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O SEMEADOR

ANO 75 JANEIRO 2020 Nº 919


O Semeador é a revista da Federação Espírita do Estado de São Paulo - Edição Limitada

10
Leis Divinas
Vencendo Desafios com
Consciência Social
A Federação Espírita do Estado de São Paulo todas as criaturas, inspirando-nos a vivência
promoverá de 30 de abril a 3 de maio de 2020 do amor a Deus, ao próximo e a nós mesmos,
o Congresso Espírita FEESP 2020, com a transformando a dificuldade em desafio a
apresentação do tema central “Leis Divinas - vencer e ao mesmo tempo valorizando o
Vencendo Desafios com Consciência Social”. convívio familiar e social, onde a prática da
caridade indistintamente, supera divergências
Local do Evento - Sede da FEESP, Rua Maria
e constrói a paz, concluindo que somente o
Paula, 140 - Edifício Allan Kardec, Bela Vista,
entendimento e a vivência das Leis de Deus,
São Paulo - SP.
simultaneamente, no campo individual e no
O objetivo principal do tema é reforçar a campo social, trará ao homem a evolução
necessidade urgente de vivenciar as Leis planejada por Deus e desta forma, a evolução
Divinas - Leis da Vida, registradas por Allan do Planeta.
Kardec em O Livro dos Espíritos, que são de
Aguardamos a sua presença.
todos os tempos e que constituem a ética
religiosa superior de todos os povos e de Contatos pelo endereço:
todas as nações, gravadas na consciência de congressofeesp2020@feesp.org.br
EDITORIAL
DESAFIOS DA Caros leitores,
ATUALIDADE Chega às suas mãos mais uma edição da revista “O
Semeador”, periódico da Federação Espírita do Estado
de São Paulo - FEESP, mantendo o propósito de entreter,
informar e educar, dentro dos princípios da Doutrina Es-
pírita, codificada na França por Hippolyte Léon Denizard
Rivail - Allan Kardec.
Neste número, refletimos sobre a educação integral,
a educação que deve desenvolver as qualidades do Ser e
atenuar ou extinguir o orgulho, o egoísmo e outros defei-
tos do Espírito. Para tanto, (este é outro grande assunto)
é importante vivenciar o Evangelho no Lar, pois a casa,
como bem disse o benfeitor André Luiz, não é apenas um
refúgio de madeira ou alvenaria, é o lar onde a união e o
companheirismo se desenvolvem.
Falando nisso, a valorização do convívio familiar e so-
cial, onde a prática da caridade indistintamente supera as
divergências e constrói a paz é assunto do 10º Congresso
da FEESP, que será realizado de 30 de abril a 3 de maio
de 2020, com a apresentação do tema central Leis Divinas
- Vencendo Desafios com Consciência Social. Teremos
palestras no Auditório Bezerra de Menezes, com telões
colocados em algumas salas reproduzindo as palestras,
simultaneamente. Haverá Feirão de Livros, com alguns
minutos para autógrafos dos conferencistas nos livros de
autoria dos mesmos.
Abordamos também informações sobre a psicografia
literária, o caminho de amor entre o Céu e a Terra. E con-
tinuamos relembrando os primeiros anos da Federação
Espírita do Estado de São Paulo, vistos através das Atas
do Conselho Deliberativo da FEESP - de 1936 a 1938.
Nesta edição você encontra o lançamento da campa-
nha “Bora Lá Fazer o Bem”, incentivando-nos a vivenciar
atitudes de amor ao próximo em nosso dia a dia.
Fiquem também atentos à linda página de Jésus Gon-
çalves, intitulada A Grande Fábrica. “A uma grande fábri-
ca o mundo se compara. O proprietário é Deus, Jesus o
Mestre.” - Vale a pena conferir.
E que cada um de nós possa, neste ano, ser a boa
IMAGEM: DEPOSITPHOTOS.COM

semente, sentindo realmente Jesus dentro do coração.


Quando e como Jesus nasceu? Como disse Pedro de Ca-
margo - Vinícius, “Ele nasce para cada um, a partir do
instante em que cada um o adota em seu coração.”
Boa leitura!
Altamirando Carneiro
Equipe “O SEMEADOR”

O SEMEADOR 3
ÍNDICE

03 19
EDITORIAL BEM-ESTAR
Desafios da Atualidade BoraLáFazerOBem

EVENTOS FEESP
05 HISTÓRIA FEESP 22 15ª Festa Kardec
A Federação Espírita do Estado de 10º Congresso FEESP
São Paulo vista através das atas do Cinema FEESP
Conselho Deliberativo da FEESP Formatura Área de Ensino e AIJM

10 28
EDUCAÇÃO E ESPIRITISMO ARTE E ESPIRITISMO
Educação Integral Psicografia Literária

12 30
30
ABC DA ÉTICA O EVANGELHO E O ESPIRITISMO
Autoconhecimento Vivenciando o Evangelho no Lar

14 32
32 MEMÓRIAS . O SEMEADOR
CORPO E MENTE A Grande Fábrica
Equilíbrio Corpo e Mente Envergadura Moral

17 34 MISSÃO CUMPRIDA
O LIVRO DOS ESPÍRITOS Homenagem FEESP aos colaboradores
As Leis Morais, Constituição Divina. que retornaram ao Plano Espiritual

O SEMEADOR
Ano 75 - nº 919 - 2020

A Revista “O SEMEADOR” é uma publica- Presidente


Roberto Watanabe
Equipe
ção da Federação Espírita do Estado de São
Paulo. As opiniões manifestadas em arti- Vice-Presidente do Semeador
gos assinados, bem como nos livros anun- Miriam Ofir Barbosa Diretora de Divulgação
ciados são de responsabilidade de seus Área de Assistência Espiritual Vera Cristina Marques de Oliveira Millano
autores, não refletindo, obrigatoriamente, Sueli Tomie H. K. Kasai Departamento de Periódicos
o pensamento da revista O Semeador, de Área de Assistência Social Celisa Maria Germano
seu Conselho Editorial ou da FEESP. Damaris Marim Ramos Criação, Arte e Diagramação
Redação e Correspondência Área de Divulgação Ângela Maria Pereira de Andrade
Vera Cristina Marques de Oliveira Millano Suporte Ténico-Administrativo
Federação Espírita do Estado de São Paulo.
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Rua Maria Paula, 140, Edifício Allan Kardec, Roberto Magalhães Diego Paiva
Bela Vista, CEP 01319-000, São Paulo – SP.
Área Federativa
Tel.: (11) 3188-8383. Portal: www.feesp.org. Impressão
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Área Financeira
Editor Maria Lindinete Marques Para anunciar
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Mtb 13.704 Maria Inês P. Paschoa e.mail: semeador@feesp.org.br

4 O SEMEADOR
HISTÓRIA FEESP

PRIMEIROS ANOS DA FEDERAÇÃO


ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO
VISTOS ATRAVÉS DAS ATAS DA FEESP
Caros leitores,
Esperamos que tenham
.
desco
nhecid
o
gostado de conhecer ou recor-
fo
tógra dar a história da fundação da
929, por fo
em 1
da Me
mória FEESP. Continuamos com a
Largo
mesma emoção a narrar os
primeiros anos de dedica-
ção desses pioneiros.
Desde 1917 existia a As-
sociação São Pedro e São
Paulo, tendo como ende-
reço a Rua José Bonifá-
cio, 41. Nessa época lá
atuavam Dr. Augusto
Militão Pacheco, Dr.
Pedro Lameira, Amé-
rico Montagnini, e
juntaram-se a eles,
os Drs. Luiz e Jaime
Monteiro de Barros, que
viriam a ser colaboradores incan-
sáveis da FEESP.
No ano de 1919, o Centro Es-
pírita Celestino dos Santos, com
sede na parte alta da Ladeira da
Memória, tinha como dirigentes
o Sr. Jayme Pinto Novais, Virgílio
Chiavegatti e o casal Queiroz, Do-
mingos e a esposa Augusta, con-
ceituada médium. Os dirigentes
desses dois Centros resolveram
unir seus patrimônios, e com o
passar do tempo, o Centro Celes-
tino dos Santos, deixou de existir
e seus colaboradores integra-
ram-se à Associação São Pedro
e São Paulo. Esses dois Centros,
Militão Augusto de Azevedo - Paredão do Piques, Ladeiras da Memória e Piques, 1862 unidos, mudaram-se para a Rua

O SEMEADOR 5
HISTÓRIA FEESP

Barão de Paranapiacaba núme-


ro 7, onde realizou-se a primeira
reunião que deu origem a FEESP,
em 17/05/1936, e onde ela iniciou
suas atividades, sendo um foco
irradiador de conhecimentos e
orientações doutrinárias, junta-
mente com atendimento espiri-
tual, não só para a cidade de São
Paulo.
Conforme já divulgamos na re-
vista “O Semeador”, edição 918, o
nome Federação Espírita do Esta-
do de São Paulo somente foi es-
colhido na reunião de 12/07/1936,
onde se elegeu a primeira diretoria
da FEESP, tendo sido eleito como Cruzamento das Ruas Quintinio Bocaiuva e Barão de Paranapiacaba, entre 1925 e 1930.
primeiro presidente, o Sr. Patrí- Autor Desconhecido. Acervo Instituto Moreira Salles.

cio Pinto de Miranda, que exerceu


essa função de 1936 a 1938. 25.10.1936 – 2ª reunião da As- Esse endereço, que está à
sembleia Geral Extraordinária, venda, além de uma necessidade
Há nas atas uma lacuna a res-
realizada na sede do Centro Espí- para as obras da Federação, era
peito da mudança de endereço
rita Verdade e Luz, à Rua Espíri- também um bom negócio finan-
entre a reunião de 12.07.1936, na
ta, 116; presidida pelo Sr. Patrício ceiro, pelo preço feito pelo pro-
Rua Barão de Paranapiacaba, nú-
Pinto de Miranda - Sem número prietário para a Federação. Foi
mero 7 e o endereço da reunião
suficiente para dar prossegui- aprovado por unanimidade a com-
narrada a seguir, ainda em local
mento à reunião para a continua- pra do imóvel e ficou encarregado
alugado. Algumas reuniões foram
ção dos estudos para aquisição de conseguir unir as doações o Sr.
realizadas nas sedes de Centros
da sede própria, ela foi encerrada. José Andreucci.
Federados.
01.11.1936 – 3ª reunião da As- 21.02.1937 - Consideramos
A seguir narramos as reuniões
sembleia Geral Extraordinária, relevante registrar que, nessa
realizadas durante o mandato do
realizada na sede do Centro Espí- data, realizou-se uma reunião
Sr. Patrício Pinto de Miranda.
rita Verdade e Luz, à Rua Espíri- dos associados da Associação
12.10.1936 – 1ª reunião da As- ta, 116; presidida pelo Sr. Patrício Espírita São Pedro e São Paulo
sembleia Geral Extraordinária da Pinto de Miranda. Seguem com o para eleição da Diretoria desta
FEESP, realizada na sede provisória estudo para conseguirem recur- Associação Espírita, que também
à Rua Maria Paula, 152, presidida sos para a compra de uma sede elegeu Comissões e Conselho,
pelo Sr. Patrício Pinto de Miranda. própria onde seja possível ter uma realizada à Rua Barão de Para-
Nessa reunião foi citada a neces- biblioteca, tesouraria, secretaria, napiacaba, número 83 em São
sidade da aquisição de um prédio livraria, salão para conferências Paulo. Presidida pelo Sr. Manuel
próprio para a instalação da Fede- etc. e para a adaptação das pri- Constantino D’Almeida. Não havia
ração e estudos para a forma de meiras obras de assistência so- tido eleição em 1935 e 1936, por
conseguirem fundos para a compra cial, como, gabinete dentário, con- dificuldade de reunirem os asso-
de sede própria, na Rua Maria Pau- sultório médico, um gabinete para ciados. Porém com a necessidade
la, 158. Ao final da reunião vários passes mediúnicos, uma sessão de regularizar a referida Associa-
associados fazem doações para a a cargo das senhoras federadas, ção e de acordo com o estatuto,
aquisição da nova sede, e é aprova- para assistência às crianças po- que necessitava ser modificado,
da a compra por 100:000$000 (Cem bres, confecção de roupas e aga- pedia-se em dois meses nova
Contos de Réis). salhos para as mesmas. reunião de associados. Sendo

