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MARINHA DO BRASIL
CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE GRAÇA ARANHA
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE-EFOMM
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE MÁQUINAS

LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUES


SÉRGIO RODRIGO ESCOSSIA DOS SANTOS
KAÍQUE DE ALMEIDA FALCO GAIO

COMBATE A INCÊNDIO À BORDO DE NAVIOS MERCANTES

RIO DE JANEIRO
2017
2

LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUES


SÉRGIO RODRIGO ESCOSSIA DOS SANTOS
KAÍQUE DE ALMEIDA FALCO GAIO

COMBATE A INCÊNDIO À BORDO DE NAVIOS MERCANTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como exigência para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Náuticas, especializado em
Máquinas Marítimas, do Curso de Formação de
Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante,
ministrado pelo Centro de Instrução Almirante
Graça Aranha.
Orientador(a): Prof: Alves

RIO DE JANEIRO
2017
3

LUCAS AMARAL DE FIGUEIREDO RODRIGUES


SÉRGIO RODRIGO ESCOSSIA DOS SANTOS
KAÍQUE DE ALMEIDA FALCO GAIO

COMBATE A INCÊNDIO À BORDO DE NAVIOS MERCANTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como exigência para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Náuticas, especializado em
Máquinas Marítimas do Curso de Formação de
Oficiais de Máquinas da Marinha Mercante,
ministrado pelo Centro de Instrução Almirante
Graça Aranha.

Data da Aprovação: ____/____/____

Orientador(a): Prof: Alves

___________________________________________________

Assinatura do(a) Orientador(a)

NOTA FINAL:____________
4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos nossos pais por todo o apoio que nos deram durante nossa
jornada sendo sempre as pessoas que mais nos apoiaram e incentivaram a seguir em
frente e nunca parar de lutar, pois não devemos desistir de nossos sonhos. Vocês
foram de fundamental importância em nossa vida.
Agradecemos aos nossos familiares e amigos, especialmente os mais próximos,
que nos ajudaram a superar barreiras e nos acolheram partilhando de sua amizade
verdadeira .
Agradecemos também a todos os nossos mestres que auxiliaram em nossos
desenvolvimentos intelectuais partilhando de seus vastos conhecimentos. Sem eles
jamais seríamos capazes de chegar até aqui. Seus conhecimentos e métodos de
ensino foram fundamentais para a conclusão deste trabalho.
Agradecemos também a Deus acima de todas as coisas, que nunca nos deixou
nos sentir sozinhos e desamparados.
5

Tudo o que é ouro não brilha; Nem todos


que vagueiam estão perdidos; O velho que
é forte não murcha; Raízes profundas não
são atingidas pela geada.
(J. R. R. Tolkien)
RESUMO

A bordo de qualquer navio moderno existem vários equipamentos de combate a


incêndio além de tripulações cada vez mais preparadas para detectar possíveis riscos
e efetuar o combate a qualquer foco de incêndio que surgir. Este trabalho trata-se de
abordar os variados tipos de incêndio e as técnicas utilizadas a bordo de navios
mercantes para que os incêndios sejam detectados, controlados e extintos, além de
apresentar as normas que envolvem os equipamentos e tripulantes quanto ao
combate a incêndio.

Palavras-chave: Combate. Incêndio. Equipamentos. Tripulantes.


ABSTRACT

On board any modern ship there are several firefighting equipment, as well as crews
more prepared to detect possible risks and to combat any fire source that may arise.
This work deals with the different types of fire and the techniques used on board
merchant ships so the fires can be detected, controlled and extinct, as well as to
present the norms that involve the equipment and crew in the fire fighting.

Keywords: Combat. Fire. Equipments. Crewmembers.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Quadrilátero do Fogo 12


Figura 2: Tipos de Incêndio 14
Figura 3: Propagação da fumaça em edifícios 16
Figura 4: Triângulo do fogo 25
Figura 5: Extintor de água para incêndio classe A e sólidos 50
Figura 6: Extintor de espuma mecânica de 10 litros 51
Figura 7: Extintor de dióxido de carbono 52
Figura 8: Extintor de pó químico 53
Figura 9: Extintor de pó químico seco 55
Figura 10: Tipos de incêndio 56
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 10
2 FOGO 11
2.1 Definição 11
3 INCÊNDIO 13
3.1 DEFINIÇÃO 13
4 A PROPAGAÇÃO DO FOGO E AS FASES DO INCÊNDIO 15
4.1 Fases do incêndia 15
4.2 Propagação do Calor 15
4.3 Propagação em Chaminés 16
5 COMBATE A INCÊNDIO EM NAVIOS 17
5.1 Finalidade 17
5.2 Disposições gerais 17
5.3 Procedimentos 18
5.4 Definições 23
6 PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS A BORDO DE 24
EMBARCAÇÕES E SUAS PREVENÇÕES
6.1 As principais causas de incêndios a bordo. 24
6.2 Prevenções 25
7 NR23-PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 26
7.1 Saídas de emergência 26
7.2 Portas-Condições de passagem 27
8 EQUIPAMENTOS PARA EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS E CUIDADOS A 35
SER TOMADOS
8.1 Agentes extintores 35
8.2 Mangueiras de incêndio 42
8.3 Esguicho universal e aplicadores 43
8.4 Esguichos variáveis 45
8.5 Esguichos de cortina de água e de ataque 45
8.6 Sistema de borrifo 45
8.7 Canhão de água 46
8.8 Espuma como agente extintor 46
8.9 EQUIPAMENTOS PARA PRODUÇÃO DE ESPUMA 47
8.10 ESTAÇÕES GERADORAS DE ESPUMA 48
8.11 EXTINTORES PORTÁTEIS 48
8.12 Extintores a água 49
8.13 Extintores de espuma 50
8.14 Extintores a dióxido de carbono 51
8.15 Extintores a ó químico 52
8.16 Extintores a pó seco (para metal e combustível) 53
8.17 Outros recursos 54
8.18 Identificação dos extintores portáteis 55
9 CONDIDERAÇÕES FINAIS 56
REFERÊNCIAS
10

1 INTRODUÇÃO

A marinha mercante sempre foi de notória importância no comércio mundial e


vem se desenvolvendo muito com o passar dos anos. Hoje em dia a maioria dos
transportes de carga são feitos pela marinha mercante e quase a totalidade dos
transportes de carga internacionais são feitos através de navios.
Infelizmente os incêndios são um problema recorrente que atinge o mundo
inteiro e podem causar muita destruição, visto que podem ser muito difíceis de ser
controlados, principalmente se o controle não for efetuado por profissionais treinados,
e podem se alastrar rapidamente.
Se as chances de ocorrer um incêndio em uma indústria, um galpão ou até
mesmo em uma residência são consideráveis é muito difícil dizer que um navio é um
lugar seguro para se trabalhar, visto que são transportadas grandes quantidades de
materiais inflamáveis, como óleo combustível e óleo lubrificante, além se serem
realizadas a bordo operações que poderiam facilmente ocasionar um incêndio e até
explosões, como soldas, operações com caldeiras e operações com motores de
grande porte.
Para contornar o alto risco de incêndio a bordo existem regras, tanto nacionais
como internacionais, para orientar quanto a prevenção, combate e equipamentos
usados para manter a carga e os tripulantes seguros quanto a fogo descontrolado.
11

2 FOGO

2.1 Definição

O fogo é a rápida oxidação de um combustível liberando luz, calor e resíduos


da combustão como cinzas, monóxido de carbono, dióxido de carbono e água. O fogo
é reação exotérmica que libera radiação do espectro infravermelho ao invisível.

2.1.1 quadrilátero do fogo

O quadrilátero do fogo representa os quatro elementos fundamentais para


produzir e manter a reação química do fogo. Cada um desses elementos é
fundamental e pela retirada de apenas um o fogo é extinto. Esses elementos são:
• Combustível: É qualquer composto que na presença de calor e oxigênio
iniciaria uma chama, ou seja, uma reação exotérmica que libera calor e radiação, os
materiais combustíveis são escolhidos para serem queimados de acordo com a
quantidade de energia liberada (fator primordial) e qualidade de sua queima. Os
combustíveis podem ser divididos em três tipos: Sólidos (madeira e carvão), líquidos
(álcool e gasolina) e gasoso (gás natural, butano e propano).
• Comburente: É qualquer substância oxidante que em contato com calor
e combustível gera uma chama. O principal comburente conhecido é o oxigênio que
compõe 21% do nosso ar atmosférico.
• Calor: É o fenômeno que para acontecer uma reação química de
combustão é necessário aquecer o combustível até uma temperatura mínima de
ignição. Vários fatores influenciam nessa quantidade de calor que deve ser fornecida
como: o combustível utilizado, a taxa de oxigênio presente no ar local e a pressão e
temperatura presente no ambiente.
• Reação em cadeia: É o processo de sustentabilidade da combustão, é
quando o fogo se auto alimenta mantendo o processo da queima, ou seja, o próprio
calor é gerado pela combustão do combustível mantém ativa a reação e, mesmo se
for afastado o elemento gerador de calor responsável pela temperatura de ignição, a
combustão continua acontecendo.
12

Figura 1: Quadrilátero do fogo

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/40/
13

3 INCÊNDIO

3.1 Definição

É o fogo de grandes proporções que destrói materiais que não estavam


destinados a servirem de combustível para essa queima. Incêndio é um fogo fora de
controle com risco para seres vivos e qualquer estrutura produzida pelo homem.

3.1.1 tipos de Incêndio.

