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VI Jornada de Semiótica e Culturas Da Comunicação 2022 - Livro de Resumos
VI Jornada de Semiótica e Culturas Da Comunicação 2022 - Livro de Resumos
VI jornada
de semiótica
e culturas da
comunicação
livro de
resumos
VI
jornada de semiótica
e culturas da comunicação
Realização:
IFRS Campus Alvorada
SIMC - Grupo de Pesquisa em Sonoridades, Imagem,
Materialidades da Comunicação e Cultura
SemSono - Linha de Pesquisa Semiótica e Sonoridades
GPESC - Grupo de Pesquisa em Semiótica e Culturas da Comunicação
PROGRAMAÇÃO
07/07 - QUINTA-FEIRA
9h - 10h30 ABERTURA
Do caos à lama: o Antropoceno
como problema semiótico
• André Araujo
Metapesquisa: um movimento de
crítica metodológica
• Isabelle do Pilar Mendes
VI de
jornada
semiótica
e culturas da
comunicação
PROGRAMAÇÃO
07/07 - QUINTA-FEIRA
9h - 10h15 MESA 4
Mediação: Luiza Müller
A continuidade na filosofia de
comunicação de Peirce
• João Fabricio Flores da Cunha
MESA 1
PALAVRAS-CHAVE
Comunicação; Metodologia; Metapesquisa.
REFERÊNCIAS
FERRARA, Lucrécia D’Aléssio. Por um comunicar em vez de muitas comunicações. In: Maria
Ângela Mattos, Ellen Joyce Marques Barros e Max Emiliano Oliveira. (org.). Metapesquisa em
comunicação: o interacional e seu capital teórico nos textos da Compós. Porto Alegre: Sulina,
2018. 422 p.
MARCONDES FILHO, Ciro. “De repente, o prédio falou comigo”. Texto apresentado no 19o.
Encontro Anual da Compós. Anais. Porto Alegre, 4 a 6 de junho de 2011.
MARCONDES FILHO, Ciro. Das coisas que nos fazem pensar. Discussão sobre a Nova Teoria
da Comunicação. 1. ed. São Paulo: Ideias de Letras, 2014.
MESA 1
1 Utilizamos o termo arqueogenealogia de modo a evitar qualquer sentido dicotômico atribuído aos termos e, também, para
reforçar o caráter não sistemático de sua teoria.
2 a pesquisa toma como corpus empírico os livros por ele publicados, considerando que neles os conceitos e formulações
teóricas estão mais profundamente xados.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Comunicação; Michel Foucault; Pedagogia; Contagio; Arqueogenealogia.
REFERÊNCIAS
REVEL, Judith. Michel Foucault: conceitos essenciais. São Carlos: Claraluz, 2005.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 1
Ao amadrinhar por anos as streamers LGBTQIA+, vamos linearmente – a cada live vista –
acompanhando as transformações corporais, tecnológicas, econômicas de suas vidas, bem como
layouts, cenários, hypes de games lançados. Tais elementos sempre caracterizam épocas nas memó-
rias dos fãs. No entanto, existe uma impossibilidade de recriar diacronicamente a história de cada
uma dessas “estrelas” do mundo queergamer, pois os VOD’s de vídeos são permeados por arquivos
existentes e arquivos corrompidos – registros que eu posso revisitar, refazer e reanalisar e aqueles
que não posso. Às vezes basta uma semana, dias, horas para aquela stream importante que assisti
desaparecer. Isso ocorre porque:
a) A própria streamer deletou a stream por algum motivo;
b) A plataforma de gamestreaming deletou a stream por causa de violação de alguma regra, por
exemplo, copyright ou nudez;
c) A plataforma não existe mais;
d) A streamer ao mudar de plataforma deletou o próprio perl
e) Atualizações do sistema técnico da web ou da plataforma acabam por inativar alguns vídeos;
f) Limitações da parte da streamer ou da plataforma acerca do “tempo de vida” do arquivo.
Algum tempo depois acabo me esbarrando com fragmentos dessas lives “perdidas” ou mesmo
com o vídeo completo nos pers de fan-baseds e fãs, postados no YouTube, Twitter, Grupos de
Facebook, Direct e até mesmo em sites pornográcos como o Xvideos. Logo, enquanto pesquisador,
vejo-me diante de um quebra-cabeça em que as peças constantemente desaparecem e reaparecem,
criando confusão temporal ao mesmo tempo que me revelam informações acerca do objeto de
pesquisa.
Nesse caminho, o nosso objetivo aqui é o de vasculhar esses vídeos de Rebeca Trans dispersos
na internet a partir de duas teorias: a micro-história de orientação italiana e a arqueologia das mídias
fortemente inuenciada pelos teóricos de mídia alemã. Tais teorias possuem certas similitudes e não
estão condicionadas a reconstruir linearmente a história, mas sim, de assumir esse processo de
perdas e redescobertas de arquivos como um elemento constituinte do objeto de pesquisa e do
cronotopo em que está inserido. Veremos que, muito mais que a efemeridade do digital, a stream é
uma mídia que subjaz um hibridismo arqueológico; pois, depois de sua realização ao vivo, nda-se
em arquivos ativos de vídeos na plataforma, fragmentos dispersos recuperados-organizados por fãs e
uma memória coletiva do público que guarda momentos que nunca mais poderemos reassistir.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Micro-história; Arqueologia das Mídias, Queer games studies; Rebeca Trans; Streams.
REFERÊNCIAS
ERNST, Wolfgang. Digital Memory and the Archive. Minneapolis: University of Minnesota
Press, 2013.
GINZBURG, Carlo. O o e os rastros: verdadeiro, falso, ctício. São Paulo: Companhia das
Letras, 2007.
MESSIAS, José; MUSSA, Ivan. Por uma epistemologia da gambiarra: invenção, complexida-
de e paradoxo nos objetos técnicos. MATRIZes, São Paulo, n. 14, v. 1, p. 173-192, 2020.
ZIELINSKI, Siegfried. Deep Time of the Media: Toward an Archaeology of Hearing and Seeing
by Technical Means. The Mit Press: Cambridge, 2006.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 2
Quando uma música não é somente um produto de uma criação anterior, mas também
uma máquina que instaura processos de criação? Como uma música se mantém viva e proble-
matizadora mesmo com o passar dos tempos e com as interpretações que se fazem dela? Como
uma música produz abertura ao cosmos desde o fechamento de seu funcionamento em torno
de seus elementos e forças sonoras?
De modo a conversar sobre a transversal traçada por essas perguntas na VI Jornada de
semiótica e culturas da comunicação, busca-se desenvolver a teoria estética presente em O
que é a losoa? (,DELEUZE; GUATTARI, 2010), que considera a obra de arte enquanto
monumentos de sensações. Busca-se pensar essa consideração enquanto uma parte da teoria
musical desses autores, que tem ainda outras obras que a desenvolvem, como Mil platôs
(DELEUZE; GUATTARI, 2012) e Derrames – entre el capitalismo y la esquizofrenia
(DELEUZE, 2005).
