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1 INTRODUÇÃO

As formigas surgiram há cerca de 100 milhões de anos (FERNÁNDEZ,


2003), quando a América do Sul e a África ainda estavam unidas. Os registros
fósseis mais antigos desses insetos foram descobertos em depósitos
sedimentares da Formação Santana, fronteira entre o Ceará e Pernambuco
(CARLOS, 2008). Segundo o mesmo autor, cerca de 10 mil espécies são
conhecidas atualmente, mas acredita-se que esse número deva dobrar com o
aumento de pesquisas relacionadas à fauna encontrada nas copas das árvores
e do folhiço de florestas tropicais.
As formigas são consideradas insetos sociais (eussociais), ou seja,
realizam atividades complexas agrupadas em castas: fêmeas férteis (rainhas) e
estéreis ápteras (operárias e soldados), e machos alados (reprodutores). Além
disso, elas cooperam no cuidado dos jovens, havendo uma divisão reprodutiva
do trabalho - indivíduos sem função reprodutiva trabalhando para o benefício
dos férteis (SILVA e LOECK, 2006).
Elas são responsáveis por uma parcela significativa da reciclagem de
nutrientes e aeração das camadas superficiais do solo. Algumas espécies
mantêm associações simbióticas com plantas, protegendo-as contra a ação de
herbívoros, fungos e outros insetos (CARLOS, 2008). Em contrapartida, outras
formigas atacam folhas de plantas de grande porte, como de culturas de
eucalipto, causando grandes perdas e danos econômicos (GALLO et al., 2002).
No início dos anos 70, Mariconi descreveu a ocorrência de 1.015
espécies de formigas, só no Brasil. Gonçalves (1961) e Della Lucia et al.
(1993a) destacam, ainda, a ocorrência de 10 espécies e três subespécies
taxonômicas de saúvas (gênero Atta), e de 20 espécies e nove subespécies de
quenquéns (Acromyrmex spp.). Essas formigas são conhecidas como
cortadeiras.
As formigas dos gêneros Atta e Acromyrmex se destacam como as
principais pragas do território brasileiro. Ambas cortam e transportam pedaços
vegetais, de plantas nativas e cultivadas, para dentro dos formigueiros onde,
em câmaras especiais (denominadas panelas), são utilizados como substrato
para o cultivo de um fungo simbionte, do qual se alimentam (LOECK e
GRÜTZMACHER, 2001).
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Elas causam danos às florestas implantadas, a exemplo de Pinus e de


Eucalyptus (FERNANDES et al., 2007), especialmente nas fases de pré-corte e
imediatamente após o plantio, ou no início da condução de brotação
(BOARETTO e FORTI, 1997; UKAN, 2008).
Devido à preferência de determinadas formigas cortadeiras, nem todas
as espécies vegetais são atacadas, mesmo estando em grande quantidade e
próximas ao ninho. Umas atacam somente dicotiledôneas, outras cortam
monocotiledôneas e algumas coletam os dois tipos de vegetais.
“Provavelmente, a preferência por espécies vegetais esteja relacionada com a
exigência nutricional do fungo Leucoagaricus gongylophorus Singer que
cultivam” (BORBA, 2006).
Há muitas controvérsias entre os pesquisadores com relação à
taxonomia adotada para a determinação adequada deste fungo simbionte.
Muitos acreditam que o fungo tenha perdido a capacidade de frutificação ao
longo de sua evolução associado às formigas cortadeiras. Porém, outros
autores relatam práticas constantes de controle do crescimento micelial por
parte das formigas, impedindo que a frutificação do fungo desestruture o ninho.
Existem muitos questionamentos em relação à formação desses
basidiocarpos que são encontrados sobre a superfície de ninhos de
cortadeiras, já que podem ser considerados contaminantes oportunistas numa
ocasião de distúrbio da colônia de formigas (PANOCCA, 2001). Além disso, as
tentativas de frutificação em laboratório são dificultadas, tanto pela velocidade
de crescimento do fungo simbionte, quanto pela falha no desenvolvimento de
estruturas imaturas provenientes do micélio vegetativo.
Deste modo, além do fornecimento de subsídios para estudos futuros,
esta revisão bibliográfica buscou identificar os trabalhos realizados com as
formigas cortadeiras, associadas aos seus fungos simbiontes, principalmente
aqueles que visaram uma melhor elucidação dessa relação simbiótica,
classificação e tentativas de frutificação do fungo em laboratório.
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2 FORMIGAS CORTADEIRAS