Os incêndios podem ser classificados de acordo com o material usado na sua


queima. Eles podem ser divididos em cinco tipos.
❖ Classe A: É o incêndio que envolve queima de materiais sólidos como: carvão,
papel, madeira e tecidos.
❖ Classe B: É o incêndio que envolve a queima de materiais líquidos inflamáveis.
Vale ressaltar que a chama não consome o liquido inflamável em si mas na presença
de calor os líquidos inflamáveis desprende gases inflamáveis e esses sim são
consumidos pelas chamas. Alguns tipos de combustíveis desse tipo de incêndio são:
álcool, gasolina e diesel.
❖ Classe C: É o tipo de incêndio que envolve equipamentos elétricos energizados
quando ocorre curto circuitos nesses equipamentos a elevada temperatura faz com
que eles entrem em combustão.
❖ Classe D: Esse tipo de incêndio envolve a queima de metais pirofóricos com a
alta capacidade de entrar em combustão. Destacam-se potássio, sódio e alumínio.
❖ Classe K: É o tipo de incêndio que envolve a queima de gorduras animais e
vegetais. Esse tipo de incêndio é muito comum em acidentes de cozinha onde a falta
de limpeza dos restos de gordura podem iniciar uma combustão.
14

Figura 2: Tipos de Incêndio

Fonte: http://www.grupoalphaseg.com.br/Content/img/classes-incendio.png
15

4 A PROPAGAÇÃO DO FOGO E AS FASES DO INCÊNDIO

4.1 Fases do incêndio

❖ Eclosão: É a fase inicial do incêndio, ou seja, quando começa o fogo. A forma


como a reação descontrolada começa vai depender de diversos fatores, como
os vários tipos de materiais combustíveis presentes no local. A chama inicial
que gera um incêndio pode ser um simples cigarro descartado de forma
incorreta ou até uma explosão.
❖ Propagação: É nesse estágio que o fogo vai propagar e se espalhar para outros
ambientes, objetos e essa propagação ocorre por condução, convecção ou
irradiação. Dependendo da presença de materiais combustíveis no local como
gasolina, papeis e carvão o fogo pode se espalhar de forma bem rápida e ficar
cada vez mais difícil de ser extinto. Existem também outros elementos que
podem retardar o fogo como uma parede de concreto ou uma porta corta fogo.
Você saberá se o efeito da propagação será rápido ou não analisando o
ambiente ao seu redor.
❖ Combustão contínua: Essa fase ocorre quando o fogo se torna auto
sustentável. Ou seja, o calor que vai sendo liberado constantemente pelo fogo
já é suficiente para fazer com que outros materiais próximos também entrem
em combustão.
❖ Redução do fogo: Essa fase também e conhecida como diminuição das
chamas. Nessa fase o calor que vai sendo liberado pela combustão não possui
energia suficiente para manter a reação em cadeia e por isso as chamas vão
cessando lentamente até serem extintas.

4.2 Propagação do Calor

Durante um incêndio, existem duas correntes de ar que levam calor produzido


pelas chamas por convecção. Essas duas correntes são:
❖ A corrente de ar Endofocal: É a corrente de ar que se origina nas chamas e
depois retorna em direção a elas, assim mantendo o fornecimento de calor para
a reação em cadeia. A corrente Endofocal tem maior expressão em incêndios
em locais fechados.
16

❖ A corrente Exofocal: Faz com que o calor produzido pelas chamas se desloque
para longe do foco de incêndio para aquecer o meio externo. Essa corrente de
ar e desfavorável para a manutenção das chamas do incêndio, pois o calor que
serviria para manter a reação em cadeia é mandado para longe do foco de
incêndio.
.
4.3 Propagação em Chaminés

Analisando as formas como o calor originário da reação química do fogo pode


se propagar, para prevenir que incêndios se propaguem causando destruição de bens
materiais e ate riscos a pessoas as estruturas produzidas pelo homem atualmente
como prédios, fabricas e casas devem ser construídos com um numero razoável de
saídas de ar para facilitar as correntes exofocais.
O uso de chaminés é um ótimo recurso de prevenção de incêndios, já que a
fumaça produzida pelo fogo e imediatamente mandada para fora desse local
auxiliando as correntes exofocais.

Figura 3: Propagação da fumaça em edifícios

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-sOrpZjsS-Ps/
17

5 COMBATE A INCÊNDIO EM NAVIOS

5.1 Finalidade

A presente norma de procedimento operacional tem por finalidade padronizar


a conduta das guarnições das Unidades do CBMERJ que operam com embarcações
de combate a incêndio, dando subsídios para a tomada de decisões seguras,
avaliando a viabilidade de se combater a distância, de embarcar no navio ou não.
Desde a entrada do aviso de socorro no Centro de Operações das Unidades até a sua
atuação no combate a incêndio em navio, que não estejam atracados no porto.

5.2 Disposições gerais

1) Considerando que a operação com embarcação de médio e de pequeno porte é


mais eficiente quando efetua socorro à outra embarcação de médio e pequeno
porte, quando a operação envolve o socorro a navios de grande porte, ela se
transforma em uma das operações mais perigosas a ser executada no mar. A
principal preocupação deve ser com a vida dos tripulantes.
2) Considerando que, se o evento for em mar aberto oceânico, além das doze milhas
náuticas (22,22 quilômetros), o Salvamar Sueste da Marinha do Brasil
(https://www.com1dn.mar.mil.br/salvamar_sueste/index.php) deverá ser acionado
para efetuar o socorro e que a SsCO da Unidade deverá solicitar autorização da
Capitania dos Portos para se deslocar a essa distância.
3) Considerando que o Oficial Comandante de Operações deverá atentar para a
autonomia da embarcação da Corporação, já que o navio em chamas poderá estar
posicionado em mar aberto.
4) Considerando que o Oficial Comandante de Operações deverá atentar para as
condições meteorológicas na área marítima onde o navio em chamas se encontra.
5) Considerando que este tipo de operação envolve órgãos federais como o 1º
Distrito Naval (Salvamar Sueste), Capitania dos Portos
(https://www.cprj.mar.mil.br/), Autoridade Portuária e o Ibama.
6) Considerando que até as empresas de navegação estarão inseridas no incidente.
7) Considerando que a legislação que rege as operações nas lâminas d’água é objeto
do Direito Público Privado da União (Constituição Federal).
18

8) Considerando que o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro está


inserido nesse contexto, executando missões institucionais, como as operações
no mar, utilizando as embarcações existentes nas Unidades, com a premissa de
salvar e recolher pessoas em perigo e com segurança, atendendo às suas
necessidades médicas iniciais e levando-as para um local seguro.
9) Considerando que nesse tipo de incidente surge a figura da autoridade federal que
detém a jurisdição do incidente (1º Distrito Naval, Salvamar Sueste e Capitania
dos Portos) e a atuação da Corporação deverá ser no sentido da ação de ajuda
mútua, para que sejam evitados confrontos de jurisdição e atos isolados que
coloquem a integridade dos Bombeiros Militares e o equipamento em risco.
10) Considerando a existência de planos de contingência para o combate a incêndio
em navios e planos de contingências para incidentes nas áreas marítimas.
11) Ressaltando a importância da existência de planos de ação conjunta que definam
a atuação de cada órgão e o conhecimento dos seus recursos.
12) Considerando que os navios mercantes que se encontram na área também se
deslocarão para o local, em função de dispositivos eletrônicos de chamada de
socorro e detecção a bordo das embarcações que navegam nessa área oceânica.
13) Sendo assim, quando as Unidades da Corporação que têm serviço Marítimo de
Busca, Resgate e Combate a Incêndio forem acionadas para o evento de incêndio
em navio, deverão adotar as atitudes contidas no item 3.

5.3 Procedimentos

1) SsCO recebe um chamado para atender a emergência de combate a incêndio em


navio; o Oficial Comandante de Operações identifica a posição do navio; se estiver
dentro do alcance da embarcação da Corporação, deverá colher de maneira
detalhada: a coordenada geográfica, tipo de navio, carga transportada, número de
pessoas, número de feridos e com necessidades de atendimento especial, número
de vítimas fatais, se o combate foi iniciado pela brigada de incêndio do navio,
abrangência do incêndio, dinâmica do incêndio, se possui dispositivos de
flutuação, maneiras de se comunicar com o navio, as condições meteorológicas
no local e se fez alguma preparação para o abandono.
19

2) O Oficial Comandante de Operações fará uma avaliação sobre o quantitativo de


pessoal e dos materiais de combate a incêndio, para que sejam proporcionais às
dimensões do incidente.
3) A SsCO entra em contato com o COCB para informar sobre o incidente.
4) Se o julgamento do Oficial Comandante de Operações indicar a necessidade de
guarnições extras e/ou especializadas, essa necessidade ocorrerá no caso de
grande incêndio, do grande número de vítimas, de técnicas de salvamento
especiais (extricação, arrombamento, desencarceramento e mergulho).
5) O Oficial Comandante de Operações e/ou SsCO entra em contato com a
Autoridade Federal que detém a jurisdição do incidente (1º Distrito Naval,
Salvamar Sueste e Capitania dos Portos) para informar sobre o início da operação
do Corpo de Bombeiros e para se inserir no plano de contingência. Durante o
deslocamento, o trâmite de informações será mantido.
6) A(s) embarcação(ões) da Corporação se desloca(m) para a proximidade da
posição do navio em chamas.
7) A(s) embarcação(ões) da Corporação deverá(ao) tomar a posição a favor do vento
para evitar as chamas e os efeitos dos resíduos do incêndio.
8) Desde o início da Operação, deverá ser criado um canal de comunicação entre o
Oficial Comandante de Operações e/ou o Oficial Bombeiro Militar Comandante do
Incidente e o Coordenador de Missão do Salvamar Sueste. Com eventos de
grande porte e grande repercussão, vai existir necessidade de uma coordenação
em nível interagências para todo o tipo de finalidade.
9) O Oficial Comandante de Operações deverá avaliar inicialmente se é seguro
embarcar com guarnição e materiais no navio, levando em consideração se o
incêndio é no porão de carga, se a carga é inflamável e se existe o risco de
explosão. Se o incêndio é de grande magnitude e ocupa área considerável do
convés e superestrutura do navio, então não é recomendado o embarque. Nesse
caso, deverão ser empregados os canhões monitores das embarcações de grande
porte que se encontram nas proximidades e os da embarcação da Corporação.
Nesse caso, o Oficial Cmt de Operações deverá avaliar se é sustentável combater
com o canhão monitor. Se o convés estiver livre de chamas, a superestrutura
estiver com chamas incipientes e abaixo dele no compartimento das máquinas não
houver sinais de explosão, liberação de chamas de grande amplitude e também
20

se o navio não estiver adernado, portanto com área livre para estabelecimento de
zona fria e morna, então a avaliação indica que é possível o embarque no navio.
10) O Oficial Cmt de Operações deverá avaliar de forma conjunta com a Autoridade
que detém a jurisdição do local, se é seguro permanecer na proximidade, pois
somente embarcações de casco de aço e sistema de proteção contra caloria
irradiada têm a capacidade de se expor a caloria extrema.
11) Se não for possível o embarque com as guarnições, então as embarcações da
Corporação irão atuar no recolhimento de náufragos que estejam na água,
prestando os primeiros socorros aos feridos, efetuando a operação de rebocar as
embarcações de abandono (baleeira) dos navios e transportar os mesmos para
um ponto base para o atendimento em hospital de referência.
12) Se houver barreiras linguísticas entre as guarnições do CBMERJ e a tripulação,
deve-se ter em mente que o idioma oficial a bordo é o inglês; mesmo assim, se a
barreira linguística continuar, então poderá ser solicitado um intérprete junto à
Marinha do Brasil (1º Distrito Naval, Salvamar Sueste e Capitania dos Portos).
13) As guarnições deverão embarcar no navio pelas escadas de portaló e de quebra-
peito; as embarcações da Corporação deverão atracar a contrabordo, os materiais
deverão ser içados por cabos, as mangueiras deverão estar fixadas desde a
embarcação até o convés do navio.
14) O Comandante do navio não deverá ter a sua responsabilidade nem a sua
autoridade restringidas. Ele deverá assessorar o Corpo de Bombeiros com a sua
experiência, ser a ligação entre a tripulação e o Corpo de Bombeiros e, por seu
conhecimento sobre o navio e sua operação, o Oficial Comandante de Operação
deverá buscar esta assessoria.
15) O Oficial Comandante de Operações deverá atuar de forma conjunta com o
Comandante do navio e a sua tripulação, pois os tripulantes poderão ser
empregados como grupo de ação por conhecerem as instalações e a dinâmica
que envolve as alterações a que o navio estará sujeito e os tipos de emergência
que poderão ocorrer secundariamente.
16) O Oficial Comandante de Operações deverá observar o plano de combate a
incêndio do navio e o manifesto da carga perigosa, que tratam dos recursos
existentes a bordo para combater incêndios e características da carga perigosa,
incluindo métodos de combater o incêndio, rotas de fuga, recursos materiais
existentes a bordo e informações importantes.
21