6 O SEMEADOR
nessa próxima reunião discuti- quais os motivos da reunião e faz A presidente da Sociedade Es-
dos assuntos sobre patrimônio e ver aos presentes, que de acordo pírita Feminina Padre Germano,
aprovação dos custos da diretoria com os Estatutos que regem a Sra. Elisa Andrenaci e o Sr. Ma-
eleita em 31.12.1934. Eleita nova Casa, o Conselho Consultivo seria noel Pereira, se solidarizam com
diretoria da Associação São Pedro constituído pelos presidentes e o que foi dito pelo Sr. Patrício.
e São Paulo: - Presidente – Amé- representantes das diversas insti-
O representante da Instituição
rico Montagnini, vice-presidente tuições espíritas do Estado de São
Christã Benemérita Verdade e
– Manuel Constantino D’Almeida Paulo, bem como pelos sócios fe-
Luz, Sr. Eloy Lacerda, discursa e
e mais as comissões fiscais e de derados”.
citando Batuíra e Moisés, se soli-
sindicância.
É indicado para guiar a primei- dariza também com o presidente
Dando continuidade às reu- ra reunião do Conselho Consulti- da FEESP.
niões que delinearam os primei- vo, o Sr. Hernani Rangel Polyceno,
Sr. Patrício, torna a falar, citan-
ros passos da organização da então secretário da FEESP e para
do Jesus, pedindo o máximo de
FEESP, encontramos: presidir essa reunião o Sr. Fran-
boa vontade para o erguimento da
cisco de Castro, presidente do
06.06.1937 – Conforme consta obra da Federação e para que os
Centro Espírita Joanna D’Arc.
em ata: “A convite do Presidente presentes possam levar o grito de
da Federação Espírita do Estado Por serem “muito frouxos os la- congregação a todos os centros
de São Paulo, Ilmo. Sr. Patrício ços entre os espíritas de São Pau- espíritas de São Paulo. Dizendo
Pinto de Miranda, reuniram-se, lo” é proposto que sigam o estatu- ainda da necessidade de uma real
na data acima mencionada, na to da Federação e unam-se. Causa fraternidade entre os espíritas,
sede da Federação, na Rua Maria dúvida em alguns dos presidentes tão pregado em cada centro espí-
Paula, 158, nesta cidade de São de Casas Espíritas, presentes na rita, mas tão pouco demonstrado
Paulo, os presidentes e repre- reunião, ser criado esse conselho, entre todos os espíritas de cen-
sentantes de várias instituições visto que já existia uma federativa tros diversos.
espíritas do Estado, afim de or- estatual, chamada União Federati-
ganizarem o Conselho Consultivo va do Estado de São Paulo. Porém 20.06.1937 – Preside os traba-
da referida FEESP”. Aberta a ses- o presidente da Federação, Sr. Pa- lhos da segunda reunião do Con-
são, às 15 horas, pelo Sr. Patrício trício, explica que o estado é gran- selho Consultivo o Sr. Francisco de
Pinto de Miranda, após ter feito de e se faz necessário uma união Castro que passa a leitura da ata
uma prece inicial, passa a expor fraternal entre todos. anterior, tendo o Sr. Patrício de
Miranda, solicitando que se retire
o tratamento usado “S.S.” pois diz
serem todos irmãos, não cabendo
títulos dentro da Casa Espírita.
O Sr. Hernani, propõe que se
faça uma lista de quem quer se
manifestar nas reuniões. Após
votação e aprovado por unanimi-
dade, passou a ser seguido na
próxima reunião.
O Sr. Manoel Rocha, pede que
seja feita uma sessão doutriná-
ria mensal, dirigida pelo Conselho
Consultivo e que estejam presentes
médiuns de todos os Centros Espí-
ritas. O Sr. Domingos Nascimento,
diz já existir uma reunião análoga,
IMAGEM: ACERVO DIGITAL FEESP às 4as feiras na Federação.

O SEMEADOR 7
HISTÓRIA FEESP

O Sr. Américo Montagnini, diz ritas. Estudam-se propostas para


que o entendimento dele é que a maneira de se aproximar dos
a Federação não iria se imiscuir Centros Espíritas existentes para
com questões da prática espírita aumentar o número de Centros
e sim com a parte administrativa federados e de como preservar a
dos centros e, portanto, não have- pureza doutrinária.
ria necessidade da realização de
18.07.1937 - Preside a sexta
sessões mediúnicas realizadas
reunião do Conselho Consultivo
pelo Conselho Consultivo.
realizada na Rua Maria Paula, 158,
O Sr. Presidente, diz que o es- o Sr. Francisco de Castro. Menção
tatuto prevê isso e que para tal pelo 1º aniversário da FEESP e
terá cursos especiais. É pedido enviado um ofício congratulando
por todos que a Federação se a Diretoria que conduziu a Federa-
apresse na implantação desses ção do Estado de São Paulo nesse
cursos. primeiro ano de sua atuação.
Demonstra, com a leitura 25.07.1937 - Preside a sétima
do estatuto, que quem dirige a reunião do Conselho Consulti-
FEESP é o Conselho Consultivo. vo realizada na Rua Maria Paula,
A Associação Espírita São Pe- IMAGEM: ACERVO DIGITAL FEESP
158, Sr. Francisco de Castro. Uma
dro e São Paulo, dirigida pelo Dr. das formas encontradas para a
Américo Montagnini, é apontada união de mais Centros Espíritas, é
ra reunião do Conselho Consulti-
pelo Sr. Patrício, como paradigma a explicação, por membro do Con-
vo realizada na Rua Maria Paula,
do movimento espírita. selho, nas palestras de domingo,
158, o Sr. Francisco de Castro. Há
Os presentes veem a necessi- sobre como é formado o Conselho
discussão sobre “incorporação”
dade de se formar uma comissão (psicofonia) e é solicitado seja fei- Consultivo da FEESP e convidan-
para que sejam agregados mais to um Regimento Interno, ficando do as demais Casas Espíritas a se
centros espíritas e o Sr. Patrício transferido para a próxima reu- federarem à Federação Espírita
diz que foram enviadas mais de nião a escolha da comissão que do Estado de São Paulo.
280 circulares a Centros de todo o realizará tal Regimento. 01.08.1937 - Preside a oitava
Estado de São Paulo. E que a con- reunião do Conselho Consulti-
04.07.1937 – Preside a quarta
vocação para a primeira reunião vo realizada na Rua Maria Paula,
reunião do Conselho Consultivo
foi feita através de três periódicos 158, Sr. Francisco de Castro. Co-
da FEESP, realizada à Rua Ma-
de maior circulação, durante 5 gitada nessa reunião a necessida-
ria Paula, 158, o Sr. Francisco de
dias seguidos. de de um jornal espírita.
Castro. Conversado sobre o convi-
A proposta de se criarem co- te a outras Casas Espíritas, pede 08.08.1937 - Preside a nona
missões com a incumbência de a palavra uma representante da reunião do Conselho Consulti-
irem a diversos centros espíritas cidade de Santos, a Sra. Maria vo realizado na Rua Maria Paula,
propalarem a Federação não é Máximo, representante do Cen- 158, o Sr. Francisco de Castro.
aceita e sim que cada um fosse tro Espírita Ismênia de Jesus, que Continua a discussão da forma
a centros espíritas perto de suas em seguida dá prosseguimento a de iniciarem um jornal espírita e
residências ou que se comuni- palavra do Mentor. fica definido que em breve surgi-
cassem com as Casas Espíritas rá um periódico espírita com o Sr.
11.07.1937 - Preside a quinta
de seus conhecimentos. Sendo Hernani Rangel Polyceno e o Sr.
reunião do Conselho Consulti-
entregue a lista de centros espíri- Heráclito Rocha. O Presidente do
vo realizada na Rua Maria Paula,
tas já conhecidos pela Federação, Conselho, (Sr. Francisco de Cas-
158, o Sr. Francisco de Castro.
para essas visitas fraternas. tro) pede afastamento por moti-
Na reunião presidentes e repre-
27.06.1937 – Preside a tercei- sentantes de várias Casas Espí- vos pessoais e fica decidido que

8 O SEMEADOR
IMAGEM: ACERVO DIGITAL FEESP

Associação Espíri- FEESP na Rua Maria Paula, 158 -


ta São Pedro e São Não havia número suficiente para
Paulo, à Rua Barão dar prosseguimento a reunião, ela
de Paranapiacaba, foi encerrada.
83, para a eleição
20.11.1938 – 6ª reunião de As-
de nova diretoria
sembleia Geral Extraordinária na
para o ano de 1938.
Foi reeleito o Sr. Rua Maria Paula, 158, tendo como
Américo Montag- secretário o Sr. Achilles Fragman
nini (presidente do e como presidente o Sr. João Bap-
Conselho Consultivo da FEESP) tista Pereira. Tomou a palavra o
doravante haverá um rodízio des-
para presidente da Associação, Sr. Carlos Shoulders (represen-
sa atribuição.
tendo sido eleito o vice-presidente, tante da Sociedade de MetapsÍ-
15.08.1937 - Preside a décima o Sr. Dewet da Nóbrega e mais as quica), propondo para presiden-
reunião do Conselho Consultivo comissões fiscal e de sindicância. te o nome do Sr. João Baptista
realizado na Rua Maria Paula, 158, Pereira, para vice-presidente, o
o Sr. Manuel Pereira. Conversa a A modificação do estatuto foi
transferida para a próxima reu- Sr. Américo Montagnini, (que era
respeito do pedido de demissão
nião dessa Associação. desde 22.08.1937 presidente do
do Presidente do Conselho Con-
Conselho Consultivo da FEESP e
sultivo, o Sr. Francisco de Castro, Retornando às atas da FEESP:
foi proposto que a discussão (se desde 21.02.1937, exercia tam-
seria ou não aceito esse pedido) 06.09.1938 – 4ª reunião da As- bém a função de presidente da
continuasse na próxima reunião. sembleia Geral Extraordinária da Associação São Pedro e São Pau-
FEESP, realizada na Rua Maria lo, passando, portanto, a exercer
22.08.1937 - Preside a déci- Paula, 158. Reunidos 53 sócios, foi as três funções simultaneamen-
ma primeira reunião do Conselho autorizada a compra do primeiro te), e o Sr. Flávio Antonio Pacie-
Consultivo realizado na Rua Maria
imóvel próprio da FEESP por Rs. lo para Segundo Tesoureiro, que
Paula, 158, o Sr. Manuel Pereira.
40$000,000 com juros de 10% ao foram acolhidos pelos presentes
O Sr. Patrício Miranda, presidente
da FEESP, pede a palavra e cita ano pagos ao Sr. Edgard Nobre de por unanimidade. Além dos no-
o estatuto da Casa, dizendo que Campos, proprietário do imóvel. meados, constituiu a mesa direto-
o Conselho Consultivo da Fede- Em outubro de 1938, o então ra, os Srs. Carlos Shoulders, João
ração Espírita do Estado de São Presidente da Federação Espírita Martins de Mello Junior, José
Paulo é composto de presidentes do Estado de São Paulo, o Sr. Pa- Vasconcelos de Almeida Prado
de Centros Espíritos legalmente trício Pinto de Miranda, o vice-pre- Junior e o Coronel Arlindo Ribeiro
constituídos e já conta a FEESP sidente Augusto Militão Pacheco e de Andrade.
com representantes de 16 cen- o tesoureiro João Baptista Donola, Na próxima edição falaremos
tros em seu Conselho Consultivo. renunciam aos cargos. Após lida a sobre o mandato do Sr. João Bap-
Nova eleição para presidente do carta e dito que havia sido realizado
Conselho Consultivo, onde é no- tista Pereira, segundo presidente
todo o esforço para que mudassem da FEESP e o início de seu suces-
meado o Sr. Américo Montagnini de ideia e sem êxito, precisaria ser
(então presidente da Associação sor, o Sr. Américo Montagnini, que
nomeado um Presidente entre os
São Pedro e São Paulo). foi o 3º presidente da FEESP e a
Diretores, sendo necessária nova
dirigiu por 29 anos.
A seguir mais uma reunião da reunião da Assembleia Geral dos
Associação São Pedro e São Pau- Associados para a esta substitui- Nossa gratidão aos Benfeito-
lo, porque a sua atividade foi im- ção. Portanto, o Sr. Patrício Pinto res Espirituais da FEESP e aos
portante para os primeiros anos de Miranda presidiu a FEESP de pioneiros que com dedicação ini-
da FEESP. 12/07/1936 a outubro/1938. ciaram essa Casa de Amor.
05.12.1937 – Reunião da As- 11.11.1938 – 5ª reunião de As- Maria Isabel Cúrio Alcântara e Silva . MABEL
sembleia Geral dos Associados da sembleia Geral Extraordinária da Presidente do Conselho Deliberativo da FEESP

