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Quintiliano Campomori
Belo Horizonte
2007
Quintiliano Campomori
Belo Horizonte
2007
Quintiliano Campomori
banca examinadora.
________________________________________________
Professor Danny Zahreddine (Orientador) – Uni-BH
________________________________________________
Professor Rodrigo Corrêa Teixeira (Co-orientador) – Uni-BH
________________________________________________
Professora Alexandra Nascimento – Uni-BH
________________________________________________
Professor Leonardo César Souza Ramos – Uni-BH
Coordenador do Curso de Relações Internacionais
Aos meus pais, pelo incentivo e carinho.
Napoleão Bonaparte
RESUMO
Este trabalho realizou um estudo exploratório de dois saberes das ciências sociais,
sendo apresentada através de dois de seus principais autores: Friedrich Ratzel como
trazer à tona estes dois conhecimentos e buscar uma correlação ou não destes. O
manifesta-se de forma mais fácil. A Geografia Política colabora para o poder e para
a força do Estado como único ator, visto pelo Realismo Clássico das Relações
Internacionais.
anarquia internacional.
ABSTRACT
This university work made an explorative study in two subjects of the social
acquirements and to find a correlation or not between these attainments. This study
analyzed the situation of space, territory and expansion, also the survival and the
necessary elements for Ratzel and the interest question and the State like an unique
the national question, the power and the State for two authors. Through analyses
made from this study, perceive that the Political Geography is an element of the State
power in the international ambient. If the State has favourable position, the power
express by an easy mode. The Political Geographic collaborate for the power and for
the State energy how unique actor by the view of Classic Realism of International
Relations.
international anarchy.
LISTA DE SIGLAS
CDD-327
10
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O mundo presente, para que seja entendido do modo mais claro possível,
que deve ser mencionada sempre que qualquer tipo de pesquisa científica, no
mais primordial possível, tratar-se-á dos dois precursores que serão o geógrafo /
pode-se buscar aspectos que podem se relacionar, ou de outro modo, descobrir que
não se acordam.
Geografia Política Clássica. Por isso, objetiva-se realizar análises entre os princípios
doutrinas realistas formam a mais densa tradição de política externa desde que se
de Westphalia.
em luta constante pela sobrevivência, que tanto precisa do espaço para adquirir as
poder.
não é outro senão o estudo do interesse. A política, neste caso, é sempre a política
12
e individuais e trazer à tona questões de cunho racional com o poder como centro
primário.
relações entre nações [Estados] não são essencialmente diferentes das relações
entre indivíduos; são somente relações entre indivíduos a uma escala maior”
2. FRIEDRICH RATZEL
princípios da Geografia Política, que têm sido nitidamente regulados pelos processos
beligerante.
manutenção.
14
aproximadamente 60 anos.
Como destacou Palma ([200-]), ele tinha grande qualidade para várias
atividades tanto que como jornalista político, colaborou para um jornal. Em suas
viagens pela Europa, Estados Unidos, México e Cuba, interessou-se pela Geografia.
1
Political geography is the analysis of how political systems and structures ― from the local to
international levels ― influence and are influenced by the spatial distribution of resources, events, and
groups, and by interactions among sub national, national, and international political units across the
globe.
2
Political geography is that part of geographical inquiry which examines the territorial constitution of
political power the sources of power, shifts in power, and the use of political power in relation to
territorial relations via the application of political power.
15
Clássica.
Darwin (2004) que será discutido. Posteriormente, graças às viagens que fez e pelas
afirmou Mello (1999), nesta última obteve grande notoriedade com obras de grande
interesse até os dias atuais. Foi o fundador / precursor da Geografia Política, criando
das sociedades nas relações com seus espaços, portanto ele é reconhecido como o
humanidade.
sua nação. Ratzel tinha um sentimento nacionalista bastante entusiástico tanto que
alemã.
Alemanha e pensava que foi ele um processo mal-concluído. Isto se deve ao fato de
mal que pode ser resumido em um Estado que era comandado pela Prússia
(governo central), contudo, cada estado-membro tinha poderes sobre sua forma de
representado pelo imperador, tinha que “acalmar” todos os ânimos dentro da “recém-
nascida” Alemanha.
17
ratzeliano, um autor cujas idéias são bastante discutidas até hoje, afirmou que
que acontecia na “sua” Alemanha, tanto que sugeriu que “uma política estatal
compreender as idéias que foram passadas para ele. Algumas considerações acerca
que teve a primeira edição publicada em 1859. Para Ratzel, o tema fundamental da
3
Refere-se a Friedrich Ratzel.