17) Deve ser estabelecida uma área fria no convés, livre de riscos, que é a zona de
controle do incidente, onde está o comando do incidente e o suporte para o
controle do incidente (fornecimento de materiais, logística, suprimento de água,
acionamento de outras Unidades etc.). Deve ser estabelecida uma zona morna,
que é uma zona do controle do incidente, área que circunda a zona quente, onde
os Bombeiros Militares poderão estar expostos a baixos níveis dos produtos
resultantes da combustão; esta zona serve como ponto de avaliação e preparação
para a entrada na zona quente. Deve ser determinada a zona quente, que é a área
do incêndio e área que circunda imediatamente os materiais perigosos, que deverá
se estender o suficiente para prevenir os efeitos adversos do incêndio, produtos
da combustão e/ou produtos perigosos que são liberados para as guarnições fora
desta zona.
18) Quando o Oficial Cmt de Operações chegar à zona quente, deverá avaliar in loco:
a localização do fogo, tipo, tamanho e extensão da área envolvida, perigo de
extensão, perigo de propagação, verificar os tipos de materiais envolvidos, o perigo
de vida para as guarnições, avaliar o grau de alagamento e o grau de
comprometimento da estabilidade do navio.
19) O combate ao incêndio poderá ser feito pelas bombas de incêndio do próprio navio.
As guarnições que adentrarem o interior de um compartimento deverão estar
vestidas de forma adequada para espaços confinados e principalmente com
equipamento de respiração autônoma e cabo-guia. Um membro da guarnição que
esteja do lado de fora do compartimento fará o controle do tempo de ar restante
nas ampolas. Os membros das guarnições deverão ter em mente que a troca das
ampolas, se for feita no interior de um compartimento, este deverá estar livre de
fumaça e de contaminação para garantir a troca das garrafas de ar de forma
segura. As guarnições farão o estabelecimento dos materiais para combater o
incêndio. A comunicação entre os membros das guarnições será feita por meio de
rádios, ressaltando que os rádios portáteis do navio poderão ser empregados, por
utilizarem uma frequência que facilita a comunicação entre as anteparas de aço.
O combate será baseado em estratégia ofensiva ou defensiva. A ofensiva é
empregada quando é detectado um ambiente sustentável a bordo e quando os
recursos são adequados. A estratégia defensiva é empregada quando os recursos
são insuficientes para extinguir as chamas e existe risco sério de perigo para as
guarnições. As guarnições de Bombeiros Militares devem esperar que a autoridade
22

federal que detém a jurisdição do incidente determine o reboque do navio para fora
do porto ou para um lugar apropriado, para que o combate continue. O Oficial Cmt
de Operações vai empregar o conjunto de táticas que melhor se aplicar à situação,
como: proteção contra a exposição do fogo, confinamento das chamas, ataque
direto ou indireto, prevenção da propagação das chamas, ventilação e exaustão.
Outras táticas dependerão do Oficial Bombeiro Militar Comandante do Incidente
(oficial que assume o incidente pela parte da Corporação) e do comandante do
navio, como: fechamento a distância de portas corta-fogo, comando de ventilação
e exaustão a distância, detecção a distância da localização do calor, fumaça, fogo
e escapamento de gases, emprego do sistema de spray de água, disparo do
sistema fixo de CO2 e esgotamento. As guarnições de Bombeiros deverão estar
atentas para o disparo do sistema fixo de alagamento de CO2, que está instalado
no compartimento das máquinas, que tem o seu acionamento precedido por
alarmes; neste caso, o Chefe da Guarnição será notificado para que evacue o
local.
20) Se o plano de chamada do navio acusar a falta de um tripulante ou houver
necessidade de resgate, uma operação de busca e resgate será iniciada. Primeiro
vai fazer a busca no local mais provável de encontrá-la; o plano de combate a
incêndio do navio será consultado, materiais para a comunicação, iluminação e
arrombamento serão utilizados e o EPI completo para espaço confinado deverá
ser utilizado. As guarnições da Corporação especializadas em produtos perigosos,
resgate em altura e espaços confinados, bem como a de mergulho, poderão ser
empregadas.
21) O Oficial Comandante de Operações deve ter em mente que as condições do
incêndio poderão mudar e, em consequência, a autoridade federal que detém a
jurisdição do incidente.
22) O Oficial Bombeiro Militar Comandante do Incidente determinará um local no
convés, na zona fria, para a triagem dos feridos, prestando a assistência inicial e
removendo os mais graves por helicópteros ou embarcações.
23) O Oficial Bombeiro Militar Comandante do Incidente vai se certificar de que o
perigo passou. A avaliação poderá ser feita em conjunto com a tripulação da
embarcação e militares da Marinha do Brasil
23

24) Deve ser feita uma avaliação de que a área afetada pelo incêndio está liberada
para a entrada de não Bombeiros Militares, civis, membros da tripulação e/ou
outras pessoas.
25) O espaço afetado deverá ser analisado por detectores de atmosfera perigosa.
26) Poderão ser enviados para bordo pela companhia de navegação e/ou outros
órgãos federais especialistas químicos que irão certificar que os espaços atingidos
são seguros para a entrada de pessoas.
27) O navio estará sob a autoridade do seu Comandante.
28) A embarcação deverá sofrer inspeção minuciosa por parte do Oficial Comandante
de Operações ou outro procedimento similar será determinado pelo Comandante
do Incidente, com a finalidade da anotação e da produção de relatórios. Obs.:
Outras ações referentes ao navio sinistrado poderão ser determinadas pela
autoridade federal que detém a jurisdição do incidente, podendo o Comandante de
Operações argumentar, acatando a decisão final da referida autoridade.

5.4 Definições

❖ Salvamar Sueste – Centro de controle regional da Marinha do Brasil, para a


busca e resgate para mar aberto.
❖ Canhões monitores – Estrutura móvel que está instalada na frente da
embarcação, por onde a água é expelida.
❖ Manifesto da carga perigosa – Documento que acompanha a carga do navio
indicando as suas características e a sua localização.
❖ Anteparas – Estrutura separações verticais que subdividem em
compartimentos o espaço interno do casco, em cada pavimento.1

1
http://pop.cbmerj.rj.gov.br/arquivos/I_09_Incendio_em_Navios_AN.pdf. Acessado em: 04 de maio de
2017.
24

6 PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS A BORDO DE EMBARCAÇÕES E


SUAS PREVENÇÕES

6.1 As principais causas de incêndios a bordo.

A grande maioria dos casos de acidente a bordo são provenientes de erro


humano, seja por falta de preparo para manusear os equipamentos ou até por
negligencia dos marítimos quanto as normas de segurança e prevenção de acidentes.
As principais causas de incêndios a bordo são:
• Cigarros e fósforos atirados em locais impróprios
• Trapos e estopas embebidos em óleo ou graxa
• Acúmulo de gordura nas telas e dutos de extração da cozinha
• Serviços com equipamento de solda elétrica ou oxi-acetileno
• Porão com acúmulo de óleo ou lixo
• Vasilhames destampados contendo combustíveis voláteis
• Uso desnecessário de materiais combustíveis
• Instalações e equipamentos elétricos deficientes.
• Materiais inflamáveis ou combustível de bordo, tais como óleos, graxas, tintas
e solventes armazenados indevidamente
• Presença de vazamentos em sistemas de óleo combustível e lubrificante
• Partes aquecidas de máquinas próximas a redes de óleo
• Uso de ferramentas manuais ou elétricas em tanques não devidamente
desgaseificados, ou nos compartimentos adjacentes a esses tanques
• Fritadores elétricos superaquecidos
• Descuido com lâmpadas desprotegidas
• Segurança quanto aos incêndios
A segurança pode ser alcançada atentando-se aos três elementos
fundamentais do controle de incêndios: Prevenção, Combate ao foco de incêndio e
Reparação.
Destes três elementos fundamentais do controle de incêndios o mais
importante e a prevenção. A prevenção e de caráter primordial pois e a única medida
de segurança que procura impedir que o incêndio aconteça e assim reduzindo os
acidentes e danos financeiros relacionados a incêndio a zero adágio popular:
25

Figura 4: Triângulo do fogo

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-sOrpZjsS-Ps/

6.2 Prevenções

A prevenção é composta das seguintes medidas:


a) Identificação dos riscos.
b) Definição das medidas de proteção contra os riscos identificados:
• Individuais;
• Coletivos.
c) Formação das pessoas nas técnicas e metodologias de prevenção e limitação
das avarias.
d) Realização de exercícios regulares (drills) de treino nas técnicas, metodologias
e ações de limitação de avarias.
e) Vigilância permanente por parte dos tripulantes do navio.
f) Fiscalização pela empresa e pelas autoridades competentes (Port State Control)
de que as normas e regulamentações em vigor estão a ser cumpridas pelo navio e
respectivos tripulantes.
g) Existência da sinalização de segurança normalizada, visível e facilmente
entendível por todos, afixada nos locais próprios a bordo do navio.
7 NR23-PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

“A proteção contra incêndios é uma das Normas Regulamentadoras que disciplina


sobre as regras complementares de segurança e saúde no trabalho previstas no art. 200 da
CLT.
26

O referido artigo, especificamente no inciso IV, dispõe sobre a proteção contra incêndio
em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de
portas e paredes, construção de paredes contra fogo, diques e outros anteparos, assim como
garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com
suficiente sinalização.
Todos os locais de trabalho deverão possuir:
o Proteção contra incêndio;
o Saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso
de incêndio;
o Equipamento suficiente para combater o fogo em seu início;
o Pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos.

