loucas pra falar pra você quando der tudo errado “Eu te
avisei!”, “Eu não falei que ia ser difícil?”, “Eu disse pra você que era
impossível”. Por isso, agora eu quero te propor um desafio importantíssimo
para o seu processo de recodificação mental.

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Tarefa Cognitiva

Na sua última tarefa, nós te colocamos de frente com as memórias que


estavam - ou talvez ainda estejam - enterradas no seu subconsciente e que
bloqueiam, travam a sua vida, mesmo que você não perceba isso de forma
consciente. Agora que você já aprendeu o conceito de antifrágil, eu quero te
ensinar uma técnica neurológica que vai te fazer ligar o que eu chamo de
modo super-herói.

Imagina se você tivesse um botãozinho que sempre que você tivesse de


frente com um problema, com uma situação difícil, com um desafio pessoal
ou profissional, você pudesse apertá-lo e simplesmente ficasse tão forte, tão
resistente, tão resiliente, blindado mental e fisicamente, que nada seria
capaz de te abalar. Seria bacana certo? E se nós fossemos além e mais do
que isso, se você pudesse acessar esse poder e isso te fizesse superar a
situação e ainda te deixasse numa posição e condição ainda melhor que
antes? Parece um sonho, concorda? Mas esse sonho é possível, e eu
costumo chamar esse botãozinho de “Protocolo Antifrágil”, e nessa tarefa eu
vou te ensinar como criar o seu.

Nós vamos criar aqui o seu próprio Protocolo Antifrágil seguindo três passos
bastante simples. O primeiro deles é: nós vamos buscar no seu
subconsciente o que te deixa mega poderoso(a). Depois disso nós vamos
criar um gatilho, um mecanismo mental e comportamental baseado nesse
momento que você encontrar e, por último, eu vou te ensinar como acessar
e ligar esse super poder, esse modo super-herói sempre que você quiser ou
precisar.

Então, assim como nós fizemos na última tarefa, nós vamos mergulhar
fundo de novo no seu subconsciente, mas dessa vez, nós vamos trazer à
tona tudo que te faz bem, que te empodera, tudo aquilo que te faz pensar
quão incrível você é e tudo aquilo que te mostra como você pode ir longe e
voar cada vez mais alto. Mas vamos combinar só uma coisa. Eu quero que
você vá além de momentos óbvios como casamento e nascimento de filho,
por mais amor que você tenha a essas situações. Esses são momentos em
que muitos de nós já estamos condicionados socialmente a classificar como
momentos mais felizes e eu quero mais de você. A segunda razão para isso
é porque esses eventos são externos, ou seja, eles não dependem de você,
não dependem do seu poder interno. Eu quero que você resgate aqui a sua
energia de quando você sentiu que podia ser o que você quisesse. Então,
vou te dar dois exemplos muito poderosos de dois mentorados meus que
serão úteis pra você. Um deles resgatou uma cena de 25 anos atrás, quando
no momento de juventude dele, ele tomou uma decisão muito corajosa que
mudou todo o rumo da sua vida. Ele lembra do dia, de como o cabelo dele
era, da música que estava tocando em sua guitarra, das pessoas olhando ao
redor. É esse tipo de momento que eu quero que você também na sua
história.

77
O outro exemplo é o dia que uma das minhas mentoradas assinou o maior
contrato da vida dela. Ela se empenhou por anos numa atividade, apostou
tudo, inclusive saúde física e financeira. Ela estava no limite da sua energia e
sem dinheiro, porque tinha apostado tudo nesse seu projeto. Ela estava
desacreditada pela família e disposta a dar tudo que ela ainda tinha. E
naquele dia em específico, ela se consagrou como uma guerreira, uma
guerreira vencedora.

Agora nós faremos o mesmo por você. Pra isso, vamos repetir o exercício de
relaxamento da última tarefa, Procure um lugar calmo, silencioso e sente-se
ou até deite-se confortavelmente, se possível diminua um pouquinho a
iluminação do lugar onde estiver. Dedique-se aos próximos minutos desse
exercício e lembre-se, se em algum momento você se pegar viajando pra
longe daqui, não tem problema, a sua mente foi feita pra isso, para ser ativa,
pra trabalhar. Apenas faça um esforço consciente pra voltar pra esse silêncio
e concentração no seu aqui e agora.

Você vai fechar os seus olhos e inspirar pelo nariz e expirar pela boca,
profundamente, bem devagar, por 3 vezes. Depois disso, vamos relaxar o
seu corpo e a sua mente. Você vai contar de 10 até 0, bem devagar, e a cada
número você vai sentir que uma parte do seu corpo está relaxando,
começando dos seus pés e indo em direção à sua cabeça. É bem simples…
Enquanto estiver com o número 10 na sua cabeça, mantenha sua atenção
nos seus pés, deixe-os bem relaxados, soltos e confortáveis. Ao pensar no
número 9, suba esse relaxamento para as suas pernas, seus joelhos, e assim
por diante, até chegar ao número 0 e fazer com que a sua mente esteja
mais relaxada. Esse exercício pode durar o quanto você precisar, não tem
um tempo certo.

Assim que finalizar, você estará mais focado(a) e concentrado(a) pra


continuarmos. Volte aqui para essa página pra fazermos uma reflexão
juntos.

[...]

Vamos começar mais uma viagem juntos... E nessa viagem ao passado, eu


quero que você puxe na sua memória uma situação de extrema felicidade,
euforia, prazer ou poder, um momento em que você sentiu que tinha força
para realizar o que quer que você quisesse, ser quem você escolhesse ser.
Que momento de poder é esse? Lembra dele? Agora, olhe ao seu redor
durante essa memória… Lembre-se das pessoas ao seu redor, o olhar delas.
O que elas te diziam? Lembre-se da energia do lugar que você estava, da
música que tocava, dos cheiros que você sentia.

Resgate o seu sentimento. Que sentimentos e emoções pulsavam dentro


de você nessa situação? Registre isso, aproprie-se desse sentimento, ele é
seu... Imagine agora como seria ter enfrentado algumas das dificuldades
que você teve ao longo dos últimos anos, momentos em que de alguma

78
forma você se sentiu frágil, vulnerável, bloqueado(a), travado(a), com esse
poder interno, com essa sensação incrível. Como você teria lidado com tudo
isso? Você também tem a certeza que teria atropelado cada dificuldade?
Então, registre esse poder, registre esse sentimento, aproprie-se deles.

Pense em tudo aquilo que já foi difícil, desafiador, que por alguma razão
você achava que não conseguiria fazer. Agora pense em tudo isso se
tornando fácil, se tornando apenas um pequeno obstáculo, diminuindo
cada vez mais e, de repente, caminhos começam a se abrir. Montar o seu
próprio negócio, ganhar mais dinheiro, tudo isso parece mais fácil agora…
Conseguir um aumento no trabalho, ser reconhecido(a), admirado(a),
finalmente tudo isso se torna leve, finalmente você vive a prosperidade.

Veja todo desencorajamento se tornando incentivo, empoderamento e


mesmo que ainda seja difícil se apropriar de todo esse poder que já é seu,
não tem problema, nesse momento seu subconsciente está começando a
trabalhar a seu favor, resgatando e registrando tudo isso, acessando tudo
isso.

Guarde esse momento como o momento da virada, o momento em que


você enxerga todas as possibilidades futuras. Comece a construir suas
memórias de futuro, uma memória do que ainda vai acontecer, uma vida
mais leve, mais próspera, uma vida em que esse sentimento de poder se
tornar sua marca registrada.

A partir de agora, você vai fechar os olhos novamente e focar nesse


momento da virada, em tudo se tornando mais fácil. Visualize você
conquistando tudo aquilo que você tanto sonha. Passe alguns minutos
refletindo sobre isso e, assim que se sentir pronto(a), conte de 1 a 3 bem
devagar e então, abra os seus olhos. Leve o tempo que precisar.

[...]

Agora que você já se lembrou e registrou quão incrível você pode ser, crie
um gesto só seu baseado nisso. Pode ser fechar a mão com força, pode ser
bater no peito, ficar na posição de super-herói, cruzar os dedos, estalar os
dedos, não sei… Escolha qualquer sinal que você quiser e vincule esse gesto
a toda essa energia que você resgatou e tem no seu corpo, na sua mente,
nesse exato momento. Deposite nesse gesto tudo aquilo que você acredita
ser todo o seu potencial, todas as suas vitórias, a sua história, a sua
conquista, honre tudo isso. Pra te ilustrar, aquele mentorado que usei como
exemplo, usou como gesto o movimento dele tocando guitarra, porque esse
foi um momento de poder dele que ele resgatou. Sempre que ele precisa
ser aquele cara de novo, ele se fecha no quarto, no banheiro, onde quer que
seja e resgata todo esse poder, todo esse sentimento, fazendo a pose dele
tocando uma guitarra. E sim, esse gesto representa todo aquele poder pra
ele! E com você, vai funcionar da mesma forma.

79
A partir de hoje, sempre que você tiver dificuldades, em dúvida, se sentindo
fragilizado(a), concentre-se, faça o seu gesto, mostre-o pra você mesmo(a),
mande um recado pro seu cérebro e assim, você vai ver essa mágica
funcionar ao longo do tempo. Você está criando aqui um novo caminho
neural no seu cérebro e ele precisa entender que você pretende fazer isso.
Então, se nas primeiras vezes não der todo aquele efeito que você espera,
calma, não se sinta bobo(a), continue insistindo, porque todo o seu sistema,
o seu subconsciente, precisa perceber isso, e aí sim, ele vai manifestar na
prática a confiança que está aí dentro, adormecida no seu subconsciente.
Repita essa tarefa quantas vezes você quiser e precisar, mas principalmente,
aproprie-se disso e aproveite.

80
CAPÍTULO 10

DESAFIO Nº 8

Mapa do Medo

Você tem medo do quê? Anteriormente, eu falei com você sobre blindagem
mental e sobre essa propriedade chamada antifragilidade, e é muito fácil a
gente confundir isso com coragem ou a ausência do medo. Nesse
momento a gente precisa esclarecer algumas coisas. Claro, na sua jornada,
na sua busca em direção à prosperidade, vai ser necessário coragem,
enfrentar os seus medos, mas a coragem não é a ausência do medo.

Eu quero que você pense em pessoas bem-sucedidas, pessoas que são


prósperas, que realizaram tudo aquilo que elas gostariam. Com certeza
essas pessoas têm inseguranças, têm dúvidas, têm desconfortos, têm noites
mal dormidas de preocupação. Elas também têm medo, a diferença é que
na maioria das vezes, essas pessoas simplesmente enfrentam os próprios
medos para que elas consigam criar resultados e prosperar.

O medo tem uma função evolutiva. Se você não tivesse medo, você seria
maluco(a) ou irresponsável, porque a gente perde parâmetro do que pode
colocar a nossa vida ou a vida de outras pessoas em risco, e até de outras
consequências ruins que a gente também pode ter na nossa vida. Então,
como evolutivamente o medo funcionou? Pensa o seguinte, toda vez que a
nossa espécie estava exposta a um perigo, fosse ele de uma outra tribo, de
um predador ou de um problema na natureza, como de fogo, uma
inundação ou um vulcão em erupção, se nós não tivéssemos medo, se nós
não nos questionássemos se aquela situação podia ser perigosa pra gente
ou pra outras pessoas, nós não estaríamos aqui, nós não teríamos
sobrevivido. Essa é a função evolutiva do medo.