O SEMEADOR 9
EDUCAÇÃO
E ESPIRITISMO

senvolvimento pleno aparece com

EDUCAÇÃO Buda, Confúcio, Sócrates e tantos


outros. O mal estar da Civilização
surge do egoísmo, da vaidade, do

INTEGRAL
orgulho, do desejo de superar o
próximo em vez de se preocupar
Heloisa Pires em superar a si mesmo. A Filoso-
fia materialista e espiritualista re-
Considerando que educar é de- perdido, mergulhando no desâ- conhece que o ser possui o impul-
senvolver potencialidades, a edu- nimo, na depressão, nas drogas so à transcendência, à superação
cação integral deve desenvolver e até no suicídio. Como auxiliar de suas paixões inferiores, de seus
as qualidades do ser e atenuar nessa hora de mudanças no nos- defeitos. O próprio Sartre reconhe-
ou extinguir o orgulho, o egoísmo so planeta? No livro já citado, José ce essa necessidade. Ele fala tam-
e outros defeitos do ser. Winicott Herculano Pires explica que nas- bém numa anterioridade, quando
convida a educar desde o nasci- cem como plantinhas frágeis pre- o ser antes de nascer estava fe-
mento do ser, com uma mãe su- cisando da rega do amor, da disci- chado como num ovo; viria à Terra
ficientemente boa. E o que faria plina, do respeito, de limites. Cabe da necessidade de comunicação;
essa mãe? Receberia o recém- à família e depois à escola, a tarefa mas quando iria conseguir a supe-
-nascido com muito amor, apre- de apoiar e educar fazendo a plan- ração morre e seria, portanto, uma
sentaria pacientemente o mundo tinha se transformar numa árvore paixão inútil. Como educar peran-
ao filho. Hoje, no século XXI, o pai forte que oferece ao mundo sua te essa ideia absurda? A conse-
também deve auxiliar na educa- sombra, suas flores e seus frutos, quência está no aparecimento de
ção do filho. O Amor é a base da alegoricamente falando. Jung di- uma geração muito desenvolvida
Educação. zia que precisamos desenvolver a intelectualmente, mas com um
espiritualidade (que eu diria) que grande número de indivíduos com
Piaget nos lembra das diferen- se expressaria na compreensão deficiências morais.
ças individuais que apresentam de que somos muito mais do que
uma variedade de personalidades. Como apresentaríamos “O
apenas corpos de carne. Somos
Assim, diz Piaget, como roseiras sentido da vida”? Como oportuni-
indivíduos especiais com uma ca-
plantadas na mesma terra e rece- dade de viver auxiliando uns aos
pacidade de agir sobre o mundo
bendo quantidades iguais de água outros. Como possibilidade de ser
a nossa volta, contribuindo para
e luz, produzem rosas de forma feliz praticando o bem, amando
torná-lo melhor. Joseph Rhine ex-
diferente, filhos dos mesmos pais, as flores, os animais ditos irra-
plica na Parapsicologia que nossa
criados da mesma maneira, res- cionais, o nosso planeta Terra.
mente é extrafísica, e age sobre
pondem aos estímulos cada um Encantando-nos com a música, a
os seres e o mundo a nossa volta.
conforme sua personalidade, seu Daniel Golleman lembra-nos de poesia, a pintura, o canto, a ami-
modo de ser. Mas a estimulação que não basta o desenvolvimen- zade, a boa literatura, os bons fil-
da família vai fazer, quando cor- to intelectual, que é preciso de- mes. O convite sempre foi a ser
reta, que o melhor do indivíduo senvolver a educação emocional, feliz e só podemos encontrar a
aflore. A criança, lembra Hercu- para que a criança cresça física e felicidade através do desenvol-
lano Pires no livro “Introdução espiritualmente, conseguindo ser vimento do amor verdadeiro em
à Filosofia Espírita”, precisa ser feliz e resolver seus problemas à nossos corações. No livro “O Pe-
estimulada através do diálogo, de luz de um comportamento ético. queno Príncipe”, o autor apresen-
histórias, mas sobretudo, tratada Freud apresenta um controlador ta a raposa que diz: ”Somos res-
com muito amor para aprender a interno que julga o ser; o proble- ponsáveis pelos que cativamos.”
amar e respeitar o próximo. É ne- ma, diz Freud no livro “O mal estar E realmente somos.
cessário criar um indivíduo útil a da Civilização”, é que o julgamen- Vamos supor que o lar contri-
si mesmo, à família e à socieda- to vem de dentro do próprio ser, buiu para o desenvolvimento inte-
de. Infelizmente nem sempre isso e agir incorretamente lhe causa lectual e moral dos seus elemen-
acontece e o ser, fica assustado, problemas vários. O convite ao de- tos. Que os pais prestem mais

10 O SEMEADOR
IMAGEM: DEPPOSITPHOTOS.COM
atenção nos filhos do que no celu- tino e auxiliar nossos filhos, netos animais ditos irracionais: come,
lar, na televisão e no computador. e amigos. dorme... vive, mas não existe.
Que o diálogo exista permitindo Para existir é preciso mais: fazer
Pestalozzi, considerado um
aos pais conhecerem realmente o bem a todos, deixar um rastro
dos maiores educadores da Eu-
seus filhos. Que os amigos sejam de luz na Terra. Compreender
ropa, ensinava como se fossem
recebidos com carinho para tam- que existir é o despertar de cons-
seus alunos seus filhos; desen-
bém conhecê-los. Chegou a hora ciência na compreensão de que
volvia o amor ao próximo, à Terra,
de ir para a escola. Como deveria dependemos uns dos outros e de
aos animais, às plantas. Na sua
ser a escola escolhida? Bastaria que não conseguimos sobreviver,
escola, todos, como uma grande
preparar o profissional? Apenas quando nascemos, sem o auxílio
família, faziam o pão.
desenvolver o indivíduo que ficas- de muitos. Somos indivíduos so-
se preocupado com uma profis- Conversavam, plantavam e co- ciais. Educar é desenvolver as lu-
são que lhe desse dinheiro e po- lhiam verduras, frutas, legumes. zes interiores.
der? E o prazer de encontrar um Desenvolvimento físico, intelec- A escola deve reapresentar o
trabalho que o torne feliz, de nada tual, moral. Educação integral. estudo da música, os bons livros,
valeria? É preciso uma mudança Só podiam memorizar o que en- educação moral, filosofia, amor
de mentalidade na compreensão tendessem. E havia o convite à à pátria, desenvolver a sensibi-
de como podemos construir uma observação como para desper- lidade e as potencialidades lu-
família feliz baseada no respeito a tar o ser para a compreensão da minosas. Vamos trabalhar pelo
cada um, na compreensão de que importância do viver passando a renascimento das escolas que
a vida, o existir é um presente do existir. A filosofia espiritualista educavam o indivíduo integral.
Criador, que nos ama tanto que e a materialista dizem que o ser Pais e escola de mãos dadas na
nos permite construir nosso des- vive quando se comporta como os construção do homem novo.

O SEMEADOR 11
ABC DA ÉTICA

AUTOCONHECIMENTO
Na questão 919 de “O Livro
dos Espíritos”, Kardec pergunta à
Equipe Verdade qual o meio mais
eficaz para se melhorar nesta vida
e resistir ao arrastamento do mal.
Em uma resposta objetiva, os Es-
píritos respondem - Um sábio da
Antiguidade vos disse: Conhece-te
a ti mesmo. Importante salientar
que eles não responderam que o
sábio seria Sócrates, interpretado
por muitos como autor desta fra-

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se. A frase estava inscrita no pór-
tico do Templo de Apolo, em Del-
phos, e Sócrates a utilizava para
ensinar seus discípulos em sua
missão terrena de iluminar almas,
na busca racional da compreensão
do mundo real e do mundo interior.
Para alguns a frase é atribuída a
Tales de Mileto, mas ficou eterni-
zada pelo grande filósofo Sócrates,
que orientava aos seus discípulos, refletidas, com o intuito de encon- ser observados atentamente por
que antes do desejo de conhece- trarmos caminhos para mudança nós mesmos, para que, corajo-
rem as coisas que não estão sob e reorganização interior. samente, possamos avaliar se
seus domínios deveriam buscar o condizem com a descrição do
Ao reencarnarmos a Providên-
conhecimento de si mesmo. Homem de Bem constante em O
cia Divina permite-nos o esqueci-
Conhece-te a ti mesmo é uma mento do passado para auxiliar na Evangelho Segundo o Espiritismo,
advertência que tem atravessado reconciliação e no nosso aprimo- Capítulo XVII, Sede Perfeitos, item
os milênios, incentivando-nos a ramento moral, pois, conhecendo 3, que nos diz: “O verdadeiro ho-
buscar a memória profunda para as experiências anteriores e que mem de bem é aquele que pratica
que saibamos extrair dela o ne- nos ligam mais uma vez, não ha- a lei de justiça, amor e caridade,
cessário ao nosso aprimoramento veria boa convivência no mundo. na sua maior pureza. Se interroga
moral. Esse é um trabalho indivi- Não recordamos, mas aos poucos a sua consciência sobre os pró-
dual e solitário que nos cabe exe- surgem, quer por intuição ou por prios atos, pergunta se não violou
cutar interiormente. vivências no dia a dia, as razões e essa lei, se não cometeu o mal,
os motivos que na dinâmica da vida se fez todo o bem que podia, se
O autoconhecimento é conquis-
universal, mostrarão as necessi- ninguém tem do que se queixar
tado pela dedicação e boa vontade
que dispensamos para descobrir dades de entendimento e perdão dele, enfim, se fez aos outros tudo
a própria realidade íntima e assim recíprocos. Nas inquietações do aquilo que queria, que os outros
iniciar a reformulação interior, a cotidiano e que nem sempre en- fizessem por ele.”
tão proclamada Reforma Íntima. tendemos, é que surgirão os indí-
Importa lembrar que, quando
Será na busca de conhecermo- cios do que necessita ser trabalha-
estamos no processo de busca
-nos a nós mesmos, que nos de- do na nossa reformulação interior.
pela renovação de sentimentos,
pararemos com as necessidades Comportamentos, atitudes, não há como embelezar com pa-
mais íntimas a serem pensadas e pensamentos e ações precisam lavras e ações algo que não seja

