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República de Angola

________ * _________
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO DA HUÍLA
ISCED-HUÍLA

MESTRADO EM METODOGIA DE EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA

MANUAL DE METODOLOGIA DE EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA

Trabalho de Projecto Para obtenção do grau de Mestre

Autor: Victorino Junqueira Soquinji

Lubango, 2022
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO DA HUÍLA
ISCED-HUÍLA

MESTRADO EM METODOGIA DE EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA

(Decreto Executivo n.º 92/20, de 28 de Fevereiro)

MANUAL DE METODOLOGIA DE EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA

Trabalho de Projecto Para obtenção do grau de Mestre

Autor: Victorino Junqueira Soquinji

Trabalho realizado sob a orientação da Profª Dra. Dalila Lino e Prof. Dr.
Augusto Moura Rasga

Lubango, 2022
DIREITOS DE AUTOR E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DO TRABALHO
POR TERCEIROS
Este é um trabalho académico para a conclusão do curso de Mestrado e obtenção do grau
de Mestre que pode ser utilizado por terceiros desde que sejam respeitadas as regras
constantes e boas práticas internacionalmente aceites, no que concerne aos direitos de
autor e direitos conexos. Desta forma, este trabalho acadêmico pode ser utilizado nos
termos previstos na licença abaixo indicada. Caso o utilizador necessite de permissão para
poder fazer um uso do trabalho em condições não previstas no licenciamento indicado,
deverá contactar o autor.

Atribuição
CC BY
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

II
Dedicatória
Aos meus familiares em particular a minha esposa, aos meus filhos, aos meus pais e aos
meus irmãos.

III
Agradecimentos

A Deus, pai de sabedoria, fonte de amor e de graça infinita, bondade perfeição por
conduzir meus passos e me manter firmem nos meus objectivos. A minha esposa Adélia
A. Soquinji, aos meus filhos Tinilson, Tineusa e Tineuvani por permitirem que o papa lhe
deixasse por um tempo, aos meus pais que com muita dedicação e amor me apoiaram de
forma incansável, e aos meus irmãos pela força.

A Direcção da Escola Superior Pedagógica do Bié na pessoa do Prof. Dr. Alfredo Maria
de Jesus Paulo, Director Geral por ter seleccionado minha candidactura ao projecto de
formação do Mestrado em Educação de Infância e pelo apoio moral que tornou possível
este sonho. Os mesmos agradecemintos são estensivos ao Prof. Dr. Guilherme Carlos
pelo apoio incondicional.

Agradeço a coordenação do Mestrado em Educação de Infância na pessoa do Prof. Dr.


José Luís Mateus Alexandre comulativamente Director Geral do ISCED-HUÍLA e a
Coordenação do Curso de Mestrado em Metodologia de Educação de Infância e a equipe
de Docentes do Instituto de Educação da Universidade do Minho em Portugal na pessoa
da Profª. Drª Maria Cristina Parente pelos conhecimentos, paciência e coragem visto que
nos encontravamos em momentos de covid 19 onde havia muitas restrições, mas mesmo
assim trabalharam para que corresse bem. Agradecer ao Presidente do Instituto de
Educação da Universidade do Minho Prof. Dr. Leandro Almeida e a equipa administrativa
pelo apoio e carinho que prestaram.

Sinceros agradecimentos aos meus orientadores, Profª. Drª. Dalila Lina (Portugal) e ao
Prof. Dr. Augusto Moura Rasga(Angola), pelo tempo dedicado para que este trabalho
acadêmico fosse um sucesso.
Agradecimentos profundos e especial à Unidade Técnica e de Gestão. Programa Nacional
de Formação de Quadros. UTG/ PNFQ e ao Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de
Estudos/INAGBE, pelo apoio financeiro prestado ao longo desta formação. Certamente
é é uma grande alegria e que agradeço pela ideia brilhante do Executivo Angolano pela
criação Mestrado e todo apoio prestado a todos que a este projecto foram seleccionados

Aos meus colegas do Mestrado e a todos que de forma directa e indirecta contribuiram
para o meu sucesso acadêmico,

O meu muito obrigado.

IV
DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Victorino Junqueira Soquinji, autor deste trabalho declaro ter actuado com integridade na
elaboração do presente trabalho acadêmico e confirmo que não recorri à prática de plágio
nem a qualquer forma de utilização indevida ou falsificação de informações ou resultados
em nenhuma das etapas conducente à sua elaboração. Mais declaro que conheço e que
respeitei o Regulamento do ISCED-Huila.

V
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

1.1. Objetivos Gerais ................................................................................................ 4

1.2. Resultados de Aprendizagem............................................................................. 4

1.3. Finalidades do manual ....................................................................................... 5

2. UNIDADES TEMÁTICAS ...................................................................................... 6

2.1. I Unidade Temática: Organização do espaço e dos materiais de aprendizagem 6

2.1.1. Conteúdo: Critérios de organização dos espaços na educação de infância 6

2.1.2. Conteúdo: Os materiais pedagógicos ......................................................... 9

2.2. II Unidade Temática: Organização do tempo/rotinas Quadro ......................... 12

2.2.1. Conteúdo: O tempo como dimensão pedagógica na educação de infância


12

2.2.2. Conteúdo: Momentos/tempos de grupo (pequeno e grande) e


tempos/momentos de brincadeira. .......................................................................... 14

2.3. III Unidade Temática: Interacções ................................................................... 18

2.3.1. Conteúdo: Estilos de interacção na educação de infância ........................ 18

2.3.2. Conteúdo: Estratégias de Interacção na educação de infância ................. 20

2.4. IV- Unidade Temática: Observação, documentação, planificação e avaliação na


educação de infância ................................................................................................... 23

2.4.1. Conteúdo: Observação e documentação na educação de infância ........... 23

2.4.2. Conteúdo: Planificação e avaliação como processo de ensino e


aprendizagem na educação de infância .................................................................. 25

3. PRORPOSTAS DE SOLUÇÕES DAS ACTIVIDADES DE AUTO-AVALIAÇÃO


26

3.1. Conteúdo: Critérios de organização dos espaços na educação de infância ..... 26

3.2. Conteúdo: Os materiais pedagógicos ............................................................... 27

3.3. Conteúdo: O tempo como dimensão pedagógica na educação de infância ..... 27


3.4. Conteúdo: Momentos/tempos de grupo (pequeno e grande) e tempos/momentos
de brincadeira. ............................................................................................................ 28

3.5. Conteúdo: Estilos de interacção na educação de infância ............................... 29

3.6. Conteúdo: Estratégias de Interacção na educação de infância......................... 29

3.7. Conteúdo: Observação e documentação na educação de infância ................... 30

3.8. Conteúdo: Planificação e avaliação como processo de ensino e aprendizagem na


educação de infância ................................................................................................... 30

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 32


ÍNDICE DE QUADROS
1. Quadro I - Conteúdo: Critérios de organização dos espaços na educação de
infância.....................................................................................................................5
2. Quadro II - Conteúdo: Os materiais
pedagógicos.............................................................................................................8
3. Quadro III - Conteúdo: O tempo como dimensão pedagógica na educação de
infância...................................................................................................................11
4. Quadro IV - Conteúdo: Momentos/tempos de grupo (pequeno e grande) e
tempos/momentos de
brincadeira..............................................................................................................14
5. Quadro V - Conteúdo: Estilos de interacção na educação de infância
................................................................................................................................17
6. Quadro VI - Conteúdo: Estratégias de Interacção na educação de
infância..................................................................................................................20
7. Quadro VII – Conteúdo: Observação e documentação na educação de
infância..................................................................................................................22
8. Quadro VIII - Planificação e avaliação como processo de ensino e aprendizagem
na educação de infância.........................................................................................24
1. INTRODUÇÃO
O curso de formação inicial em Educação de Infância vem responder às necessidades de
formação do futuro educador, uma vez que estes devem ser indivíduos possuidores de
uma formação académica de qualidade de modo a desenvolverem um perfil profissional
que os qualifiquem para trabalhar com as crianças dos 3 meses aos 6 anos de idade. O
profissional de educação de infância deve possuir conhecimentos específicos da área de
docência, conhecimento da legislação de Angola relativa à educação do nível de ensino
onde exercem funções, valores e atitudes e a cultura dos contextos, comunidades e do
país.

