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Protocolo Prevencao e Controle Do Cancer Do Colo Do Utero - 27 09 2021
Protocolo Prevencao e Controle Do Cancer Do Colo Do Utero - 27 09 2021
PROTOCOLO
PREVENÇÃO E CONTROLE DO
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
Edição revisada e atualizada - 2021
PROTOCOLO
PREVENÇÃO E CONTROLE DO
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
Edição revisada e atualizada - 2021
Projeto Gráfico
Produção Visual
Assessoria de Comunicação Social
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Seguimento, na atenção secundária, das mulheres submetidas à
histerectomia por lesão precursora ou câncer do colo de útero ........... 13
Quadro 2 Avaliação e conduta de acordo com o resultado do teste de Schiller ..... 22
LISTA DE FLUXOGRAMA
Fluxograma 1 Fluxograma para propedêutica do colo uterino .......................................... 36
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 8
1.1 Tipos de câncer no colo do útero .................................................................................. 8
1.2 Fatores de risco ................................................................................................................. 8
1.3 Principais queixas ...............................................................................................................9
1.4 Incidência ............................................................................................................................. 9
I. BIBLIOGRAFIA .................................................................................... 44
II. APÊNDICE ........................................................................................... 47
APÊNDICE I - CÂNCER DE VULVA ...................................................................................... 47
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 47
2. FATORES DE RISCO .................................................................................................... 47
3. DIAGNÓSTICO ............................................................................................................... 48
1. INTRODUÇÃO
O câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais comum entre as mulheres no Brasil,
perdendo apenas para o de mama, que é o mais comum, e o de cólon retal, que está
em segundo lugar. O número de casos novos de câncer do colo do útero esperados
para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 16.710, com um risco esti-
mado de 16,35 casos a cada 100 mil mulheres. Em Minas Gerais são esperados 162
novos casos em 2020, sendo 130 em Belo Horizonte.
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o pri-
meiro mais incidente na Região Norte (22,47/100 mil). Sendo o segundo no Nordeste
(17,62/100 mil) e Centro-Oeste (15,92/100 mil). Já na Região Sul (17,48/100 mil), ocu-
pa a quarta posição e, na Região Sudeste (12,01/100 mil), a quinta posição.
O câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente de alguns tipos virais,
papiloma vírus humano (HPV), principalmente os subtipos 16 e 18. É uma doença de
crescimento lento e silencioso. Apesar da lenta progressão é a quarta causa de morte
de mulheres por câncer no Brasil.
8
(a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fu-
mados). A mulher fumante tem um risco maior de câncer no colo do
útero, além de infertilidade, dismenorreia, irregularidades menstruais
e antecipação da menopausa (em média dois anos antes). Uso prolon-
gado de pílulas anticoncepcionais, obesidade e tipo de alimentação
também podem contribuir para o aparecimento da doença.
1.4 Incidência
O câncer do colo do útero é raro em mulheres até 30 anos e o pico de
sua incidência se dá na faixa etária de 45 a 50 anos, sendo mais raro em
mulheres com mais de 65 anos. A mortalidade aumenta progressiva-
mente a partir da quarta década de vida, com expressivas diferenças
entre as regiões do Brasil, estando relacionados ao acesso da mulher
aos exames preventivos.
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2. PREVENÇÃO PRIMÁRIA
A prevenção primária do câncer do colo do útero consiste na diminuição do contágio
pelo HPV. O uso de preservativos feminino e masculino protege a pele ou mucosa da
região anogenital, da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal à exposição por
estes vírus.
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3. PREVENÇÃO
SECUNDÁRIA: EXAME
CITOPATOLÓGICO
O exame citopatológico complementa as ações de prevenção do câncer de colo de
útero e deve ser realizado preferencialmente na faixa etária alvo, que é de 25 a 64 anos.
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3.2 Situações especiais
Gestante: deve seguir as recomendações de periodicidade e faixa etá-
ria como para as demais mulheres, devendo sempre ser considerada
a oportunidade a procura ao serviço de saúde para realização de pré-
natal para realização do exame citopatológico. Apesar da junção esca-
mocolunar (JEC) muitas vezes encontrar-se exteriorizada na ectocérvi-
ce na gestante e puérpera, o que dispensaria a coleta endocervical, a
coleta de espécime neste local (endocervical) não parece aumentar o
risco sobre a gestação quando realizada de maneira correta.