12 O SEMEADOR
uma verdade interior. Podemos ções, desespero, comportamentos e perdas, e eu vos asseguro que o
comparar a reforma íntima como tão danosos que impossibilitam a primeiro será mais proveitoso que
a reorganização do templo divi- nossa felicidade. o outro. Se ele puder dizer que a
no, nossa alma. Neste templo, à sua jornada foi boa, pode dormir
Portanto, autoconhecimento é
semelhança ao Templo de Jeru- em paz e esperar sem temor o
fundamental para nossa autoilu-
salém, quando Jesus expulsa os despertar na outra vida.”
minação. Deve ser exercitado
mercadores que comercializa- através de reflexão e atitude diá- Urgente avaliar a nossa con-
vam os bens materiais em local ria, compreendendo e agindo de duta nas pequenas e nas grandes
não apropriado para comércio, acordo com a resposta do Espírito ações de nosso dia a dia, as inten-
da mesma forma precisamos Santo Agostinho, em O Livro dos ções que nos levaram a agir des-
proceder conosco, colocando em Espíritos, na questão 919.a, onde ta ou daquela maneira. Seguindo
nosso templo, a alma, somente o sábio nos mostra os meios para a orientação de Santo Agostinho,
sentimentos Divinos que irão se chegar ao conhecimento de si questionarmos a nós mesmos:
expressar em comportamentos mesmo. Sabiamente, Santo Agos- Como está nosso relacionamento
e atitudes de amor, expulsando tinho, relata sua própria expe- no lar? Como estamos agindo e
pensamentos e sentimentos que riência, dizendo “- Fazei o que eu reagindo com os nossos próximos
geram sofrimento e inquietações mais próximos? Como tratamos
fazia quando vivi na Terra: no fim
desnecessárias, em nós e no as pessoas na condução coletiva,
de cada dia interrogava a minha
mercados, trânsito, etc.? Como
mundo a nossa volta. consciência, passava em revista
agimos na Casa Espírita? Res-
A nossa reformulação interior o que havia feito e perguntava a peitamos as normas, estatuto, e,
precisa ser uma tomada de cons- mim mesmo se não tinha faltado principalmente as pessoas? Res-
ciência, recolocando no nosso ao cumprimento de algum dever, peitamos as Leis e instituições?
ambiente íntimo somente o que se ninguém teria tido motivo para Tratamos nosso semelhante com
promove renovação e elevação de se queixar de mim. Foi assim que dignidade e respeito, aceitando e
sentimentos, não cabendo atitudes cheguei a me conhecer e ver o que compreendendo as diferenças com
ruins e negativas, que não coadu- em mim necessitava de reforma. tolerância? Ou estamos permitin-
nam com o templo divino, que é a Aquele que todas as noites se lem- do que as mágoas, melindres e
nossa alma. brar de todas as suas ações do dia, raiva destruam nosso bem-estar?
e, se perguntar o que fez de bem
Autoconhecimento é isso, iden- Precisamos educar os nossos
ou de mal, pedindo a Deus e ao seu
tificar como está este ambiente sentimentos, pois a iluminação in-
anjo guardião que o esclareça, ad- terior é uma conquista natural que
íntimo, qual o sentimento que está quirirá uma grande força para se está ao alcance de todos nós.
nos causando sofrimento e procu- aperfeiçoar, porque, acreditai-me,
rar substitui-lo por aqueles outros Deus o assistirá. Formulai, portan- A Terra é a escola das almas
que nos trazem paz e tranquilida- to, as vossas perguntas, indagai o e oferece a valiosa oportunidade
de, pois muitas vezes somos víti- que fizestes e com que fito agistes de viver na diversidade, para que
mas de um mecanismo psicológi- em determinada circunstância, se aproveitemos cada instante na
co desculpista, onde a culpa dos fizestes alguma coisa que censu- construção de um mundo mais
nossos erros é sempre dos outros, raríeis nos outros, se praticastes fraterno e justo, fazendo todo o
pois é comum acharmos que os bem possível, vivenciando Jesus
uma ação que não ousaríeis con-
outros não nos compreendem. É em nossas ações diárias, alinhan-
fessar. (...) O conhecimento de si
fundamental esta identificação, do-nos ao seu jugo, que é o amor,
mesmo é, portanto, a chave do a bondade, a benevolência e a ca-
por mais “dolorosa” que ela seja, melhoramento individual. (...) Que ridade.
refletir se não estamos sendo con- aquele que tem a verdadeira von-
duzidos pelo egoísmo, pelo orgu- tade de se melhorar explore, por- Somos filhos do Criador e con-
lho, pela vaidade ou pela ambição. tanto, a sua consciência, a fim de tamos com todas as potencialida-
Ao esforçarmo-nos para combater arrancar dali as más tendências des para vivenciar a grande lição:
estes sentimentos, substituindo- como arranca as ervas daninhas “Amar a Deus sobre todas as coisas
-os pelas infinitas expressões de do seu jardim; que faça o balan- e ao próximo como a nós mesmos”.
amor contidas no Evangelho de ço da sua jornada moral como o Ângela Andrade
Jesus, evitaremos angústias, afli- negociante o faz dos seus lucros Equipe “O SEMEADOR”

O SEMEADOR 13
CORPO E MENTE

EQUILÍBRIO
MENTE E CORPO
“Semeia-se corpo animal,
ressuscitará corpo espiritual.”
Paulo II Coríntios, 15:44

Projeta-se o Espírito, sujeito benfeitor Emmanuel, “A imersão


às Leis Divinas que determinam da mente nos fluidos terrestres é
sua longa jornada evolutiva, no uma oportunidade de sublimação
mundo o qual se apresenta como que o espírito operoso e desperto
palco das suas infindáveis e diver- transforma em estruturação de
sas experiências reencarnatórias. valores eternos”.
Na necessidade de se manifestar,
A mente, enquanto atributo
seguindo um roteiro orientado,
do Espírito, é fruto de milhões e
por vezes, pelo mesmo e/ou por
milhões de anos de experiências
irmãos amorosos da chamada
do Princípio Inteligente a estagiar
engenharia genética espiritual,
o corpo físico é veículo dos mais nos mais diversos reinos. Trans-
complexos e adequados a servir forma-se no Homem em campo
de verdadeiro santuário da alma. da consciência desperta a orien-
O cosmo celular é composto por tar o seu próprio destino. Para
trilhões de unidades a serviço do isso, ninguém se furta às vivên-
Princípio Inteligente o qual apre- cias no corpo físico. O períspiri-
senta, entre suas obrigações, “in- to, enquanto veste sutil do Ser
telectualizar a matéria” tal qual espiritual, é elemento primordial
afirma Kardec. Como afirma o a se comportar, dentre dezenas IMAGEM: DEPOSITPHOTOS.COM

14 O SEMEADOR
de funções, como modelo orga- do tempo, importantes altera- -se das suas potencialidades e re-
nizador biológico. A mente, utili- ções estruturais a prejudicarem tornando ao regaço do Pai Maior,
zando-se do mesmo, aglutina os os instrumentos de manifestação conquistando, já encarnado, o
fluidos da Terra, materializando- do Espírito. Importante entender, equilíbrio mente-corpo. A benfei-
-os através de intrincado proces- no entanto, que os ascendentes tora Joanna de Ângelis, analisan-
so de criação, em plano menor a do adoecer são morais e o instru- do a parábola do Filho Pródigo,
ser observado, já na concepção, o mento lesado indica, de alguma nos alerta para o manancial de
qual se estende ao conhecido mo- maneira, Espírito possuidor de informações psicológicas profun-
vimento de embriogênese. algum grau de perturbação, seja das nessa lição do Cristo. Todos
Eis estabelecida a relação Es- psíquico ou emocional. somos os Filhos necessitados do
pírito-mente-corpo. A partir daí, o Na economia divina, a doen- Pai generoso que nos recebe após
Ser trino enfrenta as fases natu- ça não responde apenas como eras de autoabandono, autodes-
rais de desenvolvimento psíquico, produto final das Leis de Causa consideração e autodesprezo
emocional e físico da experiência e Efeito, mas igualmente como traduzidos no egoísmo, orgulho,
reencarnatória, passando pela in- mecanismo pedagógico do Ser arrogância, vaidade, entre outros.
fância em que os órgãos se apre- espiritual, através da dor e sofri- Para isso, a aceitação da dor e
sentam frágeis, porém adequa- mento. O grande apóstolo do Es- o seu entendimento como lei de
dos aos novos aprendizados; pela piritismo Léon Denis já afirmara, equilíbrio e educação são primor-
adolescência na qual há o desper- a dor é “lei de equilíbrio e educa- diais para o enfrentamento dos
tar da glândula da vida mental (pi- ção” e continua “Tudo o que vive obstáculos. O psiquiatra austríaco
neal) e em que surgem diversas neste mundo, natureza, animal, Viktor Frankl, pai da Logoterapia,
alterações hormonais; pela vida homem, sofre e, todavia, o amor afirma: “A liberdade espiritual do
adulta na qual ocorre o ápice das é a lei do Universo e por amor foi ser humano, a qual não se lhe
forças físicas e a velhice em que que Deus formou os seres. Con- pode tirar, permiti-lhe, até o últi-
se nota o desgaste dos órgãos, a tradição aparentemente horrível, mo suspiro, configurar a sua vida
escassez de fluido vital e o início problema angustioso, que per- de modo que tenha sentido. Pois
de retorno à pátria espiritual. Isso turbou tantos pensadores e os não somente uma vida ativa tem
tudo, excetuando-se caminhos levou à dúvida e ao pessimismo”. sentido (...) Se é que a vida tem
outros que possam surgir na es- No entanto, o homem não é “uma sentido, também o sofrimento ne-
trada da vida, mas em que o Espí- paixão inútil”, como crê o filósofo cessariamente o terá” e o escritor
rito é sempre senhor, ou deveria francês existencialista Jean-Paul russo Fiódor Dostoievsky afirmou
ser, do veículo que o transporta Sartre, restringindo-se ao inter- certa vez: “Temo somente uma
no intercurso existencial. curso de uma existência permea- coisa: não ser digno do meu tor-
Deveria ser, pois no desejo da de dor sem sentido. O Amor, mento”. A questão é, temos per-
imaturo de “ser do mundo” ao enquanto energia que sustenta cebido o sentido da dor em nos-
invés de “estar no mundo” o Ho- o Cosmo, dirige nossa longa jor- sa vida? Temos sido dignos dela?
mem não compreende a necessi- nada de retorno ao Pai, e a dor, Temos, portanto, nos permitido a
mesmo em um cenário que nos viver e não somente existir?
dade de semear valores eternos
testa nos limites do suportável,
e permite-se aos abusos indivi- O difícil período de transição
mostra-se como força inigualável
duais e coletivos, criando para Si planetária exige mais que o co-
na transformação do Ser.
mesmo os tormentos do adoecer, nhecimento teórico do Evangelho
gerando desequilíbrios na relação Enquanto experiência digna da ou da Doutrina dos Espíritos. Exi-
mente-corpo. O fluido mental, ou imortalidade, um dos maiores de- ge aproximação sincera e genuína
seja, o pensamento como veículo safios da vida é lhe conferir senti- dos ensinamentos cristãos e Sua
da ideia gerada e do sentimento, do. Esse é, ou deveria ser a busca internalização para o empodera-
impacta cada uma das células, constante do Ser em seu périplo mento nos embates da existência,
possuidoras de estrutura mental existencial no qual é projetado buscando o equilíbrio tão necessá-
rudimentar. Altera-se a fisiologia, com o objetivo maior de conquis- rio. Trata-se do “bom combate” na
podendo ocasionar com o passar tar a Si mesmo, assenhoreando- necessidade de despertar para as

