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FINANCEIRA
Introdução
Para diferenciar os sistemas de juros, é importante estruturar alguns
conceitos entre juros simples e juros compostos, também chamados de
capitalizações simples e compostas. Em qualquer um dos sistemas, o
capital, os juros, as taxas e o montante apresentam a mesma definição, e
tanto na capitalização simples como na composta, é importante entender
os princípios da matemática financeira, os quais podem ser calculados
por meio de fórmulas algébricas.
Neste capítulo, você entenderá a necessidade que as pessoas têm de
conhecer os fundamentos básicos da matemática financeira. Além disso, será
possível compreender como um valor aplicado a uma certa taxa de juros se
comporta no decorrer do tempo. Após esse entendimento, você terá acesso
ao uso da calculadora financeira, uma ferramenta essencial para quem deseja
ter agilidade na resolução dos problemas financeiros do cotidiano.
[...] os juros simples, pela sua facilidade de cálculo são utilizados comumente
em negócios entre pessoas físicas. São utilizados também em operações
comerciais como argumento de venda, pois, por esse regime, por meio de
artifícios de cálculo, as taxas de lucro poderão parecer maiores e as taxas de
juros menores. No mercado financeiro, só é utilizado em aplicações de curto
prazo, como open market ou overnight e em descontos de títulos. Para todos
os papéis de renda, sistema financeiro de habitação, crediários, utiliza-se o
regime de capitalização composta.
Taxa de juros
Tempo ou número
de períodos
Capital ou valor
principal
ou: ou:
PV = FV(1 + i)–n
Onde:
J = juro;
FV = valor final;
PV = valor principal;
i = taxa de juros;
n = número de períodos.
FV = PV + J
FV = PV(1 + i)n
ou ainda:
PV = FV(1 + i) –n
Luiz aplicou um certo capital a uma taxa de juros compostos de 1,2% ao mês, capita-
lizado mensalmente, produzindo um montante de R$ 3.500,00 após 10 meses. Qual
o valor aplicado por Luiz?
PV = ?
FV = 3.500
n = 10 meses
i = 1,2% a.m. ÷ 100 = 0,012
Por meio da resolução dessa fórmula, é possível concluir que Luiz Aplicou R$ 3.106,44.
É importante que você utilize uma calculadora científica para a resolução dos cálculos.
J = FV – PV
J = PV (1 + i)n – PV
J = PV [(1 + i)n – 1]
Maria fez um empréstimo a uma taxa de juros compostos de 2,8% ao mês, durante
6 meses, e pagou de juros o valor de R$ 7.500,00. Qual o valor que Maria pegou
emprestado?
PV = ?
FV = ?
Nessa situação, em que se quer descobrir o valor principal que Maria pegou empres-
tado, não é possível utilizar a fórmula do PV, visto que, para calcular por essa fórmula,
é necessário ter conhecimento do FV, de modo que, como só conhecemos o juro,
teremos de utilizar a fórmula do juro.
J = 7.500
n = 6 meses
i = 2,8% a.m.÷ 100 = 0,028
Se a inflação mensal está em torno 1,4%, em quanto tempo uma mercadoria que custa
R$ 7.500,00 atingirá o preço de R$ 7.819,43?
PV = 7.500
FV = 7.819,43
i = 1,4% a.m. ÷ 100 = 0,014
n=?
Taxas de juros
Na capitalização composta, as taxas de juros são definidas de uma maneira
especial, diferentemente dos juros simples, em que a taxa de 2% ao mês
representa o mesmo que 24% ao ano ou 12% ao semestre, ou seja, a relação
é linear. Pode-se dizer, então, que essas taxas são proporcionais. Entretanto,
nos juros compostos, a relação não é a mesma.
Taxa nominal
à pessoa física, é comum sermos informados da taxa anual que está sendo
praticada naquele momento. Entretanto, o prazo de formação de juros e a sua
incorporação ao capital que o produziu costumam ser de periodicidade menor,
geralmente mensal. À taxa informada, damos o nome de taxa nominal.
A taxa de juros é nominal quando a unidade referencial de tempo não
coincide com a unidade de tempo da capitalização. Por exemplo:
Para Azevedo (2015, p. 32), as taxas proporcionais estão ligadas a juros simples,
ao passo que as taxas equivalentes se associam a juros compostos. Todavia,
pode-se dizer também que as taxas equivalentes estão ligadas às duas capita-
lizações, e, sempre que solicitadas ao cálculo, é preciso saber qual o tipo de
capitalização. As taxas efetivas, por sua vez, estão ligadas somente aos juros
compostos. Desse modo, sempre que for dito a taxa efetiva, não será necessário
a especificação, visto que a taxa efetiva só é calculada no juro composto.
Conforme Assaf Neto (2012), por se tratar de capitalização exponencial,
a expressão da taxa equivalente composta é a média geométrica da taxa de
juros do período inteiro. Quando solicitado o cálculo da taxa efetiva ou da
taxa equivalente em juros compostos, duas fórmulas são usuais para o cálculo:
e
A primeira é utilizada quando se tem a taxa com o maior período e se
quer encontrar a taxa equivalente ao menor período, ao passo que a segunda
é utilizada quando se tem a taxa com o menor período e se quer encontrar a
taxa com o maior período.
Para entender melhor, veja os Exemplos 6 e 7.
Na HP 12c:
100 CHS PV (usa-se como valor principal);
121 FV (valor principal somado à taxa de juros);
12 n (período que buscamos);
i (taxa equivalente).
Na HP-12c:
100 CHS PV (usa-se como valor principal);
2,4 i (taxa de juros fornecidos);
3 n (período que buscamos);
FV (valor futuro);
100 – (subtrai-se o PV inicial para encontrar a taxa de juros).
ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
AZEVEDO, G. H. W. Matemática financeira: princípios e aplicações. São Paulo: Saraiva, 2015.
CASTANHEIRA, N. P.; MACEDO, L. R. D. Matemática financeira aplicada. 3. ed. Curitiba:
Ibpex, 2010.
ROHLOFF, D. B. Matemática financeira: administração. São Paulo: Pearson, 2009.
VERAS, L. L. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras, aplicações ao
mercado financeiro, introdução à engenharia econômica, 300 exercícios resolvidos e
propostos com respostas. São Paulo: Atlas, 2005.