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Paranoia

O fato de eu não ter nada de especial é o que me faz


especial.

Dia 24 de março de um ano qualquer. Acordei em uma manhã sem graça e me


levantei da cama. Depois de passar alguns segundos observando pela janela o
movimento das pessoas nessa terrível e miserável cidade, vesti uma camisa e acendi
um cigarro. Sempre gostei de fumar antes de tomar um café. Depois de alguns tragos,
coloquei minha mente presa na rotina novamente. Me levantei devagar, calcei os
meus sapatos velhos ainda manchados de terra e peguei a minha xícara branca sem
graça. Eu sempre precisei de alguma droga pra me manter, seja acordado ou vivo, e o
cigarro e o café faziam esse trabalho por mim. Depois de lamentavelmente ajeitar
algumas das minhas bagunças que, ainda continuaram no estado que chamo de caos
organizado, fechei a porta de casa e comecei a caminhar. As residências do meu
bairro eram antigas e estavam dispostas em fileiras, uma atrás da outra. As ruas,
mesmo que levemente asfaltadas, eram completamente irregulares. As carroças que
tentavam continuar o seu trajeto enfrentavam uma dificuldade enorme. Os produtos
que ficavam na parte de trás batiam contra as caixas de madeira e produziam um
barulho característico de atividade mercantil. As pessoas passeavam por todos os
lados. Alguns comiam algo em alguma residência enquanto outros firmemente
seguiam para os seus trabalhos monótonos. Minha rotina não era muito diferente, eu
acordava, tomava algumas doses de realidade e estava pronto, mas curiosamente,
aquele dia foi diferente. Foi retornando do trabalho que passei por mais uma fileira de
becos amontoados nas laterais das casas. O dia estava cinzento e alguns pingos de
chuva gotejavam lentamente. Pingos pesados. Caminhando enquanto tragava mais
um dos meus cigarros, senti um cheiro pútrido invadir os meus sentidos. Parei
subitamente. A rua estava ligeiramente solitária naquela noite. Não era algo incomum,
o retorno sempre foi solitário, mas desta vez, alguma coisa me incomodava, e eu me
perguntava se era apenas o cheiro ou algum sentimento de apatia que gritava no meu
peito. Encarei o beco por quase um minuto inteiro, e depois de perceber que estava
em um estado de transe, olhei para os lados envergonhado. Não havia ninguém por
perto, e os poucos que estavam na rua permaneciam completamente distraídos.
Alguma aura sobrenatural me fez dar dois passos em direção ao temível beco. Dois
únicos passos solitários que me fez tremer a espinha. Era medo ou frio? Não consigo
me lembrar do sentimento, mas a minha curiosidade apitava de uma forma jamais
vista antes. Coloquei as mãos nas paredes laterais do beco escuro e me atrevi a
adentra-lo. De início, o breu tomou conta da minha vista e as poucas ondas de luz que
iluminavam alguns pontos do beco permaneciam afastadas, como se as trevas
propositalmente tivessem vida. Continuei caminhando pelo beco escuro tremendo e
temendo algum terror, quando pisei acidentalmente em algo. Era um sapato velho,
sujo de vermelho escuro. Não era como se aquilo fosse algo incomum de se encontrar
em um beco, mas por algum motivo meus olhos se atentaram quando me deparei com
aquilo. Minha curiosidade, que antes crescia, saltou para fora da minha boca como um
múrmuro assombroso. No final do beco, jogado feito qualquer coisa ao lado do lixo,
havia uma figura humana. Na verdade, o aspecto parecia humano, mas seu rosto
permanecia irreconhecível. No lugar da face, havia uma terrível mancha escura
carmesim. Suas mãos eram completamente dilaceradas e anormalmente grandes. A
criatura ou pessoa era disforme e irreconhecível. Seu abdome saltava protuberante e
toda aquela visão aterrorizante me causava profundo temor. Senti minha alma ser
abalada como se estivesse em um terremoto. Não havia estado de espírito de
qualquer homem que pudesse suportar aquele horror. Anormalmente, tremi tão forte
que perdi o controle do meu corpo. Tentei gritar de terror, tentei correr e a única coisa
que consegui fazer foi dar alguns passos e cair. Era como se o equilíbrio do meu corpo
tivesse se esvaído. Engatinhei me afastando do monstro quando senti minha mão
mergulhando naquele líquido negro carmesim. Era anormalmente pastoso e tinha
cheiro de ferrugem. Espavorido, tentei rapidamente me levantar e correr, e me
espantei com o meu pequeno ato de coragem. A adrenalina fez minha visão lateral
escurecer e minha mente tentava aos poucos, recobrar algum tipo de sanidade
enquanto meu corpo, que por reflexo, corria apavorado daquele beco escuro. Quando
finalmente encontrei a luz, senti os tentáculos da escuridão me abandonarem com um
sorriso macabro. Eu estava de novo naquela rua imunda, do lado de fora do beco.
Coloquei as mãos dentro do sobretudo apavorado, com medo que alguém pudesse
ver aquelas manchas de pecado. Ainda sem perceber, corri o máximo que pude para
meu apartamento. As pessoas da rua, que antes estavam distraídas, perceberam um
louco correndo estarrecido. Alguns fizeram comentários com seus companheiros ao
lado, mas ainda não parecia algo anormal, é claro, tirando o meu rosto profundamente
retorcido. Quando cheguei ao apartamento, tirei as duas mãos do sobretudo marrom e
tentei abrir a porta. Me lembro de ter girado a maçaneta três vezes, mas eu estava
sem força. Foi somente na quarta tentativa que ela se abriu. O velho metal ficou sujo,
marcado com desespero avermelhado. Entrei e tranquei a porta ainda pálido. Corri
rapidamente para o banheiro e tentei, em um ato desesperado, lavar as mãos. Com
medo de manchar algo a mais, enrolei a toalha nas mãos e abri a bica, deixando a
água fluir lentamente. Uma sensação de alívio correu em minha mente. Senti aquela
mancha escura e vermelha escorrer pela pia, como se a água me purificasse. A cor