O medo fez da humanidade o que ela é hoje, o medo nos uniu como
civilização. Acontece que como eu disse anteriormente, diante do medo as
pessoas reagem de duas formas diferentes. Você pode paralisar diante dele,
não reagir, não fazer absolutamente nada, e na melhor das hipóteses, a sua
vida vai continuar exatamente como ela é hoje ou ela pode piorar, porque a
partir momento que você paralisa, o mundo ainda continua funcionando, as
coisas continuam acontecendo e você simplesmente parou no tempo por
medo, por insegurança, por medo às vezes até do julgamento alheio. Esse
medo que eu estou falando hoje não é necessariamente mais um medo
físico, um medo de sobrevivência, muitas vezes ele é somente um terror
psicológico, mental, e aqui que entra justamente a recodificação mental
que a gente está fazendo ao longo desse treinamento.

A segunda opção que as pessoas têm diante do medo é absorver esse medo

81
e confrontá-lo, sair daquilo que a gente chama de zona de conforto. E aqui
eu preciso fazer um parêntese importantíssimo! Toda vez que você está na
sua chamada “zona de conforto”, você não aprende nada novo, você não
expande percepções, não expande capacidades mentais, não se desafia, não
se sujeita ao mínimo nível de estresse que te move para um nível maior,
uma nova região da sua vida, você fica acomodado(a) exatamente onde
está. Se você está aqui buscando mais prosperidade na sua vida, é porque
algum desconforto existe na sua vida, certo? Alguma coisa não está te
deixando 100% satisfeito(a), então isso que você chama de zona de conforto,
essa zona de acomodação e de mediocridade, na verdade nós deveríamos
chamar de zona de desconforto. Presta atenção nisso! Ninguém quer sair de
um lugar que está confortável, que está quentinho, gostosinho. Você acaba
ficando por aí, nessa zona de acomodação e de mediocridade. A partir do
momento que você começa a mandar pra sua mentalidade, pro seu
sistema, que isso é uma zona de insatisfação, uma zona de (des)conforto,
opa! Acende um alerta e você começa a pensar: “Talvez seja o momento em
que eu realmente precise confrontar os meus medos, os meus desconfortos
e sair desse lugar que não está me atendendo 100%.”

A humanidade é uma espécie empreendedora que se desafia e enfrenta o


próprio medo por natureza. Nós tivemos que enfrentar o nosso medo pra
nos espalhar pelo mundo. Nós cruzamos desertos, geleiras, neve, florestas e
enfrentamos outros animais, outras espécies, outras tribos. A humanidade,
desde os primórdios, sempre enfrentou o seu medo e é só por isso que a
gente está aqui podendo ter essa conversa nesse livro hoje. Os seres
humanos que prosperaram e conseguiram chegar até aqui depois de
milhões de anos de evolução, foram aqueles que enfrentaram o medo com
responsabilidade, sem serem malucos, sendo ousados na medida certa, mas
foram aqueles que não paralisaram diante do medo. Já os que paralisaram
diante do medo, podem até ter sobrevivido em uma ou duas ocasiões, mas
geralmente, esses foram os que acabaram desaparecendo na história ou
aqueles que jamais serão lembrados.

O nosso aprendizado aqui é a forma como lidamos com o nosso medo e


como a gente pode usá-lo como combustível para nos levar a patamares
melhores, maiores e diferenciados, rumo à nossa prosperidade. É o
momento de você parar pra pensar por que você ou paralisa ou age diante
do medo. Por que você tem medo da mudança, do estresse, do
desconforto? Qual é o pior cenário possível, qual é a pior coisa possível que
pode acontecer se você confrontar ou quando você confrontar esse medo
ou esses medos que hoje você tem, e que te barram de fazer alguma coisa
diferente em direção à sua prosperidade? Quando você conseguir encontrar
essa resposta, duas coisas vão acontecer. A primeira delas é que você vai
agir com muito mais responsabilidade diante do seu medo. A segunda é
que quando você pensar no pior cenário, na pior coisa que pode acontecer
quando você confronta o seu medo, você vai entender que muitos dos
nossos medos são apenas fantasias, são cenários irreais que nós criamos
dentro da nossa mente, mas que muitas vezes jamais aconteceriam.

82
Eu gosto muito da separação que as pessoas fazem da palavra
preocupação. “Pré” em sua origem significa “antes”, então uma “pré-
ocupação” é uma ocupação prévia, uma ocupação da sua mente antes que
alguma coisa aconteça, o que significa que provavelmente, determinada
situação jamais acontecerá. Essa situação é irreal, mas antes mesmo dela
acontecer, antes mesmo dela ser real, você pré ocupa a sua mente. Uma
preocupação, um medo, muitas vezes, nada mais é do que isso, uma
situação irreal, fictícia, fantasiosa que você tem e que te paralisa diante da
ação que poderia transformar sua vida.

Existe uma metáfora muito bacana trazida pelo filósofo grego antigo Platão
que se chama “O mito da caverna”. Eu não sei se você é familiarizado(a) com
esse mito, mas eu quero trazer aqui esse conceito pra você de forma bem
simples. Nesse mito, Platão diz que existem vários prisioneiros acorrentados
em uma caverna e que atrás deles existe uma fogueira. Esses prisioneiros
estão acorrentados de uma forma que eles só conseguem enxergar as
sombras na frente deles, a sombra projetada por causa daquele fogo que
está atrás deles. Obviamente, o mundo deles, desde sempre, se resume
somente àquelas sombras que eles conseguem enxergar na frente deles.
Mas em determinado dia, por alguma razão, um prisioneiro consegue se
libertar daqueles grilhões, daquelas correntes, e finalmente consegue sair
da caverna. Ali naquele momento ele consegue perceber que o mundo é
muito maior do que aquelas sombras projetadas na parede, que existe toda
uma cidade, pessoas, coisas em três dimensões e não mais apenas aquela
sombra projetada. Ele quase enlouquece porque os sentidos dele, a mente
dele, não estavam acostumados com aquela realidade. Nesse momento,
esse prisioneiro entra num dilema. Ele fica na dúvida se ele volta pra
caverna pra falar com os seus companheiros que também estavam presos
ali enxergando somente aquelas sombras, enxergando somente aquela
realidade limitada. Será que ele deveria contar pra eles que o mundo é
muito maior do que aquilo, é muito maior do que aqueles sentidos e a
mente deles consegue conceber até aquele momento? Então, ele entende
que pode correr o risco de parecer maluco falando isso para aquelas
pessoas, então ele decide aproveitar aquela liberdade dele, aquela expansão
de percepção e de sentidos e vai curtir a Grécia.

O desfecho da história nesse momento nem mesmo é importante. Eu só


gosto de trazer essa analogia do mito da caverna de Platão pra você se
questionar. Qual é a sua caverna hoje? Às vezes você está enxergando uma
realidade somente de sombras, uma realidade limitada até onde seus
sentidos e a sua mente conseguem conceber, uma realidade que foi
colocada diante de você, na sua frente, pela sua família, pelo seu meio, por
onde você cresceu, por onde você foi criado, por onde o seu modelo mental
foi forjado. Essa realidade limitada não te permite enxergar que lá fora existe
um mundo muito maior, muito mais complexo, muito melhor e com muito
mais oportunidades. É justamente isso que eu quero que você enxergue.
Platão diz que aqueles que percebem o mundo somente com os olhos e
não com a mente, como os prisioneiros que estavam enxergando somente

83
aquelas sombras na parede, um mundo superficial, possuem uma visão
inferior do mundo. Platão também diz em sua filosofia que nós só
conseguimos enxergar o mundo na sua completude, com tudo aquilo que
ele tem de possibilidades pra gente, justamente com a nossa mente e essa
é a visão superior.

Quando você está aqui buscando a sua prosperidade eu quero que você
consiga se desvincular da sua visão inferior. Inferior no sentido do que
Platão diz, essa visão somente superficial daquilo que foi colocado à sua
frente ao longo da sua vida inteira. Eu quero que você consiga enxergar um
novo mundo justamente com a sua mente, com a sua mente recodificada,
com uma nova mentalidade que consegue enxergar uma realidade, um
mundo de oportunidades muito maior do que aquele que até hoje foi
colocado diante de você.

O ser humano teme aquilo que não conhece. Muitas vezes a gente ataca,
fala mal de coisas somente por ignorância e, muitas vezes, de forma
inconsciente. É justamente isso que você faz com a prosperidade. Talvez
não a sua, mas você faz isso com a prosperidade de outras pessoas e toda
vez que você tem essa relação ruim com a prosperidade, ou por ignorância
ou por uma visão superficial, uma visão inferior no sentido de não conseguir
enxergar com a mente, enxergar só de forma superficial diante daquilo que
você tem de informação na sua mão, você acaba repelindo a prosperidade.
Por isso, nesse desafio eu quero trabalhar com você justamente como
enxergar o mundo com a sua mente, como vencer os seus medos pra
enxergar a prosperidade como algo bom, algo alcançável. Mas antes disso,
eu preciso falar com você sobre coragem.

84
A Verdade sobre a Coragem

Quando você pensa em coragem você pensa exatamente em quê? Em


algum super-herói, em alguma figura mitológica, talvez em alguém que
você conheça, até um parente, talvez nos seus pais que foram pessoas de
extrema coragem, força, exemplo de garra ou de superação. Agora
independente de quem seja essa sua figura heróica e mitológica, esse
símbolo de coragem, sabe o que cada uma dessas pessoas teve em comum
com todas as outras, com todos os outros exemplos de coragem que a
gente encontra ao longo da história, sejam elas de pessoas conhecidas ou
não na sua vida? Todas elas tiveram medo!

A coragem não é ausência do medo, mas sim o poder de agir apesar do


medo. Uma pessoa que conseguiu prosperar, enfrentou vários medos, teve
a coragem de lidar com os desconfortos, com estresse, com críticas, com a
opinião alheia. Ela se desmontou, se desconstruiu da arrogância de achar
que não precisava aprender nada e questionou vários princípios, várias
lições, o que servia ou o que não servia, o que fazia sentido pra ela ou não ao
longo do tempo. Isso exige extrema coragem mesmo que o medo
acompanhe o tempo todo.

Claro, tudo isso é assustador, tudo isso parece muito maior do que a gente
quando você ainda não superou aquela dificuldade. Pra ilustrar eu quero te
dar o seguinte exemplo: quando circos ainda utilizavam elefantes, era muito
comum eles pegarem o elefante ainda pequenininho e levar para o circo,
mesmo quando ele ainda não podia entrar no picadeiro. Aquele elefante ia
ser adestrado, então ainda pequenininho eles amarravam aquele
elefantinho com uma corda ou uma corrente pelo pé e amarravam a outra
parte da corda num toco ou em algum lugar fixo que ele não conseguisse
escapar. Obviamente que o elefantinho pequeno, ainda com grande senso
de liberdade, tinha um ímpeto de lutar contra aquelas amarras. Ele se
debatia e tentava fugir, mas claro, pequenininho, o elefante ainda é muito
frágil, não tinha força pra arrancar o toco do chão ou pra se livrar de alguma
grade onde quer que ele estivesse preso e, muitas vezes, ele acabava
machucando a própria pata ali e não conseguia escapar. Com o tempo,
apesar de o elefante ir crescendo e se tornando um animal poderosíssimo,
ele entendia que não podia fazer nada e começava a aceitar aquela
situação. Preste atenção nessa palavra, ele começava a aceitar o poder
daquelas amarras, a aceitar que aquilo era muito maior do que ele. Depois
de algum tempo adestrado - também preste muita atenção nessa palavra -,
depois de algum tempo mental e comportalmente adestrado, aquele
elefantinho simplesmente desistia de lutar contra aquelas amarras.