O modelo de educação de infância que ainda se observa nos contextos educativos


angolano carece de uma análise aprofundada para responder aos novos desafios que se
imprimem na educação de infância, uma vez que, os educadores de infância, juntamente
com os auxiliares não eram formados em instituições tanto superior como de nível médio
mais sim recebiam alguns seminários, o que não respondia as necessidades para o
desenvolvimento integral da criança.

Deste modo, o desenvolvimento da qualidade de ensino em Angola, constitui um dos


grandes desafios centrais da política educativa actual e que tem sido motivo de análise
nos últimos dias. Diante desta, o Governo tem vindo procurar dar resposta aos aspectos
que contribuam para a qualidade do ensino, sendo, desta feita, a valorização da educação
Pré-Escolar a base da educação, cuidando da primeira infância, numa fase da vida em que
se devem realizar as acções que possam promover aprendizagens e desenvolvimento.

Assim, deve-se compreender que o subsistema de Educação Pré-Escolar é uma etapa em


que devem ser criadas todas as condições para que a aprendizagem seja significativa, e
esta sirva de "base para todos os anos de escola que terá no futuro" (Filho & Roa, 2022).
Quer isto dizer, que o profisional de Educação de Infância deve possuir conhecimentos,
habilidades e actitudes para trabalhar neste contexto, tendo em conta as especificidades
que este subsistema possui. Contudo, é necessário a criação de condições desde as
infraestruturas, a formação do pessoal, disponibilidade de recursos e, ainda o
envolvimento da própria família e da comunidade.

Assim, o Governo angolano tem vindo a desenvolver políticas direcionadas para a


educação de infância, que têm expressão em legislação diversa na medida em que se

1
procura encontrar estratégias que criem condições para a aprendizagem nos primeiros
anos de vida. São exemplo o Decreto Presidencial n.º129/17 de 16 de Junho, que no
Artigo 1.º, que aprova o Estatuto do Subsistema de Educação Pré-Escolar e consagra o
mesmo subsistema como base da educação, cuidando da primeira infância.

A Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino (LBSEE) de Angola, aprovada na Lei


n.º 17/16, de 7 de Outubro, alterada pela Lei n.º 32/20, de 12 de Agosto, apresenta
algumas inovações comparativamente à Lei n.º 13/01 aprovada em 2001, de 31 de
Dezembro, constituem um importante contributo para o desenvolvimento de um
atendimento educacional de qualidade na educação de infância na República de Angola.

Uma das inovações da Lei nº 17/16, alterada pela Lei n.º 32/20, de 12 de Agosto é a
introdução da Educação Pré-Escolar como um nível de ensino importante na formação
do cidadão e o define em harmonia com o Decreto Presidencial como sendo a base da
educação que cuida da primeira Infância. A mesma lei, adopta um novo modelo de
aprendizagem que salvaguarda os conhecimentos, as habilidades, as atitudes, os valores
e a ética, onde a criança constitui o núcleo central da "acção pedagógica"(Sousa & Pinho,
2020).

Evidentemente, isto revela a grande preocupação para melhorar a qualidade da educação


e ensino, e o Governo Angolano, através do Decreto Presidencial n.º 273/20 de 21 de
Outubro, e dentro das reformas que tem vindo a realizar para a qualidade de ensino,
estabelece através do regime jurídico a formação inicial de Educadores de Infância com
a finalidade de promover a melhoria da qualidade da educação e do ensino. Esta
preocupação de formar educadores constitui uma temática que segundo Flores (2015) tem
atraído e continua a atrair a atenção de investigadores, académicos, decisores políticos
em todo mundo, em grande medida porque nela reside um dos factores decisivos para a
melhoria da educação.

Flores (2015) salienta o contributo de uma formação de educadores na melhoria da


qualidade de ensino e consequentemente, a qualidade das aprendizagens e dos resultados
dos estudantes. Por isso julga-se importante a implementação do Curso de formação
inicial, para habilitar educadores com perfís qualificados para entrarem nas salas de
actividades preparados para a realidade educacional que se exige nos dias actuais.

2
Para que isso se concretize, é fundamental que os conteúdos a serem leccionados nos
cursos de formação inicial de Educação de Infância atendam às necessidades da educação
deste nível de ensino e estejam em correspondência com as características
desenvolvimentais das crianças, isto é, que atendam as suas necessidades e se promova
uma aprendizagem em acção e significativa, envolvendo a família e a comunidade. Estes
conteúdos devem ser pensados e centrados nos contextos educativos e nas práticas
profissionais

Segundo Saracho, (2010) a educação de infância congrega vertentes originárias de várias


disciplinas, tais como as ciências, linguagem, estudos sociais, a matemática, as ciências
da natureza, a estética entre outros. Neste sentido, as unidades temáticas propostas no
currículo de educação de infância como: organização do espaço e dos materiais de
aprendizagem; organização do tempo/rotinas; interacções; observação, planeamento e
avaliação; projetos e actividades; organização de grupos; envolvimento parental e
trabalho com a comunidade e as áreas curriculares integradas, são conteúdos que devem
ser integrados na formação inicial do educador de infância porque o habilitam para
desenvolver um currículo adequado ao desenvolvimento das crianças, respondendo às
suas necessidades, interesses e desafios colocados pela sociedade em constante mudança.

Estas àreas curriculares possibiltarão os futuros educadores de infância a tornarem-se


mais competentes e sensiveis ao modo como as crianças de diferentes quadros culturais
são tratados nas instituições infantis, e também a examinarem e equilibrar os objectivos,
ideias, valores, influências e pressupostos de um sistema prático de educação.

Assim, os conteúdos propostos para a educação de infância revelam uma formação geral
para a formação inicial. Dai que apresentamos um conjunto de unidades temáticas
distintas que venham a adequar-se na formação inicial isto é de forma geral para os
educadores de infância, na medida em que o "conhecimento possa ser integrado e
percebido, para criar uma perspectiva ampla das realidades e deve ser tornada relevante
para as condições gerais da vida humana" (Saracho, 2010, p.929).

Com base aos princípios de equidade e qualidade, a Metodologia de Educação de Infância


para educadores de infância, visa aquisição de conhecimentos, competências e
capacidades para a realização do processo educativo, desta feita, o presente manual

3
apresenta actividades com carácter científico e metodológico com os seguintes
objectivos:

1.1. Objetivos Gerais


1. Promover uma prática educativa que considera as características das crianças,
família e comunidade, os temas e necessidades do mundo social como prioridades
e objectivos do projecto educativo e curricular;

2. Preparar os estudantes para se tornarem educadores reflexívos, competentes, que


possam conhecer as estratégias mais eficazes para promover uma aprendizagem
activa nas crianças e respeitar a valorização de princípios de não discriminação e
de inclusão educativa, garantindo a autorresponsabilização pela acção educativa
e pelo desenvolvimento profissional incluindo a família e a comunidade;

3. Desenvolver actividades que garantam maior aprendizagens sobre organização do


espaço e dos materiais de aprendizagens, organização do tempo e das rotinas na
educação de infância;

4. Promover práticas pedagógicas que garantam a interacção entre criança-adulto,


criança-criança e criança-ambiente, gerindo e organizando as crianças em
pequeno e grande grupo estabelecendo uma relacção saudável e desenvolver
actividades de observação, planificação e avaliação, promovendo hábito de
registo através de cadernos de campo;

5. Ajudar os estudantes a planificar e preparar cientificamente os conteúdos


programáticos com base na Metodologia de Trabalho de Projectos, partindo dos
interesses das crianças e conhecimentos que radicam nas suas experiências dentro
da família;

6. Promover relacções de parceria e colaboração com os pais das crianças, de modo


a promover sua participação na comunidade e uma comunicação fluente entre eles
e o Centro Infantil.