escorreu pelo ralo da pia como se abandonasse a minha pele. Quando removi a toalha
do punho, a sensação de temor retornou quando percebi que ela estava inteiramente
maculada. Atirei-a no chão com força e medo. Queria me afastar daquilo o máximo
possível. Meu corpo ainda tremia com um terror incomensurável. Arrebentei os botões
da minha camisa branca e a abri completamente pelo peito. Removi rapidamente as
minhas calças e os sapatos e me deitei no chão gelado. Senti a sala se tornar
apertada e minha mente se contrair. Meus pulmões rapidamente perderam o ar e a
minha respiração ficou pesada. Os batimentos saltavam pelo peito como tambores de
guerra. Tentei fechar os olhos e afastar aquela figura grotesca da minha cabeça, mas
sempre que pensava em não pensar, sentia o desespero de estar pensando. Apertei
forte o punho e recolhi os braços por cima do peito, me deitei de lado e esperei o
sentimento passar. A verdade é que eu não consigo me recordar de todos os detalhes.
Eu devo ter tomado alguns remédios para induzir o sono profundo, o simplesmente
desmaiei, eu só me lembro de ter acordado a noite tendo terríveis crises de
ansiedades devido aos pesadelos sombrios. O mundo dos sonhos me levava
novamente ao beco escuro e eu sentia aquela criatura se mover, e sua terrível face
esfacelada me encarava. Eu me perdia dentro daquele vazio pútrido e solitário, então
quando acordava, tentava novamente me encontrar. Devo ter dormido mal umas três
vezes durante a mesma noite, e sabia disso porque quando acordei, ainda me sentia
exausto. Pensei que eu só precisava de mais uma rotina de trabalho e, tentei manter
as coisas o mais normal possível. Quando tomei meu gole de café, procurei no jornal
alguma notícia que trouxesse clareza para aqueles meus pesadelos. Alguma resposta
para aquela figura aterrorizante. Estranhamente não encontrei, então deduzi que
somente eu havia visto. Pensei em recorrer a polícia, mas imaginei que se eu
simplesmente falasse sobre isso, iriam desconfiar de mim. Com a reputação
assassinada, eu perderia o meu emprego e também a minha pouca dignidade.
Arrumei todas as minhas roupas do tinha anterior e um bolo incompreensível de
tecidos. Também peguei os sapatos velhos e coloquei no meio das coisas, vestindo
algum outro qualquer que continha alguns rasgados no solado. Antes de ir pro
trabalho, fui até os fundos da casa, onde tinha alguns moradores de rua. Nunca fui um
homem de recorrer a caridade, a minha vida sempre foi tão miserável quanto daqueles
que viviam nas ruas. É claro, eles não tinham o que comer, e eu tinha inclusive o que
vestir, mas anormalmente pareciam mais felizes que eu. Todas as vezes que eu
levava o lixo pra fora, um grupo composto de quatro moradores de rua me abordavam
com um sorriso e um bom humor perguntando-me qual era a janta. Envergonhado, eu
não sabia o que responder, mas também nunca fui rude. Desta vez, encontrei-os se
aquecendo do frio perto de uma grande lata em chamas. Me aproximei deles e sem
dizer nenhuma palavra, atirei as roupas do dia de ontem no fogo. Elas não estavam
manchadas, era verdade, ao menos eu não me recordo de ter visto nada de anormal,
mas vesti-las me trazia um sentimento de insegurança. Aquele mesmo pavor de antes.
Os moradores de rua se encararam sem entender, e depois me olharam com alguma
ternura. Eu estava atirando roupas boas no fogo enquanto eles sofriam de frio, então
para não parecer só um tolo, eu disse
-- A noite eu trago um cobertor para vocês.
Eles consentiram com a cabeça ainda achando estranho. Eu não costumava interagir
com as pessoas com iniciativa, então me virei e comecei a caminhar para o trabalho.
Durante o longo caminho, percebi que eu teria que passar novamente por aquele beco
e, completamente apavorado, mudei completamente a minha rota, mesmo que isso
significasse me atrasar pro trabalho, algo que não acontecia a mais de cinco anos.
Chegando no escritório, abri a porta, cumprimentei meus superiores e meus
companheiros com a mesma cordialidade de sempre, tentando mascarar os
acontecimentos de ontem. Me tranquei em minha sala pequena e comecei a arrumar
todos os documentos. Abri a janela o máximo que pude, precisava de ar puro, mas o
que vinha da cidade não era exatamente puro, era uma mistura de ruído da cidade
com um ar estranhamente carregado. Ainda arrumando os documentos, um
pensamento sabotador começou a perfurar a minha cabeça, imaginando se algum
daqueles moradores de rua havia tirado do fogo alguns dos meus pertences. Uma
nova sensação de ansiedade e terror começou a correr dentro de mim e minha
imaginação terminou de completar a minha insanidade. Passei o trabalho inteiro
pensando na possibilidade de isso ter acontecido. Eu sei, parece loucura, mas aquilo
me causou grandes dores na barriga e tontura. Quando deu a hora de retornar para
casa, evitei completamente aquele beco escuro e, depois de alguns minutos de trajeto
atrasado, cheguei em casa. Quando tirei minha roupa, olhei para a janela e a fechei
por conta do frio. Espiei os moradores de rua para saber se algum deles realmente
estava com um dos meus pertences velhos, mas não encontrei nada que pudesse
manter meu pensamento sabotador de pé. Senti um certo alívio, mas ainda um
sentimento de desconfiança. Por algum motivo, eu não conseguia afastar essa dor de
dentro de mim. Percebi que eles ainda estavam sentindo frio, e me lembrei da minha
promessa de mais cedo, então decidi cumpri-la. Não exatamente por caridade, mas
por medo de algum deles tem realmente pego algo meu e que pudesse me dedurar de
alguma forma. Eu sei, escrevendo dessa forma eu realmente não pareço um homem
com um bom coração, mas quem nunca viu uma pessoa precisando de ajuda e
simplesmente ignorou por vergonha ou sentir que isso incomodaria o seu conforto?