O SEMEADOR 15
CORPO E MENTE

coisas do Espírito, compreenden- que o “Reino dos Céus” habita No serviço do bem ao mundo
do que nenhum processo religioso nosso íntimo. A partir daí, inicia- inteiro.
ou filosofia de vida nos demove das mos o caminho de volta à Casa do
Eis que a Terra tem crimes e
dificuldades encontradas no cami- Pai, tal qual o Filho Pródigo que
tiranos,
nho. O intuito é fortalecer o indiví- tem a necessidade de aproveitar
duo e consolá-lo quando se sente as santificadas experiências da Ambições, desvarios, desenganos,
derrotado aos olhos do mundo, vida, lembrando que sempre “Te-
mos Jesus” ao nosso lado... Asperezas dos homens da
ensejando-lhe oportunidades de
caverna;
renovação íntima.
Mas vós tendes Jesus em cada
Eis, mais uma vez, o apóstolo Temos Jesus
dia.
do Espiritismo a nos esclarecer,
Desaba o Velho Mundo em treva
“A desgraça e as provações fazem Trabalhemos na dor ou na alegria,
densa
jorrar em nós as fontes de uma
vida desconhecida e mais bela. A Na conquista de luz da vida
E a guerra, como lobo carniceiro,
tristeza e o sofrimento fazem-nos eterna.
ver, ouvir, sentir mil coisas, deli- Ameaça a verdade e humilha a Abel Gomes (Parnaso de Além-Túmulo)
cadas ou fortes, que o homem fe- crença,
liz ou o homem vulgar não podem Nas torturas de um novo cativeiro. Alejandro Victor Daniel Vera
perceber”. Se a dor bater à nossa Médico Psiquiatra com graduação e residência
porta por qualquer motivo, conhe- Mas vós, no turbilhão da sombra pela Universidade Federal de São Paulo
cido ou, aparentemente, desco- imensa,
Presidente do Grupo Assistencial Espírita
nhecido, possamos trabalhar de Tendes convosco o Excelso Ismael | Osasco/SP
forma árdua para desenvolver a Companheiro, Presidente da Associação Médico-Espírita de
vontade de sentido, ou seja, “a po- Osasco/SP
derosa rede das forças, das ener- Que ama o trabalho e esquece a Coordenador do Departamento de Saúde
gias ocultas em nós”, entendendo recompensa Mental da Associação Médico-Espírita do Brasil
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“O Amor, enquanto energia que sustenta o


Cosmo, dirige nossa longa jornada de retorno ao
Pai, e a dor, mesmo em um cenário que nos testa
nos limites do suportável, mostra-se como força
inigualável na transformação do Ser.”
16 O SEMEADOR
O LIVRO
DOS ESPÍRITOS

AS LEIS
MORAIS,
CONSTITUIÇÃO
DIVINA
“Educarmos nossas mentes e
corações dentro da obediência
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e resignação frente às normas


amorosas de Deus é nosso
grande desafio existencial.“

Algumas leis dirigem o Univer- são realizados pela Ciência, mas estes homens e mulheres con-
so e todas as criaturas que o ha- as relações com a vida espiritual tribuíram de forma missionária
bitam. Criadas por Deus, elas têm são dirigidas pelas leis morais para o conhecimento consciente
o objetivo de manter em equilíbrio que só conseguimos realmente dos regulamentos destas normas
e harmonia toda a Criação Divina. dominar e cumprir graças à justi- de conduta, mas somente Jesus
ça da reencarnação, pois somente a coroou com a verdade simples,
No Livro dos Espíritos, questão
com o tempo que permite nossa absoluta e profunda dos funda-
614, Kardec as classifica como
evolução, podemos realmente in- mentos de amor que as elaboram,
Leis Divinas ou naturais. Elas são
corporá-la às nossas vidas. traduzindo todas as leis e os pro-
imutáveis e perfeitas, assim como
Deus, nosso Criador, e seu cum- Apesar de estarem gravadas fetas; “Amareis a Deus sobre to-
primento garante nossa felicida- em nossa consciência, não estão das as coisas e ao próximo como
de, pois, indica o que devemos ou automatizadas, precisam emergir a si mesmo”.
não fazer. Agindo de forma corre- do nosso inconsciente, serem ra- Educarmos nossas mentes e
ta, não infringindo estas leis, es- cionalizadas, aceitas e compreen- corações dentro da obediência
taremos em harmonia conosco, didas para que desta forma pos- e resignação frente às normas
com Deus e com nosso próximo e samos cumpri-las. amorosas de Deus é nosso grande
toda Criação. desafio existencial. Banir nosso
Muitos foram os designados
As leis físicas regulam o mo- por Deus para trazerem à Huma- personalismo egoísta, para que a
vimento e as relações da matéria nidade Suas Leis. Em todas as fraternidade legítima possa final-
bruta e seu estudo e compreensão culturas, religiões e sociedades, mente residir de forma definitiva

O SEMEADOR 17
O LIVRO
DOS ESPÍRITOS

em nossa vida é o grande objetivo que está diante de nós. É preciso do o mal com o bem, pois de outra
de nossas reencarnações. sempre tentar subir mais um de- forma não chegaremos a Deus.
grau, oferecendo a mão para os
Faz-se necessário aprender Disse Jesus “Eu sou o cami-
que estão no degrau subsequente,
que, quanto mais incorporamos nho, a Verdade e a Vida, não che-
assim como outros nos ajudam,
em nós a Lei de Amor, mais nos gareis ao Pai se não for por mim”.
pois estão um degrau acima. E
aproximamos de Deus e mais feli- Ao contrário das leis humanas
assim com o empenho dos que
zes nos tornamos. que possuem ainda muitas falhas,
aprenderam antes de nós, se faz
Apesar de tudo o que já foi re- necessário que também sejamos as Leis Divinas são perfeitas, não
velado sobre Suas Leis é preciso divulgadores destas Leis para que podemos adequá-las à nossa von-
compreender que Deus não nos outros a conheçam e sintam-se tade. O sistema Legislativo Divino
criou ao mesmo tempo, e estamos motivados a segui-las. Todavia não se vende ou se corrompe, não
em condições evolutivas diferen- para que isto realmente se torne beneficia a vontade dos mais for-
tes. Imaginemos uma escada com possível precisamos exemplificar, tes e poderosos, mas sim a von-
uma pessoa em cada degrau, de- pois palavras vazias de parte práti- tade de nosso Pai e Criador, que
pendendo do degrau em que nos ca não motivam verdadeiramente. ama a todos da mesma forma, e
encontremos a visão do panorama É necessário que, acreditando nas amorosamente nos conduz por
à nossa frente é diferente, nos- verdades das Leis de Amor, nos
meio de Suas Leis à perfeição.
so ponto de vista está atrelado às tornemos novos missionários que
nossas condições de perceber o vivem e pratiquem o Amor, pagan- Umberto Fabbri
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GARANTA JÁ O SEU INGRESSO,


NÃO DEIXE PARA A ÚLTIMA HORA!
18 O SEMEADOR
BEM-ESTAR

Você já se deu conta que não Para os mais conscientizados, rava. Dedicava-se a fazer o bem,
há uma religião sequer que não a conciliação de uma vida mais sem expectativa alguma de qual-
aponte para a vida espiritual equilibrada entre a matéria e o es- quer retribuição; agia pela alegria
como sendo a verdadeira? Cada pírito constitui-se um dos maiores de servir; ensinava e mostrava no
uma na sua trilha, mesmo com desafios da existência. Como estar exemplo vivo como fazer.
conceitos diferentes, de uma for- ligado ao Alto e, ao mesmo tem-
Simplesmente seguir o Mes-
ma ou de outra, sinalizam que po, tocar a difícil marcha de nosso
tre constitui-se na grande saída
estamos de passagem e que “a dia a dia? Talvez a resposta esteja
verdadeira felicidade não é deste à nossa frente e há muito tempo: para conciliarmos nosso estágio
mundo”. Sinalizam também, com mirar em Jesus. Não é à toa que aqui, neste mundo de provas e ex-
base no que acompanham de di- Ele veio pessoalmente trazer a sua piações, com o “ajuntar tesouros
versos testemunhos, que nem mensagem de Luz permeando o no céu”. Ele nos inspira a fazer
se juntarmos a riqueza, o poder, Evangelho de ensinamentos que sempre o melhor para todos: sem
a juventude, ilusoriamente tidas nos remetem a viver de forma a expectativa de remuneração, sem
como condições essenciais para a nos prepararmos para a vida es- exigências, sem mostrar-se, sem
felicidade, bastarão para garantir piritual. Jesus ressignificou a vida exibir superioridade. Não é à toa
que seremos felizes. daquele povo e continua a ressig- que Paulo nos orientou brilhante-
nificar a nossa vida, mostrando mente na frase “Fora da caridade
Mesmo com esta constatação,
que “é preciso nascer de novo”, não há salvação”. Esta salvação
mesmo tendo convicção que “par-
que não devemos nos dedicar fun- se traduz na possibilidade de via-
timos desta para melhor”, nossa
damentalmente à matéria, que bilizarmos a verdadeira fraterni-
dedicação acaba sendo absurda-
não devemos ajuntar tesouros que dade entre nós. A chave está em
mente maior para o “lado de cá”,
a traça e a ferrugem corroem.
iludidos pela matéria, preocupa- fazer o bem, atendendo com ca-
dos principalmente com a nossa Jesus, apresentado pela Espi- rinho e respeito a todos que nos
vida e com as nossas coisas. O ritualidade Superior como o mo- procuram e mesmo aqueles que
tempo que despendemos com as delo a ser seguido, em seus pas- não nos procuram, mas que estão
“coisas do Alto”, em comparação sos demonstrou ação incessante ao nosso alcance para ao menos
com as coisas do nosso dia a dia, em favor de todos ao seu redor, uma gentileza ou pequenos ges-
é irrisório, mesmo considerando fazendo o bem, em todos os mo- tos de cortesia e fraternidade.
aqueles que visitam algum tipo de mentos, mesmo a quem o ofen-
templo pelo menos uma vez por dia. Eram conversas amorosas, Isto não significa que estão nos
semana e fazem suas orações orientando, perdoando, aliviando pedindo para nos santificarmos de
costumeiramente. as dores, curando quem o procu- um dia para outro, nem que deixe-

O SEMEADOR 19
BEM-ESTAR

Não precisa motivo,


basta fazer!
Onde quer que você esteja, sempre
há oportunidade de ajudar!
IMAGEM: FREEPIK.COM