As formigas cortadeiras situam-se dentro do Reino Animal, Filo


Arthropoda, Classe Insecta, Ordem Hymenoptera, Subordem Apocrita,
Superfamília Formicoidea, Família Formicidae, Subfamília Myrmicinae e Tribo
Attini (GALLO et al., 2002). Segundo Loeck e Grützmacher (2001), este grupo
de insetos é composto pelos gêneros Atta, Acromyrmex, e também por
algumas espécies dos gêneros Trachymyrmex, Sericomyrmex e Apterostigma.
A tribo Attini é encontrada somente na Região Neotropical e está distribuída
entre o Sul da América do Sul e o Sul dos Estados Unidos (Apêndice A).
Formigas cortadeiras são aquelas que possuem o hábito de cortar as
folhas e outras partes de vegetais que servem de substrato para o crescimento
de um fungo simbionte, a fim de garantirem a sua sobrevivência (FISHER et al.,
1994; CARLOS, 2008). O material cortado é transportado para o interior do
formigueiro, para uma câmara exclusivamente destinada ao cultivo do fungo
que serve de alimento para larvas e adultos (ANA, 2008). São os chamados
“jardins de fungos” (Figura 1). Há uma simbiose obrigatória entre as formigas
cortadeiras e estes fungos basidiomicetos (SILVA-PINHATI et al., 2005), de tal
forma que nenhum dos parceiros sobreviveria isoladamente (BORBA, 2006).

Figura 1 – Atta sp. e seu fungo simbionte: cuidado micelial (A) e com as formas
jovens – larvas (B).
Fonte: MYRMECOS.NET, 2008.
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A origem mutualística entre formigas cortadeiras attines e seus fungos


simbiontes tem sido abordada por alguns trabalhos. Mueller (2002) sugere que
este grupo tenha surgido no início do Terciário (há 45-65 m.a.), superando a
estimativa de 50 m.a., dada por Wilson (1971). Mueller et al. (2001), resumiram
algumas hipóteses sobre a evolução dos sucessivos elementos da cultura de
fungos pelas attines em dois modelos: 1 – o tradicional “primeiro o consumo”,
no qual estágios iniciais desses fungos tenham se desenvolvido acidentalmente
nos ninhos, se tornando parte da dieta das formigas e evoluindo,
posteriormente, a capacidade de promover o cultivo desse microrganismo,
seguida pela capacidade de transmiti-lo às gerações futuras; e 2 – o modelo
alternativo “primeiro a transmissão”, no qual, inicialmente, as formigas não se
alimentavam do fungo, mas eram utilizadas como dispersoras por esses
microrganismos, seguido pela incorporação do fungo em sua dieta e,
finalmente, surgindo a possibilidade de cultivá-lo e transmiti-lo ao longo das
gerações.
A natureza exata dessa ancestralidade é de difícil inferência, dado o
longo tempo decorrido e intensa diversificação do táxon, desde a origem dos
attines (MUELLER, 2002). Além disso, não existe nenhum estágio intermediário
de interação, sugerindo transitoriedade e não-obrigação dessa associação
mutualística. Possivelmente, também tenha ocorrido uma rápida transição da
formiga “coletora-caçadora” ancestral para a derivada, cultivadora de fungos
(BRANDÃO e MAYHÉ-NUNES, 2007).
No momento que identificam uma fonte de material verde na qual
tenham interesse, as formigas carregadeiras efetuam o corte e retornam ao
ninho, batendo seus abdomens no solo e depositando um feromônio marcador
de trilha a intervalos regulares de 2 ou 3 mm. Então, as outras operárias
detectam o carreiro, tateando o solo com as antenas, até o local de coleta e
retornam ao ninho repetindo a marcação, a fim de reforçar o caminho. Esta
substância odorífera é insolúvel na água, sendo que a atividade de “baldear”
folhas continua mesmo em solo molhado e durante as chuvas leves
(MARICONI, 1979). Algumas espécies de formiga são bastante restritas na
utilização somente de mono ou dicotiledôneas, o que indica a possibilidade de
existir variabilidade genética entre os fungos que cultivam para seu alimento
(BORBA, 2007).
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Elas causam grandes prejuízos à agricultura brasileira, pelo fato de


atacarem praticamente todas as plantas cultivadas e estarem disseminadas por
todo o território nacional, efetuando sua ação predadora durante todo o ano
(LOECK e GRÜTZMACHER, 2001). Em função de sua importância econômica
no Brasil, as principais pesquisas e publicações sobre formigas cortadeiras
estão concentradas nos gêneros Atta e Acromyrmex, conhecidos popularmente
pelas denominações de saúvas e quenquéns (ZANETTI, 2003; NILTON, 2008)
(Figura 2). Seus ninhos podem conter centenas de panelas subterrâneas (a
exemplo de Atta), a maioria delas preenchidas com jardins de fungos
(PAGNOCCA, 2001).

