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Ao(À) Sr(a).:
Prezados,
Servimo-nos do presente ofício circular para orientar acerca da definição da exceção do código F-05-18-0 da
DN 217/17 quanto a listagem de atividades efetivas e potencialmente poluidoras do meio ambiente.
Para tanto é necessário tecer algumas considerações quanto ao histórico referente à construção do Código F-
05-18-0 da Deliberação Normativa Copam nº 217/2017, vejamos.
Com a publicação da Resolução Conama nº 307, de 5 de julho de 2002, alterada pelas Resoluções Conama
348/2004, 431/2011, 448/2012 e 469/2015, foi estabelecida a proibição da disposição dos resíduos da
construção civil em áreas não regularizadas ambientalmente.
No período de vigência da Deliberação Normativa Copam nº 74/2004, havia um único código de atividade
relacionado à destinação de resíduos da construção civil - RCC, que englobava Aterro de RCC Classe A,
Á Á
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Área de Triagem e Transbordo de RCC - ATT e Área de Reciclagem de RCC Classe A. Esse código foi
incorporado na Deliberação Normativa nº 74/2004 pela Deliberação Normativa Copam nº 155/2010.
Durante a revisão da Deliberação Normativa nº 74/2004, foi sugerido o desmembramento desse código em
dois e que não fosse permitido LAS/cadastro para essas atividades. No fim, conforme Deliberação
Normativa Copam nº 217/2017, foram criados os códigos:
F-05-18-0 Aterro de resíduos da construção civil (classe “A”), exceto aterro para
armazenamento/disposição de solo proveniente de obras de terraplanagem previsto em projeto aprovado da
ocupação; e
A fim de disciplinar a destinação dos resíduos provenientes das atividades da construção civil e dos resíduos
volumosos, inibindo assim o descarte irregular desses resíduos em áreas públicas, corpos d'água, lotes vagos
e outros locais inadequados, foi editada a Deliberação Normativa Copam nº 155, de 25 de agosto de 2010.
A Deliberação Normativa Copam nº 155/2010 inseriu o código E-03-09-3 - Aterro e/ou área de reciclagem
de resíduos classe “A” da construção civil, e/ou áreas de triagem, transbordo e armazenamento transitório
de resíduos da construção civil e volumosos – no rol de atividades a serem licenciadas ambientalmente do
anexo único da Deliberação Normativa Copam nº 74/2004.
O intuito na época foi incorporar o que estava estabelecido em dois artigos da Deliberação Normativa nº
155/2010, que "Altera dispositivos da Deliberação Normativa COPAM nº 74, de 09 de setembro de 2004,
incluindo na listagem E códigos de atividade para manejo e destinação de resíduos da construção civil e
volumosos, e dá outras providências", sendo esses artigos:
Art. 3º - A recepção de solo com a finalidade de nivelamento da estrutura do terreno para imediata
ocupação por edificação ou outro uso urbano, prevista no âmbito do projeto aprovado dessa ocupação, será
dispensada de licenciamento ou autorização ambiental de funcionamento específicos.
A Deliberação Normativa Copam nº 217/2017, vigente deste 06 de março de 2018, revogou a Deliberação
Normativa Copam nº 74/2004 e a Deliberação Normativa Copam nº 155/2010.
Assim, a descrição do código E-03-09-3 da Deliberação Normativa 74/2004 foi incorporada nos códigos F-
05-18-0 - Aterro de resíduos da construção civil (classe “A”), exceto aterro para armazenamento/disposição
de solo proveniente de obras de terraplanagem previsto em projeto aprovado da ocupação e o F-05-18-1 -
Áreas de triagem, transbordo e armazenamento transitório e/ou reciclagem de resíduos da construção civil e
volumosos -, atualmente listados na Deliberação Normativa Copam nº 217/2017. Parte da descrição do
código E-03-09-3 foi para o código F-05-18-0. Além disso, o código F-05-18-0 também incorporou, em sua
descrição, as exceções para licenciamento ambiental estabelecidas nos artigos 2º e 3º da Deliberação
Normativa Copam nº 155/2010.