Deleuze e Guattari (2010) pensam a obra de arte enquanto monumento que não cele-
bram algo que passou, mas que operam como um meio de criação, conservação e propagação
contínua de forças de diferenciação produzidas pela relação de suas partes. São essas forças de
diferenciação, ou pelo menos um tipo delas, que recebem o nome de sensações: são forças
capazes de deformar, atrair, destruir, suspender, sugerir novos sentidos; fazer vibrar, ressoar,
movimentar os corpos em que tocam; forças capazes de impedir que seja denida uma
interpretação nal e acordada para uma música, impossibilitando que ela se transforme em
um instrumento de ordem.
Isso ocorre porque os monumentos musicais de sensação são provocativos de uxos e de
corte de uxos em seu interior (e que se propagam e agenciam o exterior). Possuem uxos
consistentes de informação e contrainformação de si. São músicas que tem estruturações que
não só a organizam, mas também a desestruturam. Nos termos mais largos de Deleuze (2018),
os monumentos musicais de sensação são músicas em que não há privilégio ou hegemonia de
processos de diferença e de repetição uns sobre os outros, mas são processos que entram em
consistência.
Proposição conceitual, o monumento musical de sensação não tem uma forma única.
Ele pode ter vários modos e estilizações. Para tornar distintas essas especicidades, podem ser
explorados um, dois ou três modos de criação, conservação e expressão de sensações que tem
peculiaridades próprias e que povoam atualmente a música pop de streaming.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
música; modo de criação; monumento; sensação; pop.
REFERÊNCIAS
DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a losoa? São Paulo: Editora 34, 2010.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 2
O presente trabalho apresenta reexões teóricas iniciais sobre a música binaural, estilo
que tem se tornado popular no YouTube nos últimos cinco anos. Sonoramente, apresenta
progressões simples de acordes prolongados e linhas melódicas que se desenvolvem lentamen-
te com o progresso da música. Alguns vídeos contam com a adição de sons de chuva e outros
elementos sônicos da natureza, acoplando-se assim ao modo como Brian Eno (1978; 2013)
conceitua a música ambiente. Ainda, a música binaural pretende-se capaz de alterar as fre-
quências das ondas cerebrais, mudar o humor do ouvinte e/ou melhorar o estado de concen-
tração por meio de frequências subgraves inseridas na mixagem. O aumento de publicações
destes vídeos e as altas taxas de visualização (muitos passando de milhões) correlacionam-se
com o impacto da pandemia na vida cotidiana, com a precarização do trabalho e o aumento de
transtornos de ansiedade. Não nos interessa avaliar suas possibilidades terapêuticas, mas
investigar se e como a escuta de música binaural no YouTube aponta para mutações recentes
no capitalismo e seus regimes de enunciação. Entendemos que nas páginas do YouTube de
música binaural estão expressos regularidades discursivas do capitalismo tardio e que se
organizam por meio de uma ecologia de elementos semióticos: os comentários, a descrição e o
título, as trilhas visuais e musicais, os vídeos relacionados, todos se relacionam afetivamente.
Nosso método consistiu na deriva cartográca pelo YouTube, na coleta de comentários e
descrição dos elementos sônicos, seguida pela observação de regularidades discursivas. Os
vídeos que até agora analisamos: “☯ Ondas Theta 7Hz PURA Binaural [COM CHUVA DE
FUNDO]”¹, “Frequência da Felicidade - Música libera Serotonina, Dopamina e Endorna,
Música Binaural”² e “Música para Ativar Super Inteligência ✧ Melhore o Foco, Concentração
e Memória ✧ Binaural ✧432Hz”³. Parece-nos interessante analisar o binaural como produto
de um mundo pós-industrializado e intensa urbanização, construindo um ambiente acústico
controlado frente ao caos sonoro das metrópoles, em especial quando há uma construção
1 https://youtu.be/yT_22L_hiUo
2 https://youtu.be/Tf1kmeN5xkI
3 https://youtu.be/x-4d6K-sk6I
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
simbólica na textura sonora de uma natureza primordial. Tais regularidades permitem consta-
tar a pretensão a uma escuta pura ou natural, que por vezes retoma a dualidade entre natureza
e cultura. Com isso, chegamos à formulação de uma hipótese paradoxal: a de que a música
binaural opera como linha de fuga e função estabilizante em um contexto de trabalho em
tempo integral.
PALAVRAS-CHAVE
música ambiente; ambiente; música binaural; escuta.
REFERÊNCIAS
ENO, Brian. Ambient #1 Music for Airports. PCV 7908 (AMB 001). E.G. Records, 1978. 1
disco sonoro (42 min), 33 1/3 rotações, estéreo, 12 pol.
ENO, Brian. Ambient music. IN: COX, Christoph; WARNER, Daniel (Orgs.). Audio culture:
readings in modern music. Bloomsbury: New York, 2013. p. 94097.
MESA 2
Das Estéticas aos Padrões (e de volta outra vez): pistas para uma
semiótica a-significante dos media em Friedrich Kittler
“Quem for capaz […] de escutar o diagrama elétrico no som sintetizado dos CDs ou de vê-
lo nos canhões de laser das discotecas, encontrará a felicidade”. É assim que Friedrich Kittler
(2019, p. 19) apresenta o seu projeto na introdução de Gramofone, Filme, Typewriter. Todavia,
como nos lembra Sybile Krämer (2016, p. 31), “Nós [...] não ouvimos um CD, mas música”. O
fato de que as mídias “desaparecem” da nossa atenção tão logo eles começam a operar é uma
das ideias centrais de uma Filosoa dos Meios na Alemanha.
Exceto que elas não desaparecem, pois são feitas com “o objetivo declarado de enganar e
trair essa autoconsciência” (KITTLER, 2016, p. 38). Nas “características próprias da emulsão
fotoquímica, como o surgimento de falhas, manchas e pontos de queima” (SALES, 2022, p.
38) da película cinematográca; nas ondulações e desgastes das bandas magnéticas do VHS;
nos glitches das imagens digitais é que se apresenta a realidade bruta dos dispositivos. Para
Lacan (e para Kittler), o “Real é aquilo que falta na ordem simbólica, os restos que não podem
ser eliminados em toda articulação do signicante, aquilo que só pode ser aproximado, jamais
capturado” (SANTAELLA, 1999, p. 86) – mas que, ainda assim, pode ser registrado na mídia
técnica (KITTLER, 2016, p. 47).
Esta pesquisa pergunta: não estaria aí enunciando-se uma semiótica “que não ousa dizer
seu nome” (SILVA)? Os ruídos das mídias técnicas escampam ao “gargalo do signicante”
(WINTHROP-YOUNG, 2011, p. 59), mas não de uma semiótica a-signicante.