Figura 2 – Formigas cortadeiras dos gêneros Atta (saúvas) (A) e Acromyrmex


(quenquéns) (B). Insetos-praga de grande importância na agricultura brasileira.
Fonte: MYRMECOS.NET, 2008.

Espécies do gênero Atta podem desenvolver ninhos grandes e possuir


operárias com alto grau de polimorfismo (CHERRETT et al., 1989) (Figura 3) .
Em sauveiros, a diferenciação morfológica entre as operárias é bem mais
visível do que nas quenquéns. Ambos os tipos de formigas cortadeiras
apresentam castas permanentes e temporárias. As últimas, constituídas pelos
alados, são responsáveis pela revoada ou vôo nupcial. Os machos alados,
comumente denominados “bitus”, têm vida curta e morrem logo após fecundar
as fêmeas aladas. Estas, por sua vez, são conhecidas vulgarmente como
“içás”, “rainhas” ou “tanajuras”. Numa casta permanente, a exemplo de Atta
(saúvas), encontramos uma fêmea áptera (rainha), fundadora do sauveiro e
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responsável pela reprodução da colônia de formigas, e, também, as inúmeras


operárias, encarregadas de diversas tarefas na colônia (DELLA LUCIA et al.,
1993b) – jardineiras, generalistas, forrageadoras e soldados (GALLO et al.,
2002).

Figura 3 – Polimorfismo entre formigas do gênero Atta spp.: as maiores


representam soldados de A. vollenweideri (A) e A. laevigata (B).
Fonte: MYRMECOS.NET, 2008.

Ao longo da história política, econômica e cultural do Brasil, a


preocupação com as formigas cortadeiras sempre foi uma constante. Alguns
historiadores sugerem que o nomadismo dos índios na América do Sul, em sua
parte meridional, tenha ocorrido por causa das próprias saúvas que atacavam
suas lavouras. Assim, sem saber como combatê-las, deslocavam-se para
outros locais (CALIL e LINK, 2000).
Desde o século XVI as formigas cortadeiras têm sido relatadas e
descritas por naturalistas, cronistas e jesuítas, no Brasil. No livro “As Saúvas”
(MARIONI, 1970) podem ser encontrar vários relatos que demonstram como a
preocupação com as formigas cortadeiras é antiga:
- Em 1560, José de Anchieta foi, ao que parece, um dos primeiros a
alertar sobre o ataque de saúvas no Brasil: “...das formigas, porém, só parecem
dignas de menção as que estragam as árvores; as chamadas içás têm a cor
arruivada, abrem grandes buracos no chão e quando esmagadas cheiram a
limão”;
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- o Marechal José Arouche de Toledo Rondon, em 1788, descreve a


angústia e dificuldade do homem do campo em controlar as formigas
vermelhas (saúvas), dizendo que só elas comem mais pastagens que o próprio
gado;
- à Saint’Hilaire, que percorreu o Brasil no período de 1816 a 1822, é
atribuída a seguinte frase: “Ou o Brasil mata a saúva, ou a saúva mata o
Brasil”. Entretanto, em 1979, Mariconi ressalta que há dúvidas se realmente
esta frase tenha sido proferida por este naturalista francês.
Na tentativa de minimizar os danos destes insetos às plantas nativas e
cultivadas, foram desenvolvidos métodos de controle culturais, mecânicos,
biológicos e químicos (inseticidas de origem sintética), sendo que este último
geralmente age de maneira indiscriminada contra todos os insetos, inclusive os
benéficos (FERNANDES et al., 2002).
Somente nas últimas décadas o controle biológico tem recebido a
atenção dos pesquisadores, principalmente devido aos movimentos de
preservação ambiental. Wilcken e Berti Filho (1994) ressaltam que este tipo de
controle, uma vez adotado, traria soluções permanentes no combate às
formigas, em contraste ao químico, no qual há obrigatoriedade de reaplicações
periódicas no ambiente. Mesmo assim, este método não acompanhou o
desenvolvimento de produtos químicos, por não apresentarem soluções
rápidas e eficientes de controle, aos olhos dos consumidores.
Segundo Almeida (1979), a fecundação da “içá” (fêmea fértil e alada
de sauveiros adultos) ocorre em pleno vôo, no período da revoada, estando o
formigueiro no seu 38° mês de vida. O autor destaca a importância dos
inimigos naturais (tamanduá, aves e outros insetos) no controle biológico
dessas formigas. Caso não ocorresse a ação dos animais silvestres, mesmo
admitindo-se a mortandade de 99,95% das içás que ocorre naturalmente após
a construção da panela inicial, teríamos nesta área o aparecimento de 50.000
novos formigueiros adultos, derivados de uma única revoada. Ele ainda conclui
que “o combate químico deve ser aplicado de forma preventiva e não curativa,
bloqueando o ciclo biológico das saúvas antes do surgimento das formas
reprodutoras”.
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Nota-se também, que em áreas utilizadas para o cultivo de