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QUADRO 1 - Seguimento, na Atenção Secundária, das mulheres submetidas à
histerectomia por lesão precursora ou câncer do colo do útero
OBSERVAÇÕES
SITUAÇÃO O QUE FAZER
GERAIS
13
Mulheres na pós-menopausa: devem ser rastreadas de acordo com
as orientações para as demais mulheres. Se necessário, proceder à es-
trogenização previamente à realização da coleta, conforme descrito
no item 3.3.
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3.3 Recomendações prévias à coleta
do exame citopatológico do colo
do útero
• Não utilizar duchas, medicamentos vaginais ou fazer exames intravagi-
nais, como por exemplo a ultrassonografia, nas 48 horas antes da coleta.
• Evitar relações sexuais nas 48 horas antes da coleta.
• Evitar anticoncepcionais locais, espermicidas, nas 48 horas anteriores
ao exame.
• O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de
sangue pode prejudicar o diagnóstico citológico. Aguardar o térmi-
no da menstruação.
• Existem situações em que a paciente se apresenta com um grau de
ressecamento muito importante, de forma que a introdução do es-
péculo vaginal pode tornar-se traumática. A visibilidade da junção
escamocolunar (JEC) e da endocérvice também podem estar preju-
dicadas. Nestes casos indica-se o uso tópico de estrogênio intrava-
ginal, de preferência o estriol, devido à baixa ocorrência de efeitos
colaterais, por sete a 21 dias antes do exame. Deve-se aguardar um
período de 3 a 7 dias entre a suspensão do creme e coleta do material
para o exame citopatológico.
15
O espéculo, que deve ter o tamanho escolhido de acordo com as carac-
terísticas perineais e vaginais da mulher a ser examinada, deverá ser in-
troduzido delicadamente, na posição vertical, ligeiramente inclinado,
para evitar contato junto ao clitóris (devido à maior sensibilidade da
região), de maneira que o colo do útero seja exposto completamente.
Iniciada a introdução fazer uma rotação deixando-o em posição trans-
versa, de modo que a fenda da abertura do espéculo fique na posição
horizontal. Uma vez introduzido totalmente na vagina, abrir lentamen-
te e com delicadeza. Na dificuldade de visualização do colo do útero,
sugira que a mulher tussa ou ainda, em determinada situação, pode
ser útil solicitar a mudança de posição de uma perna da paciente, ou
seja, apoiar um dos pés na perneira (onde se posiciona a dobra de um
joelho), esta conduta pode ajudar a expor melhor o colo do útero em
caso de dificuldade de visualização do mesmo. Não deve ser usado
lubrificante.
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3.4.1 Coleta da ectocérvice
Para coleta na ectocérvice utiliza-se espátula de Ayre,
do lado que apresenta reentrância. Encaixar a ponta
mais longa da espátula no orifício externo do colo, con-
forme FIGURAS 1 e 2, apoiando-a firmemente, fazendo
uma raspagem na mucosa ectocervical em movimento
rotativo de 360º em torno de todo orifício cervical, para
que toda superfície do colo seja raspada e representada
na lâmina, procurando exercer uma pressão firme, mas
delicada, sem agredir o colo, para não prejudicar a qua-
lidade da amostra.
360º
17
FIGURA 2 - Coleta de material da ectocérvice
18
3.4.2 Coleta da endocérvice
Para coleta da endocérvice utiliza-se a escova endocer-
vical. Recolher o material introduzindo a escova endo-
cervical e fazer um movimento giratório de 360º percor-
rendo todo o contorno do orifício cervical, conforme as
FIGURAS 4 e 5.
360º
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FIGURA 5 - Coleta de material da endocérvice
20
A lâmina com o material coletado deve ser colocada
dentro do frasco contendo álcool na concentração en-
tre 90 e 96% em quantidade suficiente para que todo o
esfregaço seja coberto. O álcool a 70% não deve ser uti-
lizado para fixação, uma vez que, provoca ressecamen-
to da amostra, prejudicando a qualidade do material e
em alguns casos inviabilizando a análise. Em seguida,
fecha-se o recipiente cuidadosamente.
21
do saudável, que permanece corado de marrom escu-
ro (cor do iodo). O QUADRO 2 descreve o resultado do
teste de Schiller e a respectiva conduta.