18
Estados necessitam de espaço como as espécies. Por isso, lutam por seu domínio,
Darwin (2004) pensava que existia a variabilidade que está presente em todos
espécies4. Darwin (2004) também propôs uma idéia de progresso, pois, graças a
tendo sempre vinculado o solo e o homem. “Os Estados são organismos que devem
ser concebidos em sua íntima conexão com o espaço.” (COSTA, 1992, p. 32) Esta
vinculação está muito clara quando Ratzel diz que “o que permanece por fazer a fim
1987, p. 18) Em seu texto O Solo, a Sociedade e o Estado (1983), ele exemplifica
dizendo que
[...] quando o Estado romano morre, o povo romano lhe sobrevive sob a
forma de grupos sociais de todo tipo e é pelo intermédio desses grupos que
se transmitiram à posteridade uma multiplicidade de propriedades que o
povo havia adquirido no Estado e pelo Estado. (RATZEL, 1983, p. 2)
ser humano ao território tanto que o tamanho e a posição deste influiria nos destino
4
Princípio de que um organismo mais evoluído é mais complexo.
19
sendo este, um conceito que não pode ser negado. “Ninguém jamais viu o Estado.
Quem poderia, no entanto, negar que ele seja uma realidade?” (BURDEAU, 1970,
tradução nossa) Ele entende que, como todos os seres vivos têm que possuir um
lugar para morar, para se alimentar, os Estados também têm essa necessidade.
5
Neste caso, Estado refere-se além do aspecto político, à nação e ao povo. Isto conforme o contexto
que Friedrich Ratzel quis demonstrar.
6
Aplicação das idéias de Charles Darwin às teorias sociais, principalmente das idéias de selecção
natural, luta pela vida e sobrevivência dos mais aptos, dentro de um esquema causalista e
determinista. Tem-se a idéia de organismo social, considerando que as relações existentes entre
todos os organismos vivos, sejam as de luta pela vida ou de cooperação, são as mesmas que as
existentes nas relações entre os animais ou entre os homens. Defende-se a selecção do mais apto,
considerando que na biologia, a igualdade só existe no cemitério, porque a divisão do trabalho implica
a desigualdade das funções, porque o progresso é aristocrático. Está na base do determinismo
geográfico e do determinismo racial. (MALTEZ, 2003, p.1)
7
He [Ratzel] considered Lebensraum the geographical region within which living organisms develop.
20
considera que toda a política externa alemã tinha a tarefa de defender e expandir o
8
Lebensraum alemão.” (O’LOUGHLIN, 1994, p. 149, tradução nossa). Adolf Hitler
relações com o solo de dois tipos. A que é elaborada pelos índios que habitam os
Estados Unidos (observações feitas graças a suas viagens pela América) são
perdem em um espaço pouco ou não habitado, que eles consideram como sua
1994, p. 154). A outra, que é construída pelos europeus baseia-se em uma “relação
íntima e elevada com a terra, por meio da qual se busca ocupar a totalidade do
No ponto supracitado, ele concorda com Diamond (2003), que com uma
explicação através dos fatores armas, germes e aço, busca explicar os destinos das
doenças adquirida ao longo dos tempos. É claro que alguns desses fatores se
8
Considered Lebensraum the basis for all foreign policy and thought that Germany foreign policy had
the task of defending and expanding German Lebensraum.
9
Conceito referente à união de todos os povos de origem germânica da Europa.
21
Pensando acerca do que foi dito, percebe-se que é muito difícil compreender
decorre do movimento da vida que nunca deixa de existir e do espaço da terra que
não muda. Nesse ponto ocorre uma contradição que gera a luta pelo espaço. “O
invariavelmente, mudam para um movimento que é voltado para o exterior. Este tipo
territórios, Estados etc) cresce à proporção que novas aquisições são feitas
defesa do território que possui. Além disso, busca acrescentar a seu território
recursos mais abundantes e mais variados que os que têm. “A extensão territorial é
10
La función que desempeñe el Estado en las relaciones internacionales depende en gran medida
que ocupa en el mapa mundial. Gracias a su situación geográfica, Estados de pequeña extensión han
puesto en la historia una huella que no han dejado otros de mayor tamaño, dotados de recursos
bastante superiores.
23
um elemento essencial na concepção com que cada povo forma seu destino: esta
Friedrich Hegel (1770-1831) que utilizou “o termo ‘geografia política’ para fazer
referência às relações entre o território e seus habitantes. Sua visão desta relação
autor importante que influenciou o pensamento ratzeliano foi Immanuel Kant (1724-
A mescla mais bem-feita entre as influências dos lugares frios e quentes, ali
onde se encontra a maior riqueza dentro da ordem das criaturas terrestres
[...] as Leis universais da natureza determinam todas as ações humanas [...]
a vontade intuitiva dos mesmos [...] conspire contra os desígnios da
natureza. (GALLOIS, 1990, p. 202 apud FONT; RUFÍ, 2006, p. 55)
11
La extensión del territorio es un elemento esencial en la concepción que cada pueblo se forma de
su destino: esta “conciencia del espacio” es el centro de la tesis ratzeliana.
12
A recent use of the term occurred during the Gulf crisis of 1990-91, when many American
commentators referred to Kuwait as Saddam Hussein’s Lebensraum.