Destaca-se que, foi durante a 111ª Reunião Extraordinária da Câmara Normativa Recursal – CNR do Copam,
em 29/11/2017, que foram aprovados os códigos das listagens E e F. A finalização da redação do código F-
05-18-0 pela Semad levou em consideração o Parecer conjunto da Secretarias de Estado de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento – Seapa; de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior – Sedectess; de Estado de Transportes e Obras Públicas – Setop e de Estado de Cidades e de
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Integração Regional – Secir, que visou compatibilizar o texto do código com a redação do glossário que foi
aprovado na 107ª RO da CNR, em 25/10/2017.
Desse modo, a exceção trazida pelo código F-05-18-0 dispensa do licenciamento ambiental estadual o aterro
para armazenamento/disposição de solo previsto em projeto aprovado da ocupação, cujo solo seja
proveniente de obras de terraplanagem de origem interna ou externa à área do projeto aprovado da ocupação,
vejamos:
F-05-18-0 Aterro de resíduos da construção civil (classe “A”), exceto aterro para
armazenamento/disposição de solo proveniente de obras de terraplanagem previsto em projeto aprovado
da ocupação.
Pot. Poluidor/Degradador:
Porte:
Um aterro de RCC classe A é uma estrutura muito bem definida, que deve ser projetado, instalado e operado
de acordo com a NBR 15113: Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes
para projeto, implantação e operação. Sobre o tema, tem-se também a Resolução CONAMA nº 307/2002
que “Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil”.
A definição de aterro de resíduos classe A, trazida na Resolução CONAMA nº 307/2002, nos termos do
artigo 2º, inciso IX é:
“Aterro de resíduos classe A de preservação de material para usos futuros: é a área tecnicamente adequada
onde serão empregadas técnicas de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, visando a
preservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área,
utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde
pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente.”
Em seu artigo 2º, inciso I, temos a definição de resíduos da construção civil, vide:
No mesmo sentido, a norma acima mencionada traz em seu artigo 3º, inciso I, a definição de resíduos da
construção civil, classificados como Classe A:
Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta Resolução, da seguinte
forma:
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c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios
etc.) produzidas nos canteiros de obras;
Depreende-se das informações acima reproduzidas que, a disposição dos resíduos da construção civil Classe
A é permitida, porém esta dependente de prévio licenciamento ambiental, nos termos previstos nas normas
legais regulamentares.
Quanto à regularização ambiental, esta ocorrerá em obediência às normas ambientais, podendo ocorrer em
nível municipal, estadual ou federal, conforme ditames estabelecidos pela Lei Complementar 140 que fixa
normas, nos termos para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas
ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens
naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à
preservação das florestas, da fauna e da flora.
Rememoramos que a Deliberação Normativa nº 217/2017 exige licenciamento ambiental para o exercício da
atividade descrita no código F-05-18-0 (aterros de resíduos da construção civil Classe A), entretanto, o
mesmo ato normativo prevê exceção para aquelas atividades que sejam destinadas à disposição de solo
proveniente de obras de terraplanagem previsto em projeto aprovado da ocupação, portanto, é dispensando
de licenciamento ambiental estadual a atividade que detenha tal característica operacional.
Cumpre rememorar que conforme o artigo 3º, inciso I da Resolução Conama 307/2002 e NBR 15113, a
definição de resíduos da construção civil Classe A é:
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios
etc.) produzidas nos canteiros de obras.”.
Ademais, conforme Deliberação Normativa nº 155/2010, que embasou o surgimento da exceção do código
F-05-18-0, a recepção de solo com a finalidade de nivelamento da estrutura do terreno para imediata
ocupação por edificação ou outro uso urbano, prevista no âmbito do projeto aprovado dessa ocupação, será
dispensada de licenciamento ambiental.
Dessa normativa extrai-se que o volume de solo movimentado para a ocupação receptora é aquele necessário
de imediato para a execução de uma obra que se inicia com o nivelamento do terreno. Assim, fica clara a
diferenciação dessa exceção para o aterro de resíduos da construção civil classe A, cuja atividade principal é
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o recebimento, normalmente remunerado, de diversas fontes desses resíduos e por um longo período de
tempo.
