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Assunção da Virgem Maria ao céu – 2022 – Ano C.

A nossa fé nos transmite esse mistério: «A Virgem Imaculada, preservada imune de toda a
mancha de culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao Céu em corpo e
alma e exaltada por Deus como Rainha» (Cost. dogm. Lumen gentium, 59).

À luz desta verdade, podemos aprofundar a mensagem contida na liturgia da palavra que
acabamos de ouvir. Podemos nos concentrar em três palavras-chave: luta, ressurreição e
esperança.

1 - Luta.

A primeira leitura, do livro do Apocalipse apresenta a visão da luta entre a mulher e o dragão.
A figura da mulher é por um lado gloriosa, triunfante, e por outro ainda se encontra em
dificuldade. De fato, a mulher representa a Igreja que por um lado é gloriosa (e essa é a Igreja
que já contempla a glória de Deus no céu) mas por outro lado, no tempo presente e na
história, enfrenta constantemente as provações e desafios. Ou seja, os cristãos, como Igreja,
vivenciam o conflito entre Deus e o maligno, que é o inimigo de todos os tempos.

Então pensemos que estamos em tempo de luta. Todos nós como discípulos de Jesus devemos
enfrentar esta luta. Mas lembre-se que Maria nossa Mãe não nos deixa sozinhos; ela é Mãe de
Cristo e da Igreja e por isso está sempre conosco. Ela, embora tenha já entrado
definitivamente na glória do Céu não está longe ou separada de nós; na verdade, Maria nos
acompanha, luta conosco, sustenta os cristãos no combate contra as forças do mal. A oração
com Maria, especialmente o Terço é uma oração que nos dá apoio na luta contra o maligno e
seus aliados. O Terço também nos sustenta nesta batalha.

2 - Ressurreição.

A segunda leitura fala da ressurreição. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, ensina que
ser cristão significa acreditar que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos. Isso significa
que Jesus em corpo e alma está no céu. Quando pensamos no céu é comum imaginarmos
almas apenas lá. Mas quando pensamos em Jesus e Maria devemos nos lembrar que não são
apenas almas, mas são pessoas com corpo ressuscitado no céu. Maria recebeu essa graça. Está
viva, em corpo e alma, no céu. E isso tem a ver com que vai acontecer com todos os que
pertencem a Cristo. No final dos tempos, quando forem instaurados um novo céu e uma nova
terra, teremos um corpo ressuscitado semelhante a esse nosso. Maria é privilegiada com essa
graça antes de todos nós. Ela recebeu, na assunção, o que um dia receberemos (que é a
ressurreição da carne).

3 – Esperança.

O Evangelho nos sugere uma terceira palavra: esperança. Escutando o Magnificat, o canto de
Maria podemos entender que é o cântico da esperança, porque nestas palavras do magnificat
nós percebemos que Deus fez (e faz) “grandes coisas” não somente em favor de Maria, mas
também, nas gerações que vieram antes dela.

A voz de Maria nos chama a ter esperança. A esperança é o antídoto contra o espírito de
desespero que parece crescer como um câncer no meio da sociedade. Quantas pessoas tem
experimentado a amargura interior e o vazio.
Quem cultiva a esperança, mesmo que passe por conflitos e pelas lutas diárias, continuam
crendo na vitória do Amor. A esperança é uma força, uma graça, um dom de Deus que nos leva
para frente, olhando para o Céu.

Como insiste o papa Francisco: “não deixeis que vos roubem a esperança”. Então quando tudo
se fizer escuro na nossa vida, façamos um esforço para trazer à nossa memória aquilo que é
motivo de esperança. Um pouco de luz é capaz de tirar da escuridão profunda. Então, por um
momento, tire seus olhos daquilo que te faz sofrer e que te machuca. E ocupe sua mente com
aquilo que é capaz de te dar esperança.

Meus irmãos e irmãs, na festa da Assunção de nossa Senhora, vamos junto com ela, cantar
este cântico de esperança, de luta e de ressurreição. A igreja vai triunfar porque Jesus já
triunfou. Que o Espírito que encheu Maria de Graças nos fortaleça na nossa caminhada.
Amém.

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