monoculturas, com grande oferta de um mesmo tipo vegetal, ocorre uma maior
concentração de formigueiros. Nas áreas de solo São Pedro (Santa Maria, RS),
ocupadas com pastagens nativas permanentes, por exemplo, Calil e Link
(2000) verificaram uma densidade média de um (1) sauveiro/ha, enquanto que,
naquelas ocupadas com agricultura convencional, a densidade foi variável, até
um máximo de 60 sauveiros/ha.
Nos últimos anos, a genética e a biologia molecular ampliaram
significativamente as pesquisas com insetos, visando sua utilização como
modelos biológicos. Porém, de acordo com Bacci Junior (2007), poucos
trabalhos têm focalizado as formigas como importante fonte de informações
sobre as origens das associações simbióticas, ou ainda os mecanismos
genéticos, evolutivos e moleculares que permeiam estas interações, se
preocupando apenas com a origem e filogenia destes insetos. Faltam, também,
trabalhos que visem a caracterização dos mecanismos moleculares envolvidos
na cooperação e ontogênese de diferentes castas de formigas.
Muitos trabalhos que buscaram identificar os efeitos de extratos de
plantas sobre as formigas, ou sobre o crescimento de seus fungos simbiontes,
têm sido realizados. Souza-Silva e Zanetti (2007) utilizaram-se do extrato
pirolenhoso (subproduto da carbonização da madeira extraído de fornos de
carvão vegetal) sobre mudas de eucalipto e observaram um aumento no
forrageamento de Atta sexdens rubropilosa, com ou sem chance de escolha,
atuando como um estimulante. Neste trabalho, também puderam constatar que
solos tratados com 100% da adubação recomendada para o plantio das mudas
sofrem maior atividade de corte pelas formigas, devido a uma melhor qualidade
no desenvolvimento da planta e oferta de nutrientes. Ou seja, Atta sexdens
rubropilosa é uma espécie capaz de reconhecer diferentes substratos e
selecionar os que podem suprir as deficiências nutricionais da colônia.

2.1 GÊNERO Acromyrmex

O gênero Acromyrmex é próprio da América, sua distribuição começa


na Califórnia (Estados Unidos), seguindo pelo México e continuando pela
América Central e por todos os países da América do Sul (exceto Chile), até a
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Patagônia (Argentina). Ocorre também em Cuba e Trinidad Tobago (NILTON,


2008).
Na Zona Sul do Estado do Rio Grande do Sul, Gusmão e Loeck (1999)
encontraram, no período de setembro de 1994 a março de 1995, formigas
cortadeiras das espécies Acromyrmex heyeri Forel, 1899, Acromyrmex lundi
(Guérin, 1838), Acromyrmex ambiguus Emery, 1887, Acromyrmex striatus
(Roger, 1863), Acromyrmex crassispinus Forel, 1909, Acromyrmex laticeps
Emery, 1905 e Acromyrmex lobicornis Emery, 1887. Além disso, puderam
constatar que existe relação entre as espécies encontradas com sistemas de
cultivo, local de forrageamento e nidificação.
Muitas pessoas confundem as quenquéns com as saúvas. Para
diferenciá-las basta observar o número de pares de espinhos presentes no
mesossoma. As saúvas (Atta) apresentam três pares de espinhos e as
quenquéns (Acromyrmex) quatro (ou mais) pares. Além disso, as operárias são
polimórficas (tamanho varia de 2,0 a 10,5 mm) e a coloração também se
diferencia dentro de um mesmo ninho. Segundo Ana (2008) a biologia das
quenquéns ainda é pouco conhecida.
A revoada das formigas aladas do quenquenzeiro ocorre de maneira
programada, ou seja, de um formigueiro emergem apenas indivíduos de um
dos sexos, enquanto ocorre a saída do sexo oposto de um outro ninho que
esteja próximo, para que, então, ocorra o vôo nupcial (LOECK e
GRÜTZMACHER, 2001 apud DIEHL-FLEIG, 1995). De acordo com Loeck e
Grützmacher (2001) este fenômeno ocorre com a presença de pequenos
grupos voando próximos ao formigueiro-mãe, entre árvores ou áreas mais
abertas, justificando o fato de serem encontradas sempre as mesmas espécies
de formigas em uma determinada área. Mais de uma fêmea pode ser
responsável pela fundação de um novo ninho, o que lhes confere vantagens
em relação à rapidez na construção da câmara inicial e redução da pressão
predatória sobre as formigas fundadoras.
As espécies do gênero Acromyrmex apresentam colônias menores e
mais abundantes, comparadas às saúvas, e são difíceis de serem localizadas
sob a vegetação ou restos de colheita florestal, o que contribui para aumentar a
sua importância como praga (ZANETTI et al., 2003).
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3.2 GÊNERO Atta