1.2. Resultados de Aprendizagem


As unidades temáticas apresentam nas suas estruturas características que os futuros
educadores poderão conhecer não de forma isolada mais sim integrando cada saber. Por
isso, o cumprimento dos objectivos acima mencionados dá-se na perspectiva do

4
desenvolvimento de capacidades, competências e habilidades para os futuros educadores
tomarem conta do processo educativo nas crianças, bem como as diferentes
aprendizagens que se esperam alcançar como:

1. Aprender a estruturar a sua visão das crianças, dos centros infantis e dos materiais,
a fim de poderem analisar os padrões educacionais de Angola relativamente aos
ideias democráticos, e a terem uma visão mais humanizada da educação e da
sociedade;
2. Analisar criticamente os documentos orientadores da Educação de Infância no que
concerne as orientações curriculares, guiões, normas orientadoras e programas
para a educação de Infância;
3. Compreender os fundamentos teóricos sobre o desenvolvimento e aprendizagem
da criança e manifestar competências investigativas, atitudes fundamentais à
aprendizagem das crianças;
4. Conhecimento das características do desenvolvimento e da aprendizagem na
infância;
5. Compreender a organização de ambientes educativos e gestão das aprendizagens
na educação de infância e participar de forma ativa na comunidade educativa;
6. Compreender de forma discriminada os princípios de inclusão educativa e
responsabilizar-se pela acção educativa e pelo desenvolvimento profissional;
7. Compreender de forma abrangente o desenvolvimento de cada criança na entrada
do jardim de infância e apoiar suas aprendizagens ao longo do ano lectivo;
8. Construir uma visão sobre o processo de observação, documentação, planificação
e avaliação na Educação de Infância;
9. Compreender a Metodologia de Trabalho de Projeto como experiência da
pesquisa colaborativa da criança;
10. Seleccionar conceitos e integrar as diferentes áreas nas actividades programadas.

1.3. Finalidades do manual


Ser educador significa mais do que ser capaz de cuidar; implica educar com amor e
pertencer a uma instituição bastante concreta: "o Centro Infantil". Por isso, a organização
deste manual está justificada pela necessidade de uma formação inicial na qual o
formando poderá encontrar conteúdos ou linhas mestras para o desenvolvimento
profissional, e resultará segundo Azanha (2010) na melhoria da formação do futuro

5
educador que terá uma formação centrada na difusão de metodologias de ensino fundadas
em teorias científicas.

Outrossim, este manual foi pensado para os estudantes, no sentido de apoia-los nas suas
aprendizagens durante as aulas e em trabalho autónomo, ou seja, pode apoiar o estudante
antes da aula, depois das aulas e no estudo para momentos de avaliação, favorecendo a
aquisição, consolidação, expansão e sistematização de aprendizagens e apoiando também
o docente na leccionação.

2. UNIDADES TEMÁTICAS

2.1. I Unidade Temática: Organização do espaço e dos materiais de


aprendizagem

2.1.1. Conteúdo: Critérios de organização dos espaços na educação de


infância

Quadro I
Tema: Organização do espaço e dos materiais de aprendizagem
Conteúdos: Critérios de organização dos espaços na educação de infância
Resultado de Aprendizagem:
➢ Revelar conhecimentos sobre organização do espaço na educação de infancia;
➢ Identificar os critérios de organização do espaço na educação de infância.
Actividades de aprendizagem Recursos
➢ Manual de Modelos Curriculares
Antes da aula: Leitura do texto que fala dos aspectos gerais sobre
para a Educação de Infância (p.44,
sobre organização dos espaços de aprendizagem.
83 e 85).
Durante a aula: 1. O professor vai desenvolver actividades
➢ Registo de video com o título:
organizando os estudantes em grupos e outras individuais para
Organização do Espaço e do Tempo
observar o desenvolvimento de cada estudante de acordo com
- Legislação, pesquisas e práticas -
conteúdo.
https://www.youtube.com/watch?v=
Trabalho em grupo
Gdg2j_Y-BsQ
1. Em grupos procurem refletir nas seguintes questões que se
seguem com base ao texto lido e ao video assisitdo:
1.1. Como define e caracteriza o espaço pedagógico na EI?

6
1.2. Qual é importância do espaço pedagógico na educação de
infância?
1.3. Como deve estar organizada uma sala de actividade?
1.4. Que áreas de interesse/áreas de atividade são
proporcionados às crianças?
1.5. Quais as razões para ter estas áreas e não outras?
1.6. Como dispor e delimitar as áreas para que a sala apresente
uma organização clara e funcional?
1.7. De que modo participam as crianças nas decisões sobre a
organização do espaço de aprendizagem?
1.8. De que forma os espaços criados permitem diversificar as
oportunidades de aprendizagem das crianças?
Depois da realização desta actividade reflexiva, cada grupo de
estudantes vai partilhar suas respostas e debater com base ao que
for apresentado.
Depois dos debates entre grupos, para encerrar o professor deve
fazer um resumo sobre os elementos discutidos no trabalho.
Resumo da aula
As crianças necessitam de espaço para se movimentar, brincar,
jogar e, sobretudo, realizar projetos importantes ao seu
desenvolvimento e às suas aprendizagens.
As salas devem criar ambientes que respondam de modo particular
às necessidades das crianças segundo a sua maturidade e o seu
desenvolvimento. Devem ser lugares agradáveis, confortáveis e
adaptadas aos grupos que as frequentam. Os espaços devem ser
acolhedores, com boa luz natural, com boa ventilação, em bom
estado de conservação, com boas condições de segurança e de
higiene, de modo a preservar o bem-estar das crianças.
No início do ano letivo o educador deve organizar o espaço por
áreas, tendo em conta a sua experiência profissional e pessoal, bem
como as características do grupo de crianças alterarando esse espaço
sempre que necessário. Tal conforme afirma Zabalza, (2005) o
espaço não deve ser neutro. O educador não pode conformar-se com

7
o espaço conforme lhe é dado para trabalhar, deve comprometer-se
com ele, deve transformar, personalizar o espaço onde desenvolve
a sua actividade com as crianças, deve torná-lo seu, deve fazer deste
espaço um lugar onde a criança encontre o ambiente necessário para
desenvolver-se.
A criação de um espaço e sua organização oferece oportunidades de
aprendizagem em todas as áreas e domínios curriculares, a todas as
crianças e a cada uma. Dai que o educador deve constamente refletir
sobre a funcionalidade e adequação do espaço, pois permite que a
sua organização seja modificada, de acordo com as necessidades e
evolução das crianças. Esta reflexão é condição indispensável para
evitar espaços que não se alteram e são padronizados, que não são
desafiadores para as crianças. Por isso é importante que a criança
tenha conhecimento do espaço e das suas possibilidades, pois isto
garante o desenvolvimento da independência e da autonomia da
criança e do grupo, o que implica que as crianças compreendam
como está organizado e como pode ser utilizado, participando nessa
organização e nas decisões sobre as mudanças a realizar. Esta
apropriação do espaço dá-lhes a possibilidade de fazerem escolhas,
de utilizarem os materiais de diferentes maneiras, por vezes
imprevistas e criativas, e de forma cada vez mais complexa.
Estes elementos todos são defendidos pelos modelos pedagógicos
construtivistas.
Actividade de auto-avaliação Recursos

8
➢ Texto sobre Teoria sobre
Após a aula:
organização do espaço de
1. De forma individual diga:
Oliveira-Formosinho, (2020)
1.1. Para que um espaço garanta uma aprendizagem
sobre Modelos Curriculares para
significativa, quais são as características que se devem
a Educação de Infância:
ter em conta?
Construindo uma práxis de
1.2. A organização do espaço constitui um ambiente
participação. (cap I, II e III)
educativo. Diga o quê que este ambiente deve
Porto: Porto Editora
proporcionar?
➢ Video com o título: Organização
1.3. O que o educador deve considerar no espaço para
do Espaço e do Tempo -
promover a aquisição de novos conhecimentos?
Legislação, pesquisas e práticas.
OBS: Compare as suas respostas com a proposta de soluções no
final do manual. https://www.youtube.com/watch
?v=Gdg2j_Y-BsQ

LEITURAS RECOMENDADAS

Oliveira-Formosinho, J. (Org.) (2020). Modelos Curriculares para a Educação de Infância: Construindo uma
práxis de participação. (cap I, II e III) Porto: Porto Editora

Souto, D. L., Gil, G. F., & Saito, H. T. (2015). Organização do Espaço na Educação Infantil: Algumas
Reflexões.