7.1 Saídas de emergência

Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e


dispostas, de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-
los com rapidez e segurança, em caso de emergência.
A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro e vinte
centímetros).
O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de
trabalho.
Onde não for possível o acesso imediato às saídas, deverão existir, em caráter
permanente e completamente desobstruídos, circulações internas ou corredores de
acesso contínuos e seguros, com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte
centímetros).
Quando não for possível atingir, diretamente, as portas de saída, deverão
existir, em caráter permanente, vias de passagem ou corredores, com largura mínima
de 1,20m (um metro e vinte centímetros) sempre rigorosamente desobstruídos.
As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas
por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída.
As saídas devem ser dispostas de tal forma que, entre elas e qualquer local de
trabalho, não se tenha de percorrer distância maior que 15m (quinze metros) nos de
risco grande e 30m (trinta metros) de risco médio ou pequeno.
27

Estas distâncias poderão ser modificadas, para mais ou menos, a critério da


autoridade competente em segurança do trabalho, se houver instalações de chuveiros
sprinklers, automáticos, e segundo a natureza do risco.
As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem degraus;
as passagens serão bem iluminadas.
Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem
suavemente e, neste caso, deverá ser colocado um "aviso" no início da rampa, no
sentido do da descida.
Escadas em espiral, de mãos ou externas de madeira, não serão consideradas
partes de uma saída

7.2 Portas-Condições de passagem

As portas de saída devem ser de batentes, ou portas corrediças horizontais, a


critério da autoridade competente em segurança do trabalho.
As portas verticais, as de enrolar e as giratórias não serão permitidas em
comunicações internas.
Todas as portas de batente, tanto as de saída como as de comunicações
internas, devem:
o Abrir no sentido da saída;
o Situar-se de tal modo que, ao se abrirem, não impeçam as vias de
passagem.
As portas que conduzem às escadas devem ser dispostas de maneira a não
diminuírem a largura efetiva dessas escadas.
As portas de saída devem ser dispostas de maneira a serem visíveis, ficando
terminantemente proibido qualquer obstáculo, mesmo ocasional, que entrave o seu
acesso ou a sua vista.
Nenhuma porta de entrada, ou saída, ou de emergência de um estabelecimento
ou local de trabalho, deverá ser fechada a chave, aferrolhada, ou presa durante as
horas de trabalho.
Durante as horas de trabalho, poderão ser fechadas com dispositivos de
segurança, que permitam a qualquer pessoa abri-las facilmente do interior do
estabelecimento, ou do local de trabalho.
28

Em hipótese alguma as portas de emergência deverão ser fechadas pelo lado


externo, mesmo fora do horário de trabalho.
Escadas: Todas as escadas, plataformas e patamares deverão ser
feitos com materiais incombustíveis e resistentes ao fogo.
Ascensores: Os poços e monta-cargas respectivos, nas construções de
mais de 2 (dois) pavimentos, devem ser inteiramente de material
resistente ao fogo.
Portas contra fogo: As caixas de escadas deverão ser providas de
portas corta-fogo, fechando-se automaticamente e podendo ser abertas
facilmente pelos 2 (dois) lados.
Combate ao fogo: Tão cedo o fogo se manifeste, cabe:
o Acionar o sistema de alarme;
o Chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros;
o Desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando a operação do
desligamento não envolver riscos adicionais;
o Atacá-lo o mais rapidamente possível, pelos meios adequados.
As máquinas e aparelhos elétricos que não devam ser desligados em caso de
incêndio deverão conter placa com aviso referente a este fato, próximo à chave de
interrupção.
Poderão ser exigidos, para certos tipos de indústria ou de atividade em que
seja grande o risco de incêndio, requisitos especiais de construção, tais como portas
e paredes corta-fogo ou diques ao redor de reservatórios elevados de inflamáveis.
Exercício de alerta: Os exercícios de combate ao fogo deverão ser feitos
periodicamente, objetivando:
o Que o pessoal grave o significado do sinal de alarme;
o Que a evacuação do local se faça em boa ordem;
o Que seja evitado qualquer pânico;
o Que sejam atribuídas tarefas e responsabilidades específicas aos
empregados;
o Que seja verificado se a sirene de alarme foi ouvida em todas as áreas.
Os exercícios deverão ser realizados sob a direção de um grupo de pessoas,
capazes de prepará-los e dirigi-los, comportando um chefe e ajudantes em número
necessário, segundo as características do estabelecimento.
29

Os planos de exercício de alerta deverão ser preparados como se fossem para


um caso real de incêndio.
Nas fábricas que mantenham equipes organizadas de bombeiros, os exercícios
devem se realizar periodicamente, de preferência, sem aviso e se aproximando, o
mais possível, das condições reais de luta contra o incêndio.
As fábricas ou estabelecimentos que não mantenham equipes de bombeiros
deverão ter alguns membros do pessoal operário, bem como os guardas e vigias,
especialmente exercitados no correto manejo do material de luta contra o fogo e o seu
emprego.
Classes de fogo: Será adotada, para efeito de facilidade na aplicação
das presentes disposições, a seguinte classificação de fogo:
▪ Classe A - são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem
em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos,
madeira, papel, fibras, etc.;
▪ Classe B - são considerados inflamáveis os produtos que queimem somente
em sua superfície, não deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas,
gasolina, etc.;
▪ Classe C - quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados como
motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc.;
▪ Classe D - elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.
Extinção por meio de água: Nos estabelecimentos industriais de 50
(cinquenta) ou mais empregados, deve haver um aprisionamento
conveniente de água sob pressão, a fim de, a qualquer tempo, extinguir
os começos de fogo de Classe A. Os pontos de captação de água
deverão ser facilmente acessíveis, e situados ou protegidos de maneira
a não poderem ser danificados. Os pontos de captação de água e os
encanamentos de alimentação deverão ser experimentados,
frequentemente, a fim de evitar o acúmulo de resíduos. A água nunca
será empregada:
o Nos fogos da Classe B, salvo quando pulverizada sob a forma de
neblina;
o Nos fogos da Classe C, salvo quando se tratar de água pulverizada;
o Nos fogos da Classe D;
30

Os chuveiros automáticos, conhecidos como "splinklers", devem ter seus


registros sempre abertos e só poderão ser fechados em casos de manutenção ou
inspeção, com ordem da pessoa responsável.
Um espaço livre de pelo menos 1,00m (um metro) deve existir abaixo e ao redor
das cabeças dos chuveiros, a fim de assegurar uma inundação eficaz.
Extintores: Em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho só
devem ser utilizados extintores de incêndio que obedeçam às normas
brasileiras ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, garantindo essa
exigência pela aposição nos aparelhos de identificação de conformidade
de órgãos de certificação credenciados pelo INMETRO.
Extintores portáteis: Todos os estabelecimentos, mesmo os dotados de
chuveiros automáticos, deverão ser providos de extintores portáteis, a
fim de combater o fogo em seu início. Tais aparelhos devem ser
apropriados à classe do fogo a extinguir. O extintor tipo "Espuma" será
usado nos fogos de Classe A e B.O extintor tipo "Dióxido de Carbono"
será usado, preferencialmente, nos fogos das Classes B e C, embora
possa ser usado também nos fogos de Classe A em seu início. O extintor
tipo "Químico Seco" usar-se-á nos fogos das Classes B e C. As unidades
de tipo maior de 60 a 150 kg deverão ser montadas sobre rodas. Nos
incêndios Classe D, será usado o extintor tipo "Químico Seco", porém o
pó químico será especial para cada material. O extintor tipo "Água
Pressurizada", ou "Água-Gás", deve ser usado em fogos da Classe A,
com capacidade variável entre 10 (dez) e 18 (dezoito) litros. Outros tipos
de extintores portáteis só serão admitidos com a prévia autorização da
autoridade competente em matéria de segurança do trabalho. Método
de abafamento por meio de areia (balde areia) poderá ser usado como
variante nos fogos das Classes B e D. Método de abafamento por meio
de limalha de ferro fundido poderá ser usado como variante nos fogos
da Classe D.

Tabela 1: Prática de Classes de Fogo X Extintores


31

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-sOrpZjsS-Ps/

Inspeção dos Extintores: Todo extintor deverá ter 1 (uma) ficha de controle de
inspeção. Para obter um modelo de inspeção de extintores. Cada extintor
deverá ser inspecionado visualmente a cada mês, examinando-se o seu
aspecto externo, os lacres, os manômetros quando o extintor for do tipo
pressurizado, verificando se o bico e válvulas de alívio não estão entupidos.
Cada extintor deverá ter uma etiqueta de identificação presa ao seu bojo, com
data em que foi carregado, data para recarga e número de identificação. Essa
etiqueta deverá ser protegida convenientemente a fim de evitar que esses
dados sejam danificados. Os cilindros dos extintores de pressão injetada
deverão ser pesados semestralmente. Se a perda de peso for além de 10 (dez)
por cento do peso original, deverá ser providenciada a sua recarga. O extintor
tipo "Espuma" deverá ser recarregado anualmente. As operações de recarga
32

dos extintores deverão ser feitas de acordo com normas técnicas oficiais
vigentes no País.
Quantidade de extintores: Nas ocupações ou locais de trabalho, a quantidade
de extintores será determinada pelas condições seguintes, estabelecidas para
uma unidade extintora:
CLASSE DE
ÁREA COBERTA OCUPAÇÃO DISTÂNCIA
RISCO DE
P/ UNIDADE DE * Segundo Tarifa de MÁXIMA A SER
FOGO
EXTINTORES Seguro Incêndio do PERCORRIDA
Brasil - IRB (*)

500 m² Pequeno "A" - 01 e 02 20 metros

"B" - 02, 04, 05


250 m² Médio 10 metros
ou 06

"C" - 07, 08, 09,


150 m² Grande 10 metros
10, 11, 12 e 13

Independentemente da área ocupada, deverá existir pelo menos 2 (dois) extintores


para cada pavimento.
Unidade extintora

NÚMERO DE EXTINTORES QUE


CAPACIDADE DOS
SUBSTÂNCIAS CONSTITUEM UNIDADE
EXTINTORES
EXTINTORA

Espuma 10litros 1
5 litros 2

Água Pressurizada ou Água 10 litros 1


Gás 2
33

Gás Carbônico (CO2) 6 quilos 1


4 quilos 2
2 quilos 3
1 quilo 4

Pó Químico Seco 4 quilos 1


2 quilos 2
1 quilo 3

Localização e sinalizações dos extintores: Os extintores deverão ser colocados em


locais:
o De fácil visualização;
o De fácil acesso;
o Onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso.
Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados por um círculo
vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas.
Deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a
qual não poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo
de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro).
Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60m (um metro e
sessenta centímetros) acima do piso. Os baldes não deverão ter seus rebordos a
menos de 0,60m (sessenta centímetros) nem a mais de 1,50m (um metro e cinquenta
centímetros) acima do piso.
Os extintores não deverão ser localizados nas paredes das escadas.
Os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre o livre acesso a
qualquer ponto de fábrica.
Os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais.