Para além disso, o processo de tradução interssemiótica entre analógico e “digital”
recoloca a questão de uma semiótica a partir de Kittler. Nesta, a base material e ontológica do
analógico é reconstruído enquanto objeto digital: ltros de Instagram e efeitos de After Effects
que imitam os limites físicos dos padrões analógicos, traduzem as falhas que deveriam ser
ignoradas em objetos estéticos para a fruição em signicantes digitais, reconstruindo a quebra
que Kittler (2016) identica entre a arte pictórica e a imagem técnica: das estéticas aos
padrões – ao padrão enquanto opção estética, prenhe de nostalgia.
Esta comunicação quer 1) mapear os fenômenos analógicos traduzidos em objetos
digitais que informam estéticas; 2) propor e debater os contornos de uma semiótica kittleriana
e 3) lançar os alicerces de um projeto de pesquisa que estude a linguagem das mídias analógi-
cas em suas materialidades.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Materialidades da Comunicação; Mídias Analógicas; Friederich Kittler; Semiótica A-
signicante; Semiótica Maquínica.
REFERÊNCIAS
KITTLER, Friedrich. Mídias ópticas: Curso em Berlim, 1999. Rio de Janeiro: Contraponto,
2016.
______. Gramofone, Filme, Typewriter. Belo Horizonte e Rio de Janeiro: Editora UFMG e Ed.
UERJ, 2019.
SALES, Thalita Fernandes de. Captar o Passado: a película como estratégia de referencialida-
de histórica em “Era uma vez em... Hollywood”. Orientador: Prof. Dr. Marcel Vieira Barreto
Silva. 2022. 120s. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação,
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2022.
WINTHROP-YOUNG, Geoffrey. Kittler and the Media. Cambridge, Reino Unido: Polity Press,
2011b.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 2
Tão numerosas quanto as populações indígenas que povoam os trópicos são as designações
que eles dão à oresta. Um traço comum, entretanto, é a impossibilidade de um deslocamento
ontológico entre os corpos que a povoam e as raízes que se entranham à terra. A oresta, já
enredada em seus engendramentos transversais, conjuga um universo aberto a relações, agênci-
as e perspectivas por onde nascem e morrem índios, folhas, animais e fungos, substratos de
inndáveis ciclos de um continuum anímico.
Este trabalho sugere considerar a perambulação na mata como uma perspectivação, uma
vez que requer um diagrama mental extra-local do espaço e do tempo, referenciados com uma
localização continuamente situada e sempre em defasagem. O índio caminha na oresta como
quem miniaturiza-se e mergulha para dentro de si, mas já certo de que em grande parte se
desconhece. Nunca antes vira suas entranhas, mas já podia senti-las. Levi-Strauss (2012, p.
287) diz que dissolver o homem na vida e a vida no cosmos consiste “em passar do mais simples
ao mais complexo”, mergulhar nas zonas interespecícas que fazem permutarem-se os pontos
de vista. Mas como operacionalizar tal empreendimento? Patricia Reed (2019) sugere que
tratamos aí de um problema de navegação escalar. As imagens que balizam o índio em sua
(des)orientada caminhada são processos tradutórios que se instauram nas zonas limítrofes entre
a pequena produção de sua cotidianidade e a grande malha de singularidades livres da oresta.
A escala, longe de dizer uma grandeza extensa, suscita uma questão de resolução, denin-
do um procedimento para que determinado fenômeno apareça como “objeto observável e tradu-
zível” (PLAZA, 2013, p. 55). Em sua apreensão multiescalar, a oresta deixa de ser objeto de
conhecimento, se passamos a indagar sob que escala e sob quais relações e perspectivas a enqua-
dramos. Assim, se a terra é habitada por múltiplos mundos multiescalares, como nos organizar-
mos em um espaço visível que se torna invisível numa escala da qual não fazemos parte?
Se a tradução entre mundos é como uma navegação entre diferentes instâncias escalares,
na “mediação contínua da intencionalidade com a contingência de eventos desconhecidos ou
acidentais.” (REED, 2019, s/p, tradução nossa.), o caminhar na trama multiescalar da mata
densa faz “despertar sentidos latentes” (PLAZA, 2013, p. 44), num trânsito entre mundos, em
que dois passos a mais que o habitual, já é como saltar entre mapas heterogêneos de múltiplas
navegabilidades.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Comunicação, Escalas, Perspectivismo.
REFERÊNCIAS
MESA 3
A República de Weimar (1918-1933) atraiu signicativa atenção dos historiadores por suas
mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais. A partir dos anos 1970, com o aumento dos
estudos feministas e de gênero, muitas historiadoras voltaram os olhos para as experiências da
mulher nesse período, se concentrando na gura da “Nova Mulher”. Símbolo da modernidade de
Weimar, a “Nova Mulher” era caracterizada como mulheres independentes e emancipadas, fruto,
em boa parte, das políticas liberais da República e das consequências da I Guerra Mundial.
Entretanto, ao passo que a guerra proporcionou um certo tipo de emancipação feminina,
essa emancipação foi recebida como uma ameaça à ordem tradicional de gênero. Essas ansiedades
sobre os papéis de gênero caracterizou muitos discursos públicos, e também estavam sendo mani-
puladas pelo cinema, segundo McCormick (1994). Esses discrusos faziam parte de uma crescente
mentalidade misógina que colocava a “Nova Mulher” como responsável pela degradação moral da
sociedade e pela crise econômica e social do país. E muitos lmes, como Die Büsche der Pandora
(1929), podem ser lidos como parte desses mecanismo sociais de normatização de gênero.
É inegável que o cinema exerce um verdadeiro fascínio na sociedade. Ele inuencia tanto a
nossa maneira de ver o mundo como a forma de nele inscrevermos a nossa existência individual e
coletiva. Mas a realidade dos lmes não se expressa sozinha na tela. O cinema, sendo linguagem da
arte, está vinculado em todos os sentidos a outros sistemas de signicações. Para Christian Metz
(1980), o que denominados de cinema é um vasto e complexo fenômeno sociocultural, sendo o
lme apenas uma pequena parte desse fenômeno. Metz (1980) propõe o lme como um objeto
mais limitado, menos incontrolável, consistindo de um discurso signicante localizável ou
enquanto objeto de linguagem.
Nesse contexto, a partir da análise do lme Die Büchse der Pandora (1929), o presente
trabalho pretende reetir como a imagem da mulher emancipada estava sendo manipulada,
fazendo uma relação com os discursos sobre a sexualidade feminina na época, e seus possiveis
efeitos nas atitudes em relação às mulheres. O presente projeto utiliza como metodologia os mode-
los de teoria social e da crítica cultural, propostos por Kellner (2001), assim como busca uma
aproximação com uma semiótica do cinema alemão, a partir de Cristian Metz (1980). Tal aborda-
gem interdisciplinar utiliza uma gama de saberes com o intuito de não se deter apenas nos conns
do texto, mas também olhar para fora dele, o que está ao seu redor, e seus possíveis efeitos na
sociedade que está inserido.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Cinema e sexualidade; República de Weimar; Representação da Mulher; Sexualidade
Feminina.