Cumpre destacar que a utilização deste solo oriundo de terraplenagem, para aplicação em nivelamento de
área urbana ou rural, está consoante com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) no
que se refere a reutilização do resíduo:
Art. 9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade:
não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos.
Adentrando na forma de comprovação da exceção estipulada no código F-05-18-0, entende-se que ela está
relacionada à ligação entre o gerador e ao receptor do solo proveniente de obras de terraplanagem, sendo que
a recepção desse solo deve estar prevista no âmbito do projeto da ocupação e aprovada junto ao órgão
competente. Conforme zoneamento estabelecido pela Lei de Uso e Ocupação do Município, uma ocupação
em zona urbana deve obter autorização junto a Prefeitura Municipal, enquanto uma ocupação em zona rural
deve obter autorização junto ao Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
Quanto à procedência do solo proveniente de obras de terraplanagem, a obra geradora dos resíduos deve
dotar de Alvará, Licença ou Autorização municipal que autorize serviços de terraplanagem e movimentação
de solo, sendo uma informação relevante o volume a ser movimentado e sua destinação. Pode ser
interessante solicitar o projeto da obra, que deve ser dotado de Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART), bem como sua execução. Além disso, se o material foi comercializado, deve ser apresentada nota
fiscal.
Como já aqui exposto, a recepção de solo proveniente de obras de terraplanagem deve estar prevista em
projeto aprovado da ocupação. Esta ocupação é a área na qual o solo será empregado de imediato para
nivelamento do terreno e posterior edificação. Assim, conforme mencionado anteriormente, o
empreendimento deve estar de posse de Alvará, Licença ou Autorização municipal que autorize a obra e/ou
movimentação desse solo.
O Contrato de Prestação de Serviços entre o gerador e receptor do material também pode ser utilizado como
comprovação da movimentação, sendo imprescindível a estipulação da identificação do material, seu volume
e o local de destinação. Também corroboram para a comprovação documentos de cunho ambiental que
podem especificar a importância da finalidade do aterramento do solo proveniente de obras de
terraplanagem.
Diante do exposto, entende-se que o agente fiscalizador deve identificar em campo o tipo de resíduo disposto
na área de aterramento e então, conforme o caso, devem ser solicitadas as devidas comprovações ao
empreendedor.
De forma complementar, os documentos emitidos Sistema MTR-MG, instituído pela Deliberação Normativa
Copam nº 232/2019, servem para verificar as informações sobre o resíduo, o gerador, o transportador e o
destinador, dentre outras, nos casos em que haja o registro no sistema.
Inicialmente, percebe-se que fica claro nas definições elencadas acima que o solo proveniente de obras de
terraplanagem é um tipo de resíduo da construção civil classe A, entretanto, o recebimento exclusivo desse
material dispensa o licenciamento ambiental da atividade.
Logo, o aterro a ser dispensado de licenciamento não pode receber todo e qualquer resíduo classe A, devendo
se ater à exceção do disposto no código F-05-18-0 e receber somente solo proveniente de obras de
terraplanagem, conforme definição na Deliberação Normativa nº 217/2017.
Caso os resíduos enquadrados na Classe A, inclusive solos de terraplanagem, sejam dispostos em aterro,
devem ser verificadas as condições técnicas e ambientais constantes nas normas correlatas e solicitado ao
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Assim, verificamos as seguintes hipóteses que podem surgir no exercício do poder de polícia pelos agentes
fiscalizadores:
b) neste tipo de resíduo, a emissão de documentos via Sistema-MTR não é aplicável, de acordo com o
disposto no art. 2º da Deliberação Normativa Copam nº 232/2019, entretanto, caso exista a informação ela
poderá servir de suporte para conclusão acerca da regularidade da atividade pelos agentes fiscalizadores;
c) Deve ser apresentada documentação relacionada ao projeto aprovado da ocupação que comprove a
utilização do solo movimentado no terreno, podendo ser autorizações municipais ou projeto da obra dotado
de ART e aprovação do órgão municipal, quando em zona urbana, ou ainda, nos casos aplicáveis,
autorizações junto ao Incra quando em zona rural.