Sistemas de alarme: Nos estabelecimentos de riscos elevados ou médios, deverá


haver um sistema de alarme capaz de dar sinais perceptíveis em todos os locais
da construção. Cada pavimento do estabelecimento deverá ser provido de um
número suficiente de pontos capazes de pôr em ação o sistema de alarme
adotado. As campainhas ou sirenes de alarme deverão emitir um som distinto em
34

tonalidade e altura de todos os outros dispositivos acústicos do estabelecimento.


Os botões de acionamento de alarme devem ser colocados nas áreas comuns dos
acessos dos pavimentos. Os botões de acionamento devem ser colocados em
lugar visível e no interior de caixas lacradas com tampa de vidro ou plástico,
facilmente quebrável. Esta caixa deverá conter a inscrição Quebrar em caso de
emergência”.2

8 EQUIPAMENTOS PARA EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS E CUIDADOS A SER


TOMADOS

8.1 Agentes extintores

2
Base legal: NR-23;Art. 200 da CLT;Portaria MTb nº 290/1997 e os citados no texto
http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/nr23.htm. Acessado em: 04 de maio de 2017
35

Agentes extintores são materiais que, como o nome sugere, são usados para
extinguir as chamas de um processo de combustão. Os agentes extintores podem
extinguir as chamas através de três processos: abafamento, resfriamento ou
isolamento. Os agentes extintores mais usados a bordo são:
▪ Água;
▪ Espuma;
▪ CO2
▪ Vapor;
▪ Pó Químico
▪ Halon
▪ Solução Aquosa de Carbonato de Potásio (APC).
Água: É o agente extintor de uso mais comum, visto que e o agente extintor mais
recomendado para incêndios em materiais combustíveis sólidos, ou seja, a maioria
dos casos de incêndio, sendo utilizado sob três formas básicas:
▪ Jato Sólido
▪ Neblina de Alta Velocidade
▪ Neblina de Baixa Velocidade.
O Jato Sólido: Consiste em um jato de agua de formato cônico lançado a uma
pressão muito alta, por meio de um esguicho de descarga. Ao lançar agua em alta
pressão esta penetra bem fundo no material alvo e além de encharcar o material
ela o resfria, assim fazendo com que o a chama seja extinta e ainda previne contra
um novo surgimento da chama nesse material. Em casos onde o incêndio atinge
materiais de fácil e rápida combustão o material atingido deve ser completamente
encharcado, pois nesses casos até mesmo uma simples brasa poderia fazer com
que o incêndio ressurgisse após ser extinto.
 Neblina de alta velocidade e neblina de baixa velocidade: As neblinas de agua
consistem em uma porção de agua que e pulverizada sobe os focos de
incêndio. Tanto a neblina de alta velocidade como a de baixa velocidade são
muito eficientes para o combate a incêndio de classe “A” em grandes áreas já
que a agua pulverizada se espalha rapidamente além de fazer com que a
temperatura do material com que ela tem contato caia rapidamente e o incêndio
e extinto por resfriamento. Além disso as neblinas de agua são muito utilizadas
pelas equipes de combate a incêndio para a sua própria proteção, como por
exemplo quando as equipes tem que avançar dentro de um local onde as
36

chamas estão alcançando altitudes próximas ou superiores aos seus rostos ou


quando as equipes tem que combater um foco de incêndio em um local
fechado. Nesses casos a neblina e utilizada para impedir que as chamas
alcancem as equipes e também servem para ser direcionadas diretamente para
os focos de incêndio reduzindo suas chamas para que em seguida as equipes
possam usar o jato de agua para extinguir o incêndio de maneira mais rápida.
As neblinas de agua também são bem eficientes para extinguir incêndios da
classe ”B” por resfriamento. Nesse caso o jato de agua não pode ser utilizado
pois apenas ocasionaria o turbilhonamento líquido inflamado sem extinguir as
chamas.
 A agua não deve ser usada como agente extintor da classe “C” por ser um
condutor de eletricidade(a condutividade fica ainda maior se tiver misturada a
sais minerais, como e o caso da agua salgada). Isso poderia ocasionar um
choque elétrico na pessoa que esta combatendo o fogo além de causar um
curto circuito que destruiria os componentes do circuito elétrico. Caso não
estejam disponíveis extintores que poderiam apagar o incêndio classe “C” de
maneira devida pode ser usada uma neblina de agua de alta velocidade para
apagar o fogo devendo-se sempre atentar para que as pessoas que estão
combatendo o fogo fiquem a uma distância de pelo menos dois metros dos
equipamentos elétrico para reduzir bastante a chance das pessoas envolvidas
serem atingidas por uma descarga elétrica. Esse método não e o ideal pois um
curto circuito pode ser causado pela neblina. Qualquer que seja a forma
empregada para lançar agua sobre um material em chamas a agua sempre
extinguirá o fogo por resfriamento abaixando a temperatura do material e
cortando a reação em cadeia, mas parte da agua lançada no fogo pode se
transformar em vapor devido a alta temperatura e assim o vapor também ajuda
a apagar o fogo pelo processo de abafamento. Nesse caso a agua extingue o
fogo por resfriamento e, como efeito secundário, o vapor extingue o fogo por
abafamento.
Espuma: A espuma e um agente extintor que e usado apenas nos focos de
incêndio da classe “B”. Esse agente extintor apaga o fogo principalmente por
abafamento e não deve ser usado contra incêndios de classe “A” porque não
consegue penetrar no material solido em chamas e não deve ser usado nos
37

incêndios de classe “C” porque também pode avariar os componentes elétricos. A


bordo há dois tipos de espuma:
▪ Química
▪ Mecânica
Sendo que ambas atuam apagando o fogo pelo mesmo principio.
Espuma Química: Encontrada em extintores portáteis.
Espuma Mecânica: Esse tipo de espuma e gerada em equipamentos que tem a
função de gerar grandes quantidades de espuma que serviriam pra apagar o fogo
sobre um derramamento de óleo no mar, por exemplo. A agua e misturada com o
agente gerador de espuma proporcionamente com aproximadamente 85% (em
peso) na composição da espuma, ajudando a espuma a apagar o fogo com um
efeito secundário de resfriar o liquido inflamado.
CO2: O CO2 e um gás inerte, isto é, um gás que não alimenta a combustão e por ser barato
e de fácil acesso ele e o gás mais usado como agente extintor em extintores portáteis. Esse gás
apaga o fogo por abafamento, já que faz com que a concentração de oxigênio na área onde
ele e empregado reduza drasticamente a níveis muito baixos a ponto de não ser mais possível
existir uma combustão nesse local por falta de comburente. O CO2 é também um gás mau
condutor de eletricidade e, por isso, é muito indicado para incêndios classe “C”, já que
pode extinguir o fogo sem o risco de avarias para os equipamentos elétricos. o
CO2 é um agente extintor muito usado a bordo já que e muito útil por ser empregado em
incêndios das classes “B” e “C”.
Vapor: O vapor de água pode ser utilizado como agente extintor extinguindo o fogo
por abafamento, mas não e muito utilizado, já que além de não apagar o fogo por
resfriamento devido a sua alta temperatura todo o compartimento em que o vapor
vai ser empregado deve ser isolado e suas saídas de ventilação devem ser
fechadas para evitar que esse vapor cause danos aos tripulantes, danos esses
que podem chegar até a morte. O vapor de água pode ser utilizado como agente
extintor extinguindo o fogo por abafamento mas não e muito utilizado, já que além
de não apagar o fogo por resfriamento devido a sua alta temperatura todo o
compartimento em que o vapor vai ser empregado deve ser isolado e suas saídas
de ventilação devem ser fechadas para evitar que esse vapor cause danos aos
tripulantes, danos esses que podem chegar até a morte .
38

Pó químico seco (PQS): Usado para combate a incêndios em líquidos inflamáveis,


mas também podem ser usados para combater incêndios em equipamentos
elétricos.
Bicarbonato de Potássio (PKP): É um agente extintor à base de bicarbonato de
potássio, eficiente no combate a incêndios de classe “B” por cortar a reação em
cadeia. O PKP também pode ser utilizado para combater incêndios de classe “C”,
porém não é o agente extintor mais recomendado, já que deixa resíduos muito
difíceis de serem removidos.
Pó Seco (MET-L-X): É empregado apenas no combate a incêndios em metais
combustíveis( agente extintor mais eficiente no combate a incêndio de classe “D”).
Halon: O Halon e encontrado em extintores portáteis e sistemas fixos. O Halon
forma uma nuvem de gás que extingue o fogo através do método da quebra da
reação em cadeia. Existem dois tipos: o Halon 1211 e o 1301.O Halon 1301 pode
ser utilizado para combate em áreas onde a fluxo de pessoas, desde que durante
o momento de sua aplicação ninguém esteja presente. O Halon 1211 e mais toxico,
sendo indicado para uso em áreas com pouco fluxo de pessoas, que devem
esperar o gás ser dissipado completamente para transitarem pelo local.
Solução aquosa de bicarbonato de Potássio: O carbonato de Potássio (APC) é
usado a bordo de navios para extinguir incêndios de classe ”K”, nas fritadeiras,
ventilações da cozinha e dutos de extração. A técnica mais utilizada para
combater incêndios de classe “K” e a aplicação de soluções alcalinas como o
APC, porque ao entrarem em contato direto com os óleos e/ou gorduras em
chamas cria uma espume que cobre o foco de incêndio e o apaga por
isolamento.
Cuidados a serem tomados com os agentes extintores: Todos os agentes
extintores apresentam efeitos sobre os materiais em que eles são usados,
podendo danificar equipamentos ou até causar perdas humanas caso haja
exposição então os agendes extintores devem ser cuidadosamente
empregados dependendo de cada situação para prevenir o aumento dos danos
causados peço fogo e prevenir acidentes que poderiam ser causados por uma
tentativa de combate a incêndio.
Água: O uso de agua a bordo para combate a incêndio deve ser analisado
dependendo do foco de incêndio. E desaconselhável usar agua em forma de
39