Esse é o começo do fim da mentalidade de uma pessoa que começa a


prosperar, porque você também foi treinado(a), adestrado(a) ao longo da
vida pra aceitar algumas limitações, e muitas delas hoje nem mesmo fazem
mais sentido, só que assim como o elefantinho, você simplesmente se
acostumou com algumas amarras, algumas limitações, algumas críticas, e

85
se você não tiver a coragem de enfrentar cada uma delas e questionar a
cada uma delas - assim como aquele elefantinho com um poder tremendo,
gigantesco e monstruoso - , pra escapar e fazer aquilo que você bem
entender da sua vida, você vai ficar aí amarrado(a), limitado(a), com a
patinha machucada sem nem mesmo perceber que podia realizar muito
mais.

A lição que fica aqui é que você pode ser alguém completamente diferente,
ter uma vida, uma liberdade e escolhas completamente diferentes. Para
isso, você vai precisar fazer duas coisas. A primeira delas é romper essa
corda, romper essas amarras, e na nossa vida humana a gente faz isso
questionando crenças, valores, princípios, mentalidade, o padrão mental
que foi construído para você ao longo do tempo. Com isso em mãos, o
segundo passo que você vai precisar é justamente sair da manada,
entender que como seres humanos, nós buscamos sempre pela aceitação
de um grupo, mas nem sempre a maioria está certa, nem sempre a maioria
é feliz, nem sempre a maioria das pessoas é um bom exemplo a ser seguido.
Se você não tiver coragem de sair da manada, provavelmente você vai ter
resultados assim como a grande maioria das pessoas e, infelizmente, no
nosso país - de forma até mais acentuada que em muitos outros países do
mundo -, a manada não é um grande exemplo de felicidade, prosperidade,
realização e satisfação.

Agora, isso não é tão simples assim, não é só uma questão de querer! Ao
longo da evolução humana, o nosso cérebro foi aprendendo que o nosso
poder estava no grupo. Eu já te dei diversos exemplos disso ao longo dos
capítulos anteriores e isso inclusive deu origem àquele ditado “a união faz a
força”. Como sociedade, como civilização, hoje o poder de políticas públicas,
a gente ter essa segurança pública de bombeiros, polícia, hospital público,
toda uma rede de leis e de proteção ao cidadão, tudo isso só acontece pelo
nosso poder de grupo, pelo nosso poder de organização social. Esse é o lado
bom disso. Qual é o lado ruim dessa necessidade de pertencimento, de
aceitação, de fazer parte de alguma coisa? É que muitas vezes, nós não
rompemos com algumas barreiras justamente para continuar fazendo
parte daquele grupo.

Vou te dar alguns exemplos práticos aqui. Você sabe que o maior medo da
humanidade não é o medo da morte, mas sim o medo de falar em público.
E de onde que vem esse medo? E se você for questionar um monte de
amigos por aí, você vai ver que as pessoas têm medo de fazer apresentação
do seminário da escola, uma apresentação na empresa, dar uma palestra ou
gravar um vídeo. De onde vem esse medo? Como a nossa força sempre
esteve no grupo e na aceitação, fosse de uma tribo, de uma família ou de
uma sociedade, o falar em público se expõe demais, te expõe demais, e
quando as pessoas se expõem, isso desencadeia no cérebro delas vários
mecanismos de medo, de defesa, de fuga, de sobrevivência, porque ao
longo da história da evolução humana, se você não fizesse parte de um
grupo, você estava vulnerável, desprotegido, você podia ser atacado,

86
devorado, assassinado. Por isso, o nosso cérebro busca o tempo todo a
aceitação de um grupo, fazer parte de uma tribo.

Quando a gente leva isso, por exemplo, para as escolas quando você é
criança ou adolescente, por que o bullying é um problema tão sério? Porque
o bullying coloca vencedores contra perdedores, os populares contra os
excluídos, e a dor psicológica que ele causa, segundo vários estudos, é mais
grave, mais nociva e mais tóxica pro nosso organismo do que a dor física -
que é pontual, mas muitas vezes passa mais rápido. Então, olha a loucura
que é a necessidade do nosso cérebro na busca por aceitação, por
pertencimento.

Qual é a consequência prática disso na sua coragem e na sua busca pela


sua prosperidade? Muitas vezes, na tentativa de continuar fazendo parte de
um grupo, de uma família, de um círculo de amigos, inconscientemente as
pessoas se bloqueiam. Elas não alcançam níveis mais altos de performance,
de sucesso, porque elas têm medo de não saber como lidar com essas
situações. Muitas vezes as pessoas pensam que para prosperar, ela vão
acabar perdendo contato com a família, ou elas vão ter que mudar muito,
ou elas não vão ter tempo pra curtir com os amigos e tomar aquela
cervejinha, e várias desses gatilhos sociais, de você começar a perceber que
não vai mais pertencer aos grupos que você ama e se sente amado(a), te
fazem se sabotar e continuar numa vida escassa, limitada, pobre ou infeliz.

Então, você se vê em um dilema. Para não perder um certo nível de


conforto social e pertencimento, você aceita uma vida de escassez, pobreza
e infelicidade. Percebe que você só está trocando uma tristeza, uma
limitação, uma infelicidade por outra? Enquanto você não conseguir
questionar por que você faz isso e entender por que você não quer se
libertar dessa aceitação social, dessa manada que você faz parte,
dificilmente você consegue prosperar e ir para um nível diferente da grande
maioria das pessoas que você tem ao seu redor.

Então, percebe que todos esses sabotadores, desde o medo de ter que
trabalhar demais, se afastar das pessoas, não saber lidar com todo dinheiro,
voltando um pouquinho no que eu acabei de te falar sobre o mito da
caverna, é justamente a visão superficial e limitada daquele prisioneiro que
só enxerga o mundo das sombras. Quando você ascende para um nível de
prosperidade diferente e começa a enxergar com a mente e não mais com
esses sentidos básicos, você perde esse medo e você acaba tendo coragem
de dar esses passos a mais para que você encontre a sua prosperidade.

Se você entendeu e percebeu que o medo tem uma função evolutiva, de


autopreservação, de não te deixar ser irresponsável, mas que a coragem é
agir, é o poder de agir apesar do medo e que é isso que te conduz a uma
vida mais próspera e mais diferenciada, aí sim você está pronto(a) para o
nosso próximo desafio.

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Tarefa Cognitiva

Como você seria se você não tivesse medo? Até onde você poderia ir e o que
você já teria realizado? Com quem você conseguiria falar e quanto dinheiro
você poderia fazer? Quanta coisa seria diferente na sua vida sem medo?
Você já entendeu que o medo tem uma função biológica, evolutiva de
proteção, portanto não ter medo é uma ideia utópica, já que todos nós
temos medo de alguma coisa, em algum nível, em algum momento. Então,
o que vai fazer você realmente sair da vida que você tem e alcançar a vida
que você sempre sonhou é como você administra esse medo e usa a sua
coragem.

Como já vimos nas páginas anteriores, coragem não significa não ter medo
e sim agir apesar do medo. Consegue perceber o poder valioso que está na
sua mão só em saber disso? O peso que sai das suas costas, de parar de se
cobrar sobre não ter medo?

Agora que racionalmente você está entendendo tudo isso, se libertando


desse peso e dessa limitação, eu te convido a pensar novamente. Se você
agisse apesar do medo e das suas dificuldades, como é que seria a sua vida?
Até onde você poderia ir? O que você já teria realizado? Com quem você
conseguiria falar e quanto dinheiro você poderia ter feito? Quanta coisa
seria diferente na sua vida? Percebe a diferença? Eu te fiz exatamente as
mesmas perguntas apenas colocando um fator extremamente possível: o
de agir apesar do medo. Isso está nesse exato momento ao seu alcance,
mas até outro dia, a sua mente estava completamente bloqueada para essa
ideia. Hoje você já sabe do que é capaz, e mais do que isso, você tem um
protocolo antifrágil à sua disposição para fazer do seu medo, das suas
dificuldades, apenas um degrau a mais e não uma montanha
intransponível.

Para a tarefa de hoje você deve pensar nos seus maiores medos, nos seus
maiores desafios e dificuldades. De todos eles, de todos os seus medos, de
todas as suas dificuldades e desafios, quais são aqueles que te bloqueiam,
que te fazem travar em tudo? Quais são aqueles que você sente que, se não
existissem, fariam a sua vida muito melhor? Então agora eleja apenas um
deles, o pior, aquele que mais dói, o primeiro que vem à sua mente quando
você pensa no que trava e bloqueia a sua vida. Escolheu? Legal! Agora use o
seu protocolo antifrágil que você aprendeu anteriormente, vai lá e enfrente
esse medo, destrua essa dificuldade. Sim! Simples assim!

Se o seu medo é falar em público, então tome o poder que é seu com o
protocolo antifrágil e encontre uma situação para falar em público. Lembra?
É agir apesar do medo e agora você tem algo que te empodera pra isso. Se a
sua dificuldade é ter aquela conversa decisiva, profissional ou pessoal, se é
falar com a pessoa com quem você poderia abrir um novo negócio, se é
pedir um aumento na sua empresa, se é colocar limites num
relacionamento ou tomar coragem pra falar o que sente para alguém, não

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sei... O seu medo, a sua dificuldade, o seu desafio: enfrente agora! O que
mais te assusta é a sua situação financeira? É não saber como lidar e como
sair daí? Fugir não vai resolver nada, então olhar para a sua situação
financeira e até para as suas dívidas em nível brutal, isso é o que vai resolver
o seu problema! Ou quem sabe você está no outro extremo desse espectro,
tem medo de oportunidades que já te ofereceram, não sabe como vai
administrar, tem medo de falhar. Então, pratique o seu protocolo antifrágil e
comece imediatamente!

Essa será a primeira aplicação do seu protocolo antifrágil e à medida que for
destruindo seus medos antigos, você vai se empolgar nessa jornada. É por
isso que você vê pessoas que são realizadores cada vez fazendo e realizando
mais, porque isso é viciante, é um vício bom, se sentir capaz e se sentir forte
e realizador. Além disso, comemore cada uma dessas vitórias, mesmo as
pequenas conquistas.

A tarefa de hoje vai dizer para o seu cérebro que você está em um novo
padrão mental, nesse padrão de empoderamento, enfrentamento e não
mais na covardia diante da dificuldade, na acomodação, na fraqueza ou na
lamentação. Se você aplicar o protocolo em alguma das suas dificuldades,
nem o céu será o seu limite!

Agora que você está aí rompendo barreiras e limitações, eu também ficaria


muito honrado se você fizesse um story lá no seu Instagram sobre essa sua
conquista e me marcasse de alguma forma, pra que eu soubesse que
superou mais esse obstáculo.

89
CAPÍTULO 11

DESAFIO Nº 9

Profecias Autorrealizáveis

Normalmente diante de uma dificuldade ou de uma oportunidade, qual é o


seu pensamento mais comum? Eu sou uma pessoa próspera, abençoada,
sortuda e isso aqui vai ser moleza pra mim ou eu sou uma pessoa escolhida,
tudo na minha vida dá errado, eu não tenho sorte e algo vai dar errado
nessa situação?

Qualquer que seja o seu padrão mental, você está certo! E eu sei que nessa
hora você pode pensar assim: “Mas Yuri, como é que com duas opiniões
completamente opostas eu estarei certo em qualquer uma delas?”. Isso
acontece devido a um fenômeno psicológico chamado de Profecia
Autorrealizável que nada mais é do que, em resumo de forma bem
simplista, aquilo que a gente acredita profundamente determina as nossas
ações, e por causa disso, a gente acaba fazendo com que as nossas crenças
se realizem, se materializem, sejam elas boas ou não.

E muita atenção aqui! Mesmo que você tenha uma crença muito enraizada
e mesmo que ela seja falsa, você vai se comportar de forma a fazer com que
aquilo se confirme, aquilo aconteça na sua vida. Esse é o embasamento
teórico daquilo que acabou ficando conhecido como a Lei da Atração, mas a
base científica disso veio de Robert Merton, um sociólogo de 1949, norte
americano que escreveu um livro chamado “Teoria e Estruturas Sociais”, em
que ele fala bastante sobre como as nossas crenças e pré-conceitos acabam
confirmando as nossas ações e criando aquilo que a gente acredita.

Eu vou te dar aqui alguns exemplos dos mais corriqueiros, bobos até, do dia
a dia, até como isso impacta a economia mundial e a sua prosperidade. Por
exemplo, imagina um casal em que um desses dois imagina que está sendo
traído ou traída, e essa pessoa começa a se comportar exatamente como
uma pessoa traída, seja vasculhando o celular do outro, caçando pelo em
ovo ou achando que conversas, muitas vezes bobas e corriqueiras, seja no
trabalho e com pessoas na rua, são uma tentativa de traição do outro. De
certa forma, ela começa a se distanciar daquele relacionamento, tratar mal
o outro, e aquela pessoa que nem estava traindo, começa a se sentir
rejeitada, maltratada. Claro, em hipótese alguma isso justifica esse
comportamento, estou apenas usando como exemplo. Mas muitas vezes,
isso acaba desencadeando justamente a vontade nessa outra pessoa em
trair, e aí quando essa traição acaba acontecendo, a pessoa traída vai falar:
“Eu sabia que estava me traindo!”. E assim, ela acabou de confirmar uma
crença profunda que ela tinha. Mais uma vez eu reforço, não que isso
justifique e nem torne certo o que essa pessoa traidora fez, mas a profecia

90
autorrealizável funciona nesse mecanismo. A gente acredita tanto numa
coisa e começa a se comportar de forma que aquilo acaba acontecendo.

Vamos para um outro exemplo. Imagina aquela pessoa que diz assim:
“Gente que eu conheci na balada não é pra casar!”. Você provavelmente já
ouviu alguém dizer isso ou é uma das pessoas que dizem essa frase. E isso é
um pré-conceito, uma crença profundamente enraizada em você. Eu
conheço casais que se conheceram na balada, num bar, em algum lugar
desse tipo, e estão casados, felizes e realizados há muitos anos. Muita gente
que realmente acredita nisso, pode muitas vezes se deparar com uma
pessoa super bacana, mas por ela acreditar profundamente que a menina
da balada ou o cara da balada não é alguém para se levar a sério, alguém
pra namorar ou casar, ela nunca acaba levando isso adiante e tendo um
relacionamento bacana com uma pessoa que, muitas vezes, ela conheceu
na balada ou no restaurante, assim como ela já estava. Perceba que é um
pré-conceito muito bobo, mas que acaba muitas vezes confirmando uma
crença que a gente tem.

Vamos levar isso pra uma escala diferente, saindo desse âmbito tão pessoal.
Em 1978, alguns pesquisadores fizeram um estudo em que eles atestavam
que alguns alunos tinham um QI mais alto que os outros. E isso era mentira,
esses alunos não tinham, mas pelo fato de acreditar que eles tinham um QI
mais alto, um quociente de inteligência mais alto, esses alunos passaram a
se comportar de forma diferente. Passaram a ser mais empenhados em sala
de aula, se empenhar mais nas tarefas, prestar mais atenção, e os
professores que também não estava sabendo do estudo, passaram a tratar
esses alunos, com um suposto QI mais alto, também de forma diferente,
privilegiando o atendimento a eles, tirando dúvidas, dando mais atenção.
Então, aquilo que era só uma crença, um pré-conceito inclusive, acabou se
confirmando. Os alunos que achavam que eram mais inteligentes
acabaram tendo um tratamento melhor, performando melhor - o que
confirmou o fato de eles serem mais inteligentes. É a profecia
autorrealizável na prática! Uma coisa que a gente acredita, uma profecia
mesmo, muitas vezes sem embasamento científico, mas que ela acaba se
realizando por si só.

Numa escala global, como isso funciona? Existe um fenômeno econômico,


financeiro, social muito conhecido e bacana chamado “Corrida aos Bancos”.
O primeiro registro disso aconteceu em 1929, naquela grande crise, a grande
depressão da bolsa de Nova Iorque, e se repetiu por várias outras vezes em
crises bancárias norte-americanas, e inclusive em outros países. Vou te
explicar no que ela consiste. Quando a gente tem uma crise financeira
muito grande, muita gente começa a pensar: “O meu dinheiro que está no
banco vai desaparecer.” O que essas pessoas acabam fazendo? Correm os
bancos! E daí o nome do fenômeno “Corrida aos Bancos”, e elas vão lá e
sacam o próprio dinheiro, tiram o dinheiro delas que estava no banco. Às
vezes aquele banco, durante uma crise, passaria por alguma dificuldade,
mas os bancos têm uma margem gigantesca pra não quebrarem. Só que o

91
fato de as pessoas acreditarem profunda e verdadeiramente que os bancos
vão quebrar, leva elas a sacarem todo o dinheiro dos bancos e,
inevitavelmente, muitos bancos em várias ocasiões, ao longo da história,
acabaram quebrando de verdade. Inicialmente eles não quebrariam, mas só
o fato de as pessoas acreditarem e fazerem esse movimento, acabou de fato
quebrando os bancos.

O que me leva a falar sempre pra você que a economia e a sua


prosperidade, não é movida apenas por planilha, por matemática e por
números. A economia e a prosperidade, muitas vezes, são controladas e
regidas pela fé. E aqui eu não estou falando da fé numa religião ou numa
crença necessariamente, mas sim da fé naquilo que a gente acredita.

O último exemplo que eu vou te dar de uma profecia autorrealizável é


justamente o que diz respeito a você. Quando você pensa: “Eu nasci pobre,
não tive oportunidades e pra mim, prosperar, ser rico ou sair dessa condição
é muito difícil”. Lembra? Você vai se comportar como uma pessoa pobre,
uma pessoa sem oportunidades, uma pessoa sem chances e você,
inconscientemente, acaba confirmando essa sua crença enraizada, essa
crença tão profunda ao longo da sua vida. Percebe? Foi a sua fé na sua
escassez, na sua dificuldade que justamente te impediu de alcançar a
prosperidade. Então cuidado com generalizações, com pré-conceitos. Esses
conceitos que te bloqueiam começam justamente assim.

Aquela pessoa que na escola era zoada, sofria bullying, provavelmente


cresceu acreditando que ela não merece o amor ou não merece qualquer
nível de sucesso e reconhecimento. A pessoa que foi traída uma vez por
falta de caráter dos outros, acaba acreditando que todo mundo que ela
conhecer na vida, seja em relacionamentos ou em relações empresariais e
profissionais, também vão sacaneá-la. Aquilo gera uma crença muito
profunda, muito emocionalmente ligada a todo o padrão e modelo mental
dela. A mesma coisa acontece quando um empresário e empreendedor
passa por uma dificuldade e quebra uma empresa, muitas vezes sim por
inexperiência e incompetência, circunstâncias do mercado, o que não quer
dizer que ele não pode dar certo numa próxima empresa, mas muitas vezes
a pessoa enraíza muito profundamente, justamente essa crença, essa
profecia, de que ela nunca vai dar certo num negócio.

A mesma coisa acontece com uma pessoa pobre e que se acostumou a ser
pobre por muito tempo - eu sei que essa palavra pode até ofender alguém.
Eu já fui essa pessoa pobre por muito tempo, mas eu sempre fui
inconformado com isso. Porém, muita gente se acostuma com isso, até pelo
que a gente escuta das pessoas, de que prosperar é para poucos, que aquilo
não é pra você, que você sonha muito alto, e de tanto ser bombardeado
com isso, aquilo fortalece justamente uma crença de que sair dessa
circunstância é muito difícil, e essa profecia autorrealizável acaba sendo
alimentada diariamente na sua vida, e você nunca consegue enxergar
oportunidades de sair dessas circunstâncias.

92
Então, percebe que o seu mundo se torna justamente aquilo que você
enxerga e acredita? Eu não estou falando aqui de otimismo bobo ou uma fé
vazia só de torcer, pensar positivo e que as coisas vão acontecer. Eu estou
falando aqui de justamente você questionar aquilo que você sabe por que
essas coisas se materializam.

Dando dois exemplos autobiográficos aqui pra ilustrar pra você. Os meus
pais se separaram quando eu tinha ali 9 para 10 anos, eu era muito pequeno
e obviamente que o impacto emocional que isso tem numa criança de 9, 10
anos é gigantesco. Na época eu não sofri com isso, meus pais sempre foram
muito próximos, mesmo separados, mas eu passei toda minha adolescência
e início da minha vida adulta ouvindo meu pai tirar sarro de casamento,
dizendo que casamento era uma coisa pra gente idiota, que nenhum
casamento daria certo, que isso era uma grande bobagem. E eu cresci com
aquilo na cabeça, acreditando realmente que casar seria uma grande
burrada na minha vida.

Nenhum relacionamento meu deu certo por muito tempo, até eu entender
que eu estava alimentando uma profecia autorrealizável, uma crença, um
valor importante do meu pai e não mais meu. Quando eu questionei,
confrontei e me libertei disso, meu casamento deu muito certo. Encontrei
uma pessoa maravilhosa e hoje cá estou muito bem casado, podendo te
falar que isso não é uma grande bobagem e tem de tudo pra dar certo.

Outro exemplo autobiográfico: na minha família ninguém nunca foi


empresário, ninguém nunca foi empreendedor, então quando aos 20 anos
de idade eu falei que queria empreender, eu também ouvi todo tipo de
barbaridade e xingamento. Falaram que eu era um irresponsável, que eu
era maluco, que não tinha como dar certo, mas de novo, são crenças
extremamente enraizadas daquelas pessoas, da minha família e dos amigos
de uma vida extremamente escassa que eu tinha naquela época. Todas
essas pessoas continuam sem ser empresários e com vidas muito mais
limitadas até hoje. Eu resolvi questionar e romper com aquele ciclo. Abri a
minha primeira empresa aos 20 anos de idade, abri mais de 10 empresas
nos 10, 15 anos que se seguiram. Hoje já foram mais de 15 no momento em
que eu escrevo esse livro. Muitas deram certo, algumas deram muito certo e
algumas outras sim deram errado ao longo do caminho, mas nunca a ponto
de me fazer pensar que “esse negócio de empreender não é pra mim”.
Percebe como o seu mundo se torna aquilo que você acredita?

Eu queria desde cedo abrir minha própria empresa, ter liberdade, conseguir
impactar os meus colaboradores, funcionários, meus clientes, e hoje, os
meus alunos de forma extremamente positiva. Eu acreditava tão
profundamente naquilo que mesmo com todas as críticas, mesmo com
todas as dificuldades e até as falências que eu tive no caminho, eu jamais
desisti e tirei isso da cabeça. Por isso que hoje eu te ensino a fazer a mesma
coisa: recodificar a sua mente para que você consiga mudar as profecias
que você acredita e materializar algo diferente na sua vida.

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Aqui eu quero que você comece a se questionar daquilo que você
profundamente acredita, porque o seu mundo é a materialização de muito
disso. Mas antes do desafio desse capítulo, eu quero te falar de mais um
ingrediente primordial para a sua recodificação mental.

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Super Eu

Pare por um momento e dê uma olhada no celular que você usa, na roupa
que você está vestindo, no ambiente ao seu redor. Seja sincero(a) consigo
mesmo(a). Isso é o melhor que você pode ter hoje? E entenda, quando eu te
pergunto de ser o melhor que você pode ter hoje, eu não estou te
perguntando se é o mais caro que você pode ter, mas dentro das suas
circunstâncias e condições atuais, é o melhor que você pode fazer? Por
exemplo, se a capinha do seu celular está quebrada, o vidro do seu celular
está quebrado, você está com um fone desgrenhado, com o fio descascado,
ou está usando uma roupa furada e esgarçada, qual é o recado que isso
passa pra você? Nesse momento você pode escolher um dos dois caminhos.
O primeiro deles é falar: “Que bobeira, Yuri! Nada a ver isso”. O segundo
caminho é pensar: “Por mais que seja algo pequeno, eu mereço o melhor.
Vou dar uma organizada no ambiente onde eu estou, eu vou me vestir
melhor mesmo em casa, vou me cuidar, trocar a capinha do meu celular ou
pelo menos arrumar o visor ali pra ele não ficar com a película detonada”. Eu
sei, isso pode parecer bobagem, então quero te trazer aqui algum
embasamento científico pra gente falar sobre isso.

Em 1982 em Chicago em um estudo de sociologia e criminologia, o cientista


político James Wilson e o sociólogo George Kelling fizeram um teste social
muito interessante. Eles escolheram alguns edifícios com janelas quebradas
para analisar e começaram a perceber que toda vez que um edifício tinha
uma única janela quebrada na fachada, em pouquíssimo tempo as outras
janelas começavam a ser apedrejadas e quebradas também. Algum tempo
depois, esses edifícios começavam a ser invadidos e a grande maioria deles
acabava sendo inclusive incendiado. Existia uma escalada no crime, na
violência, no nível de vandalismo, e a mesma coisa acontece se você parar
pra perceber coisas corriqueiras no nosso dia a dia.

Quando você está em um lugar onde a calçada é muito limpinha, ninguém


joga papel no chão. As pessoas se sentem inibidas, até coagidas a não sujar
aquele lugar imaculado. Por outro lado, quando você tá num lugar que é
sujo, onde a calçada já está detonada, é muito comum a gente ver as
pessoas jogarem lixo no chão sem o menor pudor.

Recentemente em um outro estudo independente daquele de 1982, alguns


pesquisadores fizeram um teste muito parecido naquelas bicicletas de
aluguel que a gente vê em parques de alguns bancos aqui no Brasil. As
pessoas podiam alugar a bicicleta e sair andando normalmente, só que eles
fizeram isso em dois ambientes diferentes. Em um mesmo parque, numa
mesma vizinhança, numa mesma região. Em um dos ambientes, a parede
estava limpinha e pintada, a calçada estava maravilhosa e bem cuidada. Ali
as pessoas pegavam a bicicleta, usavam e devolviam numa boa, limpinha,
prendiam a bicicleta no lugar e pronto, tudo corria muito bem. Já no outro
lugar, a parede estava pichada, detonada e a calçada onde as bicicletas
estavam dispostas estava suja, quebrada e com lixo espalhado. O que

95
acontecia é que as pessoas acabavam largando as bicicletas de qualquer
jeito e jogando ainda mais lixo no chão. Elas não buscavam manter aquele
lugar organizado.

O que isso demonstra pra gente? O nosso cérebro é uma máquina de


buscar coerência, conformidade, de fazer as coisas se encaixarem. Ele busca
padrões, então quando a gente vê uma coisa bonita, harmônica, organizada,
a gente faz de tudo pra se equiparar àquele mesmo nível. É o exemplo da
calçada limpa, de um bairro bacana. Quando a gente vê tudo
desorganizado, sujo, fora de ordem, o recado que nos é dado é: ninguém
liga pra isso então dane-se, por que eu vou ligar também?

Muitas vezes esse processo acontece de forma inconsciente. Como isso


afeta sua vida então? Quando você não cuida da sua saúde, das suas
finanças, do seu relacionamento, o recado que você se dá é: “Tanto faz! Isso
não faz a menor diferença. Talvez eu não seja digno(a), talvez eu não mereça
algo melhor”. Naturalmente, adivinha para que caminho vai a sua
prosperidade? Por outro lado, quando você cuida das suas finanças, dos
seus relacionamentos, da sua saúde, até das coisas mais bobas que eu falei
agora pouco, como a capinha do seu celular, a sua roupa, a organização do
ambiente onde você está, o recado que você se dá é: “Eu mereço o melhor,
mesmo que o melhor seja algo simples, algo corriqueiro, mas é melhor que
eu posso na minha condição atual.”

Hoje esse é o seu melhor, amanhã pode ser que seja um melhor diferente,
mas se você não está conseguindo lidar com o mínimo que você tem hoje,
como é que você vai lidar com o nível de prosperidade ou de riqueza
material muito maior? Não vai! Você não vai chegar lá, porque o seu cérebro
busca essa coerência, então se você não cuida do que tem hoje, você não
merece sequer um pouco a mais.

Aqui estamos falando de seguir um caminho da mediocridade ou o


caminho do autocuidado, do autoamor, do cuidado do ser, ter e fazer o seu
melhor. Quando a gente soma esse raciocínio ao que eu acabei de te
explicar sobre as profecias autorrealizáveis, qual o resultado que você
imagina que acontece na sua vida? Quando eu odeio o meu dia a dia, não
cuido das coisas que eu tenho ao meu redor, não cuido de mim mesmo, eu
não evoluo, eu não cuido dos relacionamentos que eu tenho, sou rude com
as pessoas ao meu redor, eu acredito que eu não mereço fazer nada de
diferente, afinal a minha vida é um horrível e nada muda mesmo, então
dane-se! Adivinha qual é o resultado que você vai colher sem esse amor-
próprio, sem autoestima e acreditando que já que sua vida não vai dar em
nada, dane-se e deixa a vida me levar?

Acredito que você já entendeu onde isso vai chegar. Nesse descaso comigo
mesmo, tudo me leva pra uma vida de abandono de mim, e se eu acredito
nisso, se eu acredito nessa profecia e todas as minhas crenças e
comportamentos agem nesse sentido, com certeza eu vou colher uma vida

96
de absoluta escassez.

Como eu rompo esse ciclo então? Começando nas pequenas coisas.


Ninguém tropeça em montanhas, mas sim em pequenas pedrinhas no
meio do caminho, em pequenos detalhes. Desde pequenas coisas, como eu
te dei exemplo ali no começo, a organização do ambiente onde você está,
você se sentir bem, confortável, limpo(a), comer bem, cuidar dos seus
relacionamentos, organizar minimamente as suas contas, não atrasar suas
contas… Esses pequenos cuidados com você vão te dando recados de que
você está fazendo o seu melhor. Você começa a sentir um senso de
merecimento, de autoestima e de amor-próprio que te conduz a uma
profecia autorrealizável, agora do bem. Um ciclo virtuoso que te leva a
alcançar cada vez mais degraus acima do nível onde você está hoje.

Na tarefa deste capítulo eu vou te ajudar a quebrar esse ciclo de escassez e


demonstrar mais amor-próprio, cultivar autoestima e alcançar essa
prosperidade.

97
Tarefa Cognitiva

E aí, tudo bem? Essa simples pergunta e as respostas automáticas que nós
nos acostumamos a dar e recebemos todos os dias, dizem muito mais do
que a gente imagina, dizem muito sobre como a sua mente está codificada
para a prosperidade ou não. Perceba, muita gente - e talvez você também -,
normalmente diz algo como: “Ah, sabe como é... Na correria, daquele jeito,
na batalha, na luta nossa de cada dia”, ou simplesmente “Tô indo”, “Ah, tá
tudo bem”, mas aquele “tudo bem” que não é de verdade, um “tudo bem”
que é quase que uma lamentação, uma reclamação.

E como algo aparentemente tão bobo, tão pequeno, impacta a sua minha
vida e a sua prosperidade? Eu já te falei aqui que o seu cérebro é uma
máquina de buscar congruência, coerência, de buscar sentido, que segue
muito mais os seus instintos e emoções do que a gente tende a achar. É o
invisível, os seus pensamentos e emoções, que geram os seus
comportamentos, as suas ações, e claro, por consequência seus resultados,
ou seja, aquilo que é visível, o mundo material que se manifesta ao seu
redor. Se lembra das profecias autorrealizáveis? Aquilo que aceitamos como
verdade e tendemos fazer tudo pra que aquilo se realize, mesmo que
inconscientemente, mesmo algo negativo pra gente.

O que tudo isso tem a ver com o “Oi, tudo bem?” lá do começo? Toda vez
que você se coloca nesse estado de lamentação, reclamação, vitimismo, de
baixa energia, a mensagem que você tá dando pro seu sistema, para a sua
mente, de forma até inconsciente, é que é normal se sentir assim, agir
assim, e nada mais distante de uma vida plena e próspera do que essa
sensação de vida pela metade, uma vida de conformismo, de empurrar com
a barriga, deixa a vida te levar. A mãe do nosso aprendizado é a repetição,
porque ela nos leva à formação de hábitos. Se você fortalece o hábito da
negatividade, da lamentação, da reclamação, você reforça essas sinapses,
essas ligações neuronais do seu cérebro, você fortalece a automatização
desse viés negativo.

Eu vou te mostrar como isso funciona na prática. Durante os 14 anos que eu


administrei as minhas escolas de inglês, eu abria as minhas reuniões de
equipe com uma rodada de boas notícias. Eu simplesmente pedia para
algum colaborador contar algo de bom que tinha acontecido
recentemente. Sempre que tinha alguém novo eu escolhia essa pessoa pra
começar e o incrível é que 100% das vezes esse colaborador novo dizia:
“Nossa, Yuri… Eu não tenho nada de bom pra falar…”. Isso não era uma
novidade pra mim. Pensa no contexto: a pessoa estava desempregada até
pouco tempo, preocupada, provavelmente com contas atrasadas, sendo
bombardeada por desgraça na TV, cobrança da família, do banco, da
empresa de telefone celular. A mente dela não conseguia sair dessa lama de
desgraça e lamentação, e claro, eu entendia isso sem julgamento nenhum e
passava pro próximo membro do meu time. Essa outra pessoa que já estava
comigo há algum tempo, estava acostumada a trabalhar num viés mais

98
positivo, a mente dela já estava começando a se desenvolver pra essa
blindagem e ela conseguia enxergar oportunidades, um lado mais positivo e
sempre dava alguma contribuição, por mais simples que fosse. Coisas do
tipo: “Ah, Yuri…

Hoje eu tomei café da manhã com meu marido”, “eu pude levar meu filho
para a escola e conversei mais com ele”, “eu vi uma notícia boa na TV”, “eu
comecei um curso novo”, “eu entendi um trecho de uma música que eu
amo em inglês”, “me matriculei numa faculdade”... E todas essas notícias são
reais mesmo, eu as tirei das pautas de reunião que a gente tinha naquela
época. E assim, nós seguíamos e passávamos pro próximo membro do time.
O mais incrível é que depois de algumas notícias boas, aquela pessoa nova
que no começo não lembrava de nada, em algum momento me
interrompia e dizia: “Yuri, eu lembrei de uma coisa boa aqui que eu quero
compartilhar aqui com os colegas” e imediatamente continuava: “Eu estava
desempregada e comecei a trabalhar, então agora eu vou ter renda, eu vou
colocar minha vida em ordem, eu estou em uma escola de inglês, então eu
vou começar a estudar um outro idioma que era um sonho que eu tinha,
que é algo importante pra mim tanto pessoalmente quanto pra minha
carreira”. De repente, a mente dessa pessoa tinha destravado e a mágica
acontecia ali diante dos nossos olhos. Agora, se ela não estivesse num grupo
que tivesse rompido aquele viés negativo, qual a chance dela sair daquela
vibe? Quase inexistente, concorda?

Quando estamos em um grupo, passamos a buscar um padrão de


comportamento. O nosso cérebro é social e emocional e logo ele busca algo
pra fazer parte daquilo, busca se encaixar naquele padrão, busca soluções e
coisas boas. E acha - ou não. O mesmo acontece no rumo contrário, você
pode estar bem em meio a uma roda de amigos, então alguém conta uma
desgraça, uma notícia ruim, e de repente vira quase que uma competição
pra ver quem conta algo ainda pior. Aqui está mais um exemplo da mente
humana buscando congruência, conexão e pertencimento.

Assim como tudo que nós fazemos, reclamar pode ser um mero padrão que
você segue simplesmente porque está acostumado(a) pelo meio tóxico em
que você vive ou de onde você veio, e isso te bloqueia de enxergar
oportunidades. Em resumo, reclamar bloqueia a sua prosperidade.

Segundo um estudo realizado pela Universidade de Stanford, nós


reclamamos no mínimo 15 a 30 vezes por dia e o estresse imposto ao seu
cérebro pelas reclamações e emoções negativas, pode causar um
encolhimento de uma área do seu cérebro chamada hipocampo. Essa área
é responsável pela memória, pelas emoções e pelo aprendizado, e sem
memória, sem emoções boas e com baixa capacidade de novos
aprendizados, como é que você pode criar novos e melhores hábitos de
sucesso, de riqueza e de prosperidade? Bem mais difícil, concorda?

Então, hoje nós vamos romper com mais esse ciclo de limitação e escassez

99
na sua vida. O desafio deste capítulo é passar 24 horas sem reclamar. De
nada! Nem do tempo, da chuva, do calor, nem do trânsito, do barulho do
vizinho, de dinheiro, do governo, de política, do marido, da esposa, de filho,
de nada! Nem daquele cliente mais desafiador e exigente. Só de ler tudo
isso, percebe quanta coisa a gente reclama no dia a dia sem nem perceber?
Por isso será um desafio.

Toda vez que nós reclamamos nos colocamos no status de vítima das
circunstâncias. Eu não estou aqui dizendo que você não tem problema. Eu
respeito isso e também não estou dizendo pra você viver alienado(a) numa
visão infantil do mundo fingindo que problemas não existem, mas muita
gente tem os mesmos problemas que você, problemas às vezes até piores e
conseguem superar e dar a volta por cima e gerar muito resultado,
concorda? Problemas existem e crises sempre vão existir, a lei da
impermanência nos mostra isso. Tudo muda o tempo todo e nem sempre
pra melhor. Como nós vamos lidar com essas mudanças e os desafios que
elas trazem é o que separa aqueles que choram, reclamam e fracassam
daqueles que se preparam, absorvem a dificuldade, triunfam e celebram.

Aqui nós estamos rompendo padrões antigos e criando novas conexões


cerebrais, então se você reclamar - porque isso pode acontecer -, tome
ciência disso, mas sem se martirizar, se cobrar. Percebendo a reclamação,
faça algo bom em troca e elogie alguém! A ideia é compensar para que a
reclamação se torne algo consciente e o elogio também precisa ser uma
atitude consciente. A intenção aqui é te colocar novamente naquela
vibração positiva da vida sem reclamações. O importante aqui é você elogiar
não uma coisa que a pessoa possui, mas sim algo genuíno. Por exemplo,
não elogie a roupa que ela está vestindo, mas sim o bom gosto dela por ter
escolhido aquela roupa. Não elogie o carrão que aquela pessoa tem, mas
parabenize essa pessoa pelo empenho dela em ter alcançado o sucesso e
conquistado aquele bem material. Espero que tenha conseguido entender!
A ideia aqui é que você curta essa experiência e transforme essa ação em
um hábito além dessas 24 horas, que vai se propagar para amanhã, depois e
por aí vai.

100
CAPÍTULO 12

DESAFIO Nº 10

Ikigai

Você já deve ter visto um quebra-cabeça, certo? Eu particularmente sou


apaixonado! Já montei quebra-cabeças de 500 a 5.000 peças ao longo da
vida e, assim como eu, você deve achar também que quando você pega
aquele bando de peças no saquinho, logo que você abre a caixa, aquilo
parece impossível. Muitas vezes é até difícil de saber por onde começar e
onde a gente vai chegar. Pra isso, a gente precisa ter uma referência, uma
figura final onde nós queremos chegar; disciplina e dedicação, pra fazer
aquilo com regularidade até que esse quebra-cabeça fique pronto; e claro,
um método. O meu sempre foi começar separando as bordinhas, as
margens do quebra-cabeça e depois separar em potinhos os grupos de
cores. O que era verde seria floresta, o que era azul do céu ou de um lago,
construções, pessoas, animais, carros, coisas desse tipo. Eu começava
sempre pelo mais fácil e deixava o mais difícil pro final, porque nesse
momento eu já estava mais motivado. As peças iam acabando e eu
finalmente conseguia terminar de montar o quebra-cabeça.

Percebe que pra conseguir chegar naquele resultado final, a referência -


aquela figura final da caixa -, era sempre muito importante. Eu sempre
mantinha ela do meu lado pra saber se aquele verde era mesmo de uma
floresta e se aquele azul era o mar ou lago. É exatamente assim também na
sua vida. A gente precisa ter essa referência final de onde a gente quer
chegar e, ao longo da vida, nós vamos desenvolvendo os ingredientes, as
habilidades, as virtudes que nós precisamos para chegar naquele resultado
final, seja na nossa vida financeira, familiar, relacionamentos, carreira,
qualquer coisa que seja.

Até agora, nós trabalhamos durante o Desafio, todos os ingredientes que


você vai precisar para alcançar a sua prosperidade. Nós trabalhamos
algumas virtudes e algumas ferramentas mentais que você vai precisar
usar, mas assim como em um quebra-cabeça, só colocar todas essas peças
juntas pode não ser o suficiente. Por ser um objeto frágil, se alguém
esbarrar num quebra-cabeça depois que ele estiver pronto ou até derrubá-
lo de uma mesa, muitas vezes ele acaba se esfacelando por inteiro de novo.
Então, pra que ele se mantenha coeso, grudadinho e eternamente bem
construído, ele precisa de algo que dê liga a essas peças, que conecte-as,
que realmente cole tudo isso. Na sua vida, todos esses ingredientes e
virtudes que a gente desenvolveu até agora serão conectados por uma
causa, por um grande “porquê”, por um propósito que te mova pra ser
inabalável e inatingível daqui pra frente.

101
A história está cheia de pessoas que eram comuns e ficaram famosas
quando encontraram as suas paixões, as suas causas, os seus porquês e
propósitos. Vou te dar dois exemplos aqui bastante conhecidos. Você já
deve ter ouvido falar de Albert Einstein, um dos maiores - e talvez o maior -
cientista do século XX. O que ninguém sabe é que Einstein era um aluno
medíocre, nada brilhante. Ele sempre teve ali uma preferência por
matemática e física, mas ele não era um grande aluno de destaque,
segundo ele mesmo em sua autobiografia e segundo relatos de seus
professores no começo do século XX. Einstein ficou inclusive desempregado
logo que ele se formou físico, ali pelos seus 21 anos de idade, e até os 26
anos, ele era simplesmente um examinador de patentes. E aí vem uma
grande curiosidade: foi examinando patentes que Einstein acabou
descobrindo ainda mais sobre a física e se apaixonando por esse universo.
Ele encontrou um porquê, um propósito para mergulhar na física, no
universo, nas descobertas que ele fez, e acabou saindo de um aluno
medíocre e comum para um dos maiores cientistas do século XX.

Outro exemplo bastante famoso é o Nelson Mandela. Algo que pouca gente
sabe é que ele, ganhador do prêmio Nobel da Paz e um símbolo da luta
mundial contra o racismo, veio de uma família nobre da África do Sul. Em
tese, o Nelson Mandela deveria seguir para um cargo de chefia, mas ele
recusou esse cargo, se formou advogado e se embrenhou nessa briga
contra o racismo. Ele acabou ficando preso por 27 anos, e mesmo dentro da
prisão, lutou contra o racismo e se tornou símbolo mundial contra esse mal
que ainda assola o nosso mundo. Naquela época, a África do Sul vivia sob o
regime chamado Apartheid, que vem justamente de apartar, separar
brancos de negros, dando superioridade social, financeira e política em
todos os ramos aos brancos. Obviamente que Nelson Mandela não
conseguia lidar com isso, então ele abriu mão de muita coisa na vida dele,
comprou essa causa, esse porquê, este grande propósito e se tornou o ícone
mundial que ele é hoje.

E por que eu estou te contando tudo isso? Onde isso afeta sua recodificação
mental e te gera prosperidade? Pra te responder isso, eu preciso te revelar
uma arma secreta dos japoneses. Essa arma secreta se originou
supostamente em Okinawa, uma ilha que existe no Sul do Japão, também
conhecida como a llha dos Imortais. Se você nunca ouviu falar de Okinawa,
saiba que é um lugar muito curioso, um dos lugares mais longevos do
mundo. Muitas pessoas de lá vivem por mais de 100 anos de idade e é bem
comum ver muitas pessoas de Okinawa passando até mesmo dos 120 anos
de idade. Devido a uma combinação de fatores climáticos, alimentação e de
estilo de vida, essas pessoas cultivam uma vida muito mais longa, muito
mais saudável e muito mais bacana. Quando você pergunta pras pessoas de
Okinawa ao que se deve essa vida longa, plena, satisfeita e próspera que
elas têm, elas dizem que entre se manter ativo, em harmonia, no presente,
não pensando só no futuro ou ficar preso ao passado, e se libertar de muita
coisa que não faz sentido, um dos grandes ingredientes pra longevidade em
Okinawa, pra essa vida próspera, feliz e satisfatória é ter um grande

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propósito. O termo que os japoneses de Okinawa usaram pra batizar esse
propósito é Ikigai.

O termo Ikigai em japonês vem da junção de duas palavras que significam


“razão” e “viver”, ou seja, o seu Ikigai, o seu propósito, é justamente a sua
razão pra viver, a sua razão para ser quem você é e fazer tudo aquilo que
você faz. E como normalmente as pessoas de Okinawa alinham o seu
propósito, alinham o seu Ikigai? Utilizando 4 pilares que acabaram se
tornando um conceito que virou livros e foi difundido pelo mundo inteiro.
Que quatro pilares são esses? Alinhar tudo aquilo que você ama, aquilo que
você faz bem, aquilo que você pode ser reconhecido pra fazer e que
transforma o mundo ao seu redor.

Eu vou trazer aqui um exemplo pessoal e prático para ilustrar o que é um


Ikigai na vida de uma pessoa, e não se abale se hoje você não tiver clareza
de qual é o seu. Eu levei anos pra ter clareza do meu.

Começando por aquilo que me faz sentido e eu amo. Durante a minha vida
inteira, eu fui nerd, eu sempre gostei de estudar os mais diversos assuntos.
Só que além disso, eu também sempre gostei de aprender e ensinar pras
pessoas, contar pra elas aquele novo conhecimento que eu estava
adquirindo. Com o tempo, as pessoas começaram a reconhecer que eu era
didático, que eu ensinava bem e começaram a gostar de aprender comigo.
Então, eu comecei a juntar aquilo que eu amava com aquilo que eu
reconhecidamente fazia bem. Com mais algum tempo, as pessoas
começaram a me pagar, me contratar pra ensiná-las, pra dar treinamentos,
para dar cursos - fossem on-line ou não -, palestras e tudo mais. Esse era
então o meu terceiro pilar sendo atendido: aquilo que eu amava e fazia
bem, agora sendo reconhecido e eu sendo contratado e pago pra fazer isso.
E aí chegamos finalmente ao último estágio do Ikigai, que é justamente o
ponto em que aquilo que eu fazia começou a mudar as pessoas, as famílias,
as empresas, vidas ao meu redor. O mundo ao meu redor através daquilo
que eu amava, fazia bem e era contratado começou a ser mudado pra
melhor e eu comecei a encontrar propósito e um porquê de trabalhar com
o que eu trabalho e fazer o que eu faço no mundo. Eu acabei alinhando o
meu Ikigai.

E claro, esse é um processo que não acontece do dia pra noite. Lembra que
lá no começo deste livro eu te disse que o seu verdadeiro processo
começaria após esses 10 Desafios. Aqui eu estou te dando ferramentas e
ingredientes pra colocar tudo isso junto, mas a grande prática vem na
sequência quando você começar tudo isso em prática no seu dia a dia. A
partir de agora, esse aprendizado é diário e eterno. Você estará se
desenvolvendo pra sempre. O que você aprendeu e viu aqui nestas páginas,
você não desaprende e não tem como desver. Você não tem como
esquecer aquilo que agora a sua mente foi expandida para enxergar.

Nesse momento começa a sua busca pelo que te faz sentido, a chama

103
interna que vai manter esse seu propósito queimando no seu peito e
fazendo você entrar em ação neste mundo, eu quero te dar uma ferramenta
que te ajuda a potencializar e encontrar esse propósito.

104
O Voo da Fênix

Desde a minha infância e durante minha adolescência lá no bairro dos


Pimentas, quando eu ainda passava por alguns momentos de escassez, em
diversas ocasiões eu tive vontade de fazer coisas que eu não podia. Eu tive
vontade de ir a lugares que estavam muito distantes até de vários dos meus
sonhos. À medida que eu fui crescendo, eu vi os meus amigos também sem
perspectivas de emprego, de oportunidades, de crescimento, passando
necessidades, vivendo uma vida também cheia de limitações.

Várias vezes durante o meu crescimento, durante o meu desenvolvimento,


como ser humano mesmo, muito antes de eu ser o profissional que eu sou
hoje, eu vi muita gente bacana, honesta, trabalhadora também se dedicar,
se esforçar, pegar horas de ônibus e viver uma vida sofrida até o final. De
novo, cheia de escassez e limitações, dificuldades, frustrações, e claro, isso
afetava também os relacionamentos dessas pessoas: muitos casamentos
infelizes, relacionamentos familiares aos frangalhos e aquilo sempre foi me
gerando uma mistura de sentimentos. Mas o que mais me chocava foi, ao
longo de toda a minha vida, ver amigos e familiares em algum momento
aceitando uma vida péssima que eles acabavam tendo, muitas vezes por
não terem mais força física pra tentar construir nada novo. Muitas vezes,
porque eles não tinham força mental pra sequer pensar em alguma coisa
nova, mas principalmente porque muitas dessas pessoas não tinham as
ferramentas pra poder sonhar com uma vida diferente, colocar a cabeça pra
fora do buraco em que estavam devido aquela vida de pobreza, escassez,
limitações e dificuldades.

Quando por uma série de circunstâncias eu consegui ter contato com


outras pessoas, outras realidades e começar a ter sonhos diferentes
daqueles que eu fui exposto boa parte da minha vida, eu comecei a desejar
empreender, ter mais independência financeira, conseguir viajar, ter uma
família mais feliz do que muitas daquelas que eu via ao meu redor. Quando
eu pude sair desse ciclo, romper realmente com essa mentalidade e
começar a questionar tudo o que havia sido exposto e ensinado pra mim ao
longo da vida, eu comecei também a olhar pra vida das pessoas e entender
como é que essas pessoas não questionavam e, muitas vezes, também não
conseguiam romper com aqueles ciclos.

Quando eu consegui aceitar que ter nascido pobre não definia o meu
destino, não fazia com que eu precisasse morrer pobre, eu comecei a
entender a necessidade daquele quebra-cabeça que eu te contei agora
pouco. Ter uma referência de o que buscar, ter uma referência de com o
que sonhar, faz total diferença. Muitas daquelas pessoas que estavam numa
vida escassa, numa mente escassa, presa nas dificuldades, não conseguiam
ter uma nova referência do que buscar, não conseguiam sequer sonhar.

Naquela mistura de sentimentos que eu te falei, eu sentia pena delas, num


primeiro momento, mas obviamente que isso era um sentimento estéril,

105
não fazia nada, não era nada produtivo. Aquilo também começou a me
gerar raiva das circunstâncias, talvez até do governo, de tanta gente que eu
queria culpar pelo sofrimento e pela dificuldade daquelas pessoas e até de
muitas pessoas da minha própria família. E por último, eu comecei a me
revoltar, a ficar indignado com aquilo e por não poder fazer absolutamente
nada.

Nessa época eu já era educador, eu já tinha aberto a minha primeira escola,


eu já tinha contato com o desenvolvimento de outras pessoas e comecei a
me questionar: será que realmente eu não posso fazer nada a respeito? Foi
quando a minha indignação e revolta começaram a se tornar um
combustível, uma chama interna muito poderosa e que começou a
alimentar cada um daqueles propósitos que eu te falei anteriormente. Foi
quando eu comecei a sonhar em ter um Instituto, um instituto voltado para
pessoas menos favorecidas, menos privilegiadas, onde elas pudessem ter
contato com aquilo que a escola e a realidade delas não as preparava, onde
elas pudessem estudar sobre economia, política, outros idiomas, terem mais
acesso ao mercado de trabalho, outras oportunidades e até expandir a
mentalidade pra em algum momento começar a querer empreender, ter
novas rendas e de fato prosperar e com isso, ter relacionamentos melhores,
poder proporcionar algo melhor pros filhos delas e de fato se sentirem mais
prósperas, mais felizes.

Com o tempo, esse Instituto acabou evoluindo porque veio a tecnologia.


Veio tanto estudo sobre tendência, comportamento humano,
comportamento de consumo e eu acabei fazendo isso através das minhas
redes sociais. Através delas, eu gero conteúdos e provocações que
diariamente fazem as pessoas se questionarem se está tudo certo na vida
delas ou se elas podem ter algo melhor e, principalmente, como fazer algo
diferente, maior e melhor da própria vida delas.

Hoje eu não preciso de uma sede limitada a uma cidade, um bairro ou uma
região onde as pessoas têm que se deslocar até mim, ter um custo, ter
tempo empenhado e muitas vezes, não conseguirem acessar no horário
determinado uma aula, uma reunião, uma palestra que eu pudesse dar.
Hoje através do on-line, das redes sociais e deste livro que você está lendo,
eu consigo chegar de forma mais cômoda, rápida, eficaz e barata em muito
mais gente que precisa se desenvolver e que em algum momento, eu tive
revolta e indignação de não poder ajudar.

Percebe como a minha indignação, a minha inquietação, a minha


insatisfação foi o que alimentou o meu propósito como educador e
professor de hoje tá aqui falando isso pra você?

Agora você pode me questionar: “Beleza Yuri, mas o que que isso tem a ver
comigo?”. Muitos de nós temos insatisfações, inquietações, revoltas e
indignações que, se canalizados para um lado ruim, se tornam improdutivos
e só te levam pra uma vida de cada vez mais escassez, muitas vezes

106
inclusive com inveja e raiva de outras pessoas que estão melhor e mais
prósperas de você.

Então, como você pode transformar isso em combustível, em uma chama


eterna dentro de você e que vai alimentar os seus propósitos para serem a
cola dentro de todas aquelas virtudes e habilidade que a gente falou em
todas as aulas anteriores? É sobre isso que vamos falar a partir de agora,
treinar como transformar sua indignação em chama para os seus
propósitos.

107
Tarefa Cognitiva

E finalmente chegou o último Desafio! É hoje que nós vamos encaixar na


sua mente tudo que foi construído ao longo destas páginas. Lembra que eu
te disse que não existe mágica, não existe uma pílula secreta, uma dica que
transforma tudo da noite pro dia? Mas existe sim, esforço diário, constante,
disciplinado, direcionado, até dar certo!

Ao longo destes últimos capítulos, você trabalhou 10 virtudes, qualidades e


habilidades. Pra te exemplificar sobre o quanto você está no caminho certo,
desde a Grécia antiga, Aristóteles - um dos maiores filósofos influentes do
modo de vida ocidental -, já dizia que uma vida boa é uma vida virtuosa,
uma vida de busca pela excelência, uma vida vivida entre os excessos e a
falta. Em outras palavras, na nossa linguagem aqui, é uma vida que saiu da
escassez e encontra felicidade antes da ostentação e dos excessos, encontra
felicidade nas virtudes do equilíbrio, do ser bom e fazer o bem. Claro,
sempre lembrando de ter recursos e liberdades pra escolhas que nós bem
quisermos.

E com essas virtudes, toda a recodificação mental que você construiu nos 9
desafios anteriores, nós vamos construir o seu futuro hoje, e eu sei que isso
pode parecer grandioso, porque de fato é. E como isso vai acontecer?

Antes de tudo, eu quero contar uma história sobre um experimento feito


por um psicólogo australiano chamado Alan Richardson em 1967. Ele
separou alguns estudantes aleatoriamente em três grupos e o primeiro
grupo treinou lances livres de basquete, todos os dias, durante 20 dias por
uma hora. Um segundo grupo só fez lances livres no 1º dia e no 20º dia, mas
não fizeram mais nada nos 18 dias de intervalo. E por último, o terceiro
grupo também fez lances livres só no 1º e no 20º dia, mas a diferença é que
eles visualizaram durante 20 minutos, daqueles 18 dias de intervalo, eles
jogando e acertando aquelas cestas de basquete.

E qual foi o resultado de tudo isso? O primeiro grupo que efetivamente


treinou na quadra fisicamente melhorou em 24% o nível de acertos, e isso
obviamente era de se esperar, eles treinaram fisicamente. O segundo grupo
que treinou apenas no 1º e no 20º dia, não melhorou em nada e,
estatisticamente, claro, isso também era de se esperar. Mas a grande
surpresa, a grande sacada desse experimento, foi no terceiro grupo, que
também treinou só no 1º e 20º dia fisicamente e visualizou os arremessos
nos outros 18 dias. Eles melhoraram 23%, praticamente a mesma coisa que o
primeiro grupo. Difícil acreditar em apenas coincidência, concorda? Então
deixa eu te contar mais um caso e a gente já volta nessa ideia.

O ator Jim Carrey que fez “O Máskara”, aquele filme da cara verde, no
começo da carreira dele fez um cheque de 10 milhões de dólares pra ele
mesmo e o carregou por anos na carteira. Ele se prometeu que até 1995, ele
teria essa quantidade na conta dele e, semanas antes do prazo que ele se

108
deu, um filme dele foi um sucesso e ele realmente recebeu essa quantia.
Mais uma vez, apenas coincidência parece um pouco difícil de acreditar.

Como tudo isso acontece cientificamente? Experimentos com


escaneamento cerebral têm mostrado que, ao imaginar o movimento, nós
ativamos certas redes de neurônios que também são requisitadas na
situação real, quando a gente de fato faz o movimento. Então, para o
cérebro, aquilo realmente está acontecendo, você de fato está treinando.

Ao todo, 75 estudos sobre isso foram compilados e analisados pela


Universidade de Quebec no Canadá e provaram o mesmo. Algum tempo
depois, uma outra psicóloga chamada Kelly Mcgonigal da universidade de
Stanford, uma das maiores e mais respeitadas do mundo, também mostrou
que apenas visualizando emoções positivas, o nosso stress reduz.

Eu acharia difícil acreditar se eu não tivesse vivido isso em alguns episódios


da minha vida, então eu vou te contar aqui alguns só pra ilustrar e depois eu
vou te ensinar como implantar e praticar isso também na sua vida.

Quando eu juntei os meus primeiros R$ 1 mil reais lá em dezembro de 2001,


eu imprimi o meu extrato bancário e andei com ele também na carteira,
inclusive antes de conhecer a história do Jim Carrey. Por muitos anos, eu me
prometi que faria um quadro bonito pra colocar no meu escritório ao lado
de um outro extrato de R$ 10 mil reais, outro de R$ 100 mil reais e outro de
R$ 1 milhão de reais. No meu Instagram tem essa foto minha com um
quadro amarelo e esse extrato ali, bem de perto, pendurado bonitinho com
os primeiros R$ 1 mil reais no dia 10/12/2001. E claro, eu visualizava isso, e em
determinado momento quando eu tive um escritório, eu coloquei todos
esses quadros de R$ 1 mil, R$ 10 mil e R$ 100 mil reais, até o momento em
que eu não precisei mais desses amuletos pro meu sucesso financeiro.

Numa outra ocasião, quando eu tinha uns 18 pra 19 anos, eu ainda ganhava
R$ 1 mil reais por mês e sonhava em ter um Peugeot 307. Na época aquilo
era um carrão pra mim, fora da minha realidade, era um carro de uns R$ 50
mil reais. Se você fizer a conta, com o que eu ganhava, tinha de salário e de
despesas, era um carro “incomprável”, mas eu sonhava com ele completão,
teto solar, roda de liga leve, câmbio automático tiptronic, e eu fiz então um
marcador de livro com a foto daquele carro, na cor e no modelo que eu
sonhava. Diariamente, aquele marcador de páginas na minha agenda, me
fazia enxergar o meu sonho, algo que eu queria materializar, e eu me
imaginava abrindo uma empresa, sendo meu chefe, ganhando mais
dinheiro e, finalmente, comprando e dirigindo aquele carro. Eu me prometi
que faria isso até o meu aniversário de 27 anos e, no ano em que eu faria 27
anos, exatamente uma semana antes do meu aniversário, eu tirava esse
carro da concessionária, exatamente igual na foto, exatamente igual nos
meus sonhos. E na época, eu já ganhava 20 vezes mais o salário que eu
tinha quando eu comecei a visualizar toda aquela jornada.

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Numa outra e última ocasião que eu vou te contar, até mais alinhada com o
estudo daquele psicólogo australiano, eu queria aprender a jogar tênis. Na
minha primeira aula meu professor me puxou de canto no fim da aula e
disse: “Yuri, você tem certeza que você quer aprender isso? Porque eu
preciso ser sincero, você é muito ruim. Eu preciso te falar isso pra não te
alimentar falsas esperanças”. E é claro eu fiquei chocado, mas na época eu já
tinha uma mente que era alimentada por desafios e, quando me dizem que
uma coisa é impossível, é aí que algo se acende dentro de mim.

Naquela semana estava acontecendo o US OPEN, o Campeonato aberto de


tênis nos Estados Unidos, e eu assistia vários jogos e eu ficava visualizando.
Presta atenção nessa palavra de novo, eu ficava me visualizando fazendo
aqueles movimentos, aquelas batidas e acertando perfeitamente. Eu fiquei
exercitando aquilo na minha mente a semana toda. Uma semana depois, eu
cheguei na minha aula acertando muito mais, fazendo movimentos com
muito mais qualidade, e meu professor veio sem entender nada perguntar o
que tinha acontecido, se eu tinha feito aula no meio da semana. Percebe
que eu só usei a minha capacidade cerebral de aprender através da
visualização.

Agora o que esses estudos também apontam, e eu pude comprovar na


prática, é que o treino não deve ser focado apenas no resultado, mas sim no
processo, no passo a passo, no dia a dia. O cérebro passa a ficar mais atento
às oportunidades que ele se treinou pra enxergar e para aquela situação
quando ela aparece na sua vida. Isso é automatizar sua mente pra
reconhecer aquilo que ela quer viver e mais profundamente deseja.

Lá no começo eu nem sabia do princípio científico por trás de tudo isso, mas
funcionou pra mim. Então, quando eu comecei a estudar comportamento, o
cérebro, a Neurociência humana, eu pude entender como a recodificação
mental de fato funciona, e por isso hoje eu estou aqui pra poder te ensinar
tudo isso. Não tem misticismo, apenas caminhos neurais de fato
construídos, reforçados e bem direcionados.

A cereja do bolo foi que eu passei a gravar áudios pra mim mesmo, pra
daqui a seis meses no futuro. Eu colocava uma música profunda que me
inspirava, de preferência algo épico, e que me desse poder, que me gerasse
aquelas emoções positivas de empoderamento que a gente também
descobriu a seu respeito. E nesses áudios eu comecei a me parabenizar pelo
que aconteceu, pelo que eu realizei, pelo que eu alcancei. Todo dia eu ouço
esse áudio e ele me direciona, direciona meu dia, direciona o que eu quero
criar e reforça os meus caminhos neurais. Ele me dá cada dia mais clareza
da minha visualização, até que aquilo se realiza e aí eu gravo um novo áudio
pra daqui mais 6 meses.

Agora nós vamos fazer exatamente isso com você, vamos criar os caminhos
neurais pra sua vida sonhada, desejada e merecida. Aquela que você
sonhou desde o começo desse Desafio, mas você não tinha ideia de qual

110
seria o caminho. E nós vamos fazer isso através de um Neurohertz hipnótico
elaborado pelo meu amigo hipnólogo Pedro Charvenue especialmente pra
essa visualização.

É importantíssimo você se lembrar que tudo que nós fizemos até aqui e
essa visualização de construção dos caminhos neurais, precisa ser colocado
em prática imediatamente! Sem procrastinação, o segredo aqui é a ação.
Empenhe cada ação sua e materialize todo o mundo material que nós
construímos nesses dias, assim construiremos a sua visualização final
através da sua ação, contínua, direcionada rumo ao topo, rumo àquele 1% de
pessoas que inspiram os outros 99%.

Por se tratar de um Neurohertz, esse exercício também será feito através de


um áudio, por isso, pegue os seus fones de ouvido e digite o link abaixo no
navegador do seu computador ou celular. Tenha uma visualização épica,
maravilhosa, realmente digna de todos os seus maiores e mais lindos e
prósperos sonhos!

Link do Neurohertz Hipnótico: https://youtu.be/HuGuWusUc6E

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CAPÍTULO 13

o fim é só o começo

Pois é, chegamos ao fim do Desafio! Espero que você esteja em um misto


de sentimentos! Aquela alegria e orgulho por você ter chegado até aqui e
com certeza ter rompido vários paradigmas internos, mas também aquela
sensação de saudade por todo o processo que passamos juntos ao longo
desses 10 Desafios.

Porém, eu te falei que o verdadeiro Desafio começava depois dele, lembra?


Esse foi apenas o começo da sua jornada! Agora você tem ferramentas e
munição mental pra construir uma vida diferente, baseada nas novas
percepções que você tem. É como naquela famosa frase que atribuem a
Einstein: “A mente uma vez expandida, jamais volta ao seu tamanho
original”.

A essa altura, com certeza sua mente enxerga que muita coisa do passado
não te pertence mais, que você chegou até aqui se permitindo novos
sonhos. Sua mente foi expandida e provavelmente você não quer voltar a
sonhar menos ou ficar numa vida sem a presença constante da
prosperidade.

Eu me despeço de você com um aperto gostoso no coração de quem sabe


que isso não acaba por aqui. Espero que possamos nos encontrar em outros
livros, em meus treinamentos online, palestras e quem sabe até em
mentorias. Com certeza será um prazer ser o seu mentor!

Mais uma vez, muito obrigado pela sua entrega, pela sua confiança, pela sua
participação.

Um grande abraço!

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DESAFIO PARA
prosperidade

Yuri Utida

Editora Neurobooks

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