REFERÊNCIAS
MESA 3
Em seu trabalho contemporâneo como diretora, Helena Ignez mantém um forte diálogo
com o ideário estético e político do cinema brasileiro moderno das décadas de 1950 e 1970.
Seus lmes desdobram uma característica que Ismail Xavier (2001) considera como central
nessas produções: a articulação entre discussão sociopolítica e dimensão expressiva da perfor-
mance do autor do lme, ambas ocupando igual importância na tessitura fílmica. Na continui-
dade deste traço, reside também a singularidade no modo como ele é empregado por Helena
Ignez: retornar ao cinema brasileiro moderno é propor uma releitura acerca de sua própria
trajetória, dada a importância do trabalho de Ignez como atriz para os lmes do Cinema Novo e
Marginal. É também retomar sua carreira após a dissolução forçada da Belair Filmes, emprei-
tada artística fruto da colaboração da atriz com os cineastas Rogério Sganzerla e Júlio
Bressane, cuja experiência foi interrompida pelo avanço das medidas de repressão da Ditadura
Militar no início dos anos 1970.
Após um hiato de mais de 30 anos, a obra de Ignez retoma uma série de imagens e de
personagens produzidas justamente no momento desta interrupção. Filmes como Ralé (2015)
e A Moça do Calendário (2017), por exemplo, apropriam-se de trechos das produções da Belair
e as relacionam com imagens contemporâneas através da montagem. Assim, imagens do
passado e do presente são articuladas como se habitassem uma mesma temporalidade – gesto
que revela em si a complexidade dos múltiplos regimes temporais que regem a natureza das
imagens, além de engendrar um debate acerca dos seus distintos modos de sobrevivência
(DIDI-HUBERMAN, 2013, 2015). Nosso objetivo central é analisar o modo como as imagens
dos lmes produzidos pela Belair, que apresentam o ideário estético do cinema brasileiro
moderno, sobrevivem contemporaneamente nos lmes dirigidos por Helena Ignez.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Helena Ignez, Belair Filmes, sobrevivência das imagens.
REFERÊNCIAS
XAVIER, Ismail. O cinema brasileiro moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 3
Jacques Derrida (1992) propõe uma crítica da teoria do dom ou da dádiva, célebre nos
escritos de Marcel Mauss (2007) e basilar à Antropologia contemporânea. Para o lósofo, o
conceito de dom a guardaria um paradoxo: se ele implica em uma economia de trocas, isso
dirime a própria ideia de dádiva – que deveria implicar em uma aneconomia. Isso dá a potência
e singularidade ao dom, ao mesmo tempo que o torna impossível: como pensar algo que,
inserido na cultura, não recircule?
Para Derrida, um texto literário oferece via de saída a esse paradoxo: o breve conto A falsa
moeda, de Charles Baudelaire (2016). O texto trata de um sujeito que dá a um pedinte uma
esmola surpreendentemente generosa, para logo assumir tratar-se de dinheiro falsicado. A
moeda falsa não se dá, pois não é nada; mas, não obstante, ao ser dada, começa uma economia
própria, gerando valor, mas jamais podendo ser retornada, sob o risco da revelação de sua
falsicação fazer ruir toda a cadeia.
O objetivo do presente trabalho, de teor especulativo e ensaístico é investigar a noção de
moeda falsa – por um lado, cotejando-a com a própria noção de signo como uma unidade
signicante ctícia e diferida de seu valor; por outro, entendendo que a pragmática de
circulação das moedas/signos falsos é o que enceta o movimento da Comunicação, e este, por
sua vez, é o responsável pela economia destes valores falsários.
Partimos, para tanto, de pesquisa bibliográca de caráter de construção teórico-
conceitual, de Mauss a Derrida, articulando um entendimento semiótico da imagem de
“moeda falsa”. A partir daí, o trabalho realiza uma transversal em meio a objetos midiáticos
que enfocam os efeitos da circulação de dinheiro falso, para além do conto de Baudelaire.
Lemos, sob um prisma semiótico e desconstrucionista: o desenho/cheque-falso Tzanck
Check, de Marcel Duchamp (1919); os livros de Ricardo Piglia Nome falso (1988) e Dinheiro
queimado (1998); o lme O dinheiro, de Robert Bresson (1983); e a novela de César Aira
Varamo (2002). Este estudo, além que evidenciar a latência do tema da economia falsicada
na cultura, ajuda a descrever a estruturalidade desta circulação e seu sistema de produção de
efeitos de sentido, mesmo a partir da articialidade de sua base. Ou: justo por essa articialida-
de, é nossa hipótese. Essa é uma economia de Comunicação, na qual os signos, como moedas
falsas, executam sua im-possibilidade na enunciação, no dar-se ao outro.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Falso; Dom; Semiótica; Comunicação; Jacques Derrida.
REFERÊNCIAS
DERRIDA, Jacques. Giving time: I. Counterfeit money. Chicago: The University of Chicago
Press, 1992.
PIGLIA, Ricardo. Dinheiro Queimado. São Paulo, Companhia das Letras, 1998.
MESA 3
A partir do lme Amores Expressos (1994), de Wong Kar-Wai, este trabalho desenvolve o
conceito de imagem-tempo apresentado nos escritos de Gilles Deleuze, usando da obra cine-
matográca escolhida como ferramenta de exposição e mesmo tensionamento da teoria do
lósofo em seus esforços de compreender a sétima arte. O problema de pesquisa consiste em, a
partir da desmontagem do lme em signos visuais e narrativos, entender como os signos de
efemeridade cotidiana são construídos e apresentados na produção do chinês Wong Kar-Wai, e
como esses signos se relacionam com a análise deleuziana de situações ótico-sonoras puras e o
cotidiano. Através da comparação de trechos da obra deleuziana com a análise de signicações
cotidianas expostas em cenas e sequências do lme (ilustrados por fotogramas), objetiva-se
estabelecer relações entre a banalidade cotidiana em Maurice Blanchot e em Denilson Lopes,
sua manifestação em Wong e os sistemas de vidência e signicação que a imagem-tempo
proporciona ao espectador durante seus esforços de superar a imagem-movimento.
