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ENG 1205 – Resistência dos Materiais I – 2022.

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Aula 8: Concentração de Tensões e Deformações Plásticas
Prof. Deane Roehl Monitor: Marcello Congro
droehl@puc-rio.br marcellocongro@tecgraf.puc-rio.br
Concentração de Tensões
▪ As distribuições de tensão complexas não surgem somente sob um carregamento
concentrado, também aparecendo em seções nas quais a área da seção transversal
do elemento muda;

▪ As linhas de grade, as quais antes eram horizontais e verticais, sofrem deflexão e


formam um padrão irregular em torno do furo localizado no centro da barra. A
tensão normal máxima na barra ocorre na seção a-a que passa pela menor área de
seção transversal da mesma.

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Concentração de Tensões (cont.)

▪ De maneira semelhante, se a seção transversal sofrer redução com a utilização,


por exemplo, de filetes de rebaixo, então, novamente, a tensão normal máxima
na barra ocorrerá na menor área d: seção transversal, seção a-a, e a distribuição
de tensão será conforme a figura adiante.

▪ Em ambos os casos, o equilíbrio da força exige que o valor da força resultante


desenvolvida pela distribuição de tensao seja igual a P.

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Concentração de Tensões (cont.)

https://engineeringproductdesign.com/knowledge-base/shaft-stress-concentration-factor/

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Concentração de Tensões (cont.)

▪ Entretanto, na prática da engenharia, a distribuição de tensao real não precisa


ser determinada. Em vez disso basta saber qual é a tensão máxima nestas
seções, e então o elemento é projetado para resistir a essa tensão quando a
carga axial P for aplicada.

▪ Em casos nos quais a área da seção transversal de um elemento muda, podem-se


determinar valores específicos da tensão normal máxima na seção crítica por
métodos experimentais ou por técnicas matemáticas avançadas que utilizam a
teoria da elasticidade. Os resultados dessas investigações normalmente são
apresentados em gráficos com a utilização de um fator de concentração de
tensão K.

Fator de concentração de tensão

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Concentração de Tensões (cont.)

▪ Em geral, valores específicos de K são apresentados em gráficos em manuais


relacionados à análise de tensão.

▪ Observe que K é independente das propriedades do material da barra. Ele


depende somente da geometria da barra e do tipo de descontinuidade. À
medida que o tamanho r da descontinuidade diminui, a concentração de tensão
aumenta.

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Concentração de Tensões (cont.)

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Exercício 1

▪ A tira de aço mostrada na figura está sujeita a uma carga axial de 80 kN.
Determine a tensão normal máxima desenvolvida na tira e o deslocamento de
uma de suas extremidades em relação à outra. A tensão de escoamento do aço é
𝜎𝐸 = 700 MPa e 𝐸𝑎ç𝑜 = 200 GPa.

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Exercício 1 – Solução

1º Passo: Tensão normal máxima

▪ Ocorre na menor seção transversal, onde


o filete de rebaixo começa em B ou C

▪ O fator de concentração de tensões é dado pelo gráfico abaixo:


r 6 mm w 40 mm
= = 0,3 ; = =2 𝐾 = 1,6
h 20 mm h 20 mm

P 80 103 𝑘𝑁
σ𝑚á𝑥 = K = 1,6 = 640 MPa
A (0,02 m)(0,01 m)

▪ O material permanece elástico, pois 640 MPa < 700 MPa!

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Exercício 1 – Solução

2º Passo: Deslocamento

▪ Utilizando o princípio de Saint-Venant:

PL
δA/D =∑
AE

80 103 N 0,3 m 80 103 N 0,8 m


δA/D = 2 +
0,04 m 0,01 m 200 109 N/m 0,02 m 0,01 m 200 109 N/m

δA/D = 2,20 𝑚𝑚

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Exercício 2

▪ Se a tensão normal admissível para a barra for 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 120 MPa, determine a força
axial máxima P que pode ser aplicada à barra.

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Exercício 2 – Solução

1º Passo: Assumindo falha no filete de rebaixo

▪ O fator de concentração de tensões é dado


pelo gráfico abaixo:
r 10 mm w 40 mm
= = 0,5 ; = =2 K = 1,4
h 20 mm h 20 mm

P
σmáx = σadm =K
A
σadm A 120 MPa 100 mm2
P= =
K 1,4

P = 8571,43 N

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Exercício 2 – Solução

2º Passo: Assumindo falha no furo

▪ O fator de concentração de tensões é dado


pelo gráfico abaixo:
𝑟0 10 mm
= = 0,25 K = 2,375
w 40 mm

P
σmáx = σadm =K
A
σadm A 120 MPa [(40 mm − 20 mm)(5 mm)
P= =
K 2,375

P = 5052,63 N
▪ Como o valor de P assumindo a falha
no furo é inferior, ele controla!