As saúvas são as representantes do gênero Atta. Ocorrem na América,


entre os paralelos 33° Norte e 33° Sul. Sua distribuição vai do sul dos Estados
Unidos até o norte da Argentina. Assim, não são encontradas na Europa, Ásia,
África e Oceania (MARICONI, 1979). Não há saúvas no Chile, em algumas
ilhas das Antilhas e no Canadá, sendo que no Brasil não foi registrada a
presença desses insetos apenas na ilha de Fernando de Noronha (GALLO et
al., 2002).
Dentre as 10 mil espécies conhecidas da família Formicidae, 190
pertencem à tribo Attini e 15 delas são saúvas. No imaginário popular, formiga
cortadeira é sinônimo de "comedora de folhas”. No entanto, não são capazes
de comê-las, mas sim as cortam, para que, dentro do formigueiro, possam
cultivar os fungos dos quais se alimentam (CALDAS, 2007). Elas obtêm uma
completa e balanceada dieta a partir do fungo associado, mas também ocorre a
ingestão da seiva no momento do corte das folhas (PAGNOCCA, 2001). Além
disso, elas podem ser classificadas como herbívoros dominantes em muitos
ecossistemas, exatamente por ocuparem posição de destaque entre as pragas
agrícolas (HEBLING, 1994).
Para o Brasil, Mariconi (1979) cita 9 espécies de saúvas, sendo que
uma é dividida em 3 subespécies: “saúva matapasto” Atta bisphaerica Forel,
1908, “saúva parda” Atta capiguara Gonçalves, 1944, Atta goiana Gonçalves,
1942 (conhecidas por não causarem danos às culturas florestais); e “Saúva-da-
mata” Atta cephalotes L., 1758, “Saúva-de-vidro” ou “saúva-cabeça-de-vidro”
Atta laevigata Fred. Smith, 1858, “Saúva-do-sertão-do-Nordeste” Atta opacieps
Borgmeier, 1939, “Saúva preta” Atta robusta Borgmeier, 1939, “Saúva limão
sulina” Atta sexdens piriventris Santschi, 1919, “Saúva limão” Atta sexdens
rubropilosa Forel, 1908, “Formiga-da-mandioca” Atta sexdens sexdens L., 1758
e Saúva Atta vollenweideri Forel, 1839 (que atacam as essências florestais).
Depois de fecundada (média de seis machos para cada fêmea), a “Içá”
cai no solo, arranca suas asas (Figura 4A), e começa a cavar um túnel para
fundar um novo sauveiro (Figura 4B). Após o segundo dia de escavação, a
rainha regurgita a pelota de fungo que foi retirada do formigueiro-mãe, antes da
revoada (MARICONI, 1970).
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Figura 4 – Fêmeas recém-fecundadas: Acromyrmex arrancando suas asas,


após vôo nupcial (A) e Atta fundando um novo formigueiro (B).
Fonte: MYRMECOS.NET, 2008.

A longevidade de uma rainha de saúva pode chegar a 22 anos,


aproximadamente (LOECK, 2007). O autor acompanhou o período de vida de
uma rainha de Atta sexdens piriventris, mantida em formigueiro sob condições
artificiais em laboratório da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da
Universidade Federal de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, durante o período
compreendido entre setembro de 1985 a março de 2007.

4 FUNGO SIMBIONTE

O fungo cultivado pelas formigas cortadeiras da Tribo Attini pertence ao


grupo dos Basidiomycota, representados aproximadamente por 22.300
espécies. Apresentam estruturas típicas, como: basídio (responsável pela
produção dos basidiósporos - esporos) (figura 6), parede celular com quitina e
hifas com septos perfurados. A maioria possui vida livre (terrestres), poucos
são simbióticos (líquens) ou parasitas, e algumas espécies ainda se adaptaram
ao ambiente aquático. São representados pelos cogumelos comestíveis e
venenosos, alguns fitopatógenos (ferrugens e carvões) e leveduras
(FREDGARDSON, 2008).
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Figura 6 - Himênio de fungos basidiomicetes, mostrando a estrutura do basídio


sustentando os basidiósporos.
Fonte: TOLWEB, 2008; JIM, 2008.