Pensando sobre o desamparo dos personagens em Amores Expressos frente às suas
incomunicabilidades e seu desejo visceral de escapar do tédio cotidiano, percebemos que seu
movimento está subjugado ao tempo, tempo esse massacrante, impassível, implacável, que só
parece ter seu caráter atordoante suspenso em pequenos momentos de signicado ao lado de
pessoas signicativas, por mais fugazes que sejam. Frente ao rompimento do esquema sensó-
rio-motor, não é mais essencial que as situações culminem em relações verdadeiras, como
antes acontecia no sistema da imagem-movimento - inclusive, tensionando aqui o trabalho de
Wong com a conceituação dos signos em Deleuze como resultados de afecções à sensibilidade
do espectador e agenciadora dos movimentos que permeiam o virtual e o atual. Corpos sem
rosto e sem nome se misturam nas bras que tecem o cotidiano, e o espectador mergulha na
banalidade insuportável dos centros urbanos essencialmente humanos; ele mais registra do
que reage. Mergulhados em potencial de fabulação, os personagens e os espectadores se
tornam videntes, e não mais participantes ativos do esquema de causa-reação; estão fadados a
ver e assimilar situações ótico-sonoras puras sem poder fazer algo sobre elas, estas que lhes
escapam os sentidos e inundam a banalidade do dia após dia. Essa problemática, trazida por
Deleuze em suas duas obras sobre o cinema, é canalizada neste estudo e ilustrada pelos foto-
gramas e narrativas idealizadas por Wong Kar-Wai, expressando em termos e acontecimentos
cinematográcos o subjetivismo cúmplice dos corpos que confundem o real e o espetáculo.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Cinema; Gilles Deleuze; Imagem-tempo; Semiótica; Wong Kar-Wai.
REFERÊNCIAS
AMORES expressos. Direção: Wong Kar-Wai. Produção: Jet Tone Productions. 1994.
BLANCHOT, Maurice. The Innite Conversation. Vol. 82. University of Minnesota Press,
1993.
MESA 4
PALAVRAS-CHAVE
Comunicação; continuidade; sinequismo; semiótica; Peirce.
REFERÊNCIAS
PEIRCE, C. S. The collected papers of Charles Sanders Peirce. Edição eletrônica: Harvard
University Press, 1994.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 4
PALAVRAS-CHAVE
Entropia; Princípio da Energia Livre; Iuri Lotman; Semiótica da Cultura; Teorias da
Comunicação.
REFERÊNCIAS
Pietarinen, Ahti-Veikko; Beni, Majid Davoody. Active Inference and Abduction. Biosemiotics.
2021. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s12304-021-09432-0
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 4
Esta pesquisa trata do projeto de dissertação da autora, que aborda o ativismo digital de
mulheres indígenas no Instagram, através de publicações em seus pers pessoais, investigan-
do as possibilidades de tensionamento cultural e resistência na representação de seus corpos.
A partir disso, procura-se compreender de que forma esses corpos são apresentados, conside-
rando elementos que buscam demarcar diferenças e hábitos e se há alguma intenção de
construir mensagens de resistência pela representação destes. Para tanto, será realizada a
investigação de pers de Instagram; primeiramente, o mapeamento de pers de mulheres
indígenas nesta plataforma; a seguir, a categorização de publicações dos pers escolhidos; a
observação de possíveis semelhanças nestes pers e na forma de comunicar; a investigação do
possível propósito de utilizar o perl como espaço para uma mensagem de resistência; e as
diferenças nas categorias de publicações. A escolha metodológica é a cartograa, que se refere
aos aspectos teórico e empírico da pesquisa. Isso porque vimos a relevância de ampliar a
perspectiva teórica, de modo que alcance autoras latinoamericanas que abordam a questão de
gênero e raça sob um prisma local, como Cusicanqui, Pachamama e Paredes. Também é dada
preferência por que sejam mulheres, na medida do possível com proximidade étnica com o
objeto empírico. Isso, de forma alguma, exclui outras contribuições teóricas, que serão rele-
vantes. No entanto, a proposta é que a cartograa se estenda para conhecer e reconhecer a
produção intelectual em seu local de fala, na busca de autoras que explorem a temática em
suas culturas e a partir de suas visões. Converge com o viés metodológico, que busca a constru-
ção coletiva, constante e variada do conhecimento (KASTRUP; PASSOS, 2013). Para o desen-
volvimento da pesquisa tomam-se as quatro variedades da atenção de Kastrup (2020) como o
percurso que vai guiar o processo: o rastreio, o toque, o pouso e o reconhecimento atento. Para
estudar os textos culturais produzidos, busco aporte no conceito de Semiosfera de Lotman.
Assim, será dada atenção aos espaços de realização da comunicação e aos processos de semio-
se. Outro ponto a ser considerado é o conceito de fronteira, pois é nela que se encontra a
possibilidade de contato da Semiosfera indígena com a Semiosfera ocidental branca, organiza-
dora do Instagram. Lotman (1996) alerta, ainda, que estaria o conceito de fronteira ligado aos
processos de tradução e de não hegemonia, onde se produz a criação e a diferença. Portanto,
estes corpos estudados podem ser pensados como textos que produzem sentidos sobre sua
cultura em um ambiente cultural que é parcialmente de seu domínio. Semiosferas e fronteiras
em contato que produzirão tensionamento de sentidos.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Comunicação; Feminismos; Indígena; Instagram; Cartograa.
REFERÊNCIAS
LOTMAN, Yuri. Semiosfera I. Semiótica de la cultura y del texto. Madrid: Fronesis Cátedra Y
Universitat de Valência, 1996.
MESA 5
O presente projeto naliza uma série de pesquisas realizadas com cianotipia realizada no
IFRS Alvorada nos últimos três anos. Ao aproximar-se de uma das exposições do projeto
Galeria Aberta, do IFRS Campus Alvorada. A exposição BARVABÉCIA: UMA UTOPIA
POSSÍVEL do Eric Pedott, que ocorreu entre os dias de 8 a 28 de novembro de 2021 encontra-
mos a possibilidade de investigar a reprodutibilidade técnica e as lógicas identitárias. A exposi-
ção parte da criação e reivindicação de uma nação chamada Barvabécia, de onde resultaram
trabalhos grácos e fotomontagens de técnica mista. Através dessa exposição, partimos de um
trabalho em especíco, feito na técnica de cianotipia, a obra Passaporte de Visitante. Essa
imagem pode ser reproduzida, incessantemente, desde que tenha os recursos necessários
para esse resultado. No caso a obra “Passaporte de Visitante” parte desse pensamento de algo
possível de se multiplicar, mas não só através do processo original da cianotipia que possibilita
ter cópias, mas do próprio conteúdo. Como um documento que é xerocado, e tem necessidade
de sua cópia para certicação de algo. Como referencial teórico, pensamos em Walter
Benjamin através do ensaio A Obra de arte na sua reprodutibilidade técnica onde reete como
os meios de reprodução denigrem a aura da obra de arte, sua autenticidade, assim perdendo
sua unicidade já que é possível de se reproduzir. Substituindo o valor de culto pelo valor de
massa, cumprindo uma função mercadológica. A aura para Benjamin se entende como o aqui
e o agora da obra de arte com sua duração e seu testemunho no historicismo, não possível de
replicar. Ao trabalhar com a cianotipia, temos um processo que depende de vários fatores, dos
químicos de emulsão, da luz que pode ser tão natural, quanto articial. Esses são meios de
processo que resultam em uma peça única, mas que é possível de se reproduzir tendo sua
singularidade, por mais não seja a mesma como o original primeiro. Mas dentro da proposta da
obra “Passaporte de Visitante” temos a cópia com devida alteração, com a identidade de cada
pessoa destinada ao passaporte: A unicidade, pois trata de algo exclusivo, por mais seja a cópia
de um documento, mas com devidas alterações. Sendo assim o “Passaporte de Visitante” passa
a manter sua aura, por mais seja um trabalho que indicie a proliferação de um documento.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Cianotipia; Fotograa; Processos.