Nota: Existe variação na coloração do colo do útero com a solução de Schiller nas mulheres
com hipoestrogenismo da menopausa/pós-menopausa (ver conduta específica para esta
situação no item 3.3).
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IMPORTANTE!
Preencher cuidadosamente a requisição do exame citopatológico.
Registrar no prontuário eletrônico a anamnese, a avaliação clínica, a coleta
do exame e a realização do teste de Schiller (ou ácido acético).
Orientar a paciente sobre a importância de buscar o resultado do exame.
https://prefeitura.pbh.gov.br/saude/informacoes/atencao-
a-saude/publicacoes.
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4. SISTEMA DE
INFORMAÇÃO
DO CÂNCER
O Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) foi instituído no âmbito do Sistema Úni-
co de Saúde (SUS) pela Portaria 3.394, de 30 de dezembro de 2013, com a finalidade
de permitir o monitoramento das ações relacionadas à detecção precoce, à confirma-
ção diagnóstica e ao início do tratamento de neoplasias malignas.
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É fundamental que os dados para o cadastro no CADWEB sejam completos, legíveis e
corretos, especialmente o nome da mulher e da mãe e data de nascimento, para o bom
entendimento do profissional responsável por digitar as informações no sistema.
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As usuárias que apresentam situações clínicas e/ou histórico familiar que justifiquem a
necessidade de realizar exames, fora dos critérios de rastreamento, poderão realizá-los,
desde que o profissional solicitante preencha a justificativa de maneira clara e objetiva.
26
Entretanto este módulo, inicialmente criado para monitorar o tempo
entre o diagnóstico e o início de tratamento do câncer, por diversas
razões não apresentou os resultados esperados, sendo necessária a
sua desativação em abril de 2019. Desde então, o Instituto Nacional
do Câncer (INCA) e o Departamento de Informática do SUS (DATASUS)
trabalharam no desenvolvimento de nova ferramenta para substituir
esse módulo.
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5. ASSISTÊNCIA EM
PATOLOGIA DO
COLO DO ÚTERO
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5.1.1 Recomendação diante de
resultados de exames
citopatológicos normais
O QUADRO 3 descreve as recomendações aos pro-
fissionais dos Centros de Saúde (CS) frente aos resul-
tados normais de exames citopatológicos, incluindo
“amostra insatisfatória”.
RESULTADO DO EXAME
O QUE FAZER RECOMENDAÇÃO
CITOPATOLÓGICO NORMAL
O exame citopatológico
deve ser repetido imedia-
tamente com correção,
Amostra insatisfatória
quando possível, do
problema que motivou o
resultado insatisfatório.
Reparação
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Na eventualidade de o laudo do
exame citopatológico men-
Seguir a rotina de ras-
cionar dificuldade diagnóstica
Atrofia com inflamação treamento com exame
decorrente da atrofia, a estro-
citopatológico.
genização deve ser feita por via
vaginal (item 3.3).
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Descartar a possibilidade da co-
leta do exame citopatológico ter
sido realizada próxima ao perío-
do menstrual.
5.1.2 Resumo de
recomendações para
conduta inicial frente aos
resultados alterados de
exames citopatológicos
O QUADRO 4 descreve as recomendações aos profis-
sionais dos Centros de Saúde para conduta inicial fren-
te aos resultados alterados de exames citopatológicos
e encaminhamento para a Atenção Secundária por
meio do Sistema de Regulação e Marcação de Consul-
tas (SISREG) para a “Ginecologia Propedêutica do
Colo do Útero, Vagina e Vulva”, quando necessário.
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QUADRO 4 - Recomendações para conduta inicial frente aos resultados alterados de
exames citopatológicos
RESULTADO DO EXAME
FAIXA ETÁRIA O QUE FAZER
CITOPATOLÓGICO ALTERADO
Possivelmente não
Células glandulares Encaminhar para “Ginecologia
neoplásicas
atípicas de significa- Independente da Propedêutica do Colo do útero,
ou
do indeterminado faixa etária Vagina e Vulva” para realização
Não se pode afastar
(AGC) de colposcopia
lesão de alto grau
Possivelmente não
Encaminhar para “Ginecologia
Células atípicas de neoplásicas
Independente da Propedêutica do Colo do útero,
origem indefinida ou
faixa etária Vagina e Vulva” para realização
(AOI) Não se pode afastar
de colposcopia
lesão de alto grau
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Encaminhar para “Ginecologia
Lesão intraepitelial de alto grau não poden- Independente da Propedêutica do Colo do útero,
do excluir microinvasão faixa etária. Vagina e Vulva” para realização
de colposcopia.
