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MEDUSA
Escrito por Jamilton Wendel
Narrador:
-A história que estou prestes a contar se passa na visão de uma garota, chamada
Amelia, que nunca possuiu amor próprio antes, e por causa de determinadas
circunstâncias acabou por se encontrar presa em um relacionamento.
Narrador:
-Em uma manhã quente de domingo, Amélia se via em uma discussão.
Luiz(namorado):
-Amélia! Eu tô te avisando você não vai sair assim! Não com essa saia curta, e essa
maquiagem? Por que você está tão arrumada? Certeza que você vai se encontrar com
os seus machos.
Amélia:
-Luiz, eu só vou me encontrar com minhas amigas, o máximo de homens que vai ter lá
é o João, e você sabe que ele não gosta de mulher.
Luiz:
-Ah,tá falando do viadinho? Certeza que ele se finge de viado para ficar perto de
vocês.
Narrador:
-Amélia abre a porta de casa e sai revoltada sem falar com o seu namorado. Luiz sai de
casa correndo atrás dela, no meio da rua, enfurecido, o homem se vira para ela
puxando-a pelo braço e diz:
Luiz:
-Você até pode ir, mas acho difícil qualquer homem te querer assim.
*Luiz dá um soco na face da garota, a deixando com o olho roxo*
A cena corta e agora se encontra em uma festa, onde estão as amigas de Amélia
conversando.
Fernanda:
Aí amiga, será que a Amélia vem? Ela não vai desmarcar de novo, né?
Pérola:
-Aí Fer, relaxa, a Mélia vai vim sim, tenho certeza
*Telefone de Pérola toca, a mesma pega e o atende*
-Oi Mélia, tudo bem? Já tá vindo, né?
Amélia:
-Oi amiga, então... não vou conseguir ir, sabe... *(fala respirando ofegante)* é que
rolou um probleminha com minha mãe e não vou conseguir ir.
Pérola:
-Sério? Poxa...tudo bem, vou falar para Fer.
*Pérola desliga o telefone*
Fernanda:
-Deixa eu adivinhar, ela não vem, né?
Pérola:
-Sim...ela disse que teve alguns problemas com a mãe e por isso não vai conseguir vir.
Fernanda:
-É... que nem das últimas vezes.
Pérola:
Sim... você sabe que não é a mãe dela né?
Fernanda:
Figurante 1 (Masculino):
Narrador:
-Naquele momento Fernanda permaneceu calada, pois em sua mente ela acreditava
que ele tá certo e ela é um erro que nunca encontrará nenhum tipo de amor.
João:
-Meu amor, claro que viado eu sou! Se tá achando ruim, é por que não quer se
revelar, vem, me beija e deixa eu te mostrar *(falar cantarolando)*.
O bêbado sai enfurecido, para não causar nenhuma confusão maior (sai
envergonhado).
Fernanda:
-Obrigada João!
João:
-Mana, não fiz isso por você, sabia? Eu fiz isso por mim, se você quer algum tipo de
defesa, faça por si própria, por si amar e não espere que eu ou outra pessoa faça isso.
Fernanda:
-Eu sei, mas não tem como não abaixar a cabeça...eu sei que isso que eu sou é um
erro.
João:
-Miga quem te falou essas besteiras? Levanta a cabeça e sacode a poeira, por que
amar não é um erro, errar é não se amar, como você está fazendo.
Fernanda fica mais uma vez sem ter uma resposta e passa a festa toda pensando no
que o seu amigo falou.
Narrador:
-Enquanto Fernanda passava o resto da festa pensando no que seu amigo havia falado,
Amelia tentava se cuidar dos machucados que seu namorado havia lhe deixado.
Luiz:
-Você sabe que eu fiz isso por que te amo, né?
Amélia:
-Luiz...eu sei, eu sei..., mas as pessoas podem achar outra coisa se me verem assim...
Luiz:
-Dane-se o que eles acham, o importante é que a gente sabe a verdade.
Amélia:
-Você tem razão.
Luiz:
-Aham... certo, certo, to indo para aí agora
Amélia:
-Quem era?
Luiz:
Era o Pedro... e ele me chamou para ir em um enterro, a tia dele morreu *(Fala
mentindo descaradamente)*.
Amélia:
-Oww... Meu bem quer que eu vá com você?
Luiz:
-Não, não, a tia do Pedro era uma mulher muito importante para mim...e ele só me
convidou.
Amélia:
-Entendo, entendo... mande minhas condolências para o Pedro.
Luiz:
-Pode deixar.
*Luiz sai de casa e parte para a festa onde está Fernanda e Perola*
*Amélia sozinha, decide ligar e contar para as amigas*
Amélia:
-Amigas, nem lhes conto, a tia do Pedro morreu.
Fernanda:
-Meu Deus...amiga e o que aconteceu com o seu rosto?
