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Orientação / Cartografia

ORIENTAÇÃO

A ROSA-DOS-VENTOS

Todo o Aluno deve saber orientar-se no campo.


O primeiro passo para o domínio das técnicas de
orientação é o conhecimento da Rosa-dos-ventos.
A Rosa-dos-ventos é constituída por 4 Pontos
Cardeais, 4 Pontos Colaterais e 8 Pontos Sub-
Colaterais.

O MOVIMENTO DO SOL
O sol nasce aproximadamente a Este e põe-se a Oeste, encontrando-se a Sul ao meio-dia
solar. A hora legal (dos relógios) está adiantada em relação à hora solar: no Inverno está
adiantada cerca de 36 minutos, enquanto que no verão a diferença passa para cerca de
1h36m.

PONTOS CARDEAIS
PONTO
OUTROS NOMES AZIMUTE DESCRIÇÃO
CARDEAL
Ponto fundamental a que se referem
NORTE Setentrião 0º
normalmente as direções
Ao meio-dia solar o sol encontra-se a Sul
SUL Meridião; meio-dia 180º
do observador
Leste; levante;
ESTE 90º Direção de onde nasce o sol
oriente; nascente
Poente; ocidente; Direção onde o sol se põe; também
OESTE 270º
ocaso aparece como W ("West")
PONTOS COLATERAIS

NE Nordeste 45º
SE Sueste 135º
SO Sudoeste 225º
NO Noroeste 315º

PONTOS SUB-COLATERAIS

NNE Nor-Nordeste 22,5º


ENE Lés-Nordeste 67,5º
ESE Lés-Sueste 112,5º
SSE Su-Sueste 157,5º
SSO Su-Sudoeste 202,5º
OSO Oés-Sudoeste 247,5º
ONO Oés-Noroeste 292,5º
NNO Nor-Noroeste 337,5º

ORIENTAÇÃO PELO SOL COM O RELÓGIO

HEMISFÉRIO NORTE
Para o Hemisfério Norte (onde se encontra Portugal) o método a
usar é o seguinte: mantendo o relógio na horizontal, com o
mostrador para cima, procura-se uma posição em que o ponteiro
das horas esteja na direção do sol. A bissectriz do menor ângulo
formado pelo ponteiro das horas e pela linha das 12h define a
direção Norte-Sul.

HORÁRIO DE VERÃO
No caso do horário de verão, em que o adiantamento do horário
legal em relação ao horário solar é maior, deve-se dar o devido
desconto. Há dois processos: o primeiro consiste em desviar um
pouco (alguns graus) a linha Norte-Sul para a direita; o segundo
processo resume-se a "atrasar" a hora do relógio de modo a se
aproximar mais da hora solar.

No caso de o relógio ser digital, o problema resolve-se desenhando um relógio no chão, com
um ramo ou mesmo com a vara., começando-se por desenhar primeiro o ponteiro das horas,
que é o que deve ficar apontado para o sol (no Hemisfério Norte).

ORIENTAÇÃO PELO MÉTODO DA SOMBRA DA VARA


Este método não oferece uma precisão exata, devendo ser
aplicado ou de manhã ou de tarde. Para a vara, não é
necessário que seja uma vara propriamente. De facto, este
método permite que seja usado qualquer ramo, direito ou
torto, ou até mesmo usar a sombra de um ramo de uma
árvore, uma vez que apenas interessa a sombra da ponta
do objeto que estamos a usar.
Assim, começa-se por marcar no chão, com uma pedra,
uma estaca ou uma cruz, o local onde está a ponta da
sombra da vara. Ao fim de algum tempo, a sombra moveu-
se, e voltamos a marcar do mesmo modo a ponta da
sombra da vara. Se unirmos as duas marcas, obtemos uma
linha que define a direção Leste-Oeste.
O tempo que demora a obter um deslocamento da sombra (bastam alguns centímetros)
depende também do comprimento da vara. Assim, uma vara de 1m de comprimento leva cerca
de 15 min a proporcionar um deslocamento da sombra suficiente para se aplicar este método.