24
contribui de modo muito efetivo para que ele se manifeste e possa ser utilizado. O
2. possuir força física ou moral; ter influência, valimento; 4. ser capaz de,
estar em condições de; 8. ter força, vontade ou energia moral para; 9. ter
autoridade moral para; ter o motivo, a razão de; 13. ter domínio ou controle
sobre; 14. direito ou capacidade de decidir, agir e ter voz de mando;
autoridade; 15. governo de um país, de um Estado etc; 16. possibilidade,
natural ou adquirida, de fazer determinadas coisas; capacidade, faculdade;
18. supremacia em dirigir e governar as ações de outrem pela imposição da
obediência; dominação, domínio. (HOUAISS, 2001, p. 2244)
conceito de poder, entendendo-o como sendo algo maior que o Estado, o controle
13
Referente à obra de Friedrich Hegel (1770-1831).
25
ou a força, mas nunca desatrelado dele. Pode-se dizer que o poder é a capacidade
de se realizar e/ou forçar com que algo se realize com a ação dos outros. O poder
Estado seja conceituado. Conforme Miyamoto (1995), Ratzel afirmou que o Estado,
buscar sua expansão para alcançar seu espaço vital. Uma visão interessante é a de
território;
Estado;
26
Para Ratzel, existem posições que tem valor político. Dentro deste contexto,
restabelecimento a união foi mais forte. Foi uma ferramenta fiscal bastante eficiente,
porém deixou de ser útil com a crescente industrialização que teve a Alemanha.
litígio pelo qual Bismarck ansiava ardentemente: uma desavença entre os vitoriosos
pela divisão dos despojos.” (BURNS; LERNER; MEACHAM, 1999, p.589) Em 1866,
16
Liberal en la política y en economía, apoyó calurosamente la creación de la unión aduanera
germana, la Zollverein, que conduciría a la creación del Estado alemán. Era partidario de la
intervención del estado para forzar la industrialización ya que consideraba que era la única forma de
sacar un país de la pobreza.
28
prussiano e pelo poder estatal, com sua diretriz maquiavelista de que todos os meios
Alemão no Salão dos Espelhos, no Palácio de Versalhes. Foi um grande baque para
Após trazer à tona a Unificação Alemã, deve-se fazer uma análise acerca da
influência de Ratzel neste evento. “Mas toda sua [Ratzel] ‘geografia política’, sem
17
Pero toda su [Ratzel] “geografía política”, sin pretender establecer una doctrina, congrega
arguementos proprios para justificar una extensión territorial del Imperio alemán.
30
Ratzel graças ao seu nacionalismo, como citado na seção 2.3, “não cessa de
(DEFARGES, 2003, p. 76 apud PALMA, [200-], p. 2). Ratzel procura responder aos
2006, p. 38)
Ratzel, como viria a dizer Diamond (2003) anos depois, disse que através da
39)
31
3. HANS MORGENTHAU
Judeu e filho de pai autoritário, foi um dos maiores influentes na sua época.
com as realidades da época” (HASLAM, 1996, p.14). “Foi nesta época que descobriu
e devorou a obra de Max Weber, a quem tomou, então como modelo pessoal e
onde, nesta última, não pôde mais viver graças a Guerra Civil espanhola.
“No início da década de 30, o fato de ser judeu só reduzia suas já escassas
Palestina e no Afeganistão.
para os Estados Unidos da América, onde pouco depois, torna-se nacional. “Suas
experiências com o Nazismo tiveram grande influência em seu posterior trabalho nas
18
Relações Internacionais” (WIKIPEDIA, tradução nossa) . Passou a lecionar em
18
His experiences with Nazism seem to have influenced his later IR work.
33
2003, p. XIII). Uma situação a ser ressaltada é que nesta época os Estados Unidos
espaço para que suas idéias pudessem aflorar e demonstrarem seus talentos.
de grandes autores clássicos das ciências sociais. Torna-se claro, deste modo, que
as idéias absorvidas por ele passaram a ser influências para as teorias e idéias que
34
ele quis passar durante toda sua vida como já demonstrada na sua biografia. Com o
intuito de realizar uma reconstrução histórica, deve-se buscar identificar fontes que
3.2.1 Thucydides
Peloponeso fez uma análise histórica da guerra que dá nome ao livro, travada entre
Atenas e Esparta no século V a.C (431-404 a.C.). Ele trouxe à tona todos os
como a de Maratona (490 a.C.) e de Salamina (480 a.C.) ─ que pôs fim à ameaça e
gregos para a formação de uma aliança ofensiva e defensiva, a Liga dos Delos20
(478-338 a.C.)
Celebrada a paz, a liga não foi dissolvida, pois muitos gregos temiam que
os persas voltassem. Com o correr dos tempos, Atenas paulatinamente,
transformou-a num império naval para a promoção de seus próprios
interesses. [...] Tais métodos arrogantes despertaram suspeitas nos
espartanos, que temiam que a hegemonia ateniense, em breve, viesse a
estender-se por toda a Grécia. (BURNS; LERNER; MEACHAM, 1999, p.