REFERÊNCIAS
CRARY, Jonathan. 24/7 - Capitalismo tardio e os ns do sono. São Paulo, Cosac Naify, 2014.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O que é losoa? Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
GIORGI, Fabio. Manual de Cianotipia e Papel Salgado. Rio de Janeiro. Ibis Libris, 2017
MANOVICH, Lev. The language of new media. Cambridge: MIT Press, 2002.
PARIKKA, Jussi. What is media archaeology. Cambridge. Malden, MA: Polity Press, 2012.
SONTAG, Susan. Sobre Fotograa. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 5
Nos últimos cinco anos, tornou-se comum o consumo de música ambiente por meio do
YouTube. Embora raramente sejam apresentadas ou compreendidas como peças de ambient
music, tais músicas se aproximam da proposta deste gênero, por serem meticulosamente
construídas para possuírem poucas variações rítmicas e melódicas. O objetivo desta investiga-
ção é observar o lo hip hop, gênero que se popularizou no YouTube e que tem sido instrumen-
talizado para servir de pano de fundo para atividades de trabalho, estudo e relaxamento (ROSA
e JANOTTI Jr, 2018), a partir das premissas do que constitui-se como ambient music nos
termos de Brian Eno (2013). Partimos das sonoridades para compreender como delas decor-
rem novos modos de escuta e semioses afetivas que expandem as possibilidades da música
ambiente. Para isto, os procedimentos metodológicos partem do mapeamento dos modos de
produção do lo hip hop, em especial tutoriais de produção do gênero. Os tutoriais não só
"ensinam a fazer": eles também transparecem as condições de realização técnica, estética,
cultural e política do lo hip hop. Analisamos alguns destes tutoriais, produzidos por brasilei-
ros e anglófonos. Esta análise indicou a presença de sonoridades de baixa delidade e resolu-
ção, como a equalização com cortes de agudos, além de progressões de jazz e percussões estilo
boom bap. Ou seja, este gênero possui aspectos estéticos relacionados à agenciamentos de
baixa denição (CONTER, 2016), mas produzidos a partir de softwares (DAWs) em um
contexto hi- (WINSTON e SAYWOOD, 2019; LANDARINI, 2021). O efeito de baixa delida-
de é produzido a partir do uso de plugins que simulam efeitos analógicos. Tais características
sonoras também são encontradas nos gêneros ligados ao hip-hop, que muitas vezes está
estruturado em beats construídos a partir de samples extraídos de discos de vinil. Esta análise
nos leva à seguinte hipótese: se tanto o lo- quanto o hip-hop possuem agenciamentos de baixa
denição, as principais diferenças destes gêneros para o recente lo hip hop são as característi-
cas de ambient music que estão expressas neste gênero. O lo hip hop seria, portanto, muito
mais uma nova expressão do ambient music do que uma fusão entre lo- e hip-hop. Tal como
do choque entre dois corpos não surge uma mistura perfeita entre eles, mas um afeto, um
signo que representa falsamente o objeto (DELEUZE, 2019).
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Lo hip-hop; semiótica; música ambiente; YouTube; tutoriais.
REFERÊNCIAS
CONTER, Marcelo Bergamin. LO-FI: música pop em baixa denição. Curitiba: Appris, 2016.
DELEUZE, Gilles. Espinoza e as três éticas. IN: ______. Crítica e clínica. São Paulo: Ed. 34,
2019. p. 177-194.
ENO, Brian. Ambient music. IN: COX, Christoph; WARNER, Daniel (Orgs.). Audio culture:
readings in modern music. Bloomsbury: New York, 2013. p. 94097.
ROSA, André Santa; JANOTTI Jr, Jeder. “Lo Hip Hop Radio”: Youtube, Música Instrumental
e Novas Escutas. In: Intercom - XIV Jornada de Iniciação Cientíca em Comunicação, evento
componente do 41o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Anais. Joinville, 2018.
MESA 5
PALAVRAS-CHAVE
Produção comunicacional; Escuta musical; Semanálise; Semiótica pragmaticista.
REFERÊNCIAS
KRISTEVA, J. Sémeiòtiké: recherches pour une sémanalyse. Paris, França: Seuil, 1969.
PEIRCE, C. S. The collected papers of Charles Sanders Peirce. Edição eletrônica: Harvard
University Press, 1994.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 6
A nostalgia é uma crescente na cultura pop. Música, moda ou cinema, o sentimento que
retrata aquilo que vivemos em tempos mais simples é constantemente buscado nas novas
tendências (REYNOLDS, 2010).
Em um presente onde é possível revisitar o passado a qualquer momento, o que já passou
não está somente na memória. Está nas redes sociais, nos vídeos ou até mesmo remodelados
em novos programas de streaming. Anal, nunca antes tivemos uma sociedade que é obcecada
por seu passado imediato, capaz de acessá-lo em poucos cliques (REYNOLDS, 2010). Essa
revisita constante tem o poder de colocar a nostalgia em foco, onde os usuários se conectam
com aquilo que viveram no passado. Principalmente quando falamos em música pop, e a sua
relação especial com a juventude. (FRITH, 1996)
A MTV como canal de televisão musical revolucionou a indústria fonográca em sua
época (DENISOFF, 2017). Hoje em moldes diferentes, não interessa aqui entender o que se
tornou, mas sim o impacto que teve quando surgiu e se manteve inuente até o começo da
década de 2010. Um centro de arte, música e criatividade, com irreverência e atitude. E que
viu sua derrocada com o surgimento e desenvolvimento das redes sociais e novas formas de
consumo.
Quando olhamos para trás, só nos resta a nostalgia. De tempo mais simples, das expe-
riências joviais. Mas sem esquecer das implicações sociais e políticas, em um tempo onde tudo
muda muito rápido e já não há mais certezas ou esperanças na tecnologia ou no próprio desen-
volvimento da sociedade (FISHER, 2020).
Sempre que a Music Television vira pauta, os telespectadores que uma vez foram con-
quistados, se vêem novamente dentro do saudosismo. Uma memória quase que fantasmática
(FISHER, 2020), que segue acompanhando os espectadores mesmo com algumas décadas de
vida a mais. Um sentimento que pode, de fato, se relacionar apenas ao tempo sem preocupa-
ções que a juventude traz. Mas que também pode ser sintoma do capitalismo tardio, de uma
sociedade sem um direcionamento ecaz em relação ao futuro.