II. Para os casos de armazenamento/disposição de resíduos da construção civil classe A, em que se incluam
no exercício da atividade o recebimento de material de solo proveniente de obras de terraplanagem além de
outros elencados pela legislação que os define, será exigido licenciamento ambiental conforme parâmetros
operacionais previstos pela Deliberação Normativa 217/17;
III. Para os casos de armazenamento/disposição de demais resíduos da construção civil, mesmo que não haja
no exercício da atividade o recebimento de material de solo proveniente de obras de terraplanagem, será
exigido licenciamento ambiental conforme parâmetros operacionais previstos pela Deliberação Normativa
217;
Neste sentido, caso seja identificado a existência nos resíduos provenientes de movimentação de terra outros
materiais não listados no item 48 do glossário contido na Deliberação Normativa nº 217/2017, deverá ser
lavrado Auto de Infração, não se enquadrando a atividade na exceção da DN 217, conforme hipóteses acima
elencadas.
Por todo exposto, o exercício da atividade produtiva em que haja o recebimento de resíduos da construção
civil (classe A) que não seja exclusivamente proveniente de movimentação de terra deve ser objeto de prévio
licenciamento ambiental, e caso constatado por ação fiscalizatória a ausência dos referidos documentos deve
ser promovidas as ações ordinárias de imputação de penalidade decorrentes do exercício do poder de polícia,
conforme diretrizes estabelecidas pelo Decreto 47.383/18 em sua integralidade.
Portanto, essas são as diretrizes que devem ser adotadas pelas unidades administrativas no que tange a
fiscalização da atividade referenciada.
Servimo-nos do presente ofício circular para orientar acerca da definição da exceção do código F-05-18-0 da
DN 217/17 quanto a listagem de atividades efetivas e potencialmente poluidoras do meio ambiente.
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Para tanto é necessário tecer algumas considerações quanto ao histórico referente à construção do Código F-
05-18-0 da Deliberação Normativa Copam nº 217/2017, vejamos.
Com a publicação da Resolução Conama nº 307, de 5 de julho de 2002, alterada pelas Resoluções Conama
348/2004, 431/2011, 448/2012 e 469/2015, foi estabelecida a proibição da disposição dos resíduos da
construção civil em áreas não regularizadas ambientalmente.
No período de vigência da Deliberação Normativa Copam nº 74/2004, havia um único código de atividade
relacionado à destinação de resíduos da construção civil - RCC, que englobava Aterro de RCC Classe A,
Área de Triagem e Transbordo de RCC - ATT e Área de Reciclagem de RCC Classe A. Esse código foi
incorporado na Deliberação Normativa nº 74/2004 pela Deliberação Normativa Copam nº 155/2010.
Durante a revisão da Deliberação Normativa nº 74/2004, foi sugerido o desmembramento desse código em
dois e que não fosse permitido LAS/cadastro para essas atividades. No fim, conforme Deliberação
Normativa Copam nº 217/2017, foram criados os códigos:
F-05-18-0 Aterro de resíduos da construção civil (classe “A”), exceto aterro para
armazenamento/disposição de solo proveniente de obras de terraplanagem previsto em projeto aprovado da
ocupação; e
A fim de disciplinar a destinação dos resíduos provenientes das atividades da construção civil e dos resíduos
volumosos, inibindo assim o descarte irregular desses resíduos em áreas públicas, corpos d'água, lotes vagos
e outros locais inadequados, foi editada a Deliberação Normativa Copam nº 155, de 25 de agosto de 2010.
A Deliberação Normativa Copam nº 155/2010 inseriu o código E-03-09-3 - Aterro e/ou área de reciclagem
de resíduos classe “A” da construção civil, e/ou áreas de triagem, transbordo e armazenamento transitório
de resíduos da construção civil e volumosos – no rol de atividades a serem licenciadas ambientalmente do
anexo único da Deliberação Normativa Copam nº 74/2004.