jato de agua para fainas demoradas por poder esgotar reservas de agua doce
além de causar perda de estabilidade por criar um efeito de superficie livre.
Quando utilizada em jato sólido, pode avariar equipamentos frágeis por causa
do impacto da água. Pode causar curto circuito em equipamentos elétricos.
Pode causar acidentes caso utilizada sob a forma de jato de agua se acertar
em pessoas. Caso entre em contato com equipamentos elétricos energizados
pode causar choque elétrico em pessoas próximas, caso estas estejam em
contato com a água.
Espuma:
▪ Assim como a agua, e condutora de eletricidade e pode causar choque elétrico
em pessoas próximas caso o jato de espuma atinja equipamentos elétricos
energizados.
▪ Pode causar curto circuito e destruir equipamentos elétricos.
▪ Por possuírem propriedades corrosivas podem avariar alguns materiais.
▪ Produz irritação na pele e, principalmente, nos olhos em caso de contato.
CO2:
▪ Quando utilizado em ambientes fechados pode reduzir drasticamente a
concentração de Oxigênio no local e causar morte por asfixia.
▪ O CO2 é armazenado em comprimido e ampolas. Ao ser liberado para um
ambiente com menor pressão absorve calor conforme se expande. Se for
liberado a curta distancia em direção a pessoas pode causar queimaduras de
frio.
▪ Por poder armazenar energia estática não e aconselhável disparar CO2 sobre
combustíveis de alta inflamabilidade como a gasolina, por exemplo, a menos
que esse combustível já esteja em chamas.
Agentes em pó
▪ Os produtos empregados na sua composição são não tóxicos, entretanto se
inalados podem causar dificuldade respiratória e podem atrapalhar com a
visibilidade.
▪ Podem dar origem a maus contatos e baixas de isolamento em equipamentos
elétricos e eletrônicos.
Vapor
▪ Requer a retirada de todo o pessoal do compartimento. Submete todos os
equipamentos contidos no compartimento a uma temperatura elevada.
40

Halon:
▪ “O Halon 1301, numa concentração entre 5 e 7%, não causará efeito danoso
caso aexposição seja de até cinco minutos. Em uma concentração entre 7 e 10
% por um período de um minuto, alguns sintomas se fazem notar, como perda
da coordenação motora e redução da acuidade mental sem, contudo,
incapacitar a pessoa. Para concentração acima de 10%, durante um minuto de
exposição, a pessoa ficará totalmente incapacitada. Se o período for maior que
um minuto, ocorrerá o desmaio e possivelmente a morte.
▪ Para o Halon 1211, em uma concentração de até 4%, é aceitável a
permanência no ambiente por cinco minutos, no máximo. Em concentração de
4 a 5%, o máximo aceitável é um minuto de permanência. Acima de 5%, é
recomendável evitar qualquer contato ou exposição ao agente. Se alguma
pessoa sofre os efeitos de ter respirado o Halon, deve ser removida para um
local de ar fresco até que uma pessoa qualificada dê o devido socorro médico.
▪ Quando um incêndio é extinto por um agente qualquer derivado
de hidrocarbonetos halogenados, alguns cuidados devem ser tomados, pois,
além dos subprodutos comuns oriundos da combustão, o Halon se decompõe
a 5000C (9000F), formando diversos elementos tóxicos entre os quais ácido
clorídrico, ácido fluorídrico e ácido bromídrico. Esses subprodutos são
altamente nocivos à vida humana, podendo causara morte quase
instantaneamente. Portanto, sabendo-se que o halon foi utilizado para extinguir
incêndio em um compartimento, para se efetuar a reentrada, será
obrigatoriamente necessário o uso de um equipamento autônomo de
respiração, observando-se um tempo mínimo de quinze minutos após ter sido
comprovada a extinção do incêndio pela redução da temperatura no
compartimento.” 3
Medidas preventivas: Por mais seguras que sejam as embarcações modernas
em relação a incêndios devido as diversas técnicas de prevenção e impossível
reduzir a zero a chance de acontecer um incêndio por esse motivo não só a
prevenção deve ser de extrema importância mas também a detecção, não só

3
https://www.goconqr.com/p/890724-combate-a-inc-ndio---cap-tulo-tr-s-quizzes. Acesso em: 04
de maio de 2017
41

de focos de incêndio, mas também de possíveis riscos e outras irregularidades


que possam causar um incêndio. Para previnir um possível incêndio de forma
eficaz deve-se atentar para qualquer tipo de material combustível que esteja a
bordo. Quanto ao material combustível presente a bordo, 5 importantes
aspectos devem ser analisados:
➢ Eliminação do material desnecessário à operação do navio e especificação do
material de bordo. Todo o material desnecessário deve ser desembarcado. Ao mesmo
tempo todos os materiais combustíveis essenciais para a operação do navio que
permanecerem a bordo devem ser guardados em locais específicos e devem ser de
conhecimento de todos os tripulantes tanto a sua localização quanto as medidas especiais que
devem ser tomadas para o combate a incêndio caso esses materiais forem atingidos.
➢ Limitação da quantidade de materiais inflamáveis ao mínimo necessário na
operação em vista.
➢ A quantidade de combustíveis como HFO, óleo lubrificante e Diesel devem ser
embarcados de acordo com a quantidade que será gasta na viagem planejada.
Devem ser evitados excessos por segurança.
➢ Armazenamento e proteção do material combustível. O lugar onde os materiais
combustíveis devem ser armazenados e de extrema importância para a segurança
dos tripulantes ao se evitar o máximo possível que riscos sejam formados.
Materiais combustíveis não devem ser armazenados acima da linha d’água. Isso
deve ser evitado o máximo possível, pois caso entrem em combustão a fumaça
gerada pode atrapalhar muito a visão do piloto e assim prejudicando o governo do
navio. Se o armazenamento desses materiais combustíveis no convés não puder
ser evitado eles deverão ser armazenados o mais a rápido possível na
embarcação. Nenhum combustível volátil deve ser deixado perto das entradas de
ar da praça de maquinas, pois os vapores desprendidos desses combustíveis ao
entrar em contato com alguns equipamentos de alta temperatura da praça de
maquinas poderão se inflamar. Os locais adequados para armazenar material
combustível são os compartimentos localizados abaixo da linha d’água. Todos os
combustíveis líquidos devem ser guardados em recipientes próprios com tampa
hermética. A armazenagem de líquidos inflamáveis deve ser feita em
compartimento apropriado e com ventilação forçada.
➢ Manutenção do navio nas suas melhores condições de resistência ao fogo. Pode
ser alcançado através:
42

▪ Da realização de frequentes inspeções, de modo a manter os riscos de


incêndio reduzidos ao mínimo
▪ Do contínuo esforço da tripulação em se conscientizar quanto a
importância da prevenção de possíveis riscos que poderiam gerar focos
de incêndio além de fazer vários treinamentos de adestramento a fim de
deixar os tripulantes aptos a terem respostas rápidas quanto aos
processos de detecção e combate a incêndio a bordo
Perigos adicionais com o navio em período de reparo. Os principais perigos
adicionais com o navio em período de reparo são os seguintes:
▪ Processos de solda e corte o que aumenta o risco de incêndios devido
ao calor gerado;
▪ Grande número de cabos elétricos energizados;
▪ Tripulação reduzida a bordo e interrupção de comunicações interiores, o
que poderia gerar uma demora na disseminação do alarme de incêndio;
▪ Rede de incêndio e sistemas fixos de extinção de incêndios em reparo
ou operando com restrições.

8.2 Mangueiras de incêndio

As mangueiras adotadas a bordo são as de borracha e lona dupla nos


diâmetros de1½", 2", 2½" e 3½" . As seções são de 15m ou 25 m de comprimento,
com união macho em uma extremidade e fêmea na outra.
Para reduzir o atrito com a agua e possibilitar que essa flua com maior
velocidade o revestimento interno e feito de borracha e liso. Da manipulação das
mangueiras de 2½" ou maiores sob pressão é muito difícil. As mangueiras de 2½" são,
geralmente, utilizadas para dar maior extensão a linhas de mangueiras. As
mangueiras de 2½" geralmente alimentam duas mangueiras 1½" através de uma
conexão em Y. As mangueiras de 1½" são as mais usadas para combater focos de
incêndio, pois fornecem uma boa vazão de agua e, ao mesmo tempo, onde fácil
manuseio. Navios dotados com estações de alta capacidade para geração de espuma
utilizam também uma mangueira de 3½" para obter uma alta vazão.
As mangueiras não devem ser pressurizadas ate estarem no local do foco e
prontas para iniciar o combate ao incêndio, pois são de difícil manuseio. Antas de se
começar o combate as mangueiras são pressurizadas e testadas. Quando houver a
43

necessidade de se estender longas linhas de mangueiras, deve-se estender linhas de


mangueiras de 2½" porque as linhas de1½" podem não dar vazão o suficiente para
que o incêndio seja combatido de forma eficiente. Apenas próximo à área do foco de
incêndio que são adaptadas as linhas de mangueira de 1½".Quando as mangueiras
forem aduchadas, o procedimento padrão para evitar avarias nas mangueiras deve
ser seguido: estende-se a mangueira no convés, a mangueira e então dobrada sob si
mesma, até que a união macho, vindo por cima, chegue a cerca de 1,20 m da
extremidade fêmea. A mangueira e então recolhida enrolada a partir da extremidade
doseio. Ao terminar a aducha, a união fêmea estará por fora e, no fim da segunda
volta, a união macho estará com a rosca devidamente protegida.
As mangueiras deverão ser conservadas limpas, porem não e aconselhado
lavá-las a não ser que fiquem sujas de materiais que podem deteriorar sua camada
de borracha, como óleo.
Nesses casos, deverão ser lavadas com água doce, escova macia e sabão ou
detergente neutro. Depois de serem lavadas as mangueiras devem ser estendidas
para secarem sob a luz do sol. Todas as mangueiras deverão ser inspecionadas
semanalmente, a fim de se verificaria presença de umidade.
A união dupla fêmea é utilizada especialmente para unir duas mangueiras ligadas à
tomada de incêndio para estender o tamanho da mangueira de incêndio.