ORIENTAÇÃO PELO MÉTODO DAS SOMBRAS IGUAIS


Este método é muito mais preciso do que o anterior, mas é mais
exigente na sua execução. A hora ideal para aplicar é por volta
do meio-dia solar e a vara a usar deve ficar completamente
vertical e proporcionar pelo menos 30cm de sombra.
Começa-se por marcar, com uma pedra ou uma estaca, a ponta
da sombra da vara. Com uma espia atada a uma estaca e a
outra ponta atada à vara, desenha-se um arco cujo centro é a
vara e raio igual ao comprimento da sombra inicial marcada, tal
como na figura da esquerda.

Com o passar do tempo, a sombra vai-se encurtando e


deslocando, mas a partir de certa altura volta a aumentar o seu
comprimento e acaba por chegar até ao arco que foi desenhado
no chão. Marca-se então o local onde incide a ponta da sombra.
Unindo as duas marcas, obtemos uma linha que define a
direção Leste-Oeste, tal como na figura da esquerda. Uma vez
que a vara está exatamente à mesma distância entre as duas
marcas, é fácil traçar então a linha da direção Sul-Norte.

Usando um ramo com ponta bifurcada, uma vara ou ramo e


algumas pedras, monta-se um sistema como o da figura à
esquerda. As pedras ajudam a segurar a vara. Dependurando
da ponta da vara um fio com uma pedra atada na ponta, obtém-
se uma espécie de fio de prumo que garante assim termos uma
linha exatamente vertical, tal como se exige neste método.

ORIENTAÇÃO POR INDÍCIOS


O aluno deve ainda saber orientar-se por indícios que pode encontrar no campo e nas aldeias.
CARACÓIS - encontram mais nos muros e paredes voltados para Leste e para
Sul.
FORMIGAS - têm o formigueiro, especialmente as entradas, abrigadas dos ventos
frios do Norte.
IGREJAS - as igrejas costumavam ser construídas com o Altar-Mor voltado para
Leste (nascente) e a porta principal para Oeste (Poente), o que já não acontece
em todas as igrejas construídas recentemente.
CAMPANÁRIOS E TORRES - normalmente possuem em cima um cata-vento, o
qual possui uma cruzeta indicando os Pontos Cardeais.
CASCAS DAS ÁRVORES - a casca das árvores é mais rugosa e com mais fendas do lado que
é batido pelas chuvas, ou seja, do lado Norte.
FOLHAS DE EUCALIPTO - torcem-se de modo a ficarem menos expostas ao sol,
apresentando assim as «faces» viradas para Leste e Oeste.
MOINHOS - as portas dos moinhos portugueses ficam geralmente
viradas para Sudoeste.
INCLINAÇÃO DAS ÁRVORES - se soubermos qual a direção do
vento dominante numa região, através da inclinação das árvores
conseguimos determinar os pontos cardeais.
MUSGOS E COGUMELOS - desenvolvem-se mais facilmente em
locais sombrios, ou seja, do lado Norte.
GIRASSÓIS - voltam a sua flor para Sul, em busca do sol.

ORIENTAÇÃO POR INFORMAÇÕES


Quando quiseres saber para que lados ficam os pontos cardeais, e onde haja pessoas
(habitantes locais), podes sempre fazer algumas perguntas simples que qualquer pastor ou
agricultor te saberá responder:
De que lado nasce o sol?
De que lado nasce a lua?
etc...

ORIENTAÇÃO PELA LUA


Tal como o sol, a Lua nasce a Leste, só que a hora a que nasce depende da sua fase.
A Fase da Lua depende da posição do sol. A parte da Lua que está
iluminada indica a direcção onde se encontra o sol.