20 O SEMEADOR
mos de lado nossa vida na matéria prato de comida, oferecer a rou- Quando escolhemos ser gentis e
nos engajemos em obras grandio- pa que se tornou desnecessária, ajudar, colaboramos para que o
sas. O que a Espiritualidade Su- conceder alguns minutos do seu mundo seja melhor!
perior nos pede, seguindo o ensi- tempo emprestando um om- Parafraseando Emmanuel “Não
namento de Jesus, é que vivamos bro amigo, uma simples prece te esqueças de agir para a felicida-
essa verdadeira fraternidade, onde a quem necessita, tudo isso são de comum, na linha infinita dos teus
quer que estejamos, ajudando uns sementes de amor e quanto mais dias e das tuas horas... ajuda a to-
aos outros, afinal de contas, todos
semearmos mais vamos melho- dos indistintamente, conservando,
somos necessitados de amparo e
rar tudo à nossa volta, dando acima de tudo, a glória de ser útil...
se estivermos juntos, caminhare-
nossa contribuição para a rege- de modo que haja em nós o mes-
mos mais felizes, a passos muito
neração planetária. mo sentimento que vive em Jesus
mais largos.
Cristo.” (Fonte Viva, lição 02). Agin-
Você também pode chegar Como nos recomenda Emma- do desta maneira, nossa vida será
a esta conclusão! Observe-se e nuel, precisamos nos indagar ressignificada conforme ensinou o
constate! Que sentimento bom diariamente, sobre “quantos Mestre. Passaremos a vivenciar o
nos brota quando alguém nos faz raios libertamos hoje do as- Evangelho de fato, saindo daquele
uma gentileza, mesmo que seja tro vivo que é nosso próprio ser espaço fechado que criamos em
um simples sorriso, um bom dia imortal”. Afinal de contas, como momentos específicos e míni-
verdadeiro, um pedido de licença diz o Mestre: Somos luzes! Ape- mos, onde dizemos que estamos
com jeitinho, um “muito obriga- sar de não fazermos por inte- nos ligando à Divindade. Partire-
do” de coração, uma ajuda seja resse, veremos que todas essas mos para uma fé viva, operante
ela qual for. Atitudes simples, pe- luzes que podemos levar onde em todos os lugares e em todos
quenas, mas que fazem grande quer que estejamos, vão nos fa- os momentos, tendo o poder de
diferença nos nossos relaciona- zer muito bem! transformar completamente a
mentos, no nosso dia a dia. Foi pensando nisso que a Fe- nossa vida.
E quando fazemos algo de bom deração Espírita do Estado de São O projeto está veiculado através
para alguém? Você já percebeu o Paulo criou o projeto “BORA LÁ do site oficial da FEESP - www.
bem-estar que gera em nós mes- FAZER O BEM”. Não precisa um feesp.org.br, das redes sociais
mos? Ficamos satisfeitos, felizes, motivo, nem lugar, nem hora es- Facebook.com/BoraLaFazerO-
plenos! Seja recebendo uma aju- pecial! Basta fazer! Sempre existe Bem ou o Instagram @BoraLaFa-
da, uma gentileza, ou doando o uma oportunidade para espalhar zerOBem; e através de cartazes,
nosso melhor, a sensação é sem- o bem, ajudar, ser gentil! faixas e nas televisões internas da
pre de bem-estar. O que nos leva a Olhe ao seu redor e realize FEESP, visando inspirar a todos
concluir que fazer o bem faz mui- ações que envolvam e distribuam a auxiliar a transformar o mundo
to bem! carinho, respeito, amor, alegria; num lugar mais feliz!
Jesus nos ensinou lições pro- por mais simples que sejam, elas E então?
fundas sobre o óbolo da viúva, so- podem fazer diferença na vida de
bre a dracma perdida, sobre uma muita gente! Bora Lá Fazer o Bem?
simples semente de mostarda, e Bora lá! Atue como um verda- Se engaje nesta corrente você
depois de tanto tempo ainda são deiro agente do bem! Inspire todos também!
muito significativas e cheias de a sua volta a fazer o mesmo. Con- Roberto Magalhães
inspiração. Não vamos curar a tribua para que esse projeto alcan- Diretor da Área de Ensino da FEESP
dor do mundo, mas podemos fa- ce e engaje cada vez mais pessoas,
zer a diferença junto a todos que em casa, no trabalho, na escola, na
nos rodeiam. rua, em todos os lugares!
Pode ser uma palavra de ca- Simplesmente faça o bem!
rinho, um abraço, um sopro de Faça isso sem olhar a quem, sem
estímulo, um copo de água, um esperar receber algo em troca.

O SEMEADOR 21
EVENTOS FEESP

IMAGEM: ACERVO DIGITAL FEESP


15ª FESTA EM
HOMENAGEM A ALLAN
KARDEC DA FEESP
Dia 06 de outubro de 2019, A parte musical foi aberta pela caminhada da consoladora Dou-
aconteceu a tradicional Festa de colaboradora, Dálete Alessi que trina dos Espíritos, que nasceu na
Rua em homenagem a Allan Kar- com sua belíssima voz e incrível França, fortaleceu-se no Brasil e
dec, que neste ano contou com a emoção fez a harmonização da hoje está praticamente no mundo
sua 15ª edição, e mais uma vez rua, como prece aos Benfeitores inteiro, aliviando dores.
alcançou o sucesso esperado. Espirituais da FEESP para que O Coral Vozes do Caminho fez
A alegria tomou conta de toda a tivéssemos um dia em paz, espa- uma linda e alegre apresentação,
lhando harmonia a todos os lares e dando continuidade aos shows,
Rua Maria Paula, transformando
paulistas. Seguindo-se pelo Hino tivemos a colaboradora da FEESP,
o ambiente central da cidade de
Nacional Brasileiro com Dálete Alice Juguero, acompanhada de
São Paulo em um grandioso local
e o Coral Vozes do Caminho, do um lindo Coral, que mais uma vez
de harmonia e fraternidade. Grupo Manoel Bento, de Santana, trouxe-nos momentos de grandes
Nesse clima de união a festa composto de 60 coralistas, tendo emoções. A seguir o maestro do
foi idealizada, e este foi o senti- como regente Lucia Maciel. Coral Sinfonia de Luz da FEESP,
mento em todos os colaboradores Após a apresentação do hino, Marcelo Ghelfi, que além de uma
que dela participaram, recebendo o presidente da FEESP, Rober- belíssima apresentação solo, re-
os participantes, atendendo nas to Watanabe, deu por aberta a geu também a apresentação do
mais de dez barracas ou cantan- 15ª Festa em Homenagem a Al- coral.
do e dançando com as inúmeras lan Kardec, nesse ano, uma fes- Em seguida, mais uma queri-
atrações apresentadas. ta franco-brasileira, mostrando a da colaboradora FEESP, a cantora

22 O SEMEADOR
Paula Zamp, que como em todas ras. Tivemos também o esperado pouquinho da essência do mara-
as apresentações nos eleva os super bazar, com produtos Nata- vilhoso trabalho do codificador da
sentimentos. linos, peças novas e semi novas, Doutrina Espírita, Allan Kardec.
Após essas apresentações, ti- as quais agradecemos imensa-
Consideramos que este ano
vemos mais artistas convidados, mente a seus doadores.
foi ainda mais especial, pois a
que também, gentilmente abri- A venda de quadros e apre- 15ª Festa em Homenagem a Al-
lhantaram nossa Festa Benefi- sentação da pintura mediúnica da lan Kardec, foi mais uma das de-
cente, presenteando-nos com sua FEESP, sorteios de brindes, pro- zenas de atividades luminosas
arte! Tivemos: o Trio Paulistano, moções na livraria, encantaram as que aconteceram no Brasil e no
Graça Cunha, Thobias da Vai Vai e milhares de pessoas que partici- mundo, como parte da “1ª Vira-
Elizeth Rosa, Helder Moreira que param da festa, durante o dia todo. da Espiritual – 30 horas de amor
apresenta seu trabalho em home-
Mais de 600 voluntários, de di- fraternal”, promovida pela Aliança
nagem ao maior ídolo do rock de
ferentes atividades da FEESP, uni- Espírita Evangélica.
todos os tempos: Elvis Presley. E
finalizamos os shows com o can- ram-se em harmonioso trabalho Para encerrar o evento a Dire-
tor lírico DaNNilu. físico e espiritual para que todo o toria da FEESP, juntamente com
evento proporcionasse ao público todos os colaboradores que pas-
A festa contou também com
presente o verdadeiro sentido do saram, nesse dia, mais de 12h
uma deliciosa gastronomia, pre-
Espiritismo: alegria, união e amor ajudando para o sucesso do even-
parada com muito carinho pelos
colaboradores de diversas áreas ao próximo. to, cantaram juntos o Hino dos
da FEESP. Para alegrar as crian- Muitos dos visitantes não es- Aprendizes do Evangelho, agra-
ças tivemos brinquedos e pintu- píritas puderam conhecer um decendo a Deus o dia feliz.

IMAGENS: ACERVO DIGITAL FEESP

O SEMEADOR 23
EVENTOS FEESP
CONGRESSO DA FEESP

CONGRESSO ESPÍRITA
FEESP 2020
Em 2020, como acontece a cada Espiritismo no Final do Sécu-
três anos, a Federação Espírita do lo XX” e foi realizado no Centro
Estado de São Paulo realizará o de Convenções do Anhembi.
Congresso Espírita da FEESP. Consta na revista “O Semeador” da
Desta vez, além de toda a orga- primeira quinzena de novembro de o 10º Congresso Espírita FEESP,
nização que o evento exige, fomos 1991, que participaram deste Con- que terá como tema central – “Leis
em busca de informações sobre gresso representantes de 17 paí- Divinas – Vencendo Desafios Com
todos os congressos já realiza- ses que, reunidos em 19/10/1991, Consciência Social”.
dos pela FEESP em seus 83 anos, deliberaram a formação do Con-
Sabemos que os Congressos
para que pudéssemos enumerar selho Espírita Internacional – CEI,
Espíritas têm o objetivo de divulgar
este evento que mobiliza toda a visando a união mundial de todos
o Espiritismo. Lembramos que o
Casa. Esta pesquisa foi feita nas os Espíritas.
único título que Jesus concordou
Atas do Conselho Deliberativo da 4º Congresso: De 14 a 16 de em receber foi o de Mestre, con-
FEESP e foi posteriormente con- outubro de 1994, teve como tema vidando-nos a sermos discípulos
firmada nas edições da revista “O “Nos Domínios da Mediunidade” estudiosos e permanentes do seu
Semeador”. Seguem abaixo as in- e, assim como todos os seguin- Evangelho Redentor. Kardec fez-se
formações encontradas: tes, aconteceu na Sede da Maria professor para ajudar-nos a estu-
1º Congresso Espírita Esta- Paula. dar as Leis Morais que governam
dual: Realizado de 01 a 05 de junho 5º Congresso: De 18 a 20 de nossa caminhada rumo ao infinito
de 1947. Teve como finalidade uni- outubro de 1996, com o tema e refletir sobre a nossa realidade
ficar e orientar o Movimento Es- “FEESPÍRITA/96 – o Evangelho espiritual. E é com o intuito de in-
pírita Regional. No encerramento Segundo o Espiritismo”. centivar o estudo consciente da
desse Congresso, em 05/06/1947, Doutrina Espírita como veículo de
na Sede da Federação Espírita 6º Congresso: De 01 a 04 de libertação da consciência e base
do Estado de São Paulo, surgiu a maio de 2008. Tema: “A Ecologia e sólida para o progresso e evolução
União Social Espírita, futura USE - a Evolução do Espírito no Planeta do ser, que a FEESP realiza mais
União das Sociedades Espíritas do Terra”. esse grande evento, que conta com
Estado de São Paulo, informação 7º Congresso: De 08 a 10 de a colaboração de centenas de co-
esta contida também no livro “USE julho de 2011. Tema “O Ensino Es- laboradores que, carinhosamente,
70 Anos – Passado, Presente e Fu- pírita e Sua Responsabilidade na recebem os congressistas e os pa-
turo Em Nossas Mãos”. Transição Planetária”. lestrantes convidados, proporcio-
2º Congresso: De 23 a 29 de nando também a interação com
8º Congresso: De 01 a 04 de irmãos de ideal Espírita de vários
Setembro de 1988. Denomina- maio de 2014. Tema: “É Preciso
do “FEESPÍRITA/88 - Congresso lugares do Brasil e do mundo.
Nascer de Novo - Os Problemas
de Espiritismo” foi realizado no Sociais e a Reencarnação”. As inscrições encontram-se
Grande Hotel Águas de São Pedro abertas e as informações estão
e contou com a participação de 9º Congresso: De 28/04 a 01 de em nosso site www.feesp.org.br
Divaldo Pereira Franco. maio de 2017. Tema: “O Grão de ou através do fone 3188.8383, ra-
Mostarda”. mais 163 ou 204.
3º Congresso: De 18 a 20 de
outubro de 1991, que teve como Portanto, de 30 de abril a 03 de Vera Cristina Marques de Oliveira Millano
tema central “FEESPÍRITA/91 – O maio de 2020 estaremos realizando Diretora da Área de Divulgação da FEESP

