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Em Portugal, berço do Modernismo no Brasil, seu marco inicial data de 1915 com a
publicação da Revista Orpheu.
Contexto Histórico
O Modernismo tomou lugar num período que permeia a Primeira (1914-1918) e a Segunda
(1939-1945) Guerras Mundiais.
O Situacionista, numa proposta saudosista, pretendia resgatar os anos de glória vividos por
Portugal. Os Inconformados, por sua vez, almejavam uma ruptura de padrão e estilo, e
propunham a inovação.
Assim, com o lançamento da Revista Águia, os Situacionistas tentam reviver o passado numa
pretensão de incutir nas pessoas o orgulho português oriundo das suas conquistas.
Principais Caraterísticas
● Distanciamento do sentimentalismo.
● Espírito dinâmico, acompanhando as transformações tecnológicas.
● Espírito crítico e questionador.
● Linguagem cotidiana.
● Oposição às normas, numa atitude considerada “anárquica”.
● Originalidade e excentricidade.
● Ruptura com o passado, numa atitude inovadora.
A revista, que teve à frente Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros
(primeiro grupo modernista), foi um grande escândalo. Ela teve a duração de apenas um ano,
o que aconteceu em decorrência de problemas financeiros após o suicídio de Mário de Sá
Carneiro. O Futurismo e o Expressionismo (Vanguardas Europeias) influenciaram essa
geração, cujos principais autores são: Mário de Sá Carneiro e Fernando Pessoa.
MÁRIO DE SÁ CARNEIRO
Mário de Sá-Carneiro nasceu em Lisboa, Portugal, no dia 19 de maio de 1890. Aos dois anos
de idade, perdeu a mãe, e a dor da ausência materna acompanhou-o ao longo de sua breve
vida. Após a morte da esposa, o pai de Mário, um militar da alta burguesia, entregou o filho
aos cuidados dos avós e seguiu para uma vida de viagens, sempre custeando os estudos
daquele que viria a ser uma das maiores vozes poéticas de Portugal. Aos vinte e um anos,
Mário transferiu-se para Coimbra, onde ingressou na tradicional Faculdade de Direito, não
tendo completado sequer o primeiro ano da graduação. Foi nessa época, o ano era 1912, que
conheceu aquele que seria seu melhor amigo e confidente, Fernando Pessoa.
Em 1915, ao lado de Fernando Pessoa, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros e o
brasileiro Ronald de Carvalho, ajudou a fundar a revista Orpheu, primeira publicação a
divulgar os ideais modernistas e as tendências culturais que circulavam na Europa no início
do século XX. A revista não passou do segundo número, mas cumpriu o intuito de
escandalizar a burguesia acostumada ao cânone literário vigente até os primeiros anos do
século XX. Mário, por influência de Pessoa, aderiu a correntes de vanguarda, como o
interseccionismo e o futurismo, exprimindo em sua poesia toda a sua dificuldade em assumir-
se como adulto e de transpor as barreiras entre a realidade e a idealidade.
No dia 26 de abril de 1926, hospedado em um hotel na cidade francesa de Nice, Mário de Sá-
Carneiro cumpriu seu intento, dando cabo de uma existência marcada pelo sofrimento e pela
angústia ao consumir vários frascos de estricnina. Dias antes, já atormentado pela ideia
suicida, escreveu aquela que foi a sua última carta para Fernando Pessoa.
FERNANDO PESSOA
Ali ingressou na Convent School, um colégio de freiras, e conseguiu estudar, em três anos, o
conteúdo escolar de cinco. Então, em 1899, passou a frequentar a Durban High School e, em
1901, recebeu o First Class School Higher Certificate, da Universidade do Cabo da Boa
Esperança. Foi em 1902 que publicou seu primeiro poema — “Quando a dor me amargurar”
— no jornal O Imparcial, em Lisboa, enquanto estava de férias em seu país natal.