102)
19
Em português, Tucídides.
20
“[…] criada para facilitar a cooperação militar entre as cidades-Estado gregas.” (HERZ, HOFFMAN,
2004, p.31)
35
diferente. Esparta, então, buscou balancear o poder. Uma frase importante citada no
A guerra foi calamitosa para Atenas, tendo em vista que o comércio foi
por seus aliados e não teve alternativa a não ser render-se, pois, morreria de fome
pela falta de abastecimento de alimentos. Teve que entregar sua frota naval,
Thucydides via Atenas como hegemônica, pois passava tanto uma segurança
no sentido militar quanto no aspecto legal, pois servia de árbitro para conflito de
seus aliados. Os Estados, segundo Thucydides, são dirigidos por seus próprios
A tarefa que Thucydides atribuída para ele mesmo, entretanto, foi muito
mais ambiciosa que simplesmente descrever que estava ocorrendo.
Eventos particulares foram distribuídos com grandes e claros detalhes, mas
seu objetivo era dizer alguma coisa significante não unicamente sobre
eventos do tempo dele, mas também sobre a natureza de guerra e por que
ela continuamente resultava. Para Thucydides, o passado era guia para o
21
futuro. (KAUPPI; VIOTTI, 1998, p.55, tradução nossa).
como é], em algum momento e de uma forma bastante semelhante, irão se repetir
tinha algo para ensinar ao presente e que isso residia no eterno caráter do ser
mesma.
22
Niccolò Machiavelli (1469-1527) , autor de O Príncipe (1513), foi quem
o interesse nacional. O Estado deve afirmar sua soberania sobre seus interesses.
(1998) também considerava que a natureza humana não tende ao bem, mas ao mal.
O Estado deve alcançar a estabilidade. “O foco para Maquiavel sempre foi o Estado,
21
The task Thucydides set for himself, however, was much more ambitious than simply describing
what was occurring. Particular events were dealt with in great and vivid detail, but his goal was to say
something significant not only about events of his own time, but also about the nature of war and why
it continually results. For Thucydides, the past was the guide of the future.
22
Em português, Nicolau Maquiavel.
37
não aquele imaginário e que nunca existiu, mas aquele que é capaz de impor a
ordem.” (SARFATI, 2005, p. 70). Dentro deste contexto, ele deixa bem claro que
deve ser o Estado como ele é e não como se tem a intenção de que ele fosse.
que nutrem interesses, que são contraditórios e os levam a choques. O ser político,
ou seja, o Estado, bem sucedido tem controle sobre todas as variáveis de seu
[...] se é melhor ser amado ou temido ou o inverso. Dizem que o ideal seria
viver-se em ambas as condições, mas, visto que é difícil acordá-las entre si,
muito mais seguro é fazer-se temido que amado, quando se tem de
renunciar a uma das duas. Dos homens, em realidade, pode-se dizer
genericamente que eles são ingratos [...]. Enquanto ages em teu benefício,
e contando, que tua necessidade esteja ao longe, todos estão ao teu lado e
oferecem-te o seu sangue, os seus bens, as suas vidas e os seus filhos. Ao
avizinhar-se, porém, essa necessidade, eles esquivam-se. (MACHIAVELLI,
1998, p.80)
que ninguém quer ser dominado e oprimido e de que todos querem dominar e
oprimir. Ele via que “os principais fundamentais que todos os Estados possuem [...]
são boas leis e bons exércitos. E porque não pode haver leis sem bom exército e
como há exércitos, convém que haja boas leis” (MACHIAVELLI, 1998, p. 81).
sendo, portanto, conflitivos. A política deve ser uma esfera autônoma que traz em si
valores, às vezes, diferentes dos individuais. A busca pela riqueza e pela glória de
38
alguns governantes pode ser guiada pela violência com o intuito de alcançar
objetivos.
absolutista. Hobbes explicou que o Estado nasce da sociedade, mas eleva-se acima
ser humano com o da liberdade, em que os homens nascem livres para usufruir de
caos e a “guerra de todos contra todos”. Neste contexto, entra em cena a figura
bíblica do Leviatã: o Estado representa um monstro cruel que impede que os peixes
pensamento trazendo à tona uma “guerra de todos contra todos”, mas dentro do
Estados.
que viveu na Grécia Antiga, ou seja, berço da Democracia. Nas palavras dele,
“ninguém me agradou como Thucydides. Diz ele que a democracia é coisa tola, mais
sábio que uma República é um único rei.” (HOBBES, 1634, p.256 apud HASLAM,
23
There’s none that pleas’d me like Thucydides. He says Democracy’s Foolish Thing, than a Republic
wiser in one king.