O intuito na época foi incorporar o que estava estabelecido em dois artigos da Deliberação Normativa nº
155/2010, que "Altera dispositivos da Deliberação Normativa COPAM nº 74, de 09 de setembro de 2004,
incluindo na listagem E códigos de atividade para manejo e destinação de resíduos da construção civil e
volumosos, e dá outras providências", sendo esses artigos:
Art. 3º - A recepção de solo com a finalidade de nivelamento da estrutura do terreno para imediata
ocupação por edificação ou outro uso urbano, prevista no âmbito do projeto aprovado dessa ocupação, será
dispensada de licenciamento ou autorização ambiental de funcionamento específicos.
A Deliberação Normativa Copam nº 217/2017, vigente deste 06 de março de 2018, revogou a Deliberação
Normativa Copam nº 74/2004 e a Deliberação Normativa Copam nº 155/2010.
Assim, a descrição do código E-03-09-3 da Deliberação Normativa 74/2004 foi incorporada nos códigos F-
05-18-0 - Aterro de resíduos da construção civil (classe “A”), exceto aterro para armazenamento/disposição
de solo proveniente de obras de terraplanagem previsto em projeto aprovado da ocupação e o F-05-18-1 -
Áreas de triagem, transbordo e armazenamento transitório e/ou reciclagem de resíduos da construção civil e
volumosos -, atualmente listados na Deliberação Normativa Copam nº 217/2017. Parte da descrição do
código E-03-09-3 foi para o código F-05-18-0. Além disso, o código F-05-18-0 também incorporou, em sua
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Destaca-se que, foi durante a 111ª Reunião Extraordinária da Câmara Normativa Recursal – CNR do Copam,
em 29/11/2017, que foram aprovados os códigos das listagens E e F. A finalização da redação do código F-
05-18-0 pela Semad levou em consideração o Parecer conjunto da Secretarias de Estado de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento – Seapa; de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior – Sedectess; de Estado de Transportes e Obras Públicas – Setop e de Estado de Cidades e de
Integração Regional – Secir, que visou compatibilizar o texto do código com a redação do glossário que foi
aprovado na 107ª RO da CNR, em 25/10/2017.
Desse modo, a exceção trazida pelo código F-05-18-0 dispensa do licenciamento ambiental estadual o aterro
para armazenamento/disposição de solo previsto em projeto aprovado da ocupação, cujo solo seja
proveniente de obras de terraplanagem de origem interna ou externa à área do projeto aprovado da ocupação,
vejamos:
F-05-18-0 Aterro de resíduos da construção civil (classe “A”), exceto aterro para
armazenamento/disposição de solo proveniente de obras de terraplanagem previsto em projeto aprovado
da ocupação.
Pot. Poluidor/Degradador:
Porte:
Um aterro de RCC classe A é uma estrutura muito bem definida, que deve ser projetado, instalado e operado
de acordo com a NBR 15113: Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes
para projeto, implantação e operação. Sobre o tema, tem-se também a Resolução CONAMA nº 307/2002
que “Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil”.
A definição de aterro de resíduos classe A, trazida na Resolução CONAMA nº 307/2002, nos termos do
artigo 2º, inciso IX é:
“Aterro de resíduos classe A de preservação de material para usos futuros: é a área tecnicamente adequada
onde serão empregadas técnicas de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, visando a
preservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área,
utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde
pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente.”
Em seu artigo 2º, inciso I, temos a definição de resíduos da construção civil, vide:
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No mesmo sentido, a norma acima mencionada traz em seu artigo 3º, inciso I, a definição de resíduos da
construção civil, classificados como Classe A:
Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta Resolução, da seguinte
forma:
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios
etc.) produzidas nos canteiros de obras;
Depreende-se das informações acima reproduzidas que, a disposição dos resíduos da construção civil Classe
A é permitida, porém esta dependente de prévio licenciamento ambiental, nos termos previstos nas normas
legais regulamentares.
Quanto à regularização ambiental, esta ocorrerá em obediência às normas ambientais, podendo ocorrer em
nível municipal, estadual ou federal, conforme ditames estabelecidos pela Lei Complementar 140 que fixa
normas, nos termos para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas
ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens
naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à
preservação das florestas, da fauna e da flora.
