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Escapulário: o que é e quantos tipos existem?

O Escapulário (que vem do latim «scapula») é uma veste usada pelos religiosos,
geralmente monges e monjas de clausura, que cobre inteiramente os ombros da
pessoa que o veste, e ainda o peito e as costas.

Os leigos usam-no em uma forma reduzida, como dois pedaços de tecidos, unidos por
cordões, com uma parte pendente para o peito e a outra para as costas.

São Sacramentais: «sinais sagrados instituídos pela Igreja, cujo objetivo é preparar
os homens para receber o fruto dos Sacramentos e santificar as diferentes
circunstâncias da vida...» Ou seja, não são a mesma coisa que Sacramento!

Os Sacramentos são: Batismo, Confissão, Eucaristia, Crisma, Matrimônio, Ordem e


Unção dos Enfermos; foram instituídos pelo próprio CRISTO (veja mais sobre esse
assunto aqui) e confiados por ELE à Sua Igreja. Através dos Sacramentos o próprio
CRISTO age e comunica a Sua Graça, independente da santidade da pessoa que o
ministra (Sacerdote ou Diácono...), embora os 'frutos' que possam vir posteriormente
deste Sacramento recebido, dependa das disposições de quem o recebe».

«A eficácia dos Sacramentais é diferente dos Sacramentos, e embora, não se pode


desprezar o seu valor, não se pode também exagerá-lo, colocando-o como se fosse
algo mágico, um amuleto de superstição ou fanatismo.» (veja mais em aqui)

Requer uma postura coerente de vida de acordo com os valores da fé cristã.


Não se pode usá-los como objetos de moda, e muito menos como amuletos de
superstição (amuleto e superstição são coisa abominável aos olhos de Deus), ou seja,
não basta usá-los para se alcançar a graça que eles prometem, é preciso levar
uma vida de busca de conversão e santidade, e buscar crescer nas virtudes as
quais aquele Sacramental está ligado.

E algo muito importante! É preciso tomar muito cuidado com a grande variedade de
Escapulários que têm surgido e estão sendo divulgados na internet, e que não tem
nenhum fundamento e nem são aprovados pela Igreja, principalmente os que advém
de ditas "Aparições" - algumas até recentes, e no Brasil - e que não são aprovadas
pela Santa Igreja Católica, pois são aparições falsas, frutos de fantasia, de doença
mental, de charlatanismo, ou do próprio inimigo de DEUS. Ex.: as falsas aparições de
Jacareí.
De todos os Escapulários, o mais conhecido ainda é o «Escapulário marrom de
Nossa Senhora do Carmo», mas existem ao menos outros 19 tipos de Escapulários,
também aprovados pela Santa Igreja.

1. Escapulário Branco da Santíssima Trindade (1193)


2. Escapulário de Nossa Senhora das Mercês (1218)
3. Escapulário Marrom de Nossa Senhora do Carmo (1250)
4. Escapulário Preto de Nossa Senhora das Dores (1255)
5. Escapulário Azul da Imaculada Conceição
6. Escapulário Vermelho do Preciosíssimo Sangue
7. Escapulário Negro da Paixão (1720)
8. Escapulário Vermelho da Paixão (1846)
9. Escapulário da Ajuda do Doente (1860)
10. Escapulário Branco do Imaculado Coração de Maria (1877)
11. Escapulário Azul e Preto de São Miguel Arcanjo (1880)
12. Escapulário de São Bento (1882)
13. Escapulário da Santa Face (1885)
14. Escapulário Branco da Virgem do Bom Conselho (1893)
15. Escapulário Roxo, Dourado e Branco de São José (1898)
16. Escapulário Branco do Sagrado Coração de Jesus (1900)
17. Escapulário dos Sagrados Corações de Jesus e Maria (1901)
18. Escapulário Branco de São Domingos (1903)
19. Escapulário Verde da Conversão
20. Escapulário de Bênção e Proteção

Vamos ver agora alguns desses Escapulários, sua origem e as promessas


relacionadas a eles.

Escapulário (marrom) de Nossa Senhora do Carmo


Origem: 16 julho 1251 - Nossa Senhora apareceu a São Simão Stock (então superior
dos Eremitas que viviam no Monte Carmelo) em uma visão, entregando-lhe o
Escapulário, quando este rezava fervorosamente a ela, pedindo a proteção para a
Ordem Carmelita.

Ligado à: Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo (Carmelitas e


Carmelitas descalços).

Descrição: Dois pedaços de tecido (de preferência do mesmo do hábito carmelita) de


cor marrom, unidos por cordões, com a imagem de Nossa Senhora do Carmo de um
lado e do Sagrado Coração de Jesus no outro.

Promessa: "Recebe, diletíssimo filho, este Escapulário de tua Ordem como sinal
distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do
Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de
uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo
eterno".

Igreja: Segundo uma tradição, o Papa João XXII escreveu a Bula chamada "Sabatina",
onde afirmava, de acordo com uma visão que ele mesmo teve da Virgem que 'aqueles
que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no
sábado que se seguir à sua morte. Esta graça ficou conhecida como “privilégio
sabatino”. As vantagens do privilégio sabatino foram ainda confirmadas pela Sagrada
Congregação das Indulgências, em 14 de julho de 1908.

Em 1910, o Papa São Pio X, concedeu permissão para se usar o Escapulário de metal,
desde que tivesse a mesma imagem do escapulário tradicional. Esta medida foi
tomada em favor povos das zonas quentes, onde o escapulário de tecido poderia
estragar-se muito facilmente.

Em 28 de janeiro de 1964, o Papa Paulo VI concedeu que todos os sacerdotes católicos


pudessem realizar o Rito de imposição do Escapulário, o que até então era um
privilégio dos Padres carmelitas ou de Sacerdotes autorizados pela Santa Sé.

Condição: A primeira vez que se usa, é necessário receber a Imposição (rito próprio)
através de um Sacerdote. Se o Escapulário estragar, basta adquirir outro e pedir
somente para abençoar, não necessitando de nova imposição.

Para alcançar as graças, é necessário levar uma vida de acordo com os princípios
cristãos, tendo ainda uma particular devoção à Santíssima Virgem, rezando todos os
dias alguma oração em devoção à ela.

Deve-se usar o Escapulário constantemente, podendo retirar, é claro, no momento do


banho, mas não na piscina ou praia. Não deve ser retirado por vergonha de usá-lo se
vai frequentar um ambiente ou evento social.

Festa: 16 de julho.

«É supersticioso, por exemplo, quem leva um escapulário, mas não


guarda em seu coração fidelidade à Virgem Maria e pensa que só
pelo fato de levá-lo se salvará; ou quem pensa que é uma imagem
[de] um santo que pode realizar um milagre. Recordemos que a
Santíssima Virgem e os santos não fazem milagres, mas sim que é
por intercessão deles que Deus pode realizar um milagre em nós e
em nossas vidas.»

Escapulário (preto) de Nossa Senhora das Dores

Origem: Remonta ao século XIII, usada pelos membros da Confraria das Sete
Dores de Maria.

Ligado à: Ordem dos Servos de Maria (Servitas)

Descrição: Dois pedaços de tecido de lã de cor preta, unidos por cordões, com a
imagem de Nossa Senhora das Dores na frente; costuma-se colocar atrás o Brasão
dos Servitas.

Promessa: Obter as indulgências da Confraria aprovadas pela Congregação da


Indulgências em 1888.

Igreja: Os Sacerdotes podem obter do Superior Geral dos Servitas, a faculdade de


receber os fiéis na Confraria, de abençoar e investir o Escapulário.

Condição: Rezar diariamente, a Coroa das Sete Dores de Nossa Senhora, durante 15
minutos, pela Santa Igreja e pela Ordem Servita; realizar, se possível, uma Obra de
Misericórdia para com os que sofrer física, mental ou espiritualmente.
Festa: 15 setembro

Escapulário (azul) da Imaculada Conceição

Origem: Em 1616, com a Venerável Úrsula Benicasa (Monja Eremita), teve em


Nápolis, uma visão em que Jesus na cidade de Nápolis.

Ligado à: Padres e Monjas Theatinas.

Descrição: Dois pedaços de tecido de lã azul, ligados por um cordão. De um lado, a


Imagem da Imaculada Conceição, de outro, o Nome da Virgem Maria.

Promessa: Na visão que a Venerável Úrsula Benicasa teve, Jesus prometeu grandes
favores para a Ordem e para os leigos que tivessem devoção à Imaculada Conceição.

Igreja: Em janeiro de 1671, o Papa Clemente X, aprovou a bênção e a investidura do


Escapulário.

Em 1992, os Padres Marianos da Imaculada Conceição obtiveram uma permissão do


Superior Geral dos Padres Teatinos praa abençoar e conferir o Escapulário Azul da
Imaculada Conceição.

Condição: Ter devoção à Imaculada Conceição. Observar a castidade de acordo com


o seu estado de vida e usar o Escapulário azul.

Festa: 8 dezembro

Escapulário (Branco) da Santíssima Trindade


Origem: Século XII, com a Confraria da Santíssima Trindade e a Terceira Ordem
Secular da Santíssima Trindade.

Ligado à: Ordem da Santíssima Trindade e dos Cativos (ou Trinitarianos), e à Terceira


Ordem Secular da Santíssima Trindade.

Descrição: Escapulário devocional branco, com uma cruz cujo eixo transversal é azul,
e o eixo longitudinal é vermelho.

Promessa: Sinal de Consagração à Santíssima Trindade e à fraternidade.

Igreja: Usado por terciários, bem como membros da Confraria da Santíssima


Trindade e outras Associações Trinitárias.

Condição: Usar o Escapulário e ter devoção à Santíssima Trindade.

Festa: 17 dezembro.

Escapulário (preto) da Paixão


Origem: São Paulo da Cruz teve uma visão de Jesus, antes de fundar a Congregação,
durante a qual ele recebeu o hábito negro da Ordem e o distintivo no peito.

Ligado à: Congregação dos Passionistas

Descrição: Dois pedaços de tecido preto, que contém uma réplica do distintivo da
Congregação, ou seja, um coração com três cravos acima de uma Cruz, no qual está
escrito "Jesu XPI Passio", e abaixo "sit sempre in cordibus nostris", e a outra parte do
Escapulário pendurado para trás, pode consistir simplesmente do tecido preto; às
vezes contem uma imagem da Crucifixão de Jesus, com Maria e São João aos pés da
Cruz.

Promessa: Não conseguimos encontrar nada a respeito; mas provavelmente alguma


graça relacionada à devoção e propagação da Paixão de JESUS.

Igreja: Em 11 de junho de 1741, os Passionistas afixaram o emblema da Paixão em


suas túnicas negras. Em 1861, o Papa Pio IX estendeu as indulgências para todos os
fiéis que o usarem. Em 1877, várias outras indulgências para os fiéis que usam este
Escapulário foram aprovadas pela Congregação.

Condição: Usar o Escapulário e ter devoção à Paixão de Jesus.

Festa: 11 junho

Escapulário (vermelho) da Paixão


Origem: De aparições de Jesus e Maria à Irmã Louise-Apolline Andriveau, de 26 de
julho de 1846 a 14 setembro de 1846, no Convento de Troyes, França.

Ligado à: "Congregação da Missão" (Lazaristas), de São Vicente de Paulo.

Descrição: Dois pedaços de tecido de lã vermelha, adornado de um lado com a


imagem de Jesus Crucificado e os instrumentos da Paixão, e escrito embaixo: "Paixão
Sagrada de Nosso Senhor Jesus Cristo, salve-nos!". No outro lado, uma pequena Cruz,
tendo abaixo dos braços, em um lado, o Sagrado Coração de Jesus, e no outro, o
Imaculado Coração de Maria. Abaixo tem dois Anjos que contemplam a Cruz e os
Corações. E tem ainda as palavras: "Sagrado Coração de Jesus e Maria, nos
protejam!"

Promessa e Condição: A todos os que usarem o Escapulário fielmente e


contemplarem nas sextas-feiras, a Paixão de Jesus, receberão um grande aumento
de fé, esperança e caridade.

Igreja: O Padre J.B. Etienne, diretor espiritual da Irmã Apolline, fez uma viagem à
Roma, para apresentar o caso da Irmã. A Santa Sé acolheu o caso da Irmã e o Papa
Beato Pio IX santificou e aprovou o uso deste Sacramental, por um documento em 25
junho 1857. O Papa concedeu várias indulgências para o uso do Escapulário e
concedeu aos Padres Lazaristas a faculdade de abençoar e investir o Escapulário nos
fiéis. O superior Geral dos Lazaristas foi autorizado a comunicar a faculdade de
abençoar e investir o escapulário para Padres fora da Ordem Lazarista, e tal
Escapulário pode ser investido por qualquer Sacerdote Católico.

Este Escapulário não pode ser confundido com:

• Escapulário (preto) da Paixão (dos Passionistas);


• Escapulário (vermelho) do Preciosíssimo Sangue;
• Escapulário (branco) dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, associado às
Filhas do Sagrado Coração;
• Escapulário do Sagrado Coração baseado nas revelações de Estelle Faguette
em Pellevoisin.

Festa: 14 setembro
Escapulário (Verde) da Conversão

Frente e Verso do Escapulário


Origem: Nossa Senhora apareceu para a Irmã Justine Bisqueyburu, das "Filhas da
Caridade", no início de 1840, em Paris, França.

Ligado à: Filhas da Caridade, de São Vicente de Paulo.

Descrição: um único pedaço de tecido verde, de forma retangular (Não é como os


outros Escapulários que contém duas partes, e que são colocados sobre os ombros;
este é apenas um emblema, que pode ser amarrado com um cordão, para ser
pendurado, ou mesmo colocar dentro de algum local). De um lado tem uma imagem
da Virgem Maria, e do outro lado, a imagem do Coração Doloroso de Maria, com a
chama e a Cruz no topo, traspassado por uma espada; todo cercado de chamas
luminosas. Ao redor deste Coração tem a inscrição: "Coração Imaculado de Maria,
rogai por nós, agora e na hora de nossa morte."

Promessa: Invocada sob este título e através desta imagem abençoada, Nossa Mãe
obteria grandes favores de Jesus, na área da saúde da mente, coração, corpo e alma,
especialmente pela conversão. Pode-se colocar próximo da pessoa (se esta não for
capaz de usá-lo; no travesseiro, por exemplo) e uma outra pessoa reze a oração por
esta.

Igreja: Foi aprovado pelo Papa Pio IX em 1870. Este escapulário não exige o Rito de
Imposição, como os outros Escapulários pedem; mas mesmo assim, precisa ser
abençoado por um Sacerdote.

Condição: Usar o Escapulário e rezar a jaculatória: "Coração Imaculado de Maria,


rogai por nós agora e na hora da nossa morte. Amém."

Festa: 8 setembro
Escapulário (roxo, dourado e branco) de São José

Origem: Com os Frades Menores Capuchinhos de St. Claude, França.

Ligado à: Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Descrição: Era originalmente branco, mas depois passou a ser confeccionado como
em Verona, com o roxo, o dourado e branco. Na frente, tem uma imagem de São José
com o Menino Jesus nos braços, enquanto segura um lírio com a outra mão; e está
escrito: "São José, Patrono da Igreja, ore por nós!" Do outro lado, tem as Armas
Papais, uma Pomba (para simbolizar o Espírito Santo) e uma Cruz; e está escrito
"Spiritus Domini ductor eius".

Promessa: Este Escapulário nos deve lembrar as virtudes de São José: humildade,
pureza, fidelidade. Deve nos lembrar de rezar para São José pedindo que ore
particularmente pela Igreja e que nos conceda uma morte abençoada.

Igreja: Foi inicialmente aprovado para a Diocese de Verona, por um Decreto da


Congregação dos Ritos de 8 julho 1880. Em 15 abril 1898, o Papa Leão XIII concedeu
ao General dos Capuchinhos a faculdade de abençoar e investir os fiéis em todos os
lugares com este escapulário.

Condição: Deve ser usado em todos os momentos

Festa: 19 março.

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