Nesse mesmo ano, começou a estudar na Commercial School de Durban. No ano seguinte,
publicou seu primeiro poema em inglês — “The miner’s song” — no jornal The Natal
Mercury e recebeu o Queen Victoria Memorial Prize pelo melhor ensaio no exame de
qualificação na Universidade do Cabo da Boa Esperança. Assim, voltou a Lisboa,
definitivamente, quando tinha 17 anos, em 1905, e ingressou na Faculdade de Letras, que
abandonou em 1907.
Em 1909, por ser o único herdeiro de sua avó paterna, morta em 1907, recebeu a herança e,
com o dinheiro, abriu a Empresa Íbis (tipografia e editora). No entanto, ela faliu no ano
seguinte. Alguns anos depois, em 1916, começou a realizar experiências de escrita
automática ou mediúnica.
Dois anos depois, publicou, com recursos próprios, seus dois primeiros livros em inglês —
Antinous e 35 sonnets. Além disso, em 1919, trabalhou como tradutor de cartas comerciais,
escrevia cartas em francês e inglês para empresas portuguesas com filiais em outros países.
Em 1920, fundou a firma Olisipo (editora e negócios mineiros). A partir desse ano, com a
volta da mãe, novamente viúva, o poeta foi morar com ela e seus irmãos. A Olisipo publicou
livros de António Botto (1897-1959) e Raul Leal (1886-1964), que, em 1923, foram
apreendidos por ordem do Governador Civil de Lisboa, que os considerava “imorais”. Como
protesto, Fernando Pessoa escreveu dois manifestos contra a censura dos livros.
Seu primeiro livro em português — Mensagem — foi publicado em 1934. Por essa obra, o
poeta, que morreu em 30 de novembro de 1935, em Lisboa, ganhou o Prémio de Poesia
Antero de Quental. Um dia antes de morrer, Fernando Pessoa escreveu, a lápis, as seguintes
palavras: “I know not what tomorrow will bring”, isto é, “Não sei o que o amanhã trará”.
Assim, o poeta deixou em torno de 25 mil páginas de textos, que vêm sendo, lentamente,
publicadas desde a sua morte.
● Experimentação
● Subversão
● Anticonvencionalismo
● Provocação
● Irreverência
● Ironia
● Nacionalismo crítico
● Liberdade formal
● Inovação em relação à arte tradicional
● Elementos futuristas e cubistas
● Traços simbolistas
● Multiplicidade estética, por meio de heterônimos
Os Heterônimos de Fernando Pessoa são personalidades criadas por ele próprio e que
assinam cada qual as suas obras. Para tanto, esses escritores têm biografia e estilo particular.
Estudos indicam que Fernando Pessoa assinou textos com cerca de 70 nomes diferentes. Há
quem considere que todos eles são heterônimos de Pessoa.
Outros afirmam que os considerados por muitos os seu principais heterônimos resumem os
que realmente são heterônimos de Fernando Pessoa, apenas três.
Isso porque o poeta teria criado apenas a biografia de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e
Álvaro de Campos.
1. Alberto Caeiro
Alberto Caeiro (1889-1915) nasceu em Lisboa. É o mestre dos heterônimos, tendo como
discípulos Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Passou a sua vida no campo e ficou órfão de pai e mãe muito cedo, passando a viver com
uma tia-avó. Morreu de tuberculose.
Apesar da data indicada para o seu falecimento, há registro de poemas de Alberto Caeiro do
ano 1919.
A linguagem da sua poesia é simples, afinal, Caeiro não estudou além da escola primária.
2. Ricardo Reis
Ricardo Reis nasceu em 1887 no Porto, não sendo conhecida a data da sua morte.
Estudou Medicina e, antes, em colégio de jesuítas. Foi viver no Brasil em 1919, após a
instauração da república em Portugal (1910), porque era monarquista.
Tradicional, para ele, a modernidade é uma mostra de decadência. Sua linguagem é clássica e
seu vocabulário, erudito.
3. Álvaro de Campos
Álvaro de Campos nasceu em Tavira, Portugal, no ano 1890. A data do seu falecimento não é
conhecida.
Seu estilo pode ser definido em três fases: decadentista, progressista e pessimista.