8.3 Esguicho universal e aplicadores

O principal tipo de esguicho usado a bordo é o universal. O esguicho universal,


fornecido nas dimensões de 1½" e 2½", possui uma válvula de três posições,
comandada por uma alavanca, e dois orifícios de descarga. Operando a alavanca
pode-se acionar um jato d’agua pelo orifício superior, ou uma neblina de agua
pulverizada, pelo orifício inferior.
Os jatos de água produzidos pelo esguicho universal devem obedecer a
determinadas padronizações quanto a forma, consistência e alcance. Um outro fator
que deve ser observado e a queda de pressão quando a linha de mangueiras e muito
extensa e a queda de pressão quando varias mangueiras estão conectadas em uma
mesma tomada. Sempre que possível deve-se ligar mangueiras em tomadas
diferentes para se evitar essa queda pressão. Com a alavanca na posição avançada
o esguicho estará fechado, impedindo a passagem de água. Na posição oposta o
44

esguicho produzira o jato d’agua pelo orifício superior com pressão máxima. Quando
a alavanca esta posicionada na posição do meio a neblina será liberada pelo orifício
inferior. A neblina e pré selecionada como de alta ou baixa velocidade adaptando-se
o borrifador adequado para o tipo de neblina desejado.
A pressão mínima necessária para produzir neblina nos pulverizadores é 70
lb/pol.2.Pode-se elevar a pressão a níveis próximos de 100 lb/pol.2 e, assim, melhorar
a eficiência do esguicho. A neblina de baixa velocidade é produzida por orifícios
pequenos e, dessa forma, produz gotículas reduzidas de agua que possuem um
alcance menor que a neblina de alta velocidade. O
pulverizador de baixa velocidade é conectado diretamente ao tubo aplicador. Existem
três tipos de aplicadores:
▪ 1" de diâmetro, 1,2 m (4 pés) de comprimento e ponta recurvada de 60°
▪ 1" de diâmetro, 3,0 m (10 pés) de comprimento e ponta recurvada de 90°
▪ 1½" de diâmetro, 3,6 m (12 pés) de comprimento e ponta recurvada de 90°
Tanto o pulverizador de 4 pés quanto o pulverizador de 10 pés de comprimento
são usados com es esguicho de 1½", já o pulverizador de 12 pés e usado com o
esguicho de 2½". baixa possui menor alcance e maior difusão das partículas de água.
Os difusores de neblina de baixa velocidade possuem um alcance menor que os
difusores de alta velocidade, porem são mais eficientes para resfriar materiais, porque
suas gotículas de agua são menores e, assim, são mais eficientes para fazer trocas
de calor. O esguicho de baixa velocidade e muito usado, não só para a proteção das
equipes quando estas avançam em lugares tomados por chamas, mas também para
resfriar compartimentos e reduzir as chamas antes mesmo da entrada das equipes.

8.4 Esguichos variáveis

São equipamentos utilizados unicamente para a proteção da equipe que esta


combatendo o incêndio. Os modelos mais antigos desse equipamento não possuíam
jato solido e sim apenas uma neblina de espuma cuja vazão pode ser controlada
através de um anel de controle de vazão. O agente formador de espuma desse
equipamento é conhecido como ESPUMA FORMADORA DE PELÍCULA AQUOSA
(“AQUEOUS FILM FORMINGFOAM”). Por causa desse nome eles são chamados de
esguicho AFFF ou esguicho de vazão variável.
45

Os esguichos AFFF modernos receberam a possibilidade de produzir jato


solido e mantar sua vazão constante.
As diferenças mais significativas entre os vários modelos de esguichos
variáveis são na presença ou não de punho para ajudar a manusear o esguicho e no
material o qual esse punho e feito, ou seja, não possuem diferenças significativas
sobre seu funcionamento e todos operam sobre o mesmo princípio. A rotação de uma
rosca na saída do difusor variável controla a forma de sua neblina.
Na maioria dos casos o fechamento do esguicho e feito por uma alavanca, mas
alguns esguichos adotam o fechamento através da rotação da rosca do difusor. O
esguicho variável produz padrões de esguicho de jato sólido, neblina estreita (difusão
de 30°), neblina media (difusão de 60°) e neblina larga (difusão de 90° ate 110°).

8.5 Esguichos de cortina de água e de ataque

Ambos são semelhantes ao esguicho variável. Diferem principalmente quanto


a sua vazão, a qual é um pouco menos que a do esguicho variável.

8.6 Sistema de borrifo

Os sistemas de borrifo são umas das formas mais eficientes de combate ao


incêndio, já que combatem os focos de incêndio no início e assim impedem que o fogo
se alastre e cause grande destruição, além de atuar de forma automática tendo uma
resposta rápida ou atuando por controle a distância e possibilitando o combate sem
ser necessário o risco humano das equipes de combate a incêndio e, caso as equipes
tenham que atuar mesmo com a operação do sistema de borrifo, esse sistema atenua
as chamas e torna a atuação das equipes mais segura. Na rede de incêndio existe
uma válvula que serve para fazer operar o sistema de borrifo a distância e logo após
essa válvula existe um dispositivo que permite o teste de operação da rede. A rede de
borrifo pode ser constituída por tubulações com furos dispostos uniformemente ou
dispor de pulverizadores de agua dispostos estrategicamente. As redes de incêndio
podem ser dotadas de dois tipos distintos de pulverizadores: os pulverizadores que
formam uma cortina com uma boa vazão de agua (conhecidos como pulverizadores
“chuveiro”) ou pulverizadores que formam uma neblina de baixa velocidade. O sistema
de borrifo mais usado é o que utiliza os chuveiros automáticos. Nesse caso os
46

pulverizadores são acionados pela presença de fluxo de calor proveniente da


combustão e cada pulverizador e acionado independentemente. Tal sistema tem
como vantagem usar somente os pulverizadores necessários e, nesse caso, o
desperdício de agua e a avaria de materiais sensíveis a agua que não estão em
contato com o incêndio são evitados. A rede de borrifo é carregada com agua doce,
pois agua salgada, embora abundante nos mares e oceanos onde os navios navegam,
e corrosiva e causa avarias nas maquinas e equipamentos dos navios. Os chuveiros
automáticos são conhecidos como "SPRINKLERS". Esses chuveiros consistem em
uma válvula que é mantida fechada por uma ampola de vidro que possui um liquido
altamente expansível em seu interior. Ao ser aquecido, esse liquido se expande até
romper a ampola e abrir a válvula, liberando o borrifo.

8.7 Canhão de água

Nos navios de socorro e rebocadores estão presentes os canhões de água,


que servem para prestar auxílio a navios com incêndios de grande proporção.

8.8 Espuma como agente extintor

A espuma é o agente indicado para extinção de incêndio classe “B”.O jato de


espuma deve ser direcionado para uma antepara ou qualquer superfície de onde a
espuma pode escorrer até o incêndio. A espuma não deve ser apontada diretamente
para as chamas. A espuma química é mais substancial que a espuma mecânica,
assim sendo o seu emprego é mais eficaz nos combustíveis de menor viscosidade e,
a espuma mecânica, por ser mais fluida, e muito melhor para ser empregada em
incêndios cujo acesso e dificultado por obstáculos A espuma mecânica apresenta
outras duas vantagens em relação a espuma química:
▪ Uma película é formada na superfície do combustível liquido impedindo que
este desprenda vapores de combustíveis;
▪ A camada de espuma isola o comburente da superfície do combustível.
▪ Borrifos, tanto de porões, quanto de teto ou lançamento de espuma usando FB
5X/NPU são outras formas de se utilizar a espuma e vale ressaltar que pelo
menos uma das mangueiras da linha de combate a incendia deve ser operada
usando espuma como agente extintor. Os esguichos FB 5X e NPU não servem
47

para proteger os tripulantes que estão efetuando o combate ao incêndio,


devendo-se utilizar uma outra linha de mangueira a base de agua para
acompanhar o avanço da equipe de combate efetuando sua proteção enquanto
a extinção do fogo e realizada. A espuma é constituída de cerca de 85% de
água (em peso) e cerca de 90% de ar ou CO2 (em volume).

8.9 Equipamentos para produção de espuma

Há uma grande variedade de equipamentos geradores de espuma. Os de uso


mais comum são:
▪ AFFF- Para espuma química
▪ Extintores portáteis.- Para espuma mecânica
▪ Esguicho variável;
▪ Esguichos de cortina d’água e de ataque;
▪ Esguicho NPU (Navy Pick-Up Unity) com tubo de aspiração;
▪ Esguicho FB 5X e FB 10X;
▪ Esguicho universal para neblina de alta e com aplicador para neblina de baixa
velocidade;
▪ Misturador tipo “FW”;
▪ Estações geradoras de espuma e
▪ Misturador Entrelinhas.

8.10 Estações geradoras de espuma

Navios de grande risco de incêndios classe “B”, tais como os navios tanques e
químicos, necessitam estacoes de geração de espuma com grande vazão a fim de
que o incêndio possa ser extinto de maneira rápida e eficiente. Estações centrais, de
alta capacidade, fazem a mistura proporcional de agua e o elemento gerador de
espuma, que é enviada para os canhões e as tomadas de incêndio especiais
localizadas em locais estratégicos, como o convés, tanques de combustível e óleo
lubrificante e praças de máquinas.
As características básicas das estacoes geradoras de espuma são:
▪ Um tanque para armazenagem e pronta utilização do elemento gerador de
espuma;
48

▪ Um filtro instalado entre a rede de incêndio e a estação;


▪ Uma válvula, instalada entre o filtro e o misturador. Ela pode ser aberta por uma
válvula piloto acionada por solenoide;
▪ Um misturador

8.11 Extintores portáteis

Extintores portáteis são equipamentos destinados ao combate de pequenos


focos de incêndio, não sendo recomendável ser usados para extinção de incêndios
de maior porte, tanto pela sua capacidade, quanto pelo risco aos tripulantes. O uso de
extintores de incêndio portáteis deve ser acompanhado da preparação de meios de
extinção de incêndio de maior porte, como as mangueiras de incêndio, mesmo que o
tripulante julgue que o foco de incêndio possa ser controlado com os extintores
portáteis, já que, caso o uso dos extintores se mostre ineficiente, outras maneiras mais
eficientes de se combater o fogo já estarão preparadas. As variações dos extintores
portáteis são, principalmente, em relação a seus agentes extintores e ao propelente
utilizado por suas ampolas. Os agentes extintores são escolhidos de acordo com o
tipo de incêndio a que determinado extintor foi produzido para combater. O propelente
mais usado a bordo e o CO2.
Os agentes extintores mais utilizados nos extintores portáteis são:
▪ Água;
▪ Espuma;
▪ Dióxido de carbono (CO2);
▪ Bicarbonato de sódio e
▪ Halon.