Este é apenas um recorte de um trabalho que ainda está em andamento, que pretende
relacionar o “realismo capitalista” (FISHER, 2020), o recorte de geração dos estudos culturais
(COHEN, 1997) e a arqueologia da mídia (PARIKKA, 2017). Dando conta da estética e da
temática da MTV como referência de cultura jovem em um tempo não tão distante, que segue
presente na memória social, se tornando um objeto ativo de nostalgia.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Comunicação; Nostalgia; Capitalismo tardio; Música pop; MTV.
REFERÊNCIAS
COHEN, Phil. Rethinking the youth question: Education, Labour and Cultural Studies.
Londres: Macmillan Press, 1997.
FRITH, Simon. Performing rites: on the value of popular music. Cambridge: Harvard
University Press, 1996.
GOES, Zico. MTV, bota essa p#@% pra funcionar!. São Paulo: Panda Books, 2014.
HAMMOND, Simon. K-Punk ampliado. Intexto, Porto Alegre, n. 52, p. 108-170, 2021.
Disponível em: https://seer.ufrgs.br/intexto/article/view/108170
MARKS, Craig; TANNENBAUM, Rob. I want my MTV: the uncensored story of the music vídeo
revolution. Nova Iorque: Penguin Group, 2011.
REYNOLDS, Simon. Retromania: Pop Culture’s Addiction to Its Own Past. Londres: Faber &
Faber, 2010.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 6
O presente trabalho pretende investigar os diferentes modos pelos quais a trilha musical
da série de videogame Minecraft (2009-) é ressignicada por produtores de conteúdo amado-
res para YouTube. A trilha musical do jogo foi lançada em 2011 na versão álbum intitulado
Volume alpha, composta por Daniel Rosenfeld. Ela é etérea, suave, instrumental e remete aos
elementos típicos da ambient music – música para banhar o espaço acústico e fomentar a
reexão e a criatividade (ENO, 1978; 2013). A geração que na década passada se divertia com
o jogo hoje tem procurado esta trilha no YouTube para ouvir enquanto desenvolve outras
tarefas. Além do álbum, há também versões de fãs em que efeitos sonoros reconfortantes são
adicionados (reverberação, sons de chuva, lareira crepitando etc.). Assim, nos interessa
compreender como estas versões transformam os modos de escuta e os regimes de signo da
música ambiente quando atravessada por agenciamentos nostálgicos.
À experiência de escuta (que geralmente é particular, individualizada, nos termos de
Kassabian, 2013) somam-se os comentários de outros ouvintes, membros da comunidade,
anúncios do YouTube, opções de compartilhamento, “like” e “unlike”, bem como sugestões de
vídeos similares. Assim, ao assistirmos estes vídeos e suas derivações, acessamos também os
registros feitos pelos próprios ouvintes sobre e a partir de suas experiências de escuta nos
comentários. As memórias individuais do gameplay do passado se confundem com a escuta
coletiva e assíncrona do presente. Pickering e Keightley (2006) comentam que é mais provável
nos lembrarmos de experiências mediadas do que experiências não-mediadas, e assim, a
mediação do passado é um processo pelo qual as mídias podem xar e limitar a memória
social. Há uma dimensão política que toma forma por meio das relações entre escuta, memó-
ria e sonoridades que nos interessa compreender.
Considerando que esta pesquisa está em desenvolvimento, conclui-se parcialmente que
o que se expressa nestas relações é uma ressignicação dupla do sentido de nostalgia: a um
tempo, reorganiza-se a experiência de uma nostalgia privada e individualizada da infância de
cada usuário, enquanto toma forma uma nostalgia coletiva que é agenciada pela memória das
mídias, e, com isso, reorganiza-se também a memória e a aplicabilidade da trilha de Minecraft
como música ambiente.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Semioses afetivas; Nostalgia; Ambient music; Minecraft; YouTube.
REFERÊNCIAS
ENO, Brian. Ambient #1 Music for Airports. PCV 7908 (AMB 001). E.G. Records, 1978. 1
disco sonoro (42 min), 33 1/3 rotaço es, este reo, 12 pol.
ENO, Brian. Ambient music. IN: COX, Christoph; WARNER, Daniel (Orgs.). Audio culture:
readings in modern music. Bloomsbury: New York, 2013. p. 94097.
KASSABIAN, Anahid. Ubiquitous Listening: affect, attention, and distributed subjectivity. 1st
ed. University of California Press, 2013. http://www.jstor.org/stable/10.1525/j.ctt2855s2.
MESA 6
Não é o caso de nos perguntarmos “o que é um corpo”, mas o que ele pode, sua potência,
atualização de virtualidades, aberturas para novas conexões. Em nossa pesquisa, a questão
vem a partir de Antonin Artaud, talvez dos mais radicais em sua busca por um corpo vibrátil,
que não é morada da linguagem mas que experimenta, como diz Artaud (1996), a “linguagem
como meio da loucura”, que atira o corpo à violência da gagueira, do sopro, do grunhido, do
gemido, do grito, dos ruídos, advindo das dimensões em que o pensamento não o domina
enquanto objeto, mas corpo que é a própria matéria intensa, não formada: um corpo sem
órgãos (CsO).
À busca de Artaud, são acrescentadas novas problemáticas com Gilles Deleuze e Félix
Guattari, nos anos 70 e 80. É certo que no platô Como criar para si um corpo sem órgãos?, de
Mil Platôs (2012), discorrem os autores sobre o corpo do masoquista, do hipocondríaco, do
esquizofrênico, do drogado, do paranóico: “Mas por que este desle lúgubre de corpos costura-
dos, vitricados, catatonizados, aspirados, posto que o CsO é também pleno de Alegria, de
êxtase, de dança? Então, por que estes exemplos?” (DELEUZE; GUATTARI, 2012, p. 13). À
pergunta-título do platô, portanto, não são oferecidas respostas diretas.
Se não por exemplos, modelos ou representações, de maneira proliferante e dispersa
lançam provocações, caminhos, circunstâncias que induzem à experimentação, à criação.
Estas dispersões nos levaram à formulação de um uxo próprio do CsO de nossa pesquisa de
mestrado, que agencia-se com os objetos analisados (corpos em experimentações audiovisuais
contemporâneas). Ao nosso ver, a partir da problemática de Mil Platôs (2012), é possível inferir
que a criação de um CsO se dá pela: 1) construção de um programa como um motor de experi-
mentação que produza dois 2) níveis - o da constituição do CsO e o da passagem das 3) intensi-
dades - capazes de 5) desestraticar signicações (com prudência), e formarem 6) platôs.