Pensar sobre isso e sobre todas as coisas me causava uma grande sensação de
exaustão. Eu havia cumprido a minha promessa e mesmo que eu tentasse colocar na
minha cabeça que era por caridade, eu sabia que não era. Deitei na cama e tentei
descansar mais uma noite, mas quando fechei os olhos, os pesadelos se acomodaram
ao meu lado. Eles me abraçaram com um carinho mórbido e dentes assustadores.
Senti o desespero lamber o meu rosto e, enquanto tentava buscar conforto, me
afundei em paranoia.
Foi somente depois de duas semanas que o jornal notificou alguma coisa. A notícia
dizia algo sobre ter encontrado um cadáver de identidade irreconhecível, mas eu sei
que aquilo que vi, certamente não era humano. A coisa ou criatura era com um
pesadelo vivo, que havia se erguido do abismo para se colocar no mundo dos vivos.
Então comecei a questionar porque a mídia local insistia em chama-lo de humano.
Mais uma semana se passou e eu comecei a entender que certamente havia um
movimento de manobra inteligente. Eles estavam trabalhando junto com a polícia para
divulgar informações falsas. Não queriam causar nenhum tipo de histeria em massa,
mas claramente estavam mentindo. A essa altura, eu já estava escrevendo textos e
textos sobre a verdade que eles insistiam esconder. Monstros existem, alguns estão
dentro de nós, outros estão do lado de fora.