40
estar das nações (de cada uma com as outras), garante o cuidado em existir uma
relação entre os Estados. Foi utilizada pela diplomacia em alguns Estados ocidentais
25
no início do século XX, e introduzida pelos “Quatorze Pontos” de Woodron Wilson
(1856-1924) 26 27
e nos fundamentos da Liga das Nações. O período idealista trouxe
exemplos do Idealismo. Dentro deste contexto, “não existe outra opção, senão a
24
Período entre a I e II Guerras Mundiais, ou seja, entre 1919 e 1939.
25
Ver ANEXO A.
26
Ex-presidente estadunidense entre 1913-1921.
27
[...] apresentou, em 1918, seus quatorze pontos para a reorganização do sistema internacional a
partir do liberalismo. Foi uma liderança central durante a Conferência de Paris (Versalhes), ao final da
I Guerra Mundial, tendo proposto a criação da Liga das Nações. (HERZ; HOFFMANN, 2004, p.79)
28
Pacto negociado entre o Secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Frank Kellogg e o
Ministro de Relações Exterior da França Aristide Briand, em 1928, no qual sessenta Estados
renunciavam perpetuamente à guerra. Tanto Briand quanto Kellogg ganharam o Prêmio Nobel da
Paz; Briand, em 1926 e Kellogg, em 1929.
29
[...] em pleno período entre guerras [...] renunciava-se à guerra como um instrumento da política
nacional, talvez constitua o exemplo mais extraordinário da história do contraste entre a maneira por
que as potências se exprimem sob a pressão da opinião pública esclarecida e a maneira por que
agem sob a pressão de interesses nacionais conflitantes. (WIGHT, 1978, p.82)
41
aspectos como de ter um exército, aconteceu uma entrada e saída de vários países
como Brasil, Alemanha, Japão e União Soviética. Não conseguiu impedir a invasão
outro. A guerra de todos contra todos, segundo Hobbes (2004), tanto verbal
30
Teoria Idealista das Relações Internacionais.
42
Realismo, corroboram. “Há mais de 200 anos, o que Hans J. Morgenthau batizou de
1986, p. 158 apud HASLAM, 2006, p.26). “O realismo entra em cena após a utopia
[Idealismo Clássico], e como forma de reação contra ela.” (CARR, 2001, p. 85)
humana tal como ela se apresenta, e com os processos históricos, à medida que
eles ocorressem, fez com que a teoria aqui caracterizada ganhasse o nome de
realista.” (MORGENTHAU, 2003, p. 4). “Em linhas gerais, propõe [Teoria Realista]
que o meio internacional é composto por Estados nacionais, que possuem recursos
desiguais, lutam para poder obter mais poder, e, assim, realizar seus interesses
Segundo o próprio autor, existem seis premissas que devem ser destacadas
regida por princípios que encontram suas raízes na natureza humana, seja da
de lugar.
43
poder, pois é através dele que se consegue mais poder. Neste sentido, Carr (2001),
o principal crítico do Idealismo Clássico, concorda que existe o foco no poder como
elemento de motivação para as ações dos Estados. “[...] os interesses não são
(SARFATI, 2005, p.92) “[...] a política tem suas razões e, portanto, suas justificações,
A terceira premissa baseia-se que a busca pelo poder tem validade universal,
universais não podem ser aplicados nos modos pelos quais os Estados agem. Eles
Estado passa por uma análise racional do interesse, da relação entre poder e
indivíduos devem agir de acordo com princípios morais. “Embora o indivíduo conte
com o direito moral de sacrificar-se em defesa de tal princípio moral, o Estado não
tem o direito de permitir [...].” (MORGENTHAU, 2003, p. 20) O Estado tem que se
deve-se basear em termos de interesse definido como poder. Os outros temas como
político. “É com relação a esse ponto que o realismo político discorda do ‘enfoque
23).
Nesta sexta premissa, são criados conceitos importantes: high politics e low
politics, deixando outros aspectos para serem tratados por áreas específicas.
Internacionais, Carr (2001) percebe a política internacional como uma luta pelo
poder.
Ele [Carr] iniciava, portanto, o primeiro capítulo afirmando sem rodeios que
‘o poder é sempre o objetivo imediato’ (SCHLESINGER in SCHWAB, 1982,
31
Refere-se à Hans Morgenthau.
45
p.13) dos que conduzem à política externa. ‘Embora esse fato seja
geralmente reconhecido na prática das relações exteriores, ele costuma ser
negado nos pronunciamentos de intelectuais, de especialistas em relações
internacionais e até mesmo de estadistas’ (SCHLESINGER in SCHWAB,
1982, p.13). (HASLAM, 2006, p.329)
“Que o Estado [...] é o principal ator nas Relações Internacionais, porém não
pois não agem em high politics. O Estado é a peça central do Realismo Clássico.
latente.
das Nações em que [...] o ideário da Liga das Nações esquece que a política
guerra era instrumento da política e não tinha sentido fora do mundo político.”
32
That the state […] is the principal actor in international relations does not deny the existence of other
individual and collective actors.