(722) D-13 - Organização do Espaço e do Tempo - Legislação, pesquisas e práticas - YouTube;

2.1.2. Conteúdo: Os materiais pedagógicos

Quadro II

Tema: Organização do espaço e dos materiais de aprendizagem


Conteúdos: Os materiais pedagógicos
Resultado de Aprendizagem:
➢ Compreender o papel dos materiais pedagógicos na educação de infância
➢ Dominar formas de organizar os materias nos espaços pedagógicos
Actividades de aprendizagem Recursos

9
➢ Registo de video com o título:
Antes da aula: visualização de um video sobre os materiais e
organização dos espaços físicos
equipamentos na educação de infância.
e dos materiais partindo do
Durante a aula: 1. Trabalhando em grupo, responda às seguintes
tempo do video 6:27-8:30 (neste
questões, baseando-se no video que acistido :
video os estudantes vão
Trabalho em grupo
considerar simplismente
1.1 O que são os materiais de aprendizagem?
elementos que tem haver com os
1.2 Qual é importância dos materiais na educação de infância?
materiais e equipamentos na
1.3 Que materiais são disponibilizados às crianças?
educação de infancia).
1.4 Que tipo de atividades e de experiências de aprendizagem
➢ https://www.youtube.com/watc
possibilitam nas crianças?
h?v=WfvxOty5Tkg&t=6s
1.5 Com base ao video assistido e nos materiais disponiveis,
➢ Materiais disponíveis-uso de
organizar uma sala de jardim de infância para crianças de 5 anos.
materiais diversificados como:
Como organizaria a sala? Que áreas incluía? Que materiais
pratos, panelas, garfos, colheres,
incluiria em cada uma das áreas? Explicitar as razões das suas
tampas, copos, fogarreiros,
escolhas.
fogão, cama, cadeirão, televisão,
Para que esta ultima actividade se realize o professor dias antes
mesinha, mesa, guitarra,
solicita aos estudantes para prepararem e trazerem os materiais em
computadores, piano, batuque,
sala de aulas caso a instituição não tiver.
microfone, bateria, livros, CD,
Depois de realizarem suas actividades os grupos apresentam seus
bonecas, carros, aviões, raque,
trabalhos e são colocados em discussão no sentido de promover
barcos, leigos, jornais, etc.)
debate em grande grupo sobre o assunto e olhar para o contexto que
cada grupo apresenta.
Resumo da aula
No final o professor deve referir em gesto de síntese os elementos
apresentados pelos grupos considerando em primeiro lugar o conceito
de materiais de aprendizagens como sendo aqueles utilizados para o
alcance dos objectivos e que são utilazos pelas crianças favorecendo
uma aprendizagem mais activia e significativa. são importantes para
a aprendizagem das crianças. Esta aprendizage das crianças implica
que o educador defina prioridades na sua aquisição, de acordo com
as necessidades das crianças e o projeto

10
curricular de grupo. A cada nivel de desenvolvimento e de
aprendizagem que as crianças apresentarem ao longo do ano, se fará
à introdução de novos materiais, que sejam mais desafiadores
e sem esquecer que estes devem sempre corresponder aos interesses
que vão sendo manifestados pelas crianças.
Além do mais, a escolha de materiais deve atender a critérios de
qualidade e variedade, baseados na funcionalidade,
versatilidade, durabilidade, segurança e valor estético (OCEP, 2016).
Dai que existem materiais estruturados e não estruturados. Os
estruturados são os materiais fabricados e os não estruturados são
aqueles que podemos encontrar na natureza(pedras, folhas paus,
sementes) bem como aqueles materiais que foram feitos para outro
fim e podemos reutiliza-los para fim educativos( caixas, panos,
bidões, fios, etc.). todos estes materiais podem proporcionar inúmeras
aprendizagens e incentivar a criatividade, contribuindo ainda para a
consciência ecológica e facilitando a colaboração com os
pais/famílias e a comunidade.
Actividade de auto-avaliação Recursos
➢ Texto sobre organização dos
Após a aula: materiais: Oliveira-
De forma individual diga: Formosinho, J. (Org.)
1.1. De que forma devem estar organizados os materiais de (2020). Modelos
aprendizagem? Curriculares para a
Educação de Infância:
1.2. Qual é a relação que existe entre a organização do espaço e
Construindo uma práxis de
dos materiais? participação. (cap II, p,83-
OBS: Compare as suas respostas com a proposta de soluções no final 85) Porto: Porto Editora.
do manual.

LEITURAS RECOMENDADAS

Oliveira-Formosinho, J 2007 A contextualização do modelo curricular High/Scope no âmbito do Projecto


Infância In J Oliveira Formosinho (Org) Modelos curriculares para a educação de infância. Construindo
uma praxis de participação (pp. 45-92). Porto: Porto Editora

Parente, C. Reis, C. (2018). Reorganização do Espaço e dos materiais pedagógicos: favorecer a participação
e a aprendizagem de um grupo de crianças.

11
2.2. II Unidade Temática: Organização do tempo/rotinas Quadro

2.2.1. Conteúdo: O tempo como dimensão pedagógica na educação de


infância

Quadro III

Tema: Organização do tempo/rotinas


Conteúdos: O tempo como dimensão pedagógica na educação de infância
Resultados de Aprendizagem:
➢ Revelar conhecimentos teoricos sobre conceitos de organização do tempo/rotinas na educação de
infância
➢ Dominar as características de uma rotina diária.
➢ Organizar os momentos da rotina de modo a garantir a acção e participação da criança.
Actividades de aprendizagem Recursos
➢ Registo de video sobre rotina diária.
Antes da aula: visualizar um video sobre Organização do
https://www.youtube.com/watch?v=
tempo/rotina diária.
ByqEIMsjHng
Durante a aula: 1. Trabalhando em grupo, com base ao video
que assistiu antes da aula, reflita nas seguintes questões:
Trabalho em grupo
1.1. Em que consiste a rotina diária?
1.2. Quais são as vantagens e desvantagens de se estabelecer
uma sequência de actividades?
1.3. Qual é a relação que existe entre o espaço e o tempo
1.4. Quais são as características de uma rotino diária?
1.5. De que forma é distribuida a rotina diária?
1.6. Ainda em grupo, estruturem uma rotina diária desde a
chegada da criança no centro até a sua saida.
Depois de serem respondidas as questões de forma reflexiva os
estudantes partilham suas ideias apresentando desta forma seus
pontos de vista e serem anailsados e descutidos em grande grupo.
Resumo da aula

12
Finalmente em gesto de síntese o professor faz uma recapitulação
dos pontos defendidos pelos grupos.
Entendemos que a rotina é necessária para a organização do
trabalho com as crianças de educação de infância, e que ela não
deve ser seguida todos os dias e realizada da mesma forma, neste
caso deve ser flexivel e não esteriotipada.
Segundo Prereira e Lima, (2018) "O estabelecimento de uma
sequência de atividades diárias é vantajoso para planejar
atividades, para realizar uma organização do
trabalho e, além disso, proporciona segurança também às
crianças". No entanto ao se estabelecer esta sequência de
actividades deve se ter em conta a participação da criança e seus
interesses para não se ter uma rotina simplismente na visão do
adulto. Existem dois tipos de rotina segundo Rodrigues e Garms
(2007) que são a rotina mecânica e a estruturante. Desta feita
olhando para os modelos construtivistas na qual se fundamentam
os nossos conteúdos, vamos olhar mais para a rotina estruturante
que segundo Rodrigues e Garms (2007) nos diz que: “rotina
estruturante é como uma âncora do dia-a-dia, capaz de estruturar
o cotidiano, por representar para a criança e para os educadores
uma fonte de segurança, além do mais norteia, organiza, e orienta
o grupo no espaço educativo”.
Nesta distribuição do tempo as actividades são realizadas tanto
pelas crianças como pelo educador. Esta rotina é distribuida em
tempo de ciclo planear-fazer- rever, tempo de pequeno grupo,
tempo de grande grupo, tempo de exterior, tempos de transição
e de refeições e sono.
Neste caso a rotina numa perpstiva construtivista deve ser
consistente e previsível, deve
apresentar equilíbrio entre a iniciativa da criança e a iniciativa do
adulto, deve possibilita interacções diversificadas, deve
favorecer múltiplas experiências de aprendizagem, deve

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assegurar transições serenas e deve integra o ciclo planear-fazer-
rever.
Actividade de auto-avaliação Recursos

Após a aula: 1. De forma individual reflita nas questões que se


➢ Texto sobre o tempo educacional no
seguem:
Modelo Pedagógico de Reggio
1.1. A distribuição do tempo de rotina é distribuido em seis
Emilia Dalila Lino (2020) p.126,
elementos.
Modelos Curriculares para a
a) Quais são?
educação de infância: Construindo
b) Um destes elementos constitui uma das
um práxis de participação.
características da rotina. Diga o que faz a criança e o
➢ Texto acerca das rotina na educação
adulto neste tempo de planeamento?
infantil: Pereira e Lima, (2018)
c) No tempo de trabalho tanto a criança como o adulto
Reflexões acerca das rotinas na
participam de forma activa. Diga o que cada faz neste
educação infantil.
tempo?
OBS: Compare as suas respostas com a proposta de soluções no
final do manual.

LEITURAS RECOMENDADAS

Lino, D. (2020). O Modelo Pedagógico de Reggio Emilia. Em J. O. Formosinho, J. Formosinho, D. Lino,


& S. Niza, Modelos Curriculares para a Educação de Infância: Construindo uma práxis de participação (pp.
109- 138). Porto: porto Editora.

Barbosa, M. C., & Horn, M. d. (2012). Organização do Espaço e do Tempo na Escola Infantil. Porto Alegre:
artmed.

Pereira, D. P., & Lima, G. E. (2018). Reflexões acerca das rotinas na educação infantil: Experiências no
PIBID. Revista brasileira de inciciação científica, 133-144.

2.2.2. Conteúdo: Momentos/tempos de grupo (pequeno e grande) e


tempos/momentos de brincadeira.

Quadro IV

Tema: Organização do tempo/rotinas

14
Conteúdos: Momentos/tempos de grupo (pequeno e grande) e tempos/momentos de brincadeira e
actividades individuais.
Resultado de Aprendizagem:
➢ Conhecer de forma teorica os conceitos de momentos em pequeno e grande grupo e momentos de
brincadeira
➢ Compreender as actividades que o educador e a criança realizam em pequeno e em grande grupo
Actividades de aprendizagem Recursos
Antes da aula: visualisar um video sobre ambientes de ➢ Registo de video sobre ambiente de
aprendizagens poderosos temos/momentos de pequeno e aprendizagrm poderoso
grande grupo. https://www.youtube.com/watch?v=Bl
Durante a aula: o professor desenvolverá Trabalhos de grupo. LFZbRx1F8
1. com base ao video que assistiu antes da aula, reflita nas
seguintes questões:
a) Como define actividades em tempo de pequeno e
grande grupo?
b) Para garantir um momento de brincadeira livre e
espontânea o que é necessário?
c) O que as crianças desenvolvem quando brincam?
d) Ainda em grupo com base ao video identifique quais
foram as actividades desenvolvidas em pequeno e
grande grupo.
e) Quais foram as actividades desenvolvidas no momento
da brincdeira e diga aonde foram desenvolvidas.
f) O momento de brincadeira deve ser planificada?
Justifique
Depois dos grupos refletirem sobre estas questões,
apresentam em grande grupo para ser analisada e discutida
em forma de debate suas ideias. O professor posiciona-se
como mediador deixando que os estudantes tenham a
liberdade de exporem suas ideias. Outrossim o professor
estabelece um clima de confiança e segurança mostrando
sempre o interesse de querer ouvir todos os pareceres que
assim surgirem.

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No final o professor com base a esposição dos estudantes
faz um resumo sobre os tópicos discutidos.
Resumo da aula
Ao longo do dia, durante a rotina diária, há diversos modos
de participação e envolvimento das crinças na construção
da aprendizagem experiencial isto é de forma individual,
em pequeno grupos e em grandes grupos.(Oliveira-
Formosinho, 2020). No entanto, a organizaçã em
momentos de grande e pequeno grupo é uma estratégia que
se estabeleceu desde a muitos anos atrás no
desenvolvimento de actividades na educação de infancia.
Esta forma de organização possibilita o desenvolvimento
de várias actividades em grupo, ou seja enquanto um grupo
estiver a realizar uma determinada actividade o outro
realiza uma outra actividade diferente. Nestes momentos
as crianças desenvolvem a autonomia, a cooperação e o
papel do educador é ajudar com as instruções
precisas(Gauthier,2014). Neste caso o educador
supervisionando como as crianças estão a realizar as
tarefas, bem como verificar o desenvolvimento das
actividades de cada grupo.
As brincadeiras devem ser planificadas e devem ter um
caracter intencional. Dai o educador deve proporcionar
todas as condições para que as crianças binquem de forma
livre e devem ser proporcinados materiais. Carneiro (2010)
afirma que nunca se falou tanto sobre a importância do
brincar, o seu valor para o desenvolvimento e
aprendizagem da criança, bem como se preconizou a
atividade lúdica como direito da criança e a garantia de
uma cultura da infância. Entretanto, a autora reafirma que
o brincar ainda se encontra tão desprezado do ponto de
vista da prática que constitui um desafio a ser superado,
cotidianamente, aos educadores (Brito & Santos s.d.,).

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Nestes momentos tanto de pequeno e grande grupo como
do momento de brincaderia a observação por parte do
educador é fundamental, o registo, a avaliação e o dialógo
com as crianças constituem momentos importantes para as
proximas planificações.
Actividade de auto-avaliação Recursos
Após a aula: em grupo responda as seguintes questões: ➢ Leitura do texto sobre organização
a) O que faz a criança em momento/tempo de pequeno dos grupos de aprendizagem de
grupo? E o adulto? Oliveira-Formosinho, (2020, pp. 47,
b) Em momento/tempo de grande grupo qual é a 48) em Modelos Curriculares de
actividade da criança? Educação de Infância.
c) O video ilustrava as crianças a brincarem no espaço ➢ Registo de video sobre ambiente de
exterior que também podemos chamar de tempo de aprendizagrm poderoso
exterior. Diga qual é o papel do adulto neste tempo de https://www.youtube.com/watch?v
exterior? =BlLFZbRx1F8
d) No momentos de actividades em pequeno e em grande
grupo nota-se que as actividades não são estáticas,
assumindo desta forma a passagem de uma actividade
para outra (tempos de transição). O que faz o adulto
nestes tempos de transição?

OBS: Compare as suas respostas com a proposta de soluções


no final do manual.
LEITURAS RECOMENDADAS
Gauthier, et al. Ensino Explícito e Desempenho dos alunos: a gestão dos aprendizados. Petrópolis,RJ: Vozes,
2014.

Oliveira-Formosinho, J. (2020). A perspectiva da Associação Criança: A pedagogia-em-participação. Em J.


Oliveira-Formosinho, J. Formosinho, Modelos Curriculares para a Educação de Infância Construindo uma
práxis de participação (pp. 26-55). Porto: Porto Editora.

Cohen, E. G. e Lotan, R. Planejando o Trabalho em Grupo: estratégias para salas de aula


heterogêneas. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2017.

Carneiro. M.A.B. (Org) (2010). Cócegas, cambalhotas e esconderijos: construindo cultura e criando
vínculos. São Paulo, SP: Editora RBB.

17
2.3. III Unidade Temática: Interacções

2.3.1. Conteúdo: Estilos de interacção na educação de infância

Quadro V

Tema: Interações
Conteúdos: Estilos de interacção na educação de infância
Resultados de Aprendizagem:
➢ Compreender a importância das interacções para a aprendizagem e o desenvolvimento na educação de
infância.
➢ Definir os estilos de interacção na infância.
Actividades de aprendizagem Recursos
➢ Texto sobre a pedagogia
Antes da aula: leitura de um texto sobre a interação na educação de
das relacções como
infância.
sustentação das
Durante a aula: 1. Trabalhando em grupo. Com base ao texto lido reflita
dimensões de Dalila Lino
nas questões que se seguem:
(2020) em Modelos
1.1. Como se chama o modelo a qual se baseou o texto sobre a interação
Curriculares para a
na educação de infância?
Educação de Infância
Neste modelo como a criança é caracterizada?
(p.118, 119).
1.2. Com base ao video assistido fale da importância das interações e
➢ Registo de video sobre
sua influência para o desenvolvimento da criança.
ambiente de
1.3. No desenvolvimento das actividades na sala quando é que a
aprendizagrm poderoso.
educadora interage?
https://www.youtube.com/wat
1.4. No texto que leu encontramos a "pedagogia das relações".
ch?v=BlLFZbRx1F8
Fundamente.
Durante este momento de reflexão o professor vai acompanhando e
observar como os estudantes em grupo vão interagindo e tendo em conta
alguma divergencias de ideias ou conflitos cognitivos que foremsurgindo,
vai fazendo anotações e vai ajudando os estudantes naquilo poder.
Fazendo isto, no momento da apresentação o professor fará a mesma
pergunta a todos os grupos em que medida a interação foi importante no
grupo? Cada grupo deve apresentar uma vantagem e uma desvantagem do

18
trabalho em grupo e se acreditam que a colaboração é fundamental para um
trabalho de grupo.
Feita as apresentações os estudantes debatem sobre o assunto e definem
quais pontos a melhar consubstanciando numa troca de ideias entre os
grupos.
Resumo da Aula
No final o professor faz um resumo da aula valorizando consideravelmente
os elementos apresentados pelos grupos.
Segundo Lino (2020) existem três protagonistas do processo educativo “as
crianças, os educadores e os pais”. Entre estes é necessario que haja
comunicação e as relações devem estar acentes ou subjacentes na medida
em que influenciam para a aprendizagem da criança.
Ainda a mesma autora enfatiza que o conhecimento emerge de uma
construção pessoal e soacial, ou seja a criança participa de forma activa na
sua socialização.
As habilidades emocionais, as habilidades sociais exercem um papel
fundamental na formação da criança e devem ser trabalhadas desde cedo,
são importantes para o desenvolvimento saudável e para a interação social
na educação infantil.
Para que isso aconteça, a criança deve ter acesso a espaços com diferentes
oportunidades de socialização. Nesse contexto, o Centro Infantil constitui
o ambiente ideal para incentivar a interação entre crianças de realidades
distintas, visto que cada criança possui um modo próprio de agir, pensar e
se relacionar.
O educador deve incentivar a colaboração entre as crianças visto que ela
constitui a chave do sucesso da pedagogia das realções(Lino, 2020). É por
meio da colaboração que as crianças interagem e se socializam. este
processo começa nas familías e depois transita para o centro infantil.
Neste sentido o Centro Infantil conforme afirma (Lino) surge como o lugar
onde é possivel partilhar vidas e estabelecer múltiplas relações. No entento
tal conforme consideram outros modelos como a de Reggio Emilia, a nossa
prática deve estar fundamentada nas premissas da interação, colaboração e
comunicação.

19
Actividade de auto-avaliação Recursos
Texto sobre a pedagogia das
Após a aula: trabalho em grupo -1. Reflitam nas questões a baixo:
relacções como sustentação das
1. Porque a interacção é importante na educação de infância?
dimenções de Dalila Lino (2020)
2. Respondem verdadeira(v) ou falsa(f) as seguinte squestões
em Modelos Curriculares para a
a) O Centro Infantil é, muitas vezes, o primeiro contacto que a criança
Educação de Infância (p.118,
estabelece com outras da mesma faixa etária.( )
119).
b) Por meio das interação, as crianças trocam informações, linguagens
e ações; começam a se relacionar com o próximo, aprendem a
respeitá-lo e a construir princípios de empatia, colaboração e
generosidade.( )
3. Se as acções das crianças não devem ser consideradas apenas como
resposta ao meio social, aonde deve residir esta consideração?
OBS: Compare as suas respostas com a proposta de soluções no final do
manual.

LEITURAS RECOMENDADAS

Lino, D. (2020). O Modelo Pedagógico de Reggio Emilia. Em J. O. Formosinho, J. Formosinho, Modelos


Curriculares para a Educação de Infância: Construindo uma práxis de participação (pp. 109- 138). Porto:
porto Editora
Hohmann, M. & Weikart, D. (2011). Educa a criança. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Formosinho, O., Júlia & Formosinho, J., (2013). Pedagogia-em-Participação: A Perspectiva Educativa da
Associação. Porto: Porto Editora

2.3.2. Conteúdo: Estratégias de Interacção na educação de infância

Quadro VI

Tema: Interações
Conteúdos: Estratégias de interacção na educação de infância
Resultados de Aprendizagem:
➢ Conhecer e adoptar estratégias de interacção adequadas ao desenvolvimento das crianças dos 0 aos 6 anos.
Actividades de aprendizagem Recursos

20
➢ Texto sobre a interação adulto-
Antes da aula: leitura de um texto sobre a interacção adulto-criança. criança no Currículo High-
Durante a aula: o professor desenvolverá actividades ao nivel individual Scop de Júlia Oliveira-
e de forma grupal. Formosinho (2020) em
1. Reflita nas questões que se seguem com base no texto em Modelo Curriculares para a
referência: Educação de Infância.(p.88,
1.1. Bruner em 1985 afirma que a criança luta sozinha para atingir 89)
algum equilíbrio entre assimilar o Mundo a si ou assimilar-se ao ➢ Registo fotográfico:
Mundo.
a) No contexto da educação de infância, qual é o papel do adulto?
1.2. Observem as imagens e reflitam no seguinte:
a) O que representam estas imagens?
b) Identifique os protagonistas do processo educativo
c) Com base na reflexão da questão da alinha a) do número 2
diga que estratégias foram utilizadas para reunir estes
protagonistas.
d) Com base no tema diga o que está a acontecer nestas
imagens.
Os grupos teram de fazer um grande exercício de interpretar estas imagens Fonte: facebook. JI Seide S.
Miguel (dia 10 de Junho de 2022)
e considera alguns conteúdos ja vistos na aula anterior uma vez que trata-
se apenas de uma sequência. As imagens devem ser distribuidas pelos
grupos ou ainda projectar até que os estudantes interpretem e terminem com
a realização da actividade. Os grupos vão debatendo sobre os resultados de
cada um (grupo) e o que o professor deve esperar são divergencias e
convergencias de ideias.
Resumo da aula
A interacção em contexto de Educação de Infância é fundamental para o
desenvolvimento e aprendizagem da criança, na medida em que o Centro
Infantil constitui o primeiro elemento de socialização da criança. É por isso
que o educador deve pensar em estratégias para desenvolver a interação, a
Fonte: facebook. JI Seide S.
comunicação e as relacções entre a criança, a família/pais e o Miguel (dia 10 de Junho de
adulto/educador incluindo a comunidade em geral. 2022).

21
A criança segundo Bruner (1985), luta sozinha para atingir o equilíbrio
entre assimilar o Mundo a si ou assimilar-se ao mundo. Se consideramos
os três elementos protagonistas do processo educativo como pertecentes a
este mundo da criança, entam é fundamental que se criar situações que
desafiem o pensamento actual da criança e, assim, provoquem o conflito
cognitivo.
No entanto quando surge este tipo de colaboração entre o adulto e a criança,
a criança por si renova o seu empenhamento activo com a situação ou com
o problema.
Uma das estratégias é convocar o pais/família para visitarem o centro
infantil e passarem metade do dia com as crianças realizando actividades
que estes pais gostariam de ensinar nas crianças lá no centro.
Esta estratégia revela o desenvolvimento das interações entre a criança, o
adulto e os pais.
Actividade de auto-avaliação Recursos
Texto sobre interação no contexto
Após a aula: 1- neste momento o professor realiza actividades em que os
de uma aprendizagem pela acção
estudantes trabalhem em grupo ou de forma individula.
de Hohmann, M. & Weikart, D.
1. Reflitam em grupo nas questões que se apresentam:
(2011). Educar a criança. Lisboa:
1.1. A aprendizagem da criança deve ser significativa e em acção.
Fundação Calouste Gulbenkian.
a) Como interagem os adultos e as crianças num contexto de
aprendizagem em acção?
b) Para que as crianças desenvolvam uma aprendizagem em acção a
interação com adulto/educador é suficiente? Porquê?
c) Para formar parcerias com as crianças, os adultos envolvidos nos
ambientes de aprendizagem pela acção precisam posicionar-se.
Diga de que forma estes devem posicionar-se
Compare a tua resposta com as imagens apresentadas
anteriormente.
OBS: Compare as suas respostas com a proposta de soluções no final do
manual.

LEITURAS RECOMENDADAS

22
Lino, D. (2020). O Modelo Pedagógico de Reggio Emilia. Em J. O. Formosinho, J. Formosinho, Modelos
Curriculares para a Educação de Infância: Construindo uma práxis de participação (pp. 109- 138). Porto: porto
Editora
Hohmann, M. & Weikart, D. (2011). Educaracriança. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Formosinho, O., J & Formosinho, J., (2013). Pedagogia-em-Participação: A Perspectiva Educativa da


Associação. Porto: Porto Editora

2.4. IV- Unidade Temática: Observação, documentação, planificação e avaliação


na educação de infância

2.4.1. Conteúdo: Observação e documentação na educação de infância

Quadro VII

Tema: Observação, documentação, planificação e avaliação na educação de infância.


Conteúdos: Observação e documentação na educação de infância
Resultados de Aprendizagem:
➢ Conhecer a relação que existe entre a observação, documentação, planificação e avaliação
➢ Identificar o que observar na educação de infância
Actividades de aprendizagem Recursos
➢ Leitura de texto sobre,
Antes da aula: leitura de um texto sobre observação, Documentação,
observação e documentação.
planificação e avaliação.
Texto: Documentação Pedagógica:
Durante a aula: O professor desenvolve actividades organizando os
observar, registrar e (re)criar
estudantes em grupos.
significados de Mônica Appezzata
1. Com base ao texto reflitam nas questões questões que se seguem:
Pinazza e Paulo Sérgio Fochi, (2018,
a. O que é a observação?
pp. 184-199).
b. Porquê é importante a observação na educação de
infancia?
c. O que é documentar?
d. Como podemos articular a observação com a
documentação?
Deois dos estudantes responderem as questões, partilham com toda a
turma as suas respostas. Depois desta partilha, passa-se para um outro
mometo;

23
2. Dividir os estudantes em pequenos grupos: Os grupos serão
solicitados a saírem da sala de aulas e irem para o pátio e
registarem tudo que observarem nos arredores da faculdade.
Seguidamente cada grupo apresenta tudo o que observou.
Esta ultima actividade deve ser realizada depois do estudantes se
apropriarem de conteúdos teóricos.
No final da actividade o professor faz um resumo das actividades
realizadas, mencionando os elementos pertinentes neste conteúdo.
Resumo da aula
A observação é o processo pelo qual o educador observa as actividades
desenvolvidas pelas crianças e através dela o educador faz o registo para
possibilitar a elaboração de um plano adequado e consequentemente sua
avaliação.
Seguidamente o educador reflete nas práticas desenvolvidas e documenta
no sentido de posteriormente consultar em caso de necessidades.
Actividade de auto-avaliação Recursos
Texto: Documentação Pedagógica:
Após a aula: 1. Trabalho individual:
observar, registrar e (re)criar
1.1. De que forma a observação e a documentação são importantes
significados de Mônica Appezzata
para a aprendizagem significativa da criança
Pinazza e Paulo Sérgio Fochi, (2018,
1.2. Qual é a relação que existe entre a observação e documentação?
pp. 184-199).
1.3. De que forma se pode fazer a recolha sistemática destas
informações?
1.4. O que se pode observar na educação de infância?
OBS: Compare as suas respostas com a proposta de soluções no final do
manual.

LEITURAS RECOMENDADAS
Pinazza, M. A., & Fochi, P. S. (2018). Documentação Pedagógica: observar, registrar e (re)criar significados.
Revista Linhas, (184-199).

Lino, D. (2020). O Modelo Pedagógico de Reggio Emilia. Em J. O. Formosinho, J. Formosinho, D. Lino, & S.
Niza, Modelos Curriculares para a Educação de Infância: Construindo uma práxis de participação (pp. 109-
138). Porto: porto Editora.

24
Parente, C. (2010). Avaliação: observar e escutar as aprendizagens das crianças. Cadernos de Educação de
Infância. (pp. 89, 34-37).

2.4.2. Conteúdo: Planificação e avaliação como processo de ensino e


aprendizagem na educação de infância

Quadro VIII
Tema: Observação, documentação, planificação e avaliação na educação de infância.
Conteúdos: Planificação e avaliação como processo de ensino e aprendizagem na educação de infância
Resultados de Aprendizagem:
➢ Compreender o objectivo da avaliação na educação de infância.
➢ Revelar conhecimento sobre as formas de avaliação na educação de infância.
➢ Conhecer formas de planificação na educação pré-escolar.
Actividades de aprendizagem Recursos
Leitura de texto sobre,
Antes da aula: leitura de um texto sobre planificação e avaliação.
planificação e avaliação:
Durante a aula: O professor vai desenvolver actividades organizando os
estudantes em grupos e outras individuais para descreverem os Texto de Maria Cristina Parente
instrumentos de avaliação na educação de infância e a importância da (2014) sobre Avaliação na
paricipação da criança na planificação. educação de infância: itinerários

1. Em trabalho individual, responda as seguintes questões: de Uma viagem de educadores de

a) Como futuros educadores de infância que significado dão à infância na formação inicial.
avaliação? Texto de Oliveira-Formosinho
b) Como entendem a planificação na educação de infância? sobre Planificação com a criança
c) Qual é a relação que existe entre a planificação e avaliação? em Pedagogia-em-Prticipação: A
d) Estruturar um plano de actividade programada para crianças de 5 Perspectiva Educativa da
anos (preliminares, tema, subtema e objectivo) Associação Criança.(P.29)
Abre-se uma discução de analise sobre as respostas dadas, isto é partilha de
ideias.
Resumo da aula

25
A pedagogia construtivista reconhece o direito da criança de participar no
processo de aprendizagem e, consequentemente, o direito de participar no
processo de avaliação da aprendizagem (Parente, 2010). As crianças devem
participar na construção do seus conhecimento e também na avaliação das
suas aprendizagens.
Olhando para as particularidades que as crianças apresentam e as
experiencias que trazem, remete aos educadores uma atenção privilegiada
neste processo. Por isso é fundamental que se avlie as aprendizagen das
crianças utilizando o instrumento de avaliação mas adequada para
possibilitar uma boa planificação.
Actividade de auto-avaliação Recursos
Leitura de texto Maria Cristina
Após a aula: 1. trabalho individual- reflita nas seguintes questões:
Parente (2014) sobre Avaliação na

1.1. Como educadores, para quem nós planificamos? educação de infância: itinerários

1.2. Quais são as fases a seguir na planificação de uma actividade? de Uma viagem de educadores de

1.3. Na educação de infância o que se avalia? Como se avalia? infância na formação inicial.

1.4. Depois de ter aprofundado os conceitos sobre observação,


documentação, planificação e avaliação, diga qual destes é a base
dos outros? Justifique.
OBS: Compare as suas respostas com a proposta de soluções no final do
manual.

LEITURAS RECOMENDADAS
Parente, M. C. (2014). Avaliação na Educação de Infância: Itinerários de uma Viagem de Educadores de Infância
na Formação Inicial. (pp.168-182)

Sousa, J. M., & França, A. M. (2014). Que avaliação na educação de Infância? (pp.40-53)

Oliveira-Formosinho, J., & Formosinho, J. (2013). Pedagogia-em-Participação: A Perspectiva Educativa da


Associação Criança. Porto Editora. (p. 29)

3. PRORPOSTAS DE SOLUÇÕES DAS ACTIVIDADES DE AUTO-


AVALIAÇÃO

3.1. Conteúdo: Critérios de organização dos espaços na educação de infância

26
3.1.1. O espaço de aprendizagem deve ser atraente; deve estar separado por áreas de
interesses; deve oferecer vários tipos de interação e brincadeiras; o espaço de cada
área deve ser suficiente para cada criança, para possibilitar várias crianças
trabalharem em conjunto, estas áreas devem estar visíveis e localizáveis pelas
crianças de forma fácil e devem alterar-se em função do desenvolvimento e dos
interesses das crianças.
3.1.2. Este ambiente educativo deve proporcionar aprendizagem e desenvolvimento das
crianças.
3.1.3. No espaço o educador deve considerar o cuidar e o educar, pois na educação
infantil ambos estão intrinsecamente relacionados. Não há como trabalhar nesse
nível de ensino sem pensar na intrínseca relação entre o cuidar e o educar.

3.2. Conteúdo: Os materiais pedagógicos


3.2.1- Devem refletir interesses, níveis de desenvolvimento e experiência familiar e
sociocultural das crianças; Devem ser diversificados e em quantidades suficientes;
Devem promover desenvolvimento das experiências chave/dos ICDs (Indicadores
chave do desenvolvimento); Devem estar ordenados por tipo e função e devem
ser acessíveis e etiquetados.
3.2.2- Quando se tem uma intencionalidade clara em relação as experiências e as
oportunidades de aprendizagem que queremos propiciar para as crianças, deve se
ter em conta que a organização dos espaços e dos materiais constituem elementos
indissociaveis num ambiente de aprendizagem das crianças.