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Barras com deformações plásticas
▪ Um modelo simplificado de comportamento elastoplástico é o modelo
denominado elástico perfeitamente plástico ou plástico ideal. Considera-se que ao
atingir a deformação/tensão de escoamento, o material apresenta deformações
plásticas com tensão constante até chegar à deformação de ruptura.

▪ Modelos aproximam a realidade dentro de certas hipóteses. Não são a realidade!

ε𝑝 ε𝑒 ε

ε = ε𝑒 + ε𝑝

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Barras com deformações plásticas
▪ Um modelo simplificado de comportamento elastoplástico é o modelo
denominado elástico perfeitamente plástico ou plástico ideal. Considera-se que ao
atingir a deformação/tensão de escoamento, o material apresenta deformações
plásticas com tensão constante até chegar à deformação de ruptura.

▪ Modelos aproximam a realidade dentro de certas hipóteses. Não são a realidade!

σ1

ε𝑝 ε𝑒 ε

ε = ε𝑒 + ε𝑝

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Barras com deformações plásticas
C
B
P+∆𝑃 A P+∆𝑃

▪ Quanto vale a carga que leva ao início do escoamento da barra com furo (Pe)?
O primeiro ponto a plastificar é o ponto A, na borda do furo.
𝜎
C 𝜎𝐸
B 𝜎𝐸 = 𝜎𝑚á𝑥 = 𝐾𝜎𝑚é𝑑 A
𝑃𝑒
𝑃𝑒𝑝 𝜎𝐸 = 𝐾 B
A 𝐴𝑒𝑓
C
𝜎𝐸 𝜎𝐸 𝐴𝑒𝑓
𝑃𝑒 =
𝐾
𝜀

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Barras com deformações plásticas (cont.)

P+∆𝑃 P+∆𝑃

▪ Mais adiante...
“B” entra em
𝜎 escoamento!
C 𝜎𝐸 𝜎𝐸 = 𝜎𝑚á𝑥 = 𝐾 ∗ 𝜎𝑚é𝑑
𝑃𝑒 A
B 𝜎𝐸 = 𝐾 ∗ B
𝐴𝑒𝑓
𝑃𝑒 + ∆𝑃
A C
𝜎𝐸 𝐴𝑒𝑓
𝜎𝐸 𝑃𝑒 =
𝐾

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Barras com deformações plásticas (cont.)

P+∆𝑃 P+∆𝑃

▪ Qual a carga de plastificação total da seção?


Todos os pontos
𝜎 escoam!
𝜎𝐸
C C B A
𝜎𝐸
B
𝑃𝑝 𝑃𝑝 = 𝜎𝐸 𝐴𝑒𝑓
A

𝜎𝐸 𝜀lim 𝜀

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Barras com deformações plásticas
C
B
P+∆𝑃 A P+∆𝑃

▪ Quanto vale a carga que leva ao início do escoamento da barra com furo (Pe)?
O primeiro ponto a plastificar é o ponto A, na borda do furo.
𝜎
C 𝜎𝐸
B 𝜎𝐸 = 𝜎𝑚á𝑥 = 𝐾𝜎𝑚é𝑑 A
𝑃𝑒
𝑃𝑒𝑝 𝜎𝐸 = 𝐾 B
A 𝐴𝑒𝑓
C
𝜎𝐸 𝜎𝐸 𝐴𝑒𝑓
𝑃𝑒 =
𝐾
𝜀

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Barras com deformações plásticas (cont.)

P+∆𝑃 P+∆𝑃

▪ Mais adiante...
“B” entra em
𝜎 escoamento!
C 𝜎𝐸 𝜎𝐸 = 𝜎𝑚á𝑥 = 𝐾 ∗ 𝜎𝑚é𝑑
𝑃𝑒 A
B 𝜎𝐸 = 𝐾 ∗ B
𝐴𝑒𝑓
𝑃𝑒 + ∆𝑃
A C
𝜎𝐸 𝐴𝑒𝑓
𝜎𝐸 𝑃𝑒 =
𝐾

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Barras com deformações plásticas (cont.)

P+∆𝑃 P+∆𝑃

▪ Qual a carga de plastificação total da seção?


Todos os pontos
𝜎 escoam!
𝜎𝐸
C C B A
𝜎𝐸
B
𝑃𝑝 𝑃𝑝 = 𝜎𝐸 𝐴𝑒𝑓
A

𝜎𝐸 𝜀lim 𝜀

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