Segundo Vasconcelos e Fowler (1990), a associação simbiótica


estabelecida entre as formigas e os fungos que cultivam resulta no seu
sucesso ecológico na natureza. Muito embora Belt, em 1874, ter registrado a
simbiose obrigatória entre estas formigas e o fungo, os estudos continuam
incessantes, atualmente, nas buscas relacionadas com os aspectos evolutivos,
comportamentais, nutricionais e bioquímicos envolvidos nessa interação.
Apesar disso, poucos estudos realizados com estes fungos obtiveram êxito,
tendo como principal razão a dificuldade de sua identificação.
Este fungo simbionte ainda não tem uma taxonomia claramente
definida e aceita entre os especialistas, devido à ausência de frutificação sob
condições de laboratório (BORBA, 2006). Além disso, eles apresentam baixa
velocidade no crescimento e compartilham o substrato com diferentes
microrganismos oportunistas, dificultando ainda mais as pesquisas realizadas
(SILVA-PINHATI et al., 2005).
De acordo com Fisher et al., 1994, o fungo é mantido livre de
contaminações pelas operárias graças a um antibiótico natural (“Myrmicacin”)
que é secretado pelas formigas e que inibe o crescimento de muitos fungos de
solo (Penicillium spp.) e de plantas (Cladosporium e Alternaria spp.).
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Tradicionalmente, a identificação de fungos baseia-se na morfologia


dos órgãos reprodutivos. Para o fungo simbionte das formigas cortadeiras não
se tem observado a produção de esporos ao nível de campo e de laboratório, e
acredita-se que eles tenham se adaptado às diferentes condições de meio
oferecidas pelas formigas (BORBA, 2007).
Muitos pesquisadores acreditam que, ao longo de sua evolução
associado às formigas, este fungo perdeu a capacidade de reprodução
sexuada. Uma das teorias existentes, sugerida por Mueller, Rehner e Schultz
(1998), é que teria ocorrido uma degeneração dos genes responsáveis pela
formação de basidiósporos ao longo do tempo, devido à propagação destes
fungos em forma de clones, pelas formigas. Outro motivo seria o grande
controle efetuado por parte das formigas dos estágios iniciais de
desenvolvimento das estruturas reprodutivas do fungo e pelo fato de atacarem
os basidiomas imaturos (quando conseguem se desenvolver), inclusive para
utilizá-los como alimento (FISHER, 1994). Borba (2006) também destaca que
“a formação de basidiocarpos são encontrados com muito pouca freqüência, de
forma anômala e não como parte do ciclo de vida normal desses fungos”.
Até o momento, os estudos taxonômicos em nível de Filo foram difíceis,
o que sugere maiores dificuldades ainda em níveis mais específicos. Powell e
Stradling (1986) testaram interações entre linhagens isoladas de Atta sexdens,
Atta cephalotes, Acromyrmex octospinosus e Trachymyrmex urichi e
concluíram que estas formigas cultivam a mesma espécie de fungo.
Na tentativa de superar as dificuldades da taxonomia tradicional foram
realizadas descrições de estruturas do micélio por A ngeli-Papa e Eymé (1985)
de Atta, Acromyrmex e Trachymyrmex, e por Brancher (1993) do gênero
Acromyrmex e estudos moleculares (Chapela et al., 1994; Hinkle et al., 1994 e
Mueller et al.,1998) cujos resultados serviram apenas para comprovar que os
fungos cultivados pelos Attini são basidiomicetes.
Mueller (2002), após relatar todas as ocorrências de basidiomas
encontrados em ninhos de Atta e Acromyrmex, considerou que ambas as
espécies cultivam o mesmo fungo, o que também concluíram Silva-Pinhati et
al. (2004) após avaliarem o DNA ribossomal e espaçadores gênicos de
diferentes linhagens de fungos pertencentes a estes dois gêneros.
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A nomenclatura desses fungos sempre gerou muitas divergências entre