8.12 Extintores a água

Seu propelente costuma ser ar comprimido que e pressurizado na ampola junto


com a agua. A descarga é controlada por meio da válvula de fechamento.
Emprego:
▪ Exclusivamente em incêndios da classe "A": Uso - Retirar o pino de segurança
e pressionar o gatilho, dirigindo o jato para a base das chamas. Após extinguir
o fogo deve-se dirigir o jato d’agua para os materiais atingidos pelo incêndio
49

para encharca-los e assim prevenir contra um ressurgimento do fogo devido a


brasa ainda presente nesses materiais.

Figura 5: Extintor de água para incêndio classe A e sólidos

Fonte: http://valejet.vteximg.com.br/arquivos/ids/175639-1000-1000/

Dentro do cilindro do extintor, logo abaixo da tampa, existe uma ampola de CO2
que esta pressurizado. Para permitir o rompimento da ampola e a descarga desse
agente extintor, que é o propelente, o operador deve bater a tampa do cilindro contra
uma superfície dura afim de romper a ampola.

➢ Emprego: exclusivamente em incêndios classe “A”.


➢ Uso: romper a ampola com um impacto da parte superior do cilindro contra uma
superficie dura. Dirigir o jato de agua para a base das chamas. Após extinto o fogo
o jato deve ser mantido ate que o material deve ser encharcado.

8.13 Extintores de espuma

➢ Espuma química: O cilindro contém uma solução de água, bicarbonato de sódio


e agentes estabilizadores. Uma solução de sulfato de alumínio é colocada em
um recipiente interno de plástico do cilindro. Após isso o cilindro e invertido e
os reagentes se misturam e ocorre a reação geradora de gás carbônico e esse
50

e liberado. O CO2 gerado atua como propelente e expulsa a espuma do


cilindro.
▪ Emprego: estes extintores podem ser usados em incêndios das classes “A” ou
“B”.
▪ Uso: Nos incêndios da classe “A” o jato deve ser dirigido para a base das
chamas e nos incêndios de classe “B” o jato deve ser dirigido para as
superfícies próximas ao fogo, como anteparas, por exemplo, para que escorra
e cubra o liquido sem espalha-lo.

Figura 6: Extintor de espuma mecânica de 10 litros

Fonte: http://www.extintoreslorenzi.com.br/media/djcatalog2/image

➢ Espuma mecânica: Trata-se de um cilindro com uma mistura de espuma


formadora de película aquosa e água, que usa ar comprimido como
propelente.
▪ Emprego: esses extintores podem ser usados em incêndios das classes “A” e
“B”.
▪ Uso: são operados acionando-se o gatilho e dirigindo a espuma para a base
das chamas.

8.14 Extintores a dióxido de carbono


51

O extintor consiste de um cilindro de aço no qual é comprimido o CO2 a uma


pressão de 850 lb/pol.2
▪ O uso da alavanca de disparo permite uma operação continua do extintor.
▪ Emprego: são recomendados para incêndios das classes “B” e “C”, mas também
podem ser usados para conter o avanço
Os extintores de bióxido de carbono, com difusor de metal, não devem ser
empregados em incêndios da classe “C”, por apresentarem o risco de choque
elétrico. Quando empregado sem ambientes confinados, o operador deverá fazê-
lo com cuidado, a fim de não sofrer os efeitos decorrentes da baixa percentagem
de oxigênio que restará para a respiração.
▪ Uso: retirar o pino de segurança. Em seguida, pressionar a alavanca que
comandará a válvula de descarga. Em quase todos os tipos de incêndio, a
descarga deve ser dirigida apara a base das chamas e, após sua extinção, deve
ser mantido o jato para permitir um maior resfriamento e prevenir o possível
reavivamento do fogo.

Figura 7 – Extintor de dióxido de carbono


52

Fonte: http://www.protexfire.com.br/imgprod/extintor-dioxido-de-carbono-co2-3.jpg

8.15 Extintores a pó químico

Os extintores a pó químico são todos os extintores que usam pó seco, menos


os que são usados especificamente para extinguir incêndios da classe “D”. Como
propelentes podem ser empregados o dióxido de carbono, nitrogênio ou ar
comprimido, desde que estejam livres de umidade, pois a umidade efetua a
granulação do pó.
▪ Emprego: É recomendado para o uso em incêndios da classe “B” e podem causar
reações químicas violentas caso sejam usados em incêndios de classe “D”.
▪ Uso: o jato deve ser dirigido para a base das chamas. Devido a alta velocidade de
saída do pó químico de alguns extintores e recomendado que a aplicação desse
equipamento seja feita a uma distância de no mínimo dois metros de distância do
foco de incêndio para impedir que o liquido inflamado se espalhe.

Figura 8: Extintor de pó químico


53

Fonte: http://www.jatosistema.com.br/media/catalog/product/cache/1/image

Para se operar o equipamento a ampola de CO2 deve ser rompida.


A descarga é controlada pela válvula existente na extremidade da mangueira.
O jato deve ser dirigido para a base das chamas, movimentando-se o esguicho de um
lado para outro.

8.16 Extintores a pó seco (para metais combustíveis)

Esses extintores são normalmente conhecidos como extintores a “pó seco”. O


pó mais comumente empregado é o MET-L-X (cloreto de sódio com fosfato tricálcio
aditivo termoplástico e metal estearato). O pó não é tóxico, não é combustível, não é
abrasivo e não conduz eletricidade. Geralmente o propelente é o bióxido de carbono.
O pó forma uma camada sólida, impedindo o contato do oxigênio com as
chamas, extinguindo-as. É importante que a camada sólida não seja partida, o que
iria permitir entrada de oxigênio e consequente intensificação das chamas. O pó tem
a característica de aderir em superfícies quentes, envolvendo perfis irregulares e
fundidos. Os extintores que contêm o MET-L-X são indicados para incêndios que
envolvem sódio, potássio, ligas de sódio-potássio e magnésio.
▪ Emprego: utilizados em incêndios da classe “D”.
▪ Uso: quando da aproximação a um incêndio, abrir totalmente o esguicho e
lançar o pó sobre o metal incendiado. À medida que as chamas diminuírem de
intensidade, reduzir a pressão no esguicho e manter o jato sobre a área
54

incendiada. Partículas de metais combustíveis misturadas com lubrificantes de


máquinas queimam rápida e violentamente. Devido à grande quantidade de
calor desprendida neste caso, nem sempre é possível a aproximação ao local
do incêndio para aplicar corretamente o agente extintor.

Figura 9: Extintor de pó químico seco

Fonte: https://encryptedbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcStDnrHWdPuN

8.17 Outros recursos

Agentes extintores tais como água e areia, lançados a balde, constituem um


recurso de razoável eficiência para controle de princípios de incêndios. É um recurso
simples e econômico indicado como alternativa para locais isolados, onde os riscos
de incêndio sejam pequenos, e o espaço e a estética não constituam problema.
Observações Gerais:
Extintores que utilizam substâncias químicas sob pressão devem ser testados
hidrostaticamente em intervalos regulares e quando o extintor apresentar ação da
corrosão ou avarias mecânicas. Extintores que apresentam sinais de corrosão,
deformações no cilindro, ou que tenham sido reforçados por meio de solda ou outro
processo mecânico, devem ser substituídos por novos extintores já testados
hidrostaticamente.
Os extintores portáteis, que utilizam agentes em estado gasoso ou em pó,
podem ser ineficazes se empregados ao ar livre sob condições de vento forte.

8.18 Identificação dos extintores portáteis


55

O local onde ficam instalados os extintores deve ser marcado com um sinal,
indicando a classe de incêndio para o qual aquele extintor é adequado.
Extintores utilizados em incêndios classe “A” são identificados por meio de um
triângulo verde contendo a letra A.
Extintores utilizados em incêndios classe “B” são identificados por meio de um
quadrado vermelho contendo a letra B.
Extintores utilizados em incêndios classe “C” são identificados por meio de um
círculo azul contendo a letra C.
Extintores utilizados em incêndios classe “D” são identificados por meio de uma
estrela amarela de cinco pontas contendo a letra D.

Figura 10: Tipos de incêndio

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-kzUpO5CmjZk/Ujpwa2gOxZI/AAAAAAAAAeE/

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
56

O propósito deste trabalho foi o de apresentar os equipamentos e técnicas de


prevenção e combate a incêndio a bordo de navios mercantes.
Podemos concluir que todas as regras e orientações devem ser seguidas pelos
tripulantes, não só em relação à avaliação de riscos e utilização de equipamentos de
proteção individual, mas também em relação a manutenção e uso correto dos
equipamentos de combate a incêndio.
A partir dos estudos realizados conseguimos entender a importância de se
manter em segurança em relação a incêndios, que é o maior causador de acidentes
a bordo.

REFERÊNCIAS
57

BRASIL, Marinha do, Manual de Combate a Incêndio – 8ª Edição 2000


Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão.

Corpo de bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro.


PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO – Centro de Formação e Aperfeiçoamento
de Praças. Disponível em: <www.areaseg.com>. Acesso em: 15 abr. 2016.

DISTRITO FEDERAL, Corpo de Bombeiros Militar MANUAL BÁSICO DE


COMBATE A INCÊNDIO – 2ª Edição.

FREITAS, Osvaldo Nunes e Sá, José Marques. Manual Técnico profissional para
Bombeiros. Edição Revisada 2000.

FSS CODE - International Code for Fire Safety Systems-IMO. Edição Consolidada
de 2010. Tradução da DPC, 2010.

Organização Marítima Internacional–IMO - Segurança da Navegação e a


Prevenção da Poluição Marítima causada por navios. Disponível em:
www.imo.org. Acesso em: 15 abr. 2016
SOLAS, Convenção Internacional Para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar.
1974.

Polícia Militar do Estado de São Paulo, Corpo de Bombeiros


Conceitos Básicos de Segurança contra incêndio-Instrução Técnica 02-2004.
Disponível em: www.bombeiros.com.br – Acesso em: 16-11-2013

SUPERINTENDÊNCIA DO ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO. Manual de


Combate a Incêndio. Rio de Janeiro: Diretoria de Portos e Costas.
TÉCNICAS de Combate a Incêndio. Disponível em: <www.cbm.df.gov.br>. Acesso
em: 15 abr. 2016

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