24 O SEMEADOR
IMAGEM: FREEPIK.COM
F E E S P
E M A N A
C I N
Por que resolvemos criar o de vários voluntários. O ingresso Deste modo, atraímos pes-
Cine FEESP? é um quilo de alimento não-pere- soas para nossa casa, e daí, para
cível, para aquele que puder cola- a Área de Assistência Espiritual e
Diante de tantas indagações desta, para a Área de Ensino.
borar.
que eram feitas por alunos em
O propósito deste trabalho foi Assim, o objetivo deste traba-
sala de aula, abordando assuntos
de atender você, que apresenta- lho, como dissemos, é desper-
sobre mediunidade, em diversos
va dúvidas, e através dos diversos tar o interesse para os cursos da
meios de comunicação, tivemos
FEESP, com uma nova aborda-
a ideia de usar filmes, como meio assuntos, despertando o seu inte-
gem da Doutrina Espírita, através
de esclarecimento a tantas dúvi- resse e convidá-lo para os cursos
de filmes, já que diversos meios
das e entendimentos incorretos. da casa.
de comunicação utilizam a temá-
Assim, nasceu Cinema na Através dos filmes, desfazer tica espírita, porém, sem sanar
FEESP. Este projeto piloto teve dúvidas, incertezas sobre a reali- dúvidas ou questionamentos, fi-
início em março de 2013. A aceita- dade de um fato, pois os questio- cando as interpretações vagas e
namentos partem de você, nosso equivocadas.
ção veio, não só, ao encontro dos
alunos, como também atendeu ao próprio público; sempre com res- Hoje também abordamos os
público, você, que frequentava a postas à luz da Doutrina. mais variados temas da atuali-
casa. Temos sempre como alicerce, dade como; a família, os diversos
tipos de preconceitos, as crenças
Os filmes são apresentados os livros da codificação: “O Livro
sempre trabalhando moral e ética
sempre no terceiro sábado do dos Espíritos, O Livro dos Mé-
à Luz da Doutrina.
mês. São nove meses de apre- diuns, O Evangelho Segundo o Es-
sentações, sendo que nos meses piritismo, O Céu e o Inferno”. O Cine FEESP ampliou a ma-
neira de levar os conceitos e co-
de janeiro, julho e dezembro, por De uma maneira mais moder- nhecer a Doutrina de uma forma
motivo de férias, não há sessão; e na e atual, fomos aos poucos con- leve, objetiva e emocional.
para o funcionamento desse pro- quistando o gosto do público, des-
Celisa Maria Germano
jeto, contamos com a participação de alunos, assistidos e curiosos. Diretora do Depto de Cinema da FEESP

O SEMEADOR 25
EVENTOS FEESP

FORMANDOS FEESP 2019


Dias 07 e 08/12 a FEESP esteve
mobilizada para homenagear aos Área de Ensino
alunos e formandos das Áreas de
Ensino e da Infância, Juventude e
Mocidade - AIJM.
Dois dias de intensa alegria, des-
contração e confraternização,
contando com a presença de ami-
gos e familiares dos formandos.
Juntando a toda esta alegria, ti-
vemos apresentação musical be-
líssima, teatro infantil, entrega de
certificados para as crianças, jo-
vens e os formandos da Área de
Ensino, nos seus mais diversos
cursos, com o compromisso para
2020 de mais trabalho, estudo e
dedicação em nome do bem e do
amor!

Parabéns a todos os
formandos!

IMAGEM: ACERVO DIGITAL FEESP

26 O SEMEADOR
Área de Infância,
Juventude e Mocidade

IMAGENS: DORIVAL BONIN JUNIOR

Em 07 de novembro de 2019, o ciclo de estudo infanto-juvenil trinário, não esquecer a posição


comemorou-se o encerramento do e foram acolhidos pela Mocidade singular da educação da infância
ano da Área de Infância, Juventude Cairbar Schutel da FEESP, regida na Seara do Espiritismo, criando
e Mocidade - AIJM, que teve como também pela direção da AIJM. seções e programas dedicados à
tema a “Valorização da Vida”. criança em particular. Sem boa
O Espírito André Luiz, na men-
Tivemos apresentações artís- sagem a seguir, orienta que é semente, não há boa colheita”.
ticas da Infância I (6 meses a 6 necessário dar, cada vez mais, o Waldo Vieira - Conduta Espírita -
anos), Infância II (7 anos a 11 anos) protagonismo aos nossos edu- pelo Espírito André Luiz. “Deixai
e Juventude (12 anos a 15 anos). candos: vir a mim os pequeninos e não os
O ápice da manhã foi a forma- “Em toda a divulgação, cer- impeçais, porque deles é o reino
tura dos jovens, que encerraram tame ou empreendimento dou- de Deus.” Jesus. (Lucas, 18: 16.)

O SEMEADOR 27
A ARTE NO
ESPIRITISMO

PSICOGRAFIA
LITERÁRIA
Caminho de Luz IMAGEM: ACERVO DIGITAL FEESP

entre o Céu e a Terra


Nosso compromisso peran-
te a Espiritualidade é imenso.
Conscientes que somos de que a
faculdade mediúnica é para nós
uma ferramenta impulsionando-
-nos aos reajustamentos da Alma,
aquietamos o nosso íntimo e tra-
balhamos em favor do bem.
É digno ressaltarmos o traba-
lho amoroso de cada médium que
compõe a equipe da Psicografia
Literária da FEESP. Médiuns co-
locando-se à disposição da Espi-
ritualidade, assumindo a respon-
severidade contigo e benevolência entre nós. Tanto mais devemos
sabilidade do estudo revestido da usá-la, quanto é por ela que os
para com os outros, porque qual-
reforma íntima, permitindo que quer dom da Luz Divina na obs- Espíritos revelam melhor a sua
aconteça, de fato, o intercâmbio curidade do ser humano, qual se natureza e o grau de sua perfeição
mediúnico, com Espíritos escla- expressa na conceituação apostó- ou de sua inferioridade. Pela faci-
recidos e imbuídos de boa vonta- lica, é um tesouro em vaso de bar- lidade com que podem exprimir-
de no trabalho de divulgação do ro, para que a excelência do poder -se, dão-nos a conhecer os seus
Evangelho e da Doutrina Espírita. seja de Deus e não de nós.” pensamentos íntimos e assim nos
Psicógrafos mergulhados nas permitem apreciá-los e julgá-los
Importante relembrarmos al-
obras da Codificação, estudando, em seu justo valor. Além disso,
guns conceitos de Allan Kardec:
compreendendo a si mesmos, sua para o médium essa faculdade é a
capacidade mediúnica e intelec- Em O Livro dos Médiuns, cap. mais suscetível de se desenvolver
tual. Debruçados em obras literá- XV, afirma o Codificador que: “De pelo exercício.”
rias, amealhando para si o tesouro todas as formas de comunicação,
E continua Kardec no mesmo
a escrita manual é a mais sim-
do conhecimento literário. capítulo: “Importante ressaltar-
ples, a mais cômoda e, sobre-
O Espírito Emmanuel, através mos que o Espírito comunicante
tudo a mais completa. Todos os
da psicografia do médium Fran- não substitui a Alma do médium,
esforços devem ser feitos para o
cisco Cândido Xavier, alerta-nos: porque não poderia deslocá-la do
seu desenvolvimento, porque ela
“Afervora-te no trabalho do bem e corpo: domina-a, sem que isso
permite estabelecer relações tão
recolhe-te à humildade do apren- dependa da vontade dela, e lhe
permanentes e regulares com os
diz atencioso e vigilante, gastando imprime a sua vontade própria.
Espíritos como as que mantemos

28 O SEMEADOR
Assim, o papel da Alma não é ab- comunicante se “incorpora” no sagem, para compreender-se que
solutamente passivo. É ela que médium. Não há realmente incor- não há contradição. Portanto, o
recebe o pensamento do Espírito poração, mas apenas sintonia ou ato mediúnico é resultante de co-
e o transmite. Nessa situação, o indução mental. A afirmação de laboração
médium tem consciência do que que o Espírito comunicante do-
Gostaríamos de apresentar
escreve, embora não se trate do mina a Alma do médium parece
aos nossos leitores um soneto,
seu próprio pensamento. É o que contraditada pela afirmação de
intitulado, “Sonhos e Quimeras”,
se chama médium intuitivo.” Esta que a Alma não é passiva. Basta
recebido no Grupo de Psicografia
explicação sobre o mecanismo da lembrar que o domínio se refere
Literária da FEESP.
mediunidade ou do ato mediú- apenas ao estabelecimento da re-
nico afasta a ideia falsa, que ge- lação fluídica, pois se o médium Sonia Cabral
ralmente se faz, de que o Espírito não quiser, não transmite a men- Coordenadora da Psicografia Literária

Sonhos e Quimeras

Sonhos e quimeras vivi


Em ilusões permaneci
Acordei deste outro lado, infeliz.
Mas logo me achei na realidade...

De tudo que fui, trouxe comigo.


A esperança de um novo amanhecer.
Encontrei amigos, encontrei-me contigo,
Meu puro amor, que tanto me fez sofrer...

Hoje ando cabisbaixo, porém confiante


No porvir, na estrada triunfante
Pois sigo os passos de Jesus.