Amélia:
-Eu bati de cara com uma porta
Pérola:
-Sério mesmo que vai mentir mal desse jeito? Amiga você sabe que pode contar para a
gente, né?
Amélia:
-É sério Pérola, foi uma porta.
Fernanda:
-Não sabia que o punho do Luiz era uma porta
Amélia:
-É sério... O problema é a tia do Pedro que faleceu...
Enquanto isso, os dois amigos entram no local da festa, e logo Luiz começa a
conversar com uma mulher
Pérola:
-Amiga, nem te conto....
Fernanda:
-Tô chocada!
*Pérola muda a câmera frontal para a traseira e mostra Luiz com outra mulher*
Amélia:
-É só uma amiga dele, e talvez ele tenha ido buscar o Pedro aí na festa.
Pérola:
-Larga de ser burra Mélia, ele tá te traindo!
Amélia:
-Aí Pérola, você é sempre assim, perdi a paciência tchau!
*Desliga o celular*
Cena corta para horas depois e volta para a Luiz chegando em casa.
Amélia:
-Luiz, como foi o enterro?
Luiz:
-Foi uma bosta...tive que consolar uma prima do Pedro *(fala como se estivesse
bêbado)*
Amélia:
-Esse cheiro de Álcool... você bebeu?
Luiz:
-Bebi para esquecer da morte
*No dia seguinte, Pérola sai com sua família para uma tarde de lazer, e encontra Luiz,
mais uma vez sozinho com a garota do dia anterior*
Pérola:
-Cara... é sério?
Pérola:
-Amiga, sério você tem que acreditar que ele tá te traindo, garota se ame mais, você
merece alguém melhor!
Amélia:
-Oxe...do nada, como assim, o que aconteceu Pérola?
*Pérola mostra com a câmera do celular mais uma vez Luiz com a garota da festa*
Amélia:
-É.... é só uma amiga...certeza.
Pérola:
Aí Mélia!
*Desliga o telefone*
Enquanto isso Fernanda, que estava tendo um sábado letivo, estava reflexiva no intervalo da
sua aula
Fernanda:
Figurante 1 (Masculino)
Fernanda:
-A se enxerga muleque *(falar enfurecida)* olha para você, não tem nada de melhor para
fazer a não se me enjoar, né?
Fernanda:
-E-Eu consegui...eu o respondi! Isso, isso foi maravilhoso! *(Fala com uma alegria)*
A cena é cortada e voltamos para Amélia que em sua casa vê seu namorado chegando
Amélia:
Luiz:
Amélia:
-N-Não era isso que eu queria dizer *(falar gaguejando, com medo)* desculpa.
Luiz:
-Aham sei, vamos pro quarto agora! Talvez assim eu pense em te perdoar.
Amélia:
A cena mais uma vez corta e agora Amélia está na casa de Pérola, conversando com Pérola e
Fernanda
Amélia:
-E-ele.... ele é um monstro...ele não era assim, eu pensei que ele ia mudar.
Pérola:
-Sim! Você merece algo melhor, você sempre ficou assim pra baixo...sempre precisando do
"amor" dele, mas você não precisa disso, você precisa só se amar Amélia.
Amélia:
Pérola:
-Denunciar, claro!
Amélia:
Narrador:
Com a ajuda de suas amigas, Amélia, abre uma denuncia para polícia sobre Luiz.
No dia seguinte Luiz recebe a voz de prisão e dois polícias fardados o prendem e o levando
para cadeia enquanto isso o narrador falará estatísticas correlacionadas a violência doméstica,
e estupro feminino.
(cena em câmera lenta)
Amélia, Fernanda e Pérola estão em um jardim conversando sobre as conclusões que tiveram
meses depois.
CENA FINAL
Fernanda:
-Durante todo esse tempo percebi que eu estava me deixando de lado para ser aceita pelas
pessoas, mas isso nunca me fez bem e me gerou inúmeras inseguranças. Agora, posso
perceber que minha felicidade depende de mim mesma, do jeito que eu realmente sou e é isso
o que importa.
Amélia:
-Sabe, ultimamente eu tenho notado o quanto aquele relacionamento não me fazia bem, mas
eu estava tão cega por ele que não enxergava o fato do quanto aquilo me fazia mal. Hoje, eu
me sinto aliviada e tranquila em saber que eu não preciso me diminuir para caber dentro da
preferência de outras pessoas.
Pérola:
-Gente, isso que vocês estão falando significa que vocês praticaram o amor próprio. Ele é de
extrema importância e está nas pequenas práticas diárias, sempre lembrem de respeitar os
seus limites e tratar a si mesmo com respeito. Eu me sinto orgulhosa por quem vocês se
tornaram.
Cena corta e assim é iniciada a música que leva a mensagem sobre a realidade acompanhada
de uma pequena descrição sobre o significado do filme ter o nome de “Medusa”.