Dois meses se passaram e durante esse tempo eu comecei a me dedicar


extensivamente ao estudo do oculto. Comecei com a Criptozoologia mas acabei
pensando que talvez, aquela manifestação física, fosse puramente sobrenatural, então
ingressei no estudo da demonologia. Minha fé nunca foi grande, sempre imaginei que
havia algo que fosse maior que eu, só não me corria pela cabeça que algum dia da
minha vida eu veria uma figura aterrorizante fora desse mundo. Seja do mundo dos
vivos ou dos mortos, aquilo não deveria estar aqui, então comecei a praticar magia
como uma forma de me proteger dos espíritos ruins. Comprei alguns amuletos de
sorte naquelas lojas antigas de bijuterias e os espalhei pela casa e com um pedaço de
giz velho e sal, protegi a minha cama e a minha porta e risquei a parede com runas de
proteção. É claro que, esse meu desespero é justificado pelo fato de eu não conseguir
sequer uma boa noite de sono, e esse era meu ultimato. Apostei tudo nisso. Foi
exatamente a dois dias atrás que uma dupla de policiais batera na porta do meu
vizinho. Quando ouvi a campainha tocar, senti a sensação de ansiedade começar a
subir em meu estomago. Eu não estava esperando visita e estranhei quando um
barulho algo se fez perto de minha porta. Percebendo que se tratava do vizinho, sai
rapidamente para tentar espiar algo. Cumprimentei os oficiais da lei com um sorriso
falso, mas amigável. Eles perceberam quando gaguejei perguntando sobre o porquê
de estarem ali, mas entenderam apenas como um ato de timidez, algo que salvou a
minha vida. Quando eles entraram, acendi um cigarro e fiquei no corredor. Eu nunca
fumava no corredor, mas queria tentar ouvir alguma coisa para sanar a minha
curiosidade. Quando os jovens homens da lei saíram do estabelecimento,
cumprimentei-os novamente e fiz menção ao cigarro como uma forma de tentar
completar na cabeça deles a justificativa do porquê eu estava ali. Eles entenderam e
acenaram com a cabeça, então partiram sem olhar para trás. Meu vizinho, ainda a
porta, olhou para mim com curiosidade. Ele sabia que eu não fumava no corredor,
então estranhamente tentei puxar assunto, mesmo ele sabendo que eu nunca
conversei com ele.