46
sentido, analisando a Guerra Fria, ele deixou bem claro de que “não é uma
luta entre o bem e o mal, a verdade e a falsidade, mas do poder contra o
poder” (MORGENTHAU, 1946, p, 219 apud HASLAM, 2006, p.330)
Estado. Além disso, deve-se perceber, “[...] poder não como um valor determinado e
absoluto para cada Estado como se fosse um vácuo, mas quiçá, como as
VIOTTI, 1998, p.64, tradução nossa).33 Shang-chun disse que “A força produz o
poder, o poder produz prestígio, o prestígio produz a virtude, e assim a virtude tem
sua origem na força [...].” (DUVEYVENDAK, 1963, p. 259 apud HASLAM, 2006, p.
26)
estabelecidas entre os titulares da autoridade pública [...] O poder pode ser exercido
por meio de ordens, ameaças, autoridade ou carisma.” (SARFATI, 2005, p. 93) “Para
para entender a forma política de uma nação.” (BEDIN, 2000, p. 129 apud SARFATI,
2001, p.135)
poder utilizável é o que pode ser utilizado através das forças militares de modo
que, ele não amplia o poder político. O Estado que possui armas nucleares pode
utilizar desse tipo de arma se o outro não a tiver. Porém se o outro a possuir, poderá
33
[…] power not as some absolute value determined for each state as if it were in a vacuum but,
rather, as capabilities relative to the capabilities of other states.
47
ser feita a seguinte pergunta: “Se você me destruir com armas nucleares, você
ameaças são canceladas, pois, se o Estado deixar de existir qual é o seu real
poder legítimo é moral ou legalmente justificável. Morgenthau (2003) diz que quando
Organização das Nações Unidas, ele tem chances maiores de lograr sucesso em
comparação com um ataque de um Estado que sem justificativa ataca outro; este
A política de defesa do status quo é “a política externa que visa conservar o poder e
demolição do status quo que busca uma alteração nas relações de poder entre duas
ou mais nações.” (MORGENTHAU, 2003, p.98) Desta forma, quando uma política
somente queira ajustar uma situação vigente, mantendo as relações de poder, ela
poder. Ela não é um fim por si só e, sim, complemento das outras políticas
poder que uma nação tem (ou pensa que tem, ou que deseja que os outros
força, em que há uma luta constante pelo domínio do poder, através do uso bélico.
Existem relações de poder, mas nunca de autoridade, pois, não existe uma
dos Estados.
Para que o equilíbrio de poder seja garantido entre os Estados, num ambiente
ser garantida, ou seja, a paz mundial só pode ser atingida desta forma. A segurança
é o principal objetivo dos Estados, sendo que estes são os principais atores das
O desejo pelo poder entre todas as nações leva a uma configuração básica
nas relações internacionais que está intrinsecamente entremeada na
própria estrutura da política internacional, e que é o equilíbrio de poder [...]
o equilíbrio do poder é o único princípio organizador que existe.
(LECTURES, caixa 77 apud HASLAM, 2006, p.325)
Thucydides.
34
Refere-se à Paz de Westphalia.
35
The Westphalian state is a system of political authority based on territory and autonomy.
50
governo [central] gera uma luta constante pela sobrevivência e pela independência.”
Estados são guiados pela desconfiança no outro e pela utilização da lógica dos
ganhos relativos36 37
. Desta forma, o que interessa aos Estados são os ganhos que
2004, p.50-51)
36
Lógica de que o ganho só será válido se tiver o aspecto da comparação com o ganho do outro; a
proporcionalidade de ganhos dos jogadores. Para o Realismo, os Estados estão mais preocupados
com sua posição relativa frente aos demais estados.
37
Quando postos diante da possibilidade de cooperar em benefício mútuo, os estados que se sentem
inseguros devem perguntar como os ganhos serão repartidos. Eles estão forçados a perguntar não
‘ambos ganharemos?’, mas ‘quem ganhará mais?’. Se um ganho esperado for dividido, digamos, na
razão de dois para um, um estado pode utilizar seu ganho desproporcional para implementar uma
política dirigida a prejudicar ou destruir o outro. Mesmo a perspectiva de ganhos absolutos para os
dois não conduz à cooperação, na medida em que cada um teme a maneira como o outro utilizará
suas capacidades aumentadas. (WALTZ, 2004, p.105)
51
mesmo diz, “Quais são os fatores que explicam o poder de uma nação em face de
3.5.1. Geografia
fonte de poder nacional.” (MORGENTHAU, 2003, p. 218) Essa idéia deve-se ao fato
de que para que se tenha uma defesa de um ataque nuclear é necessário que haja
geográficos.
alimentos, tanto para as forças armadas quanto para a população civil. A deficiência
poder nacional tornou-se cada vez mais dependente do controle das matérias
O petróleo, como fonte de energia, tem sido cada vez mais importante tanto
para indústria quanto para a guerra. A partir dele, abre-se uma série de produtos
ligados a indústria petroquímica, além, os veículos tanto militares quanto civis, são
Estado.
também, ter a capacidade industrial para manufaturá-los para fins militares e civis. A
industrial para poder combater, em uma guerra, por exemplo, como é caso da União
uma capacidade de produção per capita, pois, tem de ser suficiente para poder
Para que possa ser efetivo o poder de um Estado, é necessário que esteja
determinação do poder nacional [...]” (MORGENTHAU, 2003, p.241) “[...] só uma boa
conceito criado pela destruição militar e política significa uma liderança natural que
quantidade das forças armadas não seja apenas um amontoado de soldados, mas
uma tropa bem treinada com capacidade de utilizar dos recursos disponíveis.