IMPORTANTE!
Deverá ser oferecido teste HIV para todas as mulheres com diagnóstico de
Lesão de Alto Grau.
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5.2 Atenção Secundária
A Atenção Secundária será responsável por realizar:
• Colposcopia
• Biópsia dirigida.
• Cauterizações.
• Cirurgia de alta frequência (CAF).
IMPORTANTE!
Quando as pacientes forem reencaminhadas ao Centro de Saúde de origem,
deverá ser preenchido o formulário de contrarreferência explicitando
exames e tratamentos que tenham sido realizados e orientações cabíveis
ao acompanhamento do caso.
• CAF.
• Amputação cirúrgica do colo do útero.
• Cirurgias maiores (Histerectomias / Wertheim-Meigs).
• Radioterapia e/ou quimioterapia.
5.3.1 Oncologia -
Ginecologia Adulto
Informações necessárias para avaliação através do
SISREG WEB:
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INDICAÇÕES: Avaliação cirúrgica de pacientes com:
Neoplasia do Colo Uterino:
INFORMES MÍNIMOS:
ATENÇÃO:
Todos os descritivos de biópsia devem incluir sítio primário da lesão, com
data da realização do exame.
Ressaltamos que esta via de agendamento se refere às solicitações de
atendimento ambulatorial eletivo, sem necessidade de internação imediata.
35
5.4 Fluxograma para propedêutica do colo uterino
Fluxograma 1: Rastreamento e Tratamento do Câncer de Colo de Útero em Belo Horizonte
Coleta citopatológico
N Amostra satisfatória S
Agendamento da nova coleta, de
acordo com a periodicidade definida
N no protocolo
Nova coleta o mais breve possível
Alteração
(no máximo entre 6 a 12 semanas)
Orientação para fatores de risco para
S câncer de colo de útero
Conduta de acordo
com o tipo de lesão
Lesão Lesão
Lesão Intraepitelial Intraepitelial
Céluas Intraepitelial de alto grau de alto grau Carcinoma
Céluas De origem Adenocarcinoma Carcinoma
escamosas de baixo (HSIL), sem (HSIL), não epidermoide
glandulares indefinida in situ invasor
(ASCUS) grau (LSIL) microinvasão podendo invasor
"NIC I" "NIC II e NIC excluir
III" microinvasão
Repetir Repetir
Repetir Repetir Repetir citologia citologia Monitoramento e busca ativa pelo ACS
citologia citologia citologia em 12 em 6
em 3 em 12 em 6 meses meses
anos meses meses
ATENÇÃO!
Verificar critérios de encaminhamento no Site de Fluxos para inserção dos casos no SISREG:
• altíssima prioridade/ sob regulação; • alta prioridade; Acesso no link:
• média prioridade; • baixa prioridade.
http://fluxosusbh.pbh/anexos/034a29ac6335abdbbdca37099f3e44eb806cbfd2.pdf
6. ATRIBUIÇÕES DOS
PROFISSIONAIS DA
ATENÇÃO PRIMÁRIA
À SAÚDE
A eSF tem papel fundamental no processo de identificação das mulheres, em seu
território de abrangência, na faixa etária alvo (25 a 64 anos) para realização da coleta
do exame citopatológico de rastreamento (o que não exclui a realização da coleta em
pacientes com queixas clínicas que justifiquem a realização do procedimento).
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Na ausência do médico da eSF por um longo período (licença-prêmio, afastamento
médico prolongado por problemas de saúde ou quando a vaga desse médico não es-
tiver preenchida), o ginecologista ou o médico de outra equipe do Centro de Saúde
deverá apoiar o enfermeiro da equipe da usuária nas situações que forem necessárias
condutas médicas.