Rememoramos que a Deliberação Normativa nº 217/2017 exige licenciamento ambiental para o exercício da
atividade descrita no código F-05-18-0 (aterros de resíduos da construção civil Classe A), entretanto, o
mesmo ato normativo prevê exceção para aquelas atividades que sejam destinadas à disposição de solo
proveniente de obras de terraplanagem previsto em projeto aprovado da ocupação, portanto, é dispensando
de licenciamento ambiental estadual a atividade que detenha tal característica operacional.
Cumpre rememorar que conforme o artigo 3º, inciso I da Resolução Conama 307/2002 e NBR 15113, a
definição de resíduos da construção civil Classe A é:
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios
etc.) produzidas nos canteiros de obras.”.
https://www.sei.mg.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=28776277&infr… 9/12
25/01/2021 SEI/GOVMG - 24632927 - Ofício Circular
Ademais, conforme Deliberação Normativa nº 155/2010, que embasou o surgimento da exceção do código
F-05-18-0, a recepção de solo com a finalidade de nivelamento da estrutura do terreno para imediata
ocupação por edificação ou outro uso urbano, prevista no âmbito do projeto aprovado dessa ocupação, será
dispensada de licenciamento ambiental.
Dessa normativa extrai-se que o volume de solo movimentado para a ocupação receptora é aquele necessário
de imediato para a execução de uma obra que se inicia com o nivelamento do terreno. Assim, fica clara a
diferenciação dessa exceção para o aterro de resíduos da construção civil classe A, cuja atividade principal é
o recebimento, normalmente remunerado, de diversas fontes desses resíduos e por um longo período de
tempo.
Cumpre destacar que a utilização deste solo oriundo de terraplenagem, para aplicação em nivelamento de
área urbana ou rural, está consoante com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) no
que se refere a reutilização do resíduo:
Art. 9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade:
não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos.
Adentrando na forma de comprovação da exceção estipulada no código F-05-18-0, entende-se que ela está
relacionada à ligação entre o gerador e ao receptor do solo proveniente de obras de terraplanagem, sendo que
a recepção desse solo deve estar prevista no âmbito do projeto da ocupação e aprovada junto ao órgão
competente. Conforme zoneamento estabelecido pela Lei de Uso e Ocupação do Município, uma ocupação
em zona urbana deve obter autorização junto a Prefeitura Municipal, enquanto uma ocupação em zona rural
deve obter autorização junto ao Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
Quanto à procedência do solo proveniente de obras de terraplanagem, a obra geradora dos resíduos deve
dotar de Alvará, Licença ou Autorização municipal que autorize serviços de terraplanagem e movimentação
de solo, sendo uma informação relevante o volume a ser movimentado e sua destinação. Pode ser
interessante solicitar o projeto da obra, que deve ser dotado de Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART), bem como sua execução. Além disso, se o material foi comercializado, deve ser apresentada nota
fiscal.
Como já aqui exposto, a recepção de solo proveniente de obras de terraplanagem deve estar prevista em
projeto aprovado da ocupação. Esta ocupação é a área na qual o solo será empregado de imediato para
nivelamento do terreno e posterior edificação. Assim, conforme mencionado anteriormente, o
empreendimento deve estar de posse de Alvará, Licença ou Autorização municipal que autorize a obra e/ou
movimentação desse solo.
O Contrato de Prestação de Serviços entre o gerador e receptor do material também pode ser utilizado como
comprovação da movimentação, sendo imprescindível a estipulação da identificação do material, seu volume
e o local de destinação. Também corroboram para a comprovação documentos de cunho ambiental que
podem especificar a importância da finalidade do aterramento do solo proveniente de obras de
terraplanagem.
Diante do exposto, entende-se que o agente fiscalizador deve identificar em campo o tipo de resíduo disposto
na área de aterramento e então, conforme o caso, devem ser solicitadas as devidas comprovações ao
empreendedor.
