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Porto Alegre
2014
Conteúdo
Conteúdo..........................................................................................................................................................2
Introdução........................................................................................................................................................2
Max Weber: Vida e Obra...................................................................................................................................2
O Projeto Político-Pedagógico...........................................................................................................................3
A Construção dos Tipos Ideais..........................................................................................................................3
Escola Tradicional - Tradicional.........................................................................................................................4
Escola Tradicional - Economicista......................................................................................................................5
Escola Tradicional - Liberal................................................................................................................................5
Escola Progressista............................................................................................................................................6
A Ação Social e o Sentido de Vigência..............................................................................................................7
Bibliografia........................................................................................................................................................7
Introdução
Este trabalho é uma materialização de uma série de reflexões que tenho em torno do sistema
de educação. Partindo do questionamento do entendimento do Projeto Político-Pedagógico (PPP)
escolar partir do método compreensivo de Max Weber. Procuro discutir a questão metodológica,
tentando organizar, ao longo do trabalho, uma série de recursos analíticos que me possibilite
compreender o documento de forma ideal, exaltando assim as diretrizes da escola como uma
instituição formadora de um projeto de mundo a partir de sua visão de sociedade, visão de
indivíduo e visão de mundo.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional (Lei 9394/96), existe por
obrigação a produção do Projeto Político Pedagógico (PPP). Este documento como objeto de
reflexão e estudo na tentativa de repensar a educação e as práticas educativas, como também um
instrumento de intervenção metodológica e prática. É neste documento que a escola apresenta
suas diretrizes, seus projetos e sua visão de mundo, o guia para a prática pedagógica a partir de
seu posicionamento diante do mundo.
O PPP é um conjunto de reflexões das análises da conjuntura da escola, em seu âmbito
contexto-histórico e histórico-local. Este reconhecimento de identidade dos sujeitos e das
estruturas que a cercam gera um diagnóstico sobre a realidade e a programação de um projeto
político educativo diante deste diagnóstico. Ou ao menos assim deveria ser refletido o documento
e sua importância.
Desta forma, inicio a interpretação do documento como um tipo ideal, não necessariamente
verificado na prática docente da escola, mas como um recurso que guia a prática em menor ou
maior grau. Entendo que verificar esta prática, na escola, em seu grau de coerência com o
documento faz parte de um segundo trabalho. O entendimento que pretendo problematizar aqui é
o entendimento ideal do documento seguindo a pergunta fundadora: Como entender
compreensivamente o Projeto Político-Pedagógico? A partir da tipificação ideal.
A caracterização dos tipos puros, ou ideais, é a racionalidade das categorias, ou seja, valores
abstratos e anteriores à análise criada a partir da abstração do método indutivo indução. Não é,
inteiramente, um conceito desprovido da realidade. Mas uma categoria que parte da realidade, é
purificada em essência no processo de abstração e que, assim, retorna à realidade como forma
analítica para ser preenchido por ela. São conceitos de valor utópicos, não os encontramos puros
em realidade, mas servem como modelo de análise da realidade e preenchidos por realidade. E
também, por último, a pluricausalidade do conceito. O entendimento das coisas só pode se dar a
partir dos significados humanos tal de sua utilidade quanto de subjetividade daquela coisa
(Weber). Esta interpretação do PPP se dará a partir das seguintes categorias:
Visão de mundo seria a categoria que se refere ao projeto de mundo da escola, o mundo para
que os alunos estejam sendo ensinados e projetados. Esta categoria está relacionada na
articulação dos fins e dos valores da escola, guiada pela pergunta “o que pretendemos alcançar
com a educação?”. A diretriz de formação do aluno, de seus valores. Esta categoria serve para a
analise dos projetos e posicionamento politico da escola.
Visão de Sociedade é como ela é vista pela escola, sua visão da realidade, estrutural ou não,
que circunda a escola, no mundo que ela está incluída e os recursos necessários para alcançar os
fins de uma sociedade ideal. É uma descrição do mundo “como ele é”, de suas limitações, funções
ou de possibilidades. Pode aparecer desde o contexto direto e particular da escola, como o bairro,
a cidade, ou de uma forma ampla e universal de sociedade e seus significados. Por vezes esta
categoria aparece como uma analise de conjuntura elaborada no PPP.
Visão de Indivíduo é a categoria que se refere aos sujeitos na visão da escola, a concepção de
ser humano que a escola tem, e assim, reflete na maneira de como a educação age diante destes
sujeitos. É a ideia formada em torno de quem e o que é o aluno. Também perpassa por uma
questão ontológica, de estudo do ser como é no “mundo concreto”, de sua relação com a natureza
e sociedade.
Em algumas ocasiões estas três categorias estão diluídas. Uma está associada a outra, e seu
significado depende, condicionalmente, da relação entre as categorias.
Os tipos ideais de visão de mundo, visão de sociedade e visão de indivíduo, foram construídos
a partir da análise das quatro tradições pedagógicas e sociológicas de ver, interpretar e agir sobre o
mundo, que foram descritas de uma forma muito coerente nas considerações teóricas
metodológicas do livro Escola, Estado e Sociedade, escrito por Barbara Freitag. E também pelo
entendimento da pedagogia de Paulo Freire, que influenciou muito as diretrizes progressistas de
educação. A seguir são apresentadas as categorias de análise das quatro tradições político- -
pedagógico em seus tipos ideais.
Esta escola poderia ser retratada, também, como as escolas profissionalizantes. Percebem na
educação um valor de troca, de um lado recebe a educação, de outro esta educação torna-se útil
para a sociedade quando retorna como mão de obra especializada ou como forma de inclusão dos
sujeitos no sistema de produção.
Esta Escola busca a racionalização do mundo, o mundo como um grande projeto econômico
de busca nas relações custo e benefício entre indivíduos e sociedade. Percebe que a meritocracia é
a forma reguladora de que a sociedade tem de premiar os indivíduos em uma relação de troca, tal
como a lógica de livre mercado e da “mão mágica” reguladora.
Todo indivíduo é livre, e racional, sabe as consequências de suas escolhas e possui livre
liberdade de optar pelos caminhos a seguir. Ninguém é escravo de sua condição, mas sim de suas
escolhas dentro de uma sociedade embasada na contínua busca do desenvolvimento econômico,
sendo responsável de si diante das estruturas e dos outros.
Escola Progressista
http://www.monteirolobato.edu.br/institucional/texto/3/historico
Bibliografia
CALADO, Alder Júlio Ferreira. Paulo Freire: Sua visão de mundo, de individuo e de sociedade.
Caruaru: Fafica, 2001.
DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. São Paulo: Melhoramentos, 1952.
FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e Sociedade. São Paulo: Moraes, 1980.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras: 1995.
VEIGA, Ilma Passos da (Org). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível.
Campinas: Papirus, 1998.
WEBER, Max. Economia e Sociedade. Brasília: UnB, 2013.