Para saber se a face iluminada da Lua está a crescer (a caminho da Lua Cheia), ou a minguar
(a caminho da Lua Nova), basta seguir o dizer popular de que «a Lua é mentirosa». Assim, se
a face iluminada parecer um «D» (de decrescer) então está a crescer. Se parecer um «C» (de
crescer) então está a decrescer ou (minguar).

Quadro com a direcção da Lua em função da sua Fase e da Hora


HORA
12h SE E NE N NO O SO S
15h S SE E NE N NO O SO
18h SO S SE E NE N NO O
21h O SO S SE E NE N NO
24h NO O SO S SE E NE N
3h N NO O SO S SE E NE
6h NE N NO O SO S SE E
9h E NE N NO O SO S SE

ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS


A orientação pelas estrelas é um dos métodos naturais mais antigos, em todas as civilizações.
As constelações mais usadas no Hemisfério Norte, são a Ursa Maior, Ursa Menor, Orion e a
Cassiopeia.
A URSA MAIOR
A Ursa Maior é uma das constelações que mais facilmente se
identifica no céu. Tem forma de uma caçarola, embora alguns povos
antigos a identificassem como uma caravana no horizonte, bois
atrelados, uma concha e mesmo um homem sem uma perna. O par
de estrelas Merak e Dubhe formam as chamadas «Guardas», muito
úteis para se localizar a Estrela Polar.
Curiosamente, existem duas estrelas (Mizar e Alcor) que se
confundem com uma apenas, mas um bom observador consegue
distingui-las a olho nu.

A URSA MENOR
A Ursa Menor, ligeiramente menor que a Ursa Menor, é também mais
difícil de identificar, principalmente com o céu ligeiramente nublado,
uma vez que as suas estrelas são menos brilhantes. A sua forma é
idêntica à da Ursa Maior. Na ponta da sua «cauda» fica a Estrela
Polar, bastante mais brilhante que as outras estrelas, e fundamental
para a orientação. Esta estrela tem este nome precisamente por
indicar a direção do Polo Norte.
As restantes constelações rodam aparentemente em torno da Estrela
Polar, a qual se mantém fixa.
ORION ou ORIONTE
A constelação de Orion (ou Oriente) é apenas visível no Inverno,
pois a partir de Abril desaparece a Oeste, mas é muito facilmente
identificável. Diz a mitologia que Orion, o Grande Caçador, se
vangloriava de poder matar qualquer animal. O terrível combate que
travou com o Escorpião levaram os deuses a separá-los. A
constelação de Escorpião encontra-se realmente na região oposta
da esfera celeste, daí nunca se conseguirem encontrar estas duas
constelações ao mesmo tempo acima do horizonte.
A constelação de Orion parece, assim, um homem, sendo as
estrelas Saiph e Rigel os pés. Ao meio aparecem 3 estrelas em
linha recta, que se reconhecem imediatamente, dispostas
obliquamente em relação ao horizonte. Este trio forma o Cinturão de
Orion, do qual pende uma espada, constituída por outras 3 estrelas,
dispostas na vertical.
Prolongando uma linha imaginária que passe pela estrela central do
Cinturão de Orion, passando pelas 3 estrelas da «cabeça», vamos
encontrar a Estrela Polar.
Se traçarmos uma linha imaginária que passe pelas duas
«Guardas» da Ursa Maior, e a prolongarmos 5 vezes a distância
entre elas, iremos encontrar a Estrela Polar. A figura ilustra este
procedimento, e mostra também o sentido de rotação aparente
das constelações em torno da Estrela Polar, a qual se mantém
fixa.
Se prolongarmos uma linha imaginária passando pela primeira
estrela da cauda da Ursa Maior (a estrela Megrez) e pela Estrela
Polar, numa distância igual, iremos encontrar a constelação da
Cassiopeia, em forma de «M» ou «W», a qual é facilmente
identificável no céu. Assim, a Cassiopeia e a Ursa Maior estão
sempre em simetria em relação à Estrela Polar. Para obter o
Norte, a «deixarmos cair» até ao horizonte, é nessa direção que
fica o Norte.