-- Então, o que vieram fazer? Você fez algo errado?


Perguntei curioso enquanto tirava o cigarro da boca e soltava a fumaça pelo corredor.
-- Não mesmo, acho que estão atrás de um assassino, eu vi uma coisa no jornal, não
sei se é exatamente sobre isso.
Disse ele, ainda achando estranho o fato de eu estar, pela primeira vez, conversando
com ele.
-- Que esquisito né, esse lugar costuma ser tão pacífico. Apesar de haver ladrões, um
homicídio não acontece faz anos.
-- Pois é, acho que vou ter que começar a fechar as portas e janelas.
Disse ele, um pouco mais confortável com a conversa.
-- Eu também.
Respondi em um tom ríspido e soturno, dando fim a conversa.
Quando voltei para a minha casa, tranquei a porta e apaguei todas as luzes do
ambiente. Se a polícia batesse em minha porta, eu não atenderia, fingiria que não
estava em casa e manteria o silêncio.

Seis meses se passaram depois do encontro com o desconhecido, mas aquela visão
pavorosa me encarando com olhos do diabo ainda me assombrava nos meus
pesadelos. Decidi apelas para magias mais pesadas, e comecei a envolver meu
próprio sangue nesses rituais. Vasculhando sobre o mundo sombrio, gravei com a faca
alguns símbolos de proteção no meu corpo e estava me preparando para um ritual que
se dizia capaz de materializar uma entidade que habita os nossos sonhos para nos
causar pesadelos. A esta altura, foi a única coisa que me passou pela cabeça, que ao
ver aquela visão diabólica da morte, eu fui subitamente amaldiçoado por essa coisa de
outro mundo. Seja vivo ou não, aquilo precisava acabar. Por mais que todas as
minhas tentativas tenham sidas em vão, continuei buscando uma forma de prolongar
minhas horas de sono desse pavoroso monstro onírico. Dei o meu sangue, a minha
vida, a minha dedicação, mas nada parecia ter adiantado. Todas as vezes que eu
fechava os olhos eu ainda sentia aquela terrível angústia descendo pela garganta. Ela
arranhava feito lâminas e a sensação de ter o estomago tomado por ansiedade me
causava ânsia de vômito. A casa que antes era bagunçada, agora se tornara também
suja e fedida. Havia sangue, giz e sal por toda parte. Desenhos espalhados que tentei,
por algum meio artístico que nunca tive, desenhar os meus terríveis pesadelos. Tudo
foi em vão. Eu estava sem esperanças.

Mais seis meses se passaram da ultima vez que escrevi um relato. Faz exatamente
um ano em que encontrei aquele inominável cadáver pútrido e fui amaldiçoado por
uma escuridão tenebrosa. Eu gostaria de dizer que ainda tento manter o copo da vida
cheio, mas comecei a beber como uma forma de manter o sono profundo. Os
remédios que antes me traziam calma, não fazem mais efeitos, e eu tenho aumentado
a dose cada vez mais correndo o risco de sofrer uma overdose enquanto tento ter uma
noite de sono tranquila. O demônio venceu, eu não sou nada. Me olho no espelho e
não sei em qual tempo me perdi. Aquele corpo atlético se tornou ossudo e frágil. Os
olhos fundos como um bueiro escuro. A face antes quadrada e atraente, se escondia
em uma pele de palidez horripilante e uma magreza excessiva. O corpo repleto de
cicatrizes, algumas infeccionadas postulavam pus e sangue enegrecido, seco como
cascas de machucado. A sensação de vida se foi. Nesse exato momento, estou com
uma arma apontada para dentro da minha boca. Eu apenas espero que Deus tenha
um lugar tranquilo para que eu possa repousar. Um lugar em que eu possa finalmente
ter um sono tranquilo.

-- Lucas P.L.R.A (Pseudônimo)

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