De forma complementar, os documentos emitidos Sistema MTR-MG, instituído pela Deliberação Normativa
Copam nº 232/2019, servem para verificar as informações sobre o resíduo, o gerador, o transportador e o
destinador, dentre outras, nos casos em que haja o registro no sistema.
Inicialmente, percebe-se que fica claro nas definições elencadas acima que o solo proveniente de obras de
terraplanagem é um tipo de resíduo da construção civil classe A, entretanto, o recebimento exclusivo desse
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Logo, o aterro a ser dispensado de licenciamento não pode receber todo e qualquer resíduo classe A, devendo
se ater à exceção do disposto no código F-05-18-0 e receber somente solo proveniente de obras de
terraplanagem, conforme definição na Deliberação Normativa nº 217/2017.
Caso os resíduos enquadrados na Classe A, inclusive solos de terraplanagem, sejam dispostos em aterro,
devem ser verificadas as condições técnicas e ambientais constantes nas normas correlatas e solicitado ao
empreendedor a documentação comprobatória da regularização ambiental, que pode ser o Certificado de
Licença Ambiental emitido pelo Município ou Estado referente à atividade enquadrada no código F-05-18-0
da Deliberação Normativa Copam nº 217/2017 ou a Autorização Ambiental de Funcionamento emitida pelo
Estado quando da vigência da Deliberação Normativa Copam nº 74/2004, referente à atividade enquadrada
no código E-03-09-3, ou ainda, outro documento comprobatório de licenciamento ambiental municipal que
seja decorrente da competência originária ou delegada.
Assim, verificamos as seguintes hipóteses que podem surgir no exercício do poder de polícia pelos agentes
fiscalizadores:
b) neste tipo de resíduo, a emissão de documentos via Sistema-MTR não é aplicável, de acordo com o
disposto no art. 2º da Deliberação Normativa Copam nº 232/2019, entretanto, caso exista a informação ela
poderá servir de suporte para conclusão acerca da regularidade da atividade pelos agentes fiscalizadores;
c) Deve ser apresentada documentação relacionada ao projeto aprovado da ocupação que comprove a
utilização do solo movimentado no terreno, podendo ser autorizações municipais ou projeto da obra dotado
de ART e aprovação do órgão municipal, quando em zona urbana, ou ainda, nos casos aplicáveis,
autorizações junto ao Incra quando em zona rural.
II. Para os casos de armazenamento/disposição de resíduos da construção civil classe A, em que se incluam
no exercício da atividade o recebimento de material de solo proveniente de obras de terraplanagem além de
outros elencados pela legislação que os define, será exigido licenciamento ambiental conforme parâmetros
operacionais previstos pela Deliberação Normativa 217/17;
III. Para os casos de armazenamento/disposição de demais resíduos da construção civil, mesmo que não haja
no exercício da atividade o recebimento de material de solo proveniente de obras de terraplanagem, será
exigido licenciamento ambiental conforme parâmetros operacionais previstos pela Deliberação Normativa
217;
Neste sentido, caso seja identificado a existência nos resíduos provenientes de movimentação de terra outros
materiais não listados no item 48 do glossário contido na Deliberação Normativa nº 217/2017, deverá ser
lavrado Auto de Infração, não se enquadrando a atividade na exceção da DN 217, conforme hipóteses acima
elencadas.
Por todo exposto, o exercício da atividade produtiva em que haja o recebimento de resíduos da construção
civil (classe A) que não seja exclusivamente proveniente de movimentação de terra deve ser objeto de prévio
licenciamento ambiental, e caso constatado por ação fiscalizatória a ausência dos referidos documentos deve
ser promovidas as ações ordinárias de imputação de penalidade decorrentes do exercício do poder de polícia,
conforme diretrizes estabelecidas pelo Decreto 47.383/18 em sua integralidade.
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Portanto, essas são as diretrizes que devem ser adotadas pelas unidades administrativas no que tange a
fiscalização da atividade referenciada.
Atenciosamente,
Referência: Caso responda este O cio, indicar expressamente o Processo nº 1370.01.0003656/2021-13 SEI nº 24632927
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