3.5.5. População
no território. Por esse motivo, a China não é o Estado mais poderoso do mundo; ela
distribuída. Por isso, a quantidade da população tem de estar em conjunto com sua
interior da Europa foram grosso modo repetidas pelas alterações populacionais [...]”
Não se pode deixar que haja um crescimento vegetativo negativo38, bem como
38
Decréscimo populacional, em que o número de óbitos é maior que o número de nascimentos.
55
manter uma concentração da população entre vinte e quarenta anos. Esta faixa
etária é conhecida como a população que gera valor agregado substancial em suas
(2003) não esta preocupado em como se forma a índole, mas sim, como o
estável, porém não menos importante do que os outros fatores em seu impacto
problema, pois, nunca se sabe quando que a moral nacional chega a um ponto
só esteja sujeito à sua prova extrema em tempo de guerra, ele é importante sempre
poder nacional, que, por sua vez, será resguardo pelos generais. A diplomacia,
O governo de um Estado tem que ser bom. Este deve buscar o equilíbrio
externa a ser aplicada, bem como, manter um apoio da população para a política
externa. Deve ser feita seleção dos objetivos e métodos considerando o poder
disponível. O Estado terá conseguir que exista uma harmonia entre os elementos do
poder nacional, pois, não somente com riquezas naturais, população ou indústrias
elementos.
maior instabilidade até a moral nacional, o mais instável dos elementos do poder
nacional.
58
Cabe aos responsáveis pela política externa de uma nação e aos que
moldam a opinião pública com respeito aos assuntos internacionais avaliar
corretamente o impacto desses fatores [elementos do poder nacional]
sobre o poder de sua própria nação, como também sobre o de outras
nações, tarefa essa que tem de ser realizada tanto para o presente como
para o futuro. (MORGENTHAU, 2003, p.295)
apenas utilizar um ou dois para realizar uma determinada análise. O poder de uma
nação não é algo absoluto. Além disso, deve-se perceber que o poder não é imune a
alterações e mudanças. Não é por um fato único que se consegue perceber e avaliar
realiza uma análise, esta é para um momento presente. Não se pode fazer desta
Morgenthau (2003), por sua vez, questiona se foi somente o equilíbrio de poder que
Bismarck, por mais cruéis e imorais que possam ter sido as suas jogadas
no xadrez da política internacional, raramente se desviava das regras
básicas do jogo que haviam prevalecido na sociedade de príncipes cristãos
do século XVIII. Tratava-se de um jogo traiçoeiro e fraudulento [...]
confrontado com a proximidade da Rússia e da França, que representava
uma precondição da existência política da Alemanha, Bismarck aceitava a
inevitabilidade desse fato, que ele procurava transformar em vantagem
para seu país [...] (MORGENTHAU, 2003, p.433-434)
trouxe a resposta. Quem logrou sucesso nos seus propósitos foi Bismarck.
Bismarck observava com restrições a política alemã [...], pois o que mais
de perto lhe interessava era garantir, da maneira mais segura, a
consolidação do Estado por ele criado. Esse, também, foi o único motivo
por que ele, naquela ocasião aceitou com agrado que a Rússia lhe
guardasse as costas, [...] Entretanto, aquilo que, então, trouxe vantagem
para a Alemanha, seria hoje prejudicial. (HITLER, 2001, p.485)
60
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não se pretendeu, ao longo desse texto, buscar induzir a alguma das duas
demonstrado a seguir.
clássicos das ciências sociais como Machiavelli (1998) e Hobbes (2004), portanto, o
ponto de origem de suas idéias foi o mesmo. Além disso, Carr (2001) acredita que
61
os Estados são guiados por certo darwinismo político, isto é, somente os mais fortes
Carr (2001) aponta que não é a moral o cerne da política internacional e sim a
(2004), como é muito claro em Ratzel, também é utilizado pelo Realismo Clássico. O
descobertas, percebe-se que “os fatores geográficos tinham sua influência sobre as
tecnologia tivessem reduzido seu impacto sob muitos aspectos, seu papel ainda
condução de política externa por parte dos diplomatas, pois, são eles que
Geografia Política, fundada por Ratzel em 1897, buscava trazer à tona uma ciência
Internacionais.
teoria elaborada por Ratzel. Desta forma, pode-se perceber uma clara distinção
geográfica do Estado.
como ciência.