3.3. Conteúdo: O tempo como dimensão pedagógica na educação de infância


3.3.1- a) Os seis elementos que fazem parte da distribuição dos tempos da rotina são: 1.
Ciclo planear-fazer-rever; 2.Tempo de pequeno grupo; 3.Tempo de grande grupo,
5.Tempo de exterior; 6.Tempos de transição; 7.Refeições e sono.
3.3.2- b) No tempo de planear a criança expressa interesses e intenções através de gestos,
acções e palavras, antecipa acções e faz planos (vagos, metódicos e detalhados),
desenvolve um sentimento de segurança nas suas próprias capacidades,
desenvolve um sentimento de controle pessoal.
O adulto reflete sobre as suas crenças, cria um clima de à vontade e de
proximidade, usa estratégias para manter a atenção da criança, conversa
individualmente com cada criança colocando questões abertas como: o que?, faz

27
comentários; oferece alternativas; escuta a criança, conversa num formato de
“falar à vez”, conversa sobre espaços e materiais, fala de detalhes, fala da
sequência de ações, fala com a criança sobre o que foi feito anteriormente;
encoraja o planeamento conjunto; valoriza os planos das crianças fazendo
comentários encorajadores e tomando nota desses planos.
3.3.3- A criança Concretiza os seus interesses e intenções; brinca de forma intencional;
brinca em diversas situações de interacção; resolve problemas; desenvolve
experiências de aprendizagem em diversas áreas de desenvolvimento e domínios
de conhecimento.
O adulto Organiza áreas de interesse agradáveis; observa as áreas de interesse para
compreender o que as crianças estão a fazer, seleciona a(s) criança(s) a observar;
participa reciprocamente no jogo das crianças; apoia e encoraja a resolução de
problemas e assinala o fim do tempo de trabalho.
3.4. Conteúdo: Momentos/tempos de grupo (pequeno e grande) e
tempos/momentos de brincadeira.
3.4.1- a) A criança em tempo de pequeno grupo interage com o mesmo grupo de pares;
explora, brinca e trabalha com materiais diversos; resolve problemas e fala sobre
aquilo que esta a fazer.
O adulto reflete sobre as suas crenças; planifica com base na observação das
crianças; prepara os materiais; inicia a atividade; participa na atividade ao nível
das crianças; observa, escuta, apoia e desafia ideias e ações das crianças e prepara
as crianças para finalizar a atividade.
3.4.2. b) Em momento de grande grupo a criança participa ativamente; desenvolve
experiências partilhadas; dá ideias e sugestões; desenvolvem um sentido de
pertença ao grupo.
3.4.3. c) O papel do adulto no tempo exterior é refletir sobre as suas crenças; facilitar o
acesso a materiais; observar as crianças; apoiar e desafia as crianças; participar no
jogo das crianças; apoiar e desafiar a resolução de problemas; assinalar o fim do
tempo de recreio e apoia arrumação dos e materiais.
3.4.4. Nos tempos de transição o adulto adequa transições a necessidades e
características das crianças; define papéis para os elementos da equipa educativa
por forma a melhor apoiar cada criança e assinala o fim de uma atividade e
direciona a atenção das crianças para a atividade seguinte.

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3.5. Conteúdo: Estilos de interacção na educação de infância
3.5.1- Na infância, a interação entre as crianças é importante para a construção de uma
aprendizagem em acção e significativa no processo educativo. É nesse período
que a criança inicia a descoberta do universo que a cerca e aprende a identificar
sensações e pessoas. As amizades assumem um papel muito especial nessa fase
da vida. Desse modo, podemos destacar a importância do outro não só no processo
de construção do conhecimento, mas, também, na constituição do próprio
indivíduo e do seu modo de agir.

3.5.2- a) O Centro Infantil é, muitas vezes, o primeiro contacto que a criança estabelece
com outras da mesma faixa etária. ( V )
3.5.3- b) Por meio das interação, as crianças trocam informações, linguagens e ações;
começam a se relacionar com o próximo, aprendem a respeitá-lo e a construir
princípios de empatia, colaboração e generosidade.( V )

3.5.4- As acções das crianças não devem ser consideradas apenas como resposta ao meio
social, mais como o desenvolvimento das estrututras mentais através da interacção
social, onde o conflito e a negociação são forças indispensáveis para o
crescimento.

3.6. Conteúdo: Estratégias de Interacção na educação de infância


3.6.1- a) No contexto de aprendizagem pela acção, quer a criança, quer o adulto agem,
pensam e resolvem problemas ao longo do dia, isto é, através da rotina diária.
Neste sentido, as crianças e os adultos são activos e interactivos.
3.6.2- b) Para uma aprendizagem pela acção a interacção da criança não pode limitar-se
com o adulto/educador. Deve implicar envolvimento de outros, a interação com
outras crianças, com os pais e também com a comunidade.
3.6.3- c) O adulto precisa estabelecer parceria com as crianças no sentido de desenvolver
as interacções fundamentalmente sociais, para isso deve posicionar-se ao nível
físico das crianças, seguem as ideias e interesses delas e conversam com elas num
estilo que implica dar-e-receber.
3.6.4- d) As imagens revelam o envolvimento dos pais e da educadora nas actividades
das crianças de forma física, dialogando, ajudando nas tarefas do dia e isto revela
a importância da parceria instituição e família na aprendizagem significativa e
uma aprendizagem pela acção na criança.

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3.7. Conteúdo: Observação e documentação na educação de infância
3.7.1- A observação e a documentação são importantes para a aprendizagem
significativa da criança porque observar as crianças, recolher informação
enquanto interagem e documentar o que estão a aprender, constitui a base para a
tomada de decisões ao nível da planificação e também envolve os educadores a
trabalhar e a pensar reflexivamente sobre as observações realizadas e
documentadas para tomar decisões ao nível curricular com propostas pedagógicas
concretas.
3.7.2- A observação constitui o ponto de parida para a documentação. Enquanto se
observa, faz-se a recolha de informações e estas informações devem ser
documentadas. Na educação de infância deve-se registar tudo o que se observa na
criança e estes registos devem ser documentados para servirem como consulta
tanto a criança como para o educador sobre o que aconteceu e dar novos
significados.
3.7.3- A recolha sistemática destas informações pode ser feita através de diapositivos,
fotografias, painéis, vídeos, palavras das crianças.
3.7.4- Na educação de infância observa-se a maneira como as crianças interagem, a
maneira como aprendem, como se comunicam, como definem os seus próprios
objectivos, como fazem a manipulação dos materiais e como resolvem os
problemas.

3.8. Conteúdo: Planificação e avaliação como processo de ensino e aprendizagem


na educação de infância
3.8.1- Como educadores nós planificamos para as crianças.
3.8.2- As fases didácticas a ter em conta na planificação são: fase inicial (Introdução),
fase central (desenvolvimento) e a fase final (conclusão).
3.8.3- Na educação de infância a avaliação focalize simultaneamente na criança e no
contexto procurando documentar as aprendizagens construídas individualmente e
em grupo; focalizar-se nas estratégias de aprendizagem e na capacidade de
resolução de problemas das crianças em vez de focalizar apenas no sucesso ou
fracasso da realização de uma tarefa num dado momento.
3.8.4- A avaliação na educação de infância deve ser feita com base a procedimentos ter
em conta uma abordagem construtivista de ensino e aprendizagem, serem

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sensíveis às crianças, possibilitarem a sua participação e, ainda, desenvolverem
procedimentos de avaliação colaborativos nos quais as perspectivas das crianças,
dos educadores e dos pais são tidas em consideração, ainda que de modos
distintos.
3.8.5- A observação constitui o elemento fundamental e agregador de todas as
perspectivas e abordagens. Tudo começa com a observação das crianças. A
observação é o ponto de partida, a primeira tarefa a realizar para se chegar na
documentação, para se chegar na planificação e no processo de avaliação. Tanto
a documentação, a planificação e a avaliação são suportadas pela observação, isto
é, observação da criança e do contexto, realizada de forma contínua e sistemática
e no dia-a-dia do jardim-de-infância, e não apenas na observação de algumas
atividades isoladas.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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