os autores. Möller (1893) descreveu basidiomas de ninhos de Acromyrmex
como sendo Rozites gongylophora. A indução da formação de basidiomas de
fungos de attines realizada por Weber (1957), e avaliada por Heim (1957), os
nomeou como Leucoagaricus gongylophorus. Da mesma forma, Singer (1986)
ao analisar todas as descrições realizadas até então confirmou essa última
hipótese, passando a ser a nomenclatura mais utilizada atualmente pelos
pesquisadores da área. Mesmo assim, Muchovej, Della Lucia e Muchovej
(1991) descreveram basidiomas de Atta sexdens e Atta cephalotes como
sendo Leucoaricus weberi.
Trabalhos realizados por Loeck et al. (2000) mostraram diferentes
respostas dos fungos cultivados por diferentes espécies de Atta e Acromyrmex,
em relação aos meios de cultivo e pH’s, evidenciando um processo co-
evolutivo entre fungo e formigas. Com o objetivo de verificar diferenças
genotípicas em fungos cultivados por Atta e Acromyrmex, na impossibilidade
da obtenção de esporos, utilizou-se a técnica de análise do DNA com
marcadores moleculares utilizada para diferenciar genótipos de várias espécies
de plantas (Welsh e McClelland, 1990; Williams et al., 1990; Oliveira et al.,
1996), assim como Meyer et al. (1991), que caracterizaram fungos filamentosos
através de microsatélites e, mais recentemente, Mueller, Rehner & Schultz
(1998) usaram técnicas de AFLP’s (Amplified Fragment Length Polymosphism)
para investigar diferenças entre fungos também cultivados por Atta e
Acromyrmex.
Vários trabalhos com extratos de plantas para verificar o efeito sobre o
desenvolvimento do fungo simbionte também têm sido realizados. Borba (2005)
avaliou o crescimento do fungo simbionte L. gongylophorus, cultivado pela
formiga Acromyrmex heyeri, em diferentes meios de cultura, sendo que o maior
diâmetro e peso seco foram observados quando cultivado no meio de cultura
contendo farelos de arroz e de trigo na sua composição.
Borba (2006) induziu o crescimento do fungo de Acromyrmex
ambiguus, A. crassispinus, A. heyeri e A. lundi em meios de cultura acrescidos
de melaço e de extratos de azevém (Lolium multiflorum Lam.), de tifa (Typha
angustifolia L.) e de formiga (Atta sexdens piriventris). O meio de cultura
desenvolvido por Pagnocca et al. (1990) proporcionou melhor desenvolvimento
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do fungo daquelas formigas. Nesse sentido, esse resultado corresponde aquele


encontrado no trabalho de Loeck et al. (2004), no qual, avaliando quatro
diferentes meios de cultura (Pagnocca, M&S, V8 juice ágar e Celulose-
asparagine) sobre o crescimento do fungo de Atta sexdens piriventris e A.
heyeri, observaram que, para ambas as espécies, o meio Pagnocca
apresentou maior crescimento micelial.
Em continuidade a este trabalho, Borba (2006), expôs diferentes
isolados de fungos de diferentes attines oriundos de locais distintos à luz
ultravioleta e realizou pareamentos entre estes fungos, para verificar a
ocorrência de heterocariose. Neste trabalho pôde ser constatada a grande
variabilidade na morfologia dos fungos das diferentes espécies que o cultivam,
e que a exposição à radiação de luz UV, além de alterar a coloração e margem
das colônias, produziu isolados mais dissimilares comparados aos não
submetidos a este teste. Estas análises foram realizadas ainda através da
técnica de AFLP, que também verificou a diferença genética de isolados de
fungos que foram pareados e, posteriormente, constatada a ocorrência de
heterocariose.

5 TENTATIVAS DE FRUTIFICAÇÃO EM LABORATÓRIO

Um dos maiores problemas relacionados aos jardins de fungos que


são cultivados pelas formigas cortadeiras sempre foi elucidar as raras ocasiões
em que o estado sexual (basidioma) é encontrado associado a ninhos com
distúrbios ou abandonados, e se estas frutificações correspondem, de fato, ao
mesmo fungo simbionte cultivado pelas operárias no interior das câmaras
(FISHER, 1994). Esporóforos de fungos coletados de ninhos de formigas
cortadeiras têm sido classificados dentro de diferentes gêneros e espécies
(PAGNOCCA, 2001).
Fisher et al. (1994) e Pagnocca et al. (2001) citam Möller (1893), que
descreveu o isolamento do fungo simbionte a partir de vários ninhos de attines,
associando o gongilídio presente na parte vegetativa do micélio com o
basidioma formado, nomeando-o Rozites gongylophora.
16