Nesta colônia que vivo por inteiro


Fiz novos amigos e novos companheiros.
Sigo em busca da grande luz!
Alberto Cruz (Espírito)
IMAGEM: DEPOSITPHOTOS.COM

O SEMEADOR 29
O EVANGELHO E
O ESPIRITISMO

VIVENCIANDO
O EVANGELHO
NO Por que um grande número de
pessoas faz o Evangelho no Lar
sozinhas, mesmo morando com
estejamos, serão percebidas por
aqueles que convivem conosco.
A mudança, tornando-se visível

LAR
outros familiares? poderá ser a oportunidade de
unirmos a família, na prática e
Em nosso contato com os as-
vivência do Evangelho em nosso
sistidos ouvimos sempre esse
lar. Cabe a nós, darmos sem-
questionamento, não só no De-
pre o primeiro passo. Assim, em
partamento do Evangelho no Lar
momento oportuno, voltemos a
como também nas palestras inte-
convidar os membros de nossa
rativas dos diversos cursos e as-
família a participarem da reu-
sistências. nião, dando oportunidade para
Realmente, é muito frequente que eles escolham o dia, o horá-
indagarem-nos sobre o que deve rio, o local. Caso não haja adesão
ser feito para que outros mem- imediata, continuemos, nós mes-
bros da família também partici- mos, a fazer o Evangelho, sem
pem do Evangelho no Lar, princi- incomodar ninguém.
palmente os filhos. Tendo filhos e netos, pequenos
Compreendemos que as esco- ou adolescentes é muito impor-
lhas de cada um devam ser res- tante que estejam presentes, sen-
peitadas, mas nada nos impede tirão a segurança, o aconchego, o
que façamos o convite para que valor da família. Com as crianças
participem, sem constrangimento e jovens, o efeito do Evangelho no
ou desejando impor a nossa von- Lar é preventivo, pois funciona
tade. O mais importante é a nossa como um freio que os seguram
mudança, vivenciando os ensinos das tentações do mundo, evitando
de Jesus. que equivocados caminhos sejam
tomados.
IMAGEM: DEPOSITPHOTOS.COM

O Evangelho no Lar propor-


ciona a renovação de pensamen- O Evangelho no Lar foi insti-
tos, atitudes e comportamentos, tuído por Jesus, quando visitava a
trazendo a tranquilidade, a sere- casa do Apóstolo Pedro. O Mestre
nidade e paz à nossa alma. Ati- sugeriu que se estudassem ensi-
tudes renovadas, no lar, no tra- nos edificantes para o bom apro-
balho, vizinhança, onde quer que veitamento do tempo. Por isso, to-

30 O SEMEADOR
IMAGEM: DEPOSITPHOTOS.COM
dos podem participar inclusive as
visitas, se chegarem no horário da
nossa reunião.
O Evangelho no Lar não é ex-
clusividade da Doutrina Espíri-
ta. Preferimos sempre utilizar O
Evangelho Segundo o Espiritismo,
codificado por Allan Kardec, pois
é mais fácil de ser entendido e
“O Evangelho no Lar
assimilado. A leitura deve ser fei- proporciona a renovação de
ta em sequência, do 1º capítulo
e seguindo até o 28º, ao final da pensamentos, atitudes e
Oração Dominical, o Pai Nosso, comportamentos, trazendo a
lendo um item ou um pequeno
trecho por semana, para melhor tranquilidade, a serenidade e
entendimento. Na falta dele, pode
ser utilizado o Novo Testamento, paz à nossa alma.”
os quatro Evangelhos.
Antes de iniciarmos a leitura do e sabedoria para vencermos os opcional, isto é, pode ser colocada
Evangelho, fazemos uma pequena desafios do momento, tanto de ou não).
prece, de coração, espontânea, ou ordem material como espiritual.
oramos o Pai Nosso. É um mo- O Evangelho no Lar não é uma
Somamos aos nossos pedidos
mento de conexão com Deus, e de sessão mediúnica, portanto não
pessoais, as necessidades de to-
convidarmos Jesus a adentrar o deverão ocorrer manifestações de
dos os nossos entes queridos,
nosso lar. E ele sempre vem. nenhuma espécie: passes, psico-
encarnados ou desencarnados,
fonias ou psicografias.
Lemos um pequeno trecho e mesmo aqueles que não residem
em seguida fazemos os comen- em nosso lar. No livro Evangelho no Lar,
tários. Todas as opiniões são vá- Nosso Encontro com a paz, de
Em seguida fazemos um minu-
lidas, cada um tem seu entendi- Vera Cristina Marques de Olivei-
to de silêncio para conversarmos
mento e reflexão. ra Millano (Edições FEESP), en-
intimamente com Jesus, sobre o
contramos sugestões de preces
Demonstrando o amor que que mais nos aflige.
que podem ser feitas no início e
trazemos em nossos corações fa- Agradecendo a Deus pelo mo- no final de nossa reunião no Ca-
zemos vibrações, isto é, doamos mento de paz, pela visita dos Ben- pítulo 13. Muitas dúvidas poderão
nossos melhores sentimentos. feitores e por toda a proteção, surgir, as quais serão sanadas
Primeiro emitimos pensamentos façamos uma prece espontânea no Capítulo 11 do livro citado ou
de paz, tranquilidade, harmonia, de maneira bem simples ou o Pai ainda na Federação Espírita do
fé, enfim, desejamos o bem a toda Nosso com toda serenidade. Jun- Estado de São Paulo (FEESP) 9º
humanidade, e em seguida, de- to aos agradecimentos, pedimos andar, na sala 1. Além do efeito
sejamos que os ensinamentos de a perseverança de vivenciarmos preventivo que o Evangelho no Lar
Jesus cheguem a todos os lares as lições do Evangelho do dia, em tem com relação à participação
e vibramos pelo nosso lar e por nosso cotidiano. das crianças, há o efeito de manu-
nossa família, sejam nossos entes tenção em que são consolidados
O Evangelho no Lar não é um
queridos encarnados e desencar- todos os benefícios conquistados
ritual, podendo ser realizado en-
nados, para que todos sejam en- nas diversas Assistências Espiri-
tre 15 a 30 minutos. Não é preciso
volvidos em vibrações de fraterni- mesa, toalha na mesa, flores, ve- tuais da FEESP.
dade, saúde e amor. las, música ou até mesmo a água
Regina Marina Almeida Duarte
Após oferecermos o melhor de para ser fluidificada (a água de- Diretora do Departamento do Evangelho
nós, pedimos proteção, amparo pende da vontade de cada um, é no Lar da FEESP

O SEMEADOR 31
MEMÓRIAS
O SEMEADOR

Em mais de sete décadas O Semeador produziu uma obra literária


de grande valor, verdadeiras pérolas contendo orientações
valiosas e que serão trazidas nesta seção, com o intuito de
preservá-las em nossa memória e homenagear os colaboradores
que aqui deixaram este legado de sabedoria e amor.

A GRANDE A uma fábrica o mundo se compara.


O proprietário é Deus, Jesus o Mestre.

FÁBRICA E num labor constante, que não para,


progride a grande fábrica terrestre.
Cada alma é no mundo um operário,
que vem tecer a túnica futura.
Aquela que há de ter como salário,
a vestimenta branca da candura.
Há fios de toda cor, no estoque imenso,
na preferência plena liberdade.
Da aplicação serena do bom senso,
depende o não errar na variedade.
Quem tece mal, tem lutas, sacrifícios,
a repetir as provas do labor!
Que se acautele o tecelão prudente.
Escolhas os fios que têm a cor da luz.
IMAGEM: DEPOSITPHOTOS.COM

Assim irá morar, resplandecente.


Jésus Gonçalves (12-04-1946)

32 O SEMEADOR
ENVERGADURA
MORAL
Há nos ensinos do Cristo, bem como na- mas antes de tudo, investigar se aqueles
queles que formaram a sua estrutura mo- que se apresentam vêm da parte de Deus.
ral em sua escola transcendente, algo tão E, Kardec, como legítimo Codificador do
elevado e dignificante, que só mesmo quem Espiritismo, como o Cristianismo redivi-
passa a sentir o Cristo vivo - o Cristo moral vo, ponderou ser mais vantajoso perder-se
em si -, sabe-os cumprir com tanta clari- cem verdades do que aceitar uma só men-
vidência e com tão expressiva envergadura tira.
moral, como Paulo de Tarso. Tanto um, como outro, conheciam a ex-
É por isso que compreendemos, atual- tensão do mal que causaria e que causa
mente, que a nossa emancipação moral uma só mistificação. E é justamente neste
vem com o Código de Vida formulado pelo ponto de vista, que observamos também a
Cristo. atuação de Paulo.
Vejamos, para absoluta consolidação Se um Espírito astucioso como esse adi-
dessa nossa assertiva, esta passagem ve- vinhador tecesse a apologia, que tecera a
rificada com Paulo, é subordinada ao título: Paulo, a muitos dos atuais dirigentes de tra-
“A cura de uma moça que tinha o Espírito balhos práticos, por certo, na incompreen-
adivinhador”. são da Doutrina ou na boa fé, acreditariam
_ “Enquanto íamos ao lugar de oração, e agradeceriam, sem observar a qualidade
veio-nos ao encontro uma moça que tinha dos frutos que esse espírito vinha produzin-
um Espírito adivinhador, a qual com suas do através da médium, com lucros materiais
adivinhações dava muito lucro aos amos. que proporcionava àquela família.
Ela seguindo a Paulo e a nós, clamava: _Es- E Paulo diz que a moça foi curada, o que
tes homens são servos de Deus Altíssimo, deixa subentender-se, que um médium
que vos anunciam o caminho da salvação. – dessa ordem é um enfermo. E quem está
E fazia isto por muitos dias. Mas Paulo, en- enfermo não pode, de fato, exercer nenhu-
fadado, virou-se para ela e disse ao Espírito: ma função e nem tampouco produzir algo
_Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo que que seja bom.
saias dela, e, na mesma hora, saiu”.
IMAGEM: DEPOSITPHOTOS.COM

Não deixemos, em absoluto, que tais fatos,


João Evangelista recomendou não dar tão elucidativos, passem despercebidos!
crédito a qualquer Espírito prontamente, Antenor Ramos (janeiro de 1945)

O SEMEADOR 33
HOMENAGEM FEESP

MISSÃO
Sabemos que a vida não se extingui. Após a desen-
carnação prosseguimos em outra dimensão, con-
forme as nossas conquistas morais e espirituais.

CUMPRIDA! O próprio Cristo, após a sua morte física, retorna,


iluminado e triunfante, confirmando as Suas pala-
vras e promessas, e dando assim início a era nova
da felicidade sem interrupção pela morte.
Aqui, prestamos uma homenagem aqueles cola-
boradores da Federação Espírita do Estado de São
Paulo que retornaram para a Pátria Espiritual, re-
centemente.
Que possamos envolvê-los em lembranças
felizes, direcionando-lhes pensamentos edifican-
tes e orações consoladoras, na certeza de que
nossas vibrações de paz e amor levarão conforto e
auxiliarão no processo de readaptação à nova vida.
Nossa homenagem aos nossos companheiros que
desencarnaram no período de agosto a dezembro
de 2019, cuja informação sobre a desencarnação
chegou à direção da FEESP, até o fechamento
desta edição.
Márcio de Souza Batista - 14/08/2019
Francisca Amélia da Silveira - 30/08/2019
Raymundo Nonato da Rocha A. dos Santos -
08/09/2019
Eletra Thereza Sivestrini - 15/09/2019
Floraci Ferreira - 17/09/2019
João Batista da Silva - 03/10/2019
Conceição Capitão Ramos - 06/11/2019
Luiz Carlos Bonamin - 05/12/2019
A eles, e a todos cuja notícia da partida
desconhecemos, independente das funções que exer-
IMAGEM: DEPOSITPHOTOS.COM

ceram, dos cargos que ocuparam ou do tempo que se


dedicaram às tarefas dentro da FEESP, desejamos que
recebam nosso abraço fraterno e nossa admiração pela
doação de amor que direcionaram em seus compro-
missos luminosos nesta casa.

34 O SEMEADOR
IMAGEM: ACERVO DIGITAL FEESP
Quer uma sugestão para
presentear alguém?
Presenteie com livros!
Comprando na livraria Humberto de Campos, piso
térreo da sede Maria Paula, você contribui com os

“Livros dão alma ao universo, asas para a mente,


voo para a imaginação, e vida a tudo”. Platão
Qual é o verdadeiro sentido
da palavra caridade, como a
entende Jesus?
- Benevolência para com
todos, indulgência para com
as imperfeições alheias,
perdão das ofensas.
Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, Questão 886
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FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO


Rua Maria Paula, 140. Edifício Allan Kardec. Bela Vista - São Paulo/SP

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