Pretendemos discutir estes itens enquanto estratégia metodológica de nossa pesquisa. Nosso
objetivo é a formulação de CsO enquanto operador de agenciamentos de intensidades do
corpo, de modo a colocar signos em vibração. Esta formulação se dá a partir de uma semiótica
extraída de Artaud principalmente a partir do diálogo com Uno (2022), que infere que o signo
para Artaud não terá função de signicação, mas de vibração e conexão de intensidades: signo
como um corpo colocado em estado de comunicação com outros corpos.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
corpo; corpo sem órgãos; Antonin Artaud; metodologia; experimentação.
REFERÊNCIAS
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 3. São
Paulo: Editora 34, 2012.
UNO, Kuniichi. Artaud - Pensamento e corpo. São Paulo: n-1 edições, 2022.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 6
PALAVRAS-CHAVE
cinema; multidão; teoria de cineastas.
REFERÊNCIAS
AUMONT, Jacques. À quoi pensent les lms. Paris: Nouvelles Édition Séguier, 1996.
ENTRE NÓS TALVEZ ESTEJAM MULTIDÕES. Direção: Aiano Bemca e Pedro Maia de
Brito. Produção: Amarillo Produções Audiovisuais, 2020.
BEMFICA, Aiano; DIAS, Emerson. DEBATE: ENTRE NÓS TALVEZ ESTEJAM MULTIDÕES
- 23° FESTIVAL KINOARTE DE CINEMA. 15 dez 2021.
BEMFICA, Aiano; MAIA DE BRITO, Pedro; RODRIGUES, Ana. 53º FBCB - ENTRE NÓS
TALVEZ ESTEJAM MULTIDÕES. Debate sobre o lme. 20 dez 2020.
DELEUZE, Gilles. O que é o ato de criação? DELEUZE: Gilles. Dois regimes de loucos: textos e
entrevistas (1975-1995). São Paulo: Editora 34, 2016.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a losoa? Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
MITCHELL, WJT. Picture theory: Essays on verbal and visual representation. Chicago and
London: The University of Chicago Press, 1994.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 7
O objetivo deste trabalho será elucidar, a partir de uma análise sob a luz do pensamento
de Max Horkheimer, como a narrativa da animação Cowboy Bebop: The Movie, dirigida por
Shinichiro Watanabe (2000), pode ser vista como uma reexão a respeito das consequências
da hegemonia de uma visão de mundo pautada por uma razão instrumentalizada, tal como
conceituada pelo autor alemão em Eclipse da Razão (HORKHEIMER, 2007). Além disso,
pretende-se identicar os aspectos dos três gêneros presentes na narrativa – cção cientíca,
western e lm noir – a m de entender como elementos destes gêneros são articulados de
modo a construir o universo da animação e reforçar a ideia de uma visão de futuro distópica.
Primeiramente, será proposta uma contextualização a m de situarmo-nos à época de
realização do lme, no Japão do nal da década de 1990. Trabalhando com o conceito de
episteme, de Foucault (2008), nossa intenção é a de reconstruir o cenário político, econômico
e social da época a m de elucidar os elementos constitutivos do imaginário social que permea-
vam a sociedade japonesa. Em seguida, desenvolvemos o conceito de tripla mímesis, de
Ricoeur (2010) que nos auxiliará na compreensão de como a articulação dos elementos
presentes na episteme podem constituir uma narrativa interligada ao seu contexto.
Ao m, efetuaremos a análise fílmica, na qual serão abordados os aspectos dos três
gêneros cinematográcos presentes na obra, além de sua articulação na narrativa. Os concei-
tos de cção cientíca, western e lm noir serão trabalhados a partir das noções de Kaveney
(2005), Aquila (2015) e Conard (2006), respectivamente, e o principal referencial para análise
da narrativa cinematográca será Jost e Gaudreault (2009).
PALAVRAS-CHAVE
Animação; Cowboy Bebop; eclipse da razão; cção cientíca.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
REFERÊNCIAS
AQUILA, Richard. The Sagebrush Trail: Western Movies and Twentieth-Century America.
University of Arizona Press, 2015.
CONARD, Mark. The Philosophy of Film Noir. Kentucky University Press, 2006.
KAVENEY, Roz. From Alien to The Matrix: Reading Science Fiction Film. I. B. Tauris, 2005.
RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa Vol. 1: A Intriga e a Narrativa Histórica. Martins Fontes,
2010.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
MESA 7
Este estudo, de forma exploratória, propõe uma aproximação entre estética, comunica-
ção e semiótica, focando na produção de sentido de obras do design e da arte. Parte-se do
objeto empírico Cadeira Favela, dos Irmãos Campana e da pintura Notary, de Jean Michel
Basquiat. No plano comunicacional, busca-se identicar e descrever a construção de sentido
desses objetos culturais, expandindo o horizonte do signicado ao plano social e político. Desta
forma, busca-se construir uma reexão crítica sobre arte e design contemporâneo, desvelando
algumas estruturas de poder subjacentes ao campo da indústria cultural.
Tendo em vista a grande relevância que o design assumiu nas sociedades ocidentais a
partir do nal da primeira metade do século XX, e partindo do princípio de que arte, antes de
mais nada, é um fenômeno sociocultural e um sistema de linguagem simbólica, propomos
com este estudo questionar a estética contemporânea e sua relação com a indústria cultural.
Considera-se que a estética da arte e do design, a partir dos anos 80 assumiu, especialmente
no plano da forma, uma dimensão ambígua, abrindo-se para produções mais híbridas e próxi-
mas à estéticas cujo efeito de sentido sugere rupturas com padrões hegemônicos de gosto,
permitindo-nos observar uma abertura no campo cultural e simbólico da expressão através da
arte e do design.
Em relação ao recorte proposto neste estudo, haveria inúmeros artistas que poderiam ser
incluídos nesse repertório de análise. Entretanto, focamos em Jean Michel Basquiat, grateiro
e pintor, que juntamente com Andy Wahrol, é um dos representantes da arte americana da
segunda metade do século XX.
Notary, 1983. Pintura em Acrilico, óleo e colagem em tela. Coleção da familia Schorr; em empréstimo de
longo prazo ao Museu de Arte da Universidade de Princeton. Fonte:
<http://obviousmag.org/archives/2010/04/jean-michel_basquiat.html> acesso: 02.06.2022
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
PALAVRAS-CHAVE
Comunicação, Estética, Dispositivo, Arte, Design.
REFERÊNCIAS
MESA 7
PALAVRAS-CHAVE
Pantera Negra; Killmonger; Personagem; Representatividade; Empoderamento Negro.
REFERÊNCIAS
AFROKUT. O que é Afrofuturismo. Blog AfroKut. São Paulo, 13 de maio de 2018. Disponível
em https://afrokut.com.br/blog/o-que-e-afrofuturismo/. Acesso em 28 de julho de 2021.
ALMEIDA, Chrislayne Muniz de. Afrofuