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Matemática Financeira

Conceitos Gerais e Juros Simples


Conceitos Gerais

 A matemática financeira em sua essência trata do estudo


do valor do dinheiro no tempo.

 O objetivo básico consiste em efetuar análises e


comparações do vários fluxos de entrada e saída de
dinheiro caixa em diferentes momentos no tempo.
Conceitos Gerais

 Receber o dinheiro hoje ou no futuro não corresponde a mesma


coisa, afinal, o valor do dinheiro no tempo pode apresentar
modificações.

 Em princípio, receber o dinheiro hoje é preferível do que


receber o dinheiro no futuro.

 Postergar envolve o sacrifício do recebimento, contudo, para


que ocorra o ato de aguardar surge a necessidade de uma
recompensa.
Taxa de Juros

 A taxa de juro é o coeficiente que determina o valor do juro, ou seja, a


remuneração do fator capital utilizado durante certo período de tempo.

 As taxas de juros se referem sempre a uma unidade de tempo (dia, mês,


bimestre, semestre, ano, etc.).

 Temos duas maneiras de representação:

 A taxa percentual – representação do valor dos juros para cada centésima


parte.

 Juro = 1.000,00 / 100 x 20 = 200,00


Taxa de Juros

 A taxa unitária – centrada na unidade do capital.

 A taxa apresentada anterior:

20% ao ano  20% / 100 = 0,20.

Juro = 1.000,00 x 0,20 = 200,00


Diagrama do Fluxo de Caixa

 Os movimentos monetários são identificados temporalmente


através de um conjunto de entradas e saídas de caixa (fluxo de
caixa).

 O fluxo de caixa é de grande utilidade para operações da


matemática financeira.

 A linha horizontal registra a escala de tempo: o horizonte financeiro


da operação
Critérios Básicos de Capitalização
dos Juros

 Os critérios (regimes) de capitalização demonstram como os juros


são formados e sucessivamente incorporados ao capital no decorrer
do tempo.

 Neste sentido, temos:

 Regime de capitalização simples – linear.

 Regimento de capitalização composto – exponencial.


Critérios Básicos de Capitalização
dos Juros

 O regime de capitalização composta incorpora ao capital não


somente os juros de cada período, mas também os juros sobre os
juros acumulados até o momento.

 Comportamento de P.G., os juros incidem sempre sobre o saldo


apurado e não apenas sobre capital inicial.
Critérios Básicos de Capitalização
dos Juros

 Admita-se a dívida de 1.000,00 pagas a juros compostos a taxa de


10% ao ano, os resultados podem ser visualizados a seguir:
Critérios Básicos de Capitalização
dos Juros
Capitalização Contínua e
Descontínua

 Podem ser identificadas duas abordagens de capitalização: contínua e


descontínua:

 Capitalização contínua – processada em intervalos de tempo reduzidos –


de forma característica em intervalo infinitesimal – promovendo grande
frequência de capitalização.

 Pode ser entendida em todo o fluxo monetário distribuído ao longo do


tempo e não em um instante único: ex.: faturamento do supermercado,
formação do custo no processamento fabril, depreciação de equipamento,
etc.

 Encontra dificuldade em sua aplicação.


Capitalização Contínua e
Descontínua

 Podem ser identificadas duas abordagens de


capitalização: contínua e descontínua:

 Capitalização descontínua – juros são formados ao final de cada


período de capitalização, o rendimento ocorre em um único
período.

 A capitalização descontínua pode ser encontrada tanto no modelo


simples como no modelo composto.
Capitalização Composta

 No regime de juros compostos, ao final de cada período de capitalização, os


juros se incorporam ao principal e passam a render juros também.

 Suponhamos um principal ‘P’ seja aplicado a uma taxa ‘i’, no regime de juros
compostos, ao longo de 3 períodos de capitalização. Ao final do 1º período, o
montante recebido seria M = P x (1+i), já que ‘n’, ou seja, o número de
períodos, seria 1.

 No primeiro período a taxa de juros incidiu apenas sobre o principal ‘P’. Já no


segundo período, como os juros do primeiro período se incorporaram ao
principal e passaram a render juros, o novo principal passou a ser P x (1+i) e,
consequentemente, o novo montante, [P x(1+i)] + [P x(1+i)] x i.
Capitalização Composta

 O regime de juros compostos considera que os juros são acrescidos


ao capital do período, passando a render juros acumulados.

 Processo diferente do descrito no de juros simples, é superior


principalmente pela possibilidade de fracionamento dos juros.
Capitalização Composta

 Os juros são capitalizados produzindo juros sobre juros


periodicamente.

 Identificando-se por PV (valor presente/capital) e FV (valor


futuro/montante)
Capitalização Composta
Capitalização Composta

 Onde (1+i)n é o fator de capitalização (valor futuro), FCC (i,n) a


juros compostos, e 1/(1+i)n como fator de atualização (valor
presente).
Capitalização Composta
Fórmulas

 O fator apresenta as grandezas e informações no futuro, desta


forma, poderemos encontrar o montante ou valor futuro (valor para
o capital aplicado no futuro).
Fórmulas

 Por outro lado, o fator apresenta as grandezas e informações no


passado, puxando as informações para o presente, com isso,
poderemos encontrar o montante em data anterior.
Fórmulas

 O valor dos juros é calculado a partir da seguinte expressão:

 J = FV – PV

 J = PV – PV
 J = PV – 1
Fórmulas

 O valor do montante é calculado a partir da seguinte expressão:

 FV =PV

 Ou ainda, M = C
Fórmulas / Extensões

 O valor do montante é calculado a partir da seguinte expressão:

 FV /PV =

 Ou ainda, M / C =
Exercícios

 Determinar o juro pago de um empréstimo de $ 88.000,00 pelo


prazo de 5 meses à taxa composta de 4,5% ao mês.

 Determine o juro pago de um empréstimo de $ 45.000,00 pelo


prazo de 9 meses à taxa composta de 3,5% ao mês.
Exercícios

 Determine a taxa mensal composta de juros de uma aplicação de $


40.000,00 que produz um montante de $ 43.894,63 ao final de um
quadrimestre.

 Determinar a taxa mensal composta de juros de aplicação de $


23.000,00 que produz um montante de $ 54.000,00 ao final de 5
meses.
Exercícios

 Uma aplicação de $ 22.000,00 efetuada em certa data produz, à


taxa composta de juros de 2,4% ao mês, um montante de $
26.596,40 em certa data futura. Calcule o prazo da operação.

 Considere uma aplicação de $ 25.000,00 efetuada em certa data


produz, à taxa composta de juros de 3,5% ao mês, um montante de
$ 35.000,00 em determinada data futura. Calcule o prazo da
operação.
Extensões da Fórmula

 O valor presente necessariamente não significa a um valor que seja


expresso no momento zero, mas em período anterior ao data do
valor futuro (montante).

 Ex.: quanto será pago de um empréstimo de $ 20.000,00 vencível


de hoje a 14 meses ao se antecipar por 5 meses a data de seu
pagamento. Sabe-se que o credor está disposto a atualizar da dívida
à taxa composta de 2,5% ao mês.

 O objetivo é encontrar o valor presente.


Extensões da Fórmula
Extensões da Fórmula

 É importante ressalta que as expressões de cálculo de Valor Presente e


Valor Futuro permitem capitalizações e atualizações envolvendo diversos
valores e não somente um único capital ou montante.

 Ex.: Admita um empréstimo que envolve os seguintes pagamentos: $


15.000,00 de hoje a 2 meses; $ 40.000,00 de hoje a 5 meses; $ 50.000,00 de
hoje a 6 meses; e $ 70.000,00 de hoje a 8 meses.

 O devedor deseja apurar o valor presente (na data zero) destes fluxos de
pagamento, pois está negociando com o banco a liquidação imediata de
toda a sua dívida. A taxa de juros considerada nesta antecipação é de 3%
ao mês.
Extensões da Fórmula
Extensões da Fórmula
Taxas Equivalentes

 Em relação aos juros simples, a taxa equivalente corresponde a


própria taxa proporcional da operação.

 Ex.: 3% ao mês e 9% ao trimestre.

 1/3 (prazos) = 3/9 (taxas)

 São equivalente, pois promovem o mesmo capital.


Taxa Proporcional e Taxa Equivalente

 Ex.: $ 80.000,00 em 3% a.m. e 9% a.t.


Taxa Proporcional e Taxa Equivalente

 O conceito enunciado de taxa equivalente permanece válido


para o regime de juros compostos diferenciando-se do regime
simples.

 A capitalização é composta, de forma exponencial, a equivalente


é obtida via média geométrica da taxa de juros do período
inteiro.

 q = número de períodos de capitalização


Taxa Proporcional e Taxa Equivalente

 A taxa equivalente composta mensal de 10, 3826% ao semestre é


de 1,66% ao mês.

 Prove:

 Qual o valor da taxa equivalente composta mensal de 8,5% ao ano?

 Obtenha o valor da taxa equivalente composta bimestral de 15,5%


ao ano.
Taxa Proporcional e Taxa Equivalente

 Obtenha as taxas de juros compostos mensal, bimestral e


trimestral de 30% ao ano.

 Prove:

 Mensal =
 Bimestral =
 Trimestral =
Taxa Proporcional e Taxa Equivalente

 Obtenha as taxas de juros compostos mensal, bimestral e


trimestral de 30% ao ano.

 Prove:

 Mensal =
 Bimestral =
 Trimestral =
Taxa Proporcional e Taxa Equivalente

 Calcular uma taxa de juro que equivale, em 44 dias, a uma taxa


anual de 11,2%.

 Prove:

 Calcular uma aplicação financeira que rendeu 11,35% em 365 dias.


Determine a taxa equivalente de retorno para 360 dias.
Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 A taxa efetiva de juros corresponde a taxa de juros apurada


durante todo o prazo n, sendo exponencialmente através dos
períodos de capitalização.

 A taxa efetiva é o processo de formação dos juros pelo regime


de juros compostos ao longo dos períodos de capitalização.

 Conforme a expressão:
Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 Ex.: Uma taxa de 3,8% a.m. determina um montante efetivo de


juros de 56,45% a.a?

 Prove:

 Determine a taxa ao ano de 2,5% a.m; 4,5% a.b; 5,5% a.t.


Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 Quando se diz que uma taxa de juros é nominal, geralmente é


admitido que o prazo de capitalização dos juros não é o mesmo
daquele definido para a taxa de juros.

 Ex.: taxa nominal de juros de 36% ao ano capitalizada


mensalmente, os prazos não são coincidentes. O prazo de
capitalização é de um mês e o prazo que se refere a taxa de juros
igual a um ano (12 meses).

 Logo, temos: 36% / 12 = 3% ao mês (taxa proporcional ou linear)


Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 Logo, temos: 36% / 12 = 3% ao mês (taxa proporcional ou linear).

 Taxa nominal da operação para o período = 36% ao ano.

 Taxa proporcional simples (definida para capitalização) = 3% ao


mês.

 Taxa efetiva de juros:


Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 Para que 36% ao ano fosse considerada a taxa efetiva, a


formação mensal dos juros deveria ser feita a partir da taxa
equivalente composta, ou seja:
Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 Para que 36% ao ano fosse considerada a taxa efetiva, a


formação mensal dos juros deveria ser feita a partir da taxa
equivalente composta, ou seja:
Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 Ao se capitalizar, temos:

 Sempre que for apresentado mais de uma taxa e não houver


menção de que se trata de uma taxa efetiva, deve ser
processada através da taxa proporcional.
Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 Por vezes, o mercado define expressões diferentes de taxas de


juros para uma mesma operação.
 Ex.: Custo efetivo de 4,2% a.m. pode ser equivalente a 4,12% a.m.
para o mesmo período:

 4,12% é a taxa linear e equivalente a efetiva de 4,2%


Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 Um empréstimo no valor de $ 11.000,00 é efetuado pelo prazo


de um ano à taxa nominal (linear) de juros de 32% ao ano,
capitalizados trimestralmente. Pede-se determinar o montante e
o custo efetivo do empréstimo.

 Taxa nominal (linear) i = 32% a.a.


 Descapitalização proporcional i = 32% / 4 = 8% a.t.
Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 Sendo 24% a.a. a taxa nominal de juros cobrados por uma


instituição, calcular o custo efetivo anual, admitindo que o
período de capitalização dos juros seja: (a) mensal; (b)
trimestral; (c) semestral.
Taxa Nominal e Taxa Efetiva

 Sendo 24% a.a. a taxa nominal de juros cobrados por uma


instituição, calcular o custo efetivo anual, admitindo que o
período de capitalização dos juros seja: (a) mensal; (b)
trimestral; (c) semestral.
Conversão de taxa efetiva em
nominal

 O mercado financeiro define para uma mesma operação expressões


diferentes de juros em termos de sua capitalização.

 Ex.:uma linha de crédito de cheque especial costuma ser definida tanto


por taxa efetiva como por taxa nominal (linear). Nestas condições, para
comparabilidade dos custos é essencial que se referenciem as taxas
segundo um mesmo critério de apuração dos juros.

 O custo do crédito pessoal do banco A corresponde a uma taxa efetiva


de 4,2% a.m. Por outro lado, o banco B diz que está cobrando uma taxa
nominal de somente 4,12% a.m. (30 dias corridos).
Conversão de taxa efetiva em
nominal
Convenção Linear

 Admite a formação de juros compostos para a parte inteira do


prazo e de juros simples para a parte fracionária.

 Esta mistura um regime composto e linear ao adotar fórmulas de


juros compostos na parte inteira do período e uma formação de
juros simples na parte fracionária.

 A expressão é definida como:


Convenção Linear

 Seja o capital de $ 100.000,00 emprestado à taxa de 18% a.a. pelo


prazo de 4 anos e 9 meses. Calcule o montante do empréstimo
pela convenção linear.
Convenção Exponencial

 Adota o mesmo regime de capitalização para todo o período., ou


seja, utiliza a capitalização composta para a parte inteira e para
parte fracionária.

 Tecnicamente é a mais correta por empregar somente juros


compostos e taxas equivalentes para os períodos não inteiros.

 A expressão do cálculo é a seguinte:


Convenção Exponencial

 Seja o capital de $ 100.000,00 emprestado à taxa de 18% a.a. pelo


prazo de 4 anos e 9 meses. Calcule o montante do empréstimo
pela convenção linear.
Introdução à Taxa Interna de Retorno

 A IRR consiste em um dos mais importantes instrumentos de


avaliação da matemática financeira.

 A IRR é utilizada não somente para calcular a taxa de retorno


(rentabilidade), como também o custo de um
empréstimo/financiamento.

 É a taxa de juros que se utilizada para descontar um fluxo de


caixa, produz um resultado nulo.
Introdução à Taxa Interna de Retorno

 Ex.: Admita uma aplicação de $ 360.000,00 que produz


montante de $ 387.680,60 ao final de 3 meses. A taxa de juros
que iguala a entrada de caixa (resgate da aplicação) no mês 3
com a saída de caixa (aplicação financeira) de $ 360.000,00 na
data zero constitui-se na IRR da operação, em sua rentabilidade:
Introdução à Taxa Interna de Retorno

 Sendo:
Introdução à Taxa Interna de Retorno

 Para um empréstimo de $ 11.500,00, um banco exige o


pagamento de duas prestações mensais e consecutivas de $
6.000,00 cada. Determine o custo mensal:
Introdução à Taxa Interna de Retorno

 Para um empréstimo de $ 11.500,00, um banco exige o


pagamento de duas prestações mensais e consecutivas de $
6.000,00 cada. Determine o custo mensal:

 Com o auxílio de calculadora financeira chegamos a 2,885% a.m.


Capitalização Contínua

 Nesta sequencia passa a existir a possibilidade de prever uma


forma de capitalização infinitamente grande, conhecida como
capitalização contínua.

 A fórmula da capitalização contínua:


Capitalização Contínua

 Ex.: Qual o montante produzido por um capital inicial de $


70.000,00, aplicado por 15 meses, à taxa de juros de 1,15% a.m.,
nos regimes de capitalização descontínua (finita) e contínua.
Taxa Contínua (I)

 Na capitalização contínua supõe-se que as variações do tempo


(variável n) sejam mínimas (infinitesimais), assumindo uma
capitalização instantânea.

 Na capitalização descontínua tem-se:

 Para a capitalização contínua:


Taxa Contínua (I)

 Ao igualar ambos:
Taxa Contínua (I)

 Ex.: uma taxa de 2,2,% a.m., no regime de capitalização


descontínua, equivale, na capitalização contínua, a taxa de:

 As duas taxas são equivalentes (i=2.2% a.m. e I = 2,176% a.m.) em


cada regime de capitalização.
Referências

Bibliografia Básica
FILHO, Ademar Campos. Matemática financeira. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.
NETO, Alexandre A. Matemática financeira e suas aplicações. 8ª.ed São Paulo:
Atlas, 2003.
SHINODA, Carlos. Matemática financeira para usuários do Excel 5.0 2ª. ed. São
Paulo: Atlas, 1998.

Bibliografia Complementar
Helfert, Erich A. Técnicas de análise financeira. 9ª. ed. São Paulo: Bookman, 2000.
WESTON, J. Fred; BRIGHAM, Eugene F. Fundamentos da administração
financeira. 10a. ed. São Paulo: Makron Books, 2000.

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