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6.2 Agente Comunitário
de Saúde (ACS)
k. Conhecer a importância da realização da coleta de exame preven-
tivo, como estratégia segura e eficiente para detecção precoce do
câncer do colo do útero na população feminina de sua microárea.
l. Buscar a integração entre a equipe de saúde e a população ads-
crita à unidade, mantendo a equipe informada, principalmente a
respeito de mulheres em situação de vulnerabilidade e risco.
m. Estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo
ações educativas relativas ao controle do câncer do colo do útero,
de acordo com o planejamento da equipe.
n. Realizar busca ativa, para rastreamento de mulheres de sua mi-
croárea e detecção precoce do câncer do colo do útero.
o. Realizar busca ativa das mulheres com exames alterados ou que ne-
cessitem de tratamento/seguimento de patologias do colo do útero.
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u. Registrar as ações de enfermagem no prontuário eletrônico da
paciente, em formulários do sistema de informação e outros do-
cumentos institucionais que forem necessários.
v. Realizar visita domiciliar, quando necessário.
w. Manter a disponibilidade de materiais e insumos nos consultórios
para a realização do exame do colo do útero.
6.4 Enfermeiro
x. Realizar exame especular, coleta de material para exame citopa-
tológico do colo do útero e teste de Schiller, seguindo as reco-
mendações contidas neste protocolo, como uma etapa da con-
sulta de enfermagem à mulher.
y. Encaminhar para avaliação médica, na sua unidade de saúde, as
mulheres com alterações identificadas ao exame especular (le-
sões vulvares, lesões no colo do útero, pólipos, condilomas, gran-
des ectopias e outras), resultado do exame citopatológico positi-
vo e teste de Schiller positivo.
z. Realizar o seguimento das mulheres que apresentam resultado
do exame citopatológico alterado, amostras insatisfatórias ou al-
guma outra anormalidade para o acompanhamento periódico.
aa. Supervisionar a realização de busca ativa, das mulheres da área
de abrangência que não estejam realizando seus exames pre-
ventivos de rotina e das mulheres com exames alterados ou que
tenham indicação para tratamento/seguimento de patologias no
colo do útero.
ab. Realizar visita domiciliar, quando necessário.
ac. Supervisionar e coordenar o trabalho da equipe de enfermagem
e dos ACS nas ações relacionadas com este Protocolo.
ad. Manter a disponibilidade de suprimentos dos insumos e materiais
necessários para as ações propostas neste Protocolo.
ae. Realizar atividades de educação permanente junto aos demais
profissionais da equipe.
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af. Planejar, coordenar, executar e avaliar ações educativas relacio-
nadas à prevenção primária e secundária do câncer do colo do
útero, direcionada às mulheres e homens trans, utilizando a mo-
dalidade de grupos operativos de modo a reforçar e potencializar
as interações que ocorrem em momentos coletivos e possibilitar
trocas de experiências.
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6.6 Médico ginecologista
aq. Apoiar a realização do exame clínico-ginecológico de todas as mu-
lheres nas quais esteja indicado, e realizá-lo nas pacientes nas quais
a eSF teve alguma dificuldade técnica para a realização ou outras
dificuldades operacionais de forma que possa garantir a oferta do
exame às mulheres da área de abrangência do Centro de Saúde.
ar. Realizar exame especular, coleta de material para exame citopa-
tológico do colo do útero e teste de Schiller, seguindo as reco-
mendações contidas neste protocolo, aproveitando o momento
oportuno em que a mulher foi encaminhada pela eSF.
as. Monitorar os resultados dos exames citopatológicos alterados
junto às eSF.
at. Orientar as eSF para realização de busca ativa das mulheres com
exames alterados.
au. Apoiar as eSF na organização dos processos de trabalho para rea-
lização de busca ativa das mulheres da área de abrangência que
não estejam realizando seus exames preventivos de rotina.
av. Incrementar ações que resultem no aumento da cobertura do
rastreamento/prevenção do câncer do colo do útero na área de
abrangência do Centro de Saúde, junto com as eSF.
aw. Encaminhar as mulheres para a Atenção Secundária, quando indi-
cado, e monitorar seu atendimento/tratamento. Atenção especial
para os casos de câncer do colo do útero.
ax. Tratar as IST e infecções do trato genital inferior.
ay. Orientar os médicos de família e comunidade e enfermeiros na
correta realização da coleta de material para exame citopatológi-
co do colo do útero.
az. Orientar os médicos da eSF e enfermeiros nos casos que gerem
dúvidas quanto ao diagnóstico, tratamento e encaminhamen-
to necessário.
ba. Realizar apoio matricial das eSF diante dos casos que possam ge-
rar dúvidas na condução e encaminhamentos.
bb. Auxiliar a condução de casos de outros Centros de Saúde sem
ginecologistas.
