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Ac Rod Gom Dir Con 054
Ac Rod Gom Dir Con 054
br
SUMÁRIO
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.......................................................................................................... 2
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS........................................................................................... 2
INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO (ART. 5º, XI, CF) .................................................................................... 2
SIGILO DAS COMUNICAÇÕES (ART. 5º, XII, CF).......................................................................................... 2
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO (ART. 5º, XV, CF) ......................................................................................... 4
Como regra, só se pode entrar na casa de uma pessoa com o seu consentimento.
Excepcionalmente, a Constituição Federal admite a entrada sem consentimento do morador
nos casos de:
flagrante delito;
desastre;
prestar socorro;
determinação judicial – apenas durante o dia.
Importante é não esquecer que, no caso de determinação judicial, a entrada se dará
apenas durante o dia. Nos demais casos, a entrada será permitida a qualquer hora.
Alguns conceitos importantes: O que é casa? O que pode ser entendido como caso para
efeito de inviolabilidade? A jurisprudência tem interpretado o conceito de casa de forma ampla,
considerando como casa qualquer compartimento habitado ou em aposento ocupado de
habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão
ou atividade.
Assim, o STF já considerou como casa, para efeitos de inviolabilidade, oficina mecânica,
quarto de hotel ou escritório profissional.
1 LEP - Art. 41 - Constituem direitos do preso: XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros
meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão
ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
2 STF – HC 70.814-5 – Min. Celso de Mello.
3 Quanto ao TCU – MS 22801; AUTORIDADE FAZENDÁRIA: RE 389808; MINISTÉRIO PÚBLICO: MS 160646
4 (RE 418416, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2006, DJ 19-12-2006
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;
OBS: não mais existe em nosso ordenamento jurídico a previsão da prisão civil do
depositário infiel em virtude da ratificação pelo Brasil do Pacto Internacional dos Direitos Civis
e Políticos (art. 11) e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de São José da
Costa Rica (art. 7º, 7), ambos no ano de 1992. E também pela edição da súmula vinculante pelo
STF de nº25:
“É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.”
+
Incisos LXII (comunicação da prisão), LXIII (direito ao silêncio), LXIV (identificação
pelos responsáveis da prisão), LXV (relaxamento da prisão ilegal), LXVI (liberdade provisória)
e LXVIII (habeas corpus).
Logo:
PENAL:
- Flagrante (SEM JUIZ)
- Ordem Judicial
MILITAR:
- Transgressão Militar (SEM JUIZ)
- Crime Militar
CIVIL:
- Pensão Alimentícia (inadimplência Inescusável e Voluntária)
Obs.: Não há mais prisão do depositário infiel (ainda que expressamente conste no
texto constitucional e, por isso, não se possa falar em revogação, não há mais aplicação
de tal dispositivo em virtude da Súmula Vinculante nº 25/STF.
Convém perceber que o direito explanado no inciso XV não possui caráter absoluto, haja
vista ter sido garantido em tempo de paz. Isto significa que em momentos de “não paz” seria
possível estabelecer restrições à liberdade de locomoção.
ESTADO DE SÍTIO: ART. 139 Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com
fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I -
obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não
destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; (grifo nosso)
Outro aspecto interessante refere-se à possibilidade de qualquer pessoa entrar,
permanecer ou sair do país com seus bens, nos termos da lei. Esse direito também não pode ser
encarado de forma absoluta, haja vista que esse direito deve ser exercido nos termos da lei,
assim há a possibilidade de se exigir declaração de bens ou pagamento de imposto quando da
entrada da pessoa no país com bens.
Frisa-se que a liberdade de locomoção, por não ser um direito absoluto, permite a sua
restrição quando em conflito com outros direitos fundamentais.
Caso a liberdade de locomoção seja restringida por ilegalidade ou abuso de poder, a
Constituição prevê um remédio constitucional, uma solução a esse problema, por meio do
Habeas Corpus.
Art. 5°, LXVIII – conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;