Frutificações também foram observadas in vitro por Weber (1957,


1966), relatando que o fungo associado com Cyphomyrmex costatus pertencia
ao gênero Lepiota e, um outro, isolado de um ninho de Apterostigma mayrii, foi
determinado como sendo do gênero Auricularia. De acordo com Mueller,
Rehner e Scultz (1998), o fungo cultivado pelas formigas cortadeiras pertencem
à família Lepiotaceae, e North, Jackson e Howse (1997) acrescentam que o
corrente nome dado à sua forma perfeita é Leucoagaricus gongylophorus.
Bononi, Autori e Rocha (1981) observaram uma frutificação a partir de
um ninho de Atta sexdens rubropilosa (em laboratório), e o identificaram como
sendo Leucoprinus gongylophorus. Dez anos depois, Muchovej, Della Lucia e
Muchovej (1991) também relataram a formação de basidioma em ninhos dessa
mesma espécie, em laboratório. Porém, o fungo foi nomeado Leucoagaricus
weberi. Atualmente, muitos pesquisadores têm adotado o nome proposto por
Singer, em 1986: Leucoagaricus gongylophorus.
O desenvolvimento do corpo de frutificação é favorecido pela ausência
de manutenção do crescimento micelial vegetativo por parte das formigas
cortadeiras, provavelmente devido a um distúrbio no ninho ou morte da rainha
(PAGNOCCA, 2001 apud WEBER, 1966, 1983). Seguindo esse mesmo
raciocínio, Fisher et al. (1994), em seu trabalho desenvolvendo o fungo de
formigas da espécie Atta cephalotes em laboratório, sugere que uma mudança
súbita nas condições do ninho foi o responsável pelo declínio da influência da
rainha sobre as operárias. Esta condição proporcionou o desenvolvimento de
estruturas mais maduras do fungo, a partir do micélio vegetativo, pela falha das
formigas em controlar os estágios iniciais à formação do corpo de frutificação.
Poucas semanas após o desenvolvimento do último corpo de frutificação
(determinado como sendo L. gongylophorus em laboratório, foi constatada a
morte da rainha.
Ainda neste trabalho, o mesmo autor relata que as tentativas de
desenvolver o número reduzido de basidiósporos e basidiocárpos imaturos
encontrados não obtiveram êxito. Além disso, as formigas também utilizavam
como alimento a estrutura himenal, antes mesmo da maturação dos
basidiósporos, talvez por representar uma forma concentrada dos gongilídeos.
Através da utilização da tecnologia RAPD - Polimorfismo de DNA
Amplificado ao Acaso (Random Amplified Polymorfic DNA) - Pagnocca et al.,
17

2001, comparou o material genético de partes vegetativas do fungo simbionte


de Acromyrmex hispidus fallax e dos corpos de frutificação encontrados na
superfície do ninho dessas cortadeiras (encontrado no jardim de uma
residência no interior de São Paulo, Brasil). Foi constatado, através de
marcadores moleculares, que o micélio era compatível com os basidiocarpos e
determinados também como sendo Leucoagaricus gongylophorus (Möller)
Singer.
18

6 CONCLUSÃO

As formigas cortadeiras dos gêneros Atta e Acromyrmex constituem


importantes modelos biológicos para estudos sobre a origem das associações
simbióticas, como também para um melhor entendimento com relação aos
mecanismos genéticos, evolutivos e moleculares que permeiam essas
interações. Além, disso estas formigas se destacam como uma das principais
pragas do território brasileiro, principalmente para áreas cultivadas.
A parceria do fungo simbionte com as attines, de alguma maneira
ocasionou a perda de sua capacidade reprodutiva sexuada, através da
formação de basidiósporos. Essa associação, também comprometeu a
autonomia quanto ao seu desenvolvimento e dispersão no ambiente, forçando
a adaptação desses microrganismos às diferentes condições do meio fornecido
pelas formigas.
Existem muitas divergências entre os trabalhos que visaram a
frutificação e caracterização taxonômica desses fungos, pois muitos autores se
basearam apenas nas características morfológicas das frutificações, que
ocasionalmente conseguiram se desenvolver no ambiente externo ou daquelas
que, in vitro, permaneceram imaturas, gerando as mais variadas
denominações.
O campo de pesquisa com estes basidiomicetes ainda é amplo, se
considerarmos as possibilidades de trabalhos que ainda podem ser realizados,
através da utilização de técnicas de análises moleculares ou mesmo de
modelos alternativos que possibilitem novos avanços no conhecimento e visem
melhor elucidação de problemas até então corriqueiros nesta área.
19

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27

APÊNDICE
28

APÊNDICE A

Figura 1 – Distribuição geográfica das attines no Continente Americano.

Fonte: desconhecida.

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