[...] a Geografia ─ serve em primeiro lugar (embora não apenas) [...] para
fins político-militares sobre (e com) o espaço geográfico, para produzir /
reproduzir esse espaço [...] especialmente como o exercício do poder. [...]
os conhecimento geográficos sempre foram, e continuam sendo, um saber
estratégico, um instrumento de poder intimamente ligado às práticas
estatais e militares. [...] seria na realidade o âmago da geografia, a sua
verdade mais profunda e recôndita. (VICENTINI in LACOSTE, 1997, p.7)
39
Aclaremos, desde un principio, que la geopolítica y la geografía política, no son la misma cosa
aunque tengan muchos puntos de contacto. La geografía política trata de la forma y de la división
política de los Estados en determinada época, es decir, de una situación estable; la geopolítica, en
cambio, indaga los movimientos en los sucesos estatales, los que acarrean cambios, alteraciones y
transformaciones de situaciones existentes y estudia los resultados que de aquéllos derivan.
63
Por outro lado, tem-se a vertente ligada à Kjëllen (1917) e Haushofer (1986).
de vida, sendo o primeiro a cunhar o termo Geopolítica. Foi ele quem fez a ponte
entre a Geografia Política como ciência para a Geopolítica que tinha a característica
de ser doutrinária.
Nesta mesma linha de pensamento, tem-se Haushofer (1986) que foi oficial
“Ele [Haushofer] pregava que a geopolítica deveria ser incluída nas escolas
propagandista, tanto que fundou a revista Zritschrift Für Geopolitik que tinha o
em Munique.
que por sua vez, deu origem à Geopolitik alemã. “Quando o Nazismo é esfacelado, a
(Ciência do Estado), mas fez da primeira a pedra angular desta última. Através de
Kjëllen (1917), e ademais com Haushofer (1986), a Geopolítica exibe seu sistema,
e entre Ratzel e Haushofer (1986), porém, não é correto fazer as correlações sem
análise político-geográfica feita por Ratzel. Utilizando das idéias de Lacoste (1997), a
para que haja nele vigor e força. “A pior das caricaturas da geografia aplicada [...] foi
(2003) faz à Geopolítica procedem. Concordando com Mello (1999), tem-se que “a
podendo ser manipulada muito mais que as ciências. Trata-se de uma deformação
da Geografia Política.
Desta forma, o que Morgenthau (2003) critica nada mais é do que a Geopolitik
Geopolítica e esta por sua vez em Geopolitik, ou seja, a apropriação por parte do
aspirações reais.
66
Hitler, por outro lado, não reconhecia a moldura social dentro de cujas
limitações a política internacional havia operado desde o fim da Guerra dos
Trinta Anos até virtualmente a sua própria ascensão ao poder. Ele se
sentia livre dos escrúpulos morais que haviam obrigado Bismarck a aceitar
a existência da França e da Rússia como fato inarredável sobre o qual teve
de construir a política externa germânica. Hitler tomou a si a incumbência
de alterar esse dado, mediante a destruição física de seus vizinhos do
Leste e de Oeste. Considerada como um mero problema de técnica política
despida de significação ética, a solução tentada por Hitler era muito mais
completa e conveniente, do ponto de vista político, do que a aceita por
Bismarck, uma vez que ele prometia solucionar o problema da posição
internacional da Alemanha, de uma vez por todas, no que dizia respeito
aos seus vizinhos orientais e ocidentais. Além do mais, a solução
40
hitleriana , em si mesma, provou ser tão exeqüível como poderia ter tido
êxito, não fossem certos erros políticos e militares que levaram Hitler e
suas práticas políticas à destruição, e que o gênio político de Bismarck bem
poderia ter evitado. (MORGENTHAU, 2003, p.434)
com problemas internacionais.” (COSTA, 1992, p.16) não são realmente válidas. A
impacto sob muitos aspectos, seu papel ainda tinha importância crítica.” (HASLAM,
40
Refere-se a Adolf Hitler.
67
como não poderia ser diferente, está diretamente ligado à posição geográfica e ao
território, bem como tem a característica de ser variável relacionando-o com o curso
que o próprio Estado, mas, nunca desconectado dele. Assim, percebe-se que o
poder é capacidade um realizar algo ou fazer com que se realize com a ação de
outrem.
elementos que estão à disposição do Estado, sendo aquele não absoluto e fixo, mas
internacional, não se limita à força somente, mas muito mais ligado à política de um
Estado que, por sua vez pode chegar ao conflito, ao uso da força. Isto se deve ao
internacional está diretamente ligada à forma pela qual eles buscam a sobrevivência,
que regule as atividades no ambiente. Não que signifique uma desordem completa,
ambiente anárquico regido pelas relações de poder e de interesse dos Estados, tem-
anárquico vivido por eles, consegui-los. Tais recursos são tanto os naturais, como a
O poder do Estado passa pelo seu território e por sua posição geográfica. Se
também liga-se à forma pela qual ele age no presente. São as forças do passado
agindo no presente.
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