AZIMUTES

A BÚSSOLA
Componentes de uma Bússola

Uma bússola com bolhas de ar é uma bússola defeituosa!

A bússola é um instrumento milenar, utilizado pelos antigos marinheiros chineses, que pela sua
simplicidade acabou por conquistar e tornar-se um equipamento utilizado em todo o mundo.
O seu princípio é bem simples: uma agulha magnetizada, com livre movimentação em seu
eixo, é atraída pelo campo magnético da Terra. O pólo magnético norte da Terra atrai o norte
da agulha, e o pólo magnético sul da Terra atrai o pólo sul da agulha. Tanto que nas regiões
polares da Terra, no ártico e na Antártida, a agulha aponta literalmente para baixo.
A localização dos pólos magnéticos e geográficos não se localiza no mesmo lugar. O pólo
geográfico localiza-se no eixo de rotação da Terra, e é 'fixo', ou seja, localiza-se no mesmo
local sempre. O pólo magnético é relativamente distante do pólo geográfico, e tem sua
localização variável. O pólo magnético muda constantemente de local.
Para fins de navegação, é fundamental saber o quanto os pólos estão separados, em graus. A
distância em quilómetros pouco interessa, porém saber a diferença angular, ou seja a quantos
graus o pólo norte magnético está do pólo geográfico é imprescindível para poder fazer uma
correlação entre o mundo real (os rios, as montanhas e as trilhas...) e o mundo graficamente
representado (as cartas geográficas ou GPS), utilizando a nossa bússola como referência. A
essa distância em graus (que é necessária para se fazer a correção do Norte apontado pela
bússola e assim encontrar o norte verdadeiro) chamamos de declinação magnética.
Ou seja, em 25 anos (2001 - 1976) houve uma declinação de 3º 45' (9' X 25 anos), que somada
à declinação já existente nos dá 20º 15' de declinação actual (16º 30' + 3º 45'). Como esse
valor é positivo, soma-se ao norte encontrado pela bússola (0 º) e assim encontramos o Norte
verdadeiro. Para facilitar a navegação, pode-se arredondar para 20º.
Para se utilizar essa informação, posicionamos o mapa com sua quadrícula apontando para o
valor obtido (20º), e não para o norte magnético. Alinhando o mapa com o Norte Geográfico
obtido, você pode decidir qual rumo tomar com exatidão, e tendo certeza que sua bússola
apontará para o local que você decidiu.
É recomendada a utilização de bússolas, onde a agulha é montada numa peça de acrílico
transparente, parecido com uma régua, e existe uma linha guia (linha de fé) para melhor
sincronizar o mapa e a bússola.
Entretanto, com prática, qualquer modelo é adequado para esse procedimento.
Somente não é recomendado improvisar uma, com agulha e rolha... exceto em emergências.
As bússolas têm sua graduação que vai de 0 a 360 graus, sendo Norte (N) 0 ou 360, o Este (E)
90, o Oeste (W) 270 e o Sul (S) 180 graus. As subdivisões irão variar de modelo para modelo,
sendo o mais comum de 2 em 2 graus. Outras graduações utilizadas (como a militar, por
exemplo) não serão utilizadas para fim de orientação.

MODO DE SEGURAR NUMA BÚSSOLA


Ao usares a bússola, deves sempre colocá-la o mais na horizontal
possível. Se fizeres leituras com a bússola inclinada estarás a
cometer erros.
O polegar deve estar corretamente encaixado na respectiva argola,
com o indicador dobrado debaixo da bússola, suportando-a numa
posição nivelada.