42
I. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Ângela Cristina Labanca de; CAMPOS, Rachel Rezende. Rede de atenção:
saúde da mulher. Belo Horizonte: Nescon / UFMG, 2020. 115p.
44
BRASIL. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Sistema de Informação do Câncer: ma-
nual preliminar para apoio à implantação /Instituto Nacional de Câncer José Alencar
Gomes da Silva. – Rio de Janeiro: INCA, 2013, p.143.
BRASIL. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Estimativa 2020: para incidência do cân-
cer no Brasil. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Ja-
neiro: INCA, 2019, p.120.
45
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/
Aids e das Hepatites Virais. Homens trans: vamos falar sobre prevenção de infecções
sexualmente transmissíveis? / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saú-
de, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente
Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. – Brasília: Ministério da Saúde,
2019, p.35.
46
II. APÊNDICE
1. INTRODUÇÃO
O câncer de vulva corresponde a menos de 1% das neoplasias malignas na mulher.
No trato genital inferior corresponde entre 3 a 5% das neoplasias malignas. Grande
parte dos casos de câncer de vulva é um tipo de câncer de pele. Acomete principal-
mente os pequenos e grandes lábios e tem sua incidência maior a partir dos 70 anos.
Apresenta ainda outro pico de incidência em mulheres mais jovens, que se dá em
torno de 40 anos. Aproximadamente 90% dos casos de câncer de vulva são de células
escamosas, 5% melanoma e os outros 5% são adenocarcinoma (de células basais e
raramente da glândula de Bartholin).
2. FATORES DE RISCO
Os fatores de risco dependem da idade do surgimento da lesão. Em mulheres mais
jovens associa-se principalmente a infecção pelo vírus HPV. A partir da 7ª década
associa-se a dermatoses inflamatórias, principalmente líquem escleroso, que em 5%
dos casos apresentam evolução maligna. São fatores de risco:
ccc. Tabagismo.
ddd. Idade avançada (devido ao hipoestrogenismo).
eee. Multiplicidade de parceiros sexuais.
fff. Alterações pré-cancerosas (displasia) em tecidos vulvares.
ggg. Infecção por HPV.
hhh. Câncer de vagina.
iii. Câncer de colo do útero.
jjj. Doença granulomatosa crônica.
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3. DIAGNÓSTICO
Inicialmente pode se apresentar como um nódulo, uma área irritada, pruriginosa ou
ardente ou uma ferida plana ou com a cor de pele vermelha ou com uma área que
não cicatriza por um período de mais de 2 semanas ou uma área ulcerada que pode
produzir secreção líquida. As feridas planas podem se tornar descoloridas. Podem
também apresentar descamação. O tecido em torno da lesão pode apresentar pre-
gueamento. Em mulheres idosas avaliar a presença de linfonodos pélvicos.
IMPORTANTE!
Conduta: As pacientes deverão ser encaminhadas para “Ginecologia
Propedêutica do Colo do Útero, Vagina e Vulva” para realização de
colposcopia onde será feita a biópsia da lesão. O médico assistente deverá
descrever os tratamentos já realizados e tempo de uso da medicação.
Informes mínimos:
• Sinais e sintomas atuais (descrever exame físico abdominal e to-
que vaginal);
• Paciente está na menopausa (sim ou não)? Se sim, há quanto tempo;
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• História prévia de neoplasia. Em caso afirmativo informar: patologia,
tratamentos realizados, local e data;
• Resultado anatomopatológico, quando houver, com descrição de ta-
manho, localização, características da lesão. Se sem biópsia, justificar
a não realização.
• Resultado de exame imuno-histoquímica, quando indicado;
• Resultado de outros exames realizados e pertinentes ao caso, em es-
pecial exames de imagem;
• Tratamentos oncológicos anteriores para a patologia atual, modali-
dade, local de realização e datas;
• Impressão clínica diagnóstica do médico assistente;
• Justificativa do encaminhamento atual;
• Identificação do médico assistente, CRM.
ATENÇÃO:
Todos os descritivos de biópsia devem incluir sítio primário da lesão, com
data da realização do exame.
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