DISTÂNCIAS MÍNIMAS DE UTILIZAÇÃO DA BÚSSOLA


Ao decorrer de sua caminhada, resolve tirar a sua bússola para uma leitura e depara-se com
uma indicação estranha ou o ponteiro da bússola meio “maluco”.
Repare que por a bússola ser um aparelho que seu funcionamento depende da atracção
magnética gerada pela Terra nos seus pólos ela também irá aceitar outros tipos de atracções
magnéticas, geradas por corpos metálicos ou geradores independentes de energia, afinal de
contas a bússola não é inteligente a ponto de distinguir o que é atracção magnética
proveniente da Terra e o que não é!!!
Assim repare e respeite as distâncias mencionadas abaixo:
Para que não haja interferência na leitura, você terá que se distanciar aproximadamente:

OBJETO DISTÂNCIA
linhas de alta tensão 60 m
camião 20 m
fios telefónicos 10 m
arame farpado 10 m
carro 10 m
machado 1,5 m
tacho 1m

O QUE É UM AZIMUTE
Um azimute é uma direção definida em graus, variando de 0º a 360º. Existem
outros sistemas de medida de azimutes, tais como o milésimo e o grado, mas
o mais é o Grau. A direção de 0º graus corresponde ao Norte, e aumenta no
sentido direto dos ponteiros do relógio.

Exemplo de um azimute de 60º

Há 3 tipos de azimutes a considerar:


Azimute Magnético: quando medido a partir do Norte Magnético (indicado pela bússola);
Azimute Geográfico: quando medido a partir do Norte Geográfico (direção do Polo Norte)
Azimute Cartográfico: quando medido a partir do Norte Cartográfico (direção das linhas
verticais das quadrículas na carta).

COMO DETERMINAR O AZIMUTE MAGNÉTICO DE UM ALVO


Querendo-se determinar o azimute magnético de um
alvo usando uma bússola há que, primeiro, alinhar a
fenda de pontaria com a linha de pontaria e com o
alvo. Depois deste alinhamento, espreita-se pela
ocular para o mostrador e lê-se a medida junto ao
ponto de referência.
Todo este processo deve ser feito sem deslocar a
bússola, porque assim alteraria a medida. O polegar
deve estar corretamente encaixado na respectiva
argola, com o indicador dobrado debaixo da bússola,
suportando-a numa posição nivelada.
COMO APONTAR UM AZIMUTE MAGNÉTICO
Querendo apontar um azimute magnético no terreno, para se seguir um percurso nessa
direcção, por exemplo, começa-se por rodar a bússola, constantemente nivelada, de modo a
que o ponto de referência coincida com o azimute pretendido. Isto é feito mirando através da
ocular para o mostrador. Uma vez que o ponto de referência esteja no azimute, espreita-se
pela fenda de pontaria e pela linha de pontaria, fazendo coincidir as duas, e procura-se ao
longe, um ponto do terreno que possa servir de referência. Caso não haja um bom ponto de
referência no terreno, pode servir uma vara que se desloca para a frente do azimute e se
coloca na sua direção.

O AZIMUTE INVERSO

O Azimute Inverso é o azimute de direção oposta.


Por exemplo, o Azimute Inverso de 90º (Este) é o de 270º (Oeste).
Para calcular basta somar ou subtrair 180º ao azimute em causa,
consoante este é, respectivamente, menor ou maior do que 180º.

EXEMPLO DOS CÁLCULOS PARA CALCULAR O AZIMUTE INVERSO DE 65º E DE 310º


Azimute Operação Azimute Inverso
65º como é inferior a 180º deve-se somar 180º 65º + 180º = 245º
310º como é superior a 180º deve-se subtrair 180º 310º - 180º = 130º

COMO MARCAR UM AZIMUTE NUMA CARTA


Para marcar um azimute numa carta, basta usares um transferidor. Coloca-se a base do
transferidor (linha 0º - 180º) paralela às linhas verticais das quadrículas da carta e o ponto de
referência sobre o ponto a partir do qual pretendemos traçar o azimute. De seguida faz-se uma
marca na carta mesmo junto ao ponto de graduação do transferidor correspondente ao ângulo
do azimute que pretendemos traçar. Por fim, traçamos uma linha a unir o nosso ponto de
partida e a marca do azimute.
Exemplo para marcar um azimute de 55º a partir de uma Igreja
A Igreja, a partir da qual se O transferidor alinhado com as O azimute de 55º traçado a
pretende marcar um azimute linhas verticais das partir da Igreja e passando
de 55º quadrículas, e com o ponto de pela marca correspondente
referência sobre a igreja. aos 55º graus.

MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO PARA DETERMINAR A NOSSA


POSIÇÃO NUMA CARTA
Este método permite-nos localizar, com bastante precisão, a nossa posição numa carta.

Segue-se um exemplo de como utilizar este método.


Começa-se por identificar, no terreno e na carta, dois
pontos à vista. Neste caso escolheu-se um marco
geodésico e um cruzamento, pois ambos estão à vista do
observador e são facilmente identificáveis na carta através
dos seus símbolos.
De seguida, com a bússola determinam-se os azimutes dos
dois pontos, 340º e 30º, respectivamente para o marco
geodésico e para o cruzamento.

Conhecidos os azimutes, passamos a calcular os azimutes inversos


respectivos: 160º é o azimute inverso de 340º e 210º o de 30º.
Na carta, e com o auxílio de um transferidor, traçam-se os azimutes
inversos a partir de cada um dos pontos (160º para o marco
geodésico e 210º para o cruzamento).
O ponto onde as linhas dos dois azimutes inversos se cruzam
corresponde à nossa localização.

MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO PARA IDENTIFICAR UM PONTO


DO TERRENO NA CARTA
Este método permite-nos, com bastante precisão, identificar
um determinado ponto do terreno à nossa frente na carta.
O seguinte exemplo usa a mesma localização que o anterior.
Desta vez, pretende-se localizar na carta o ponto onde está a
vara.

É preciso que o orientando vá até aos dois pontos com uma bússola
e meça os azimutes desses pontos para a vara. Depois disso, não é
preciso calcular os azimutes inversos, porque basta usar os mesmos
azimutes para traçar as linhas na carta e obter os pontos (tal como na
figura do exemplo anterior).

SEGUIR AZIMUTES EM LONGOS PERCURSOS


Quando pretendes seguir uma determinada direção (azimute) durante um longo percurso, eis
uma técnica simples para que mantenhas a direção correta ao avançares no terreno.
Tal como na figura, o orientando que possui a
bússola, começa por visualizar o azimute
pretendido, enquanto que os outros dois
participantes, mais longe, tentam alinhar as suas
varas com o azimute. O orientando tem de lhes dar
as indicações necessárias (esquerda ou direita)
para eles se moverem e ficarem alinhados.
A seguir, o orientando caminha até ao B, e coloca-
se exatamente no sítio da vara. O homem ponto B
parte levando a sua vara, passa pelo homem ponto
C e vai-se colocando mais longe ainda, seguindo as
ordens do homem bussóla A de maneira a se
alinhar com o azimute.
O homem bussola avança até ao C e coloca-se também no lugar da vara, sendo agora a vez
do homem ponto C partir e ir-se colocar para lá do homem ponto B. Este processo repete-se
sempre, até chegar ao fim do percurso. Quanto mais complicada for a natureza do terreno,
mais curtas devem ser as distâncias entre os 3. No caso de ser no meio de mato denso, como
por exemplo, uma mata de acácias, torna-se necessário encurtar as distâncias para menos de
10 metros.
TÉCNICAS PARA LEITURA E USO DE UM MAPA / CARTA

NOÇÃO DAS ESCALAS E DISTÂNCIAS


Toda representação, como toda imagem, está em certa relação de tamanho (proporção) com o
objeto representado. Assim, a representação da superfície terrestre sob a forma de carta deve
ser bastante reduzida, dentro de determinada proporção. Esta proporção é chamada de escala.
Escala é, portanto, a relação entre o tamanho dos elementos representados em um mapa e o
tamanho correspondente medido sobre a superfície da Terra. Ou ainda, Escala vem a ser a
relação entre a distância de dois pontos quaisquer do mapa com a correspondente distância na
superfície da terra.
E = d/D
Onde:
E = Escala numérica
d = distância medida no mapa
D = Distância equivalente no terreno

Exemplo:
Representação de uma distância em diferentes escalas;
Generalização
Generalização significa distinguir entre o essencial e o não essencial, conservando-se o útil e
abandonando-se o dispensável. Qualidade imprescindível na representação cartográfica, pois
dela dependerá a simplicidade, clareza e objetividade do mapa, através da selecção correcta
dos elementos que o irão compor. Isso não significa eliminar detalhes, mas omitir detalhes sem
valor.
Evidentemente, a generalização tem relação direta com a escolha adequada da escala.
Segundo DEETZ (1949: 130):
“O cartógrafo que sabe generalizar corretamente justifica melhor a escolha duma escala menor
do que o que, por falta de habilidade, procura geralmente apresentar demasiados detalhes pelo
receio de omitir algum que seja essencial.”

Indicação de Escala
A escala é uma informação que deve constar da carta e pode ser representada, geralmente,
pela escala numérica e/ou escala gráfica.
Escala Numérica ou Fraccionária
As escalas numéricas ou fraccionárias figuram-se por fracções, cujos denominadores
representam as dimensões naturais e os numeradores as que lhes correspondem no mapa. É
indicada da seguinte forma: 1:25.000 ou 1/25.000. Esta escala indica que uma unidade de
medida no mapa a equivale a 20.000 unidades da mesma medida sobre o terreno. Assim 1cm
no mapa corresponde a 25.000cm no terreno, ou seja, 1cm no mapa representa 250m do
terreno.
Um mapa será tanto maior quanto menor for o denominador da escala. Assim, a escala
1:25.000 é maior que 1:50.000.
Escala Gráfica
A escala gráfica é um segmento de reta dividido de modo a permitir a medida de distância na
carta. Assim, por exemplo, a escala indica qual à distância, na carta equivalente a 1 km. Este
tipo de escala permite visualizar, de modo facilmente apreensível as dimensões dos objetos
figurados na carta. O uso da escala gráfica tem vantagem sobre o de outros tipos, pois será
reduzida ou ampliada juntamente com a carta, através de métodos xerográficos e fotográficos,
podendo-se sempre saber a escala do documento com o qual se está trabalhando.

Como se medir Distâncias


A noção do espaço percorrido ou a percorrer durante a realização do percurso‚ também é
importante para o seu sucesso. Assim deve-se saber relacionar o espaço representado no
mapa e a sua correspondência no terreno. A noção dos espaços percorridos desenvolve-se
com a prática e é possível de ser melhorada através da contagem de passos que estando
aferidos dão uma informação sobre o espaço percorrido.
Para se medir distâncias entre dois pontos, numa linha reta, em um mapa com escala gráfica,
deve-se utilizar uma tira de papel, na qual são marcados os dois pontos (A e B) e depois
transportá-los para a escala.
Para se medir linhas curvas, de modo simples, pode-se usar o sistema de traçados sucessivos
de cordas, cuja medição final será a soma das mesmas, considerada como uma soma de
linhas retas. Esse método é conveniente para traçados de curvas suaves, como estradas e rios
meandrantes. Cabe ressaltar que ambos os métodos apresentam como resultado distância
aproximada, não podendo ser considerado um método preciso.
No caso de torrentes, de caminhos e estradas em serras íngremes, deve ser utilizado o
curvímetro.
INFORMAÇÕES DE LEGENDA
A legenda é à parte de um mapa que possui todos os símbolos e cores convencionais e suas
respectivas explicações, sendo esta encimada pelo termo "convenção". Nos mapas militares, a
informação sobre a correspondência dos símbolos encontra-se descrita na parte inferior dos
mesmos.

DIAGRAMA DE ORIENTAÇÃO
A maioria dos mapas de série apresentam informações de direção, referenciadas ao:
1. Norte verdadeiro ou geográfico
2. Norte magnético
3. Norte cartográfico

O ângulo formado pela direção do norte magnético com a do norte verdadeiro, tendo como
vértice um ponto qualquer do terreno, é chamado de declinação magnética.
O ângulo formado pela direção do norte cartográfico com a do norte verdadeiro, tendo como
vértice um ponto qualquer do terreno, é chamado convergência meridiana.
Tanto a convergência meridiana como a declinação magnética, varia de ponto para ponto,
sobre a superfície terrestre.

CURVAS DE NÍVEL
Permitem representar de modo exato as formas geométricas, como é ainda suficientemente
sugestivo para permitir imaginar o movimento do terreno.
Supõe-se a superfície do terreno cortada por planos horizontais equidistantes, projetando-se
essas curvas de intersecção num plano horizontal de referência. As curvas obtidas,
representando a projeção dos pontos do terreno com a mesma cota ou nível, chamam-
se curvas de nível.
O terreno ficará tanto mais bem definido, quanto menor for a distância entre os diferentes
planos horizontais e portanto essa distância dependerá da precisão que se procura obter, mas
no entanto, ela não deve ser tão pequena, que as curvas de nível obtidas por muito
numerosas, sobrecarreguem o desenho e tornem difícil a leitura da carta, nem tão grande que
as curvas de nível sejam insuficientes, para representar o relevo com a precisão conveniente.
A distância contada na vertical entre dois planos secantes consecutivos – planos de nível -, é
designada por equidistância natural e representa-se pela letra E.
A equidistância natural reduzida à escala da carta designa-se por equidistância
gráfica, representa-se pela letra “e”, logo:
E = e.m ou e = E/m
As curvas de nível são representadas por linhas castanhas, aqui existem dois tipos de linhas
umas mais grossas que distam entre si 50 metros e as mais finas 10 metros.
A equidistância mais habitual é de 10 metros, o que quer dizer que entre duas curvas seguidas
temos um desnível de 10 metros.

LOCALIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO DO MAPA ATRAVÉS DOS


PONTOS DE REFERÊNCIA
Quando se tem acesso a um mapa deverá em primeiro lugar saber que espaço este
representa, após o que deverá tentar indicar no mapa a sua localização. Para tal o treinador
deverá dar indicações sobre os pontos de referência (elementos característicos) do local em
que se encontra e a sua representação no mapa. Após localizar com precisão o local em que
se encontra deverá orientar o mapa de acordo com a disposição no espaço dos pontos de
referência. Deveremos procurar transmitir a sensação de estar dentro do mapa no local
indicado.

DOBRAR O MAPA
A possibilidade de manuseamento do mapa ao longo de todo o percurso facilita a sua leitura.
Normalmente o percurso indicado no mapa é muito menor que o mapa, havendo áreas de
informação marginal que não são determinantes para a correta leitura do mapa.
Salvaguardando as situações iniciais de aprendizagem em que necessitam recorrer
permanentemente à legenda do mapa, devemos dobrar o mapa de forma a reduzir o seu
tamanho à área útil com um tamanho aproximado de 15 cm.

REGRA DO POLEGAR
Quando agarramos o mapa o dedo polegar opõe-se aos restantes, pelo que ao ser colocado no
local em que nos localizamos indica-nos a nossa localização.
Sempre que nós deslocar-nos o dedo, este deve acompanhar no mapa os movimentos
efetuados.
Esta regra quando bem executada permite indicar sempre com precisão e rapidez o local em
que se encontra, uma vez que restringe a zona do mapa a consultar às imediações do local
onde está colocado o dedo.
MANTER O MAPA PERMANENTEMENTE ORIENTADO
A aquisição desta etapa é de importância capital para o desenvolvimento das capacidades e
conhecimentos , pois dela depende a capacidade de realizar os percursos de forma correcta e
com sucesso. Assim deveremos deixar bem clara a necessidade de manter o mapa
permanentemente orientado, quer através das indicações dadas através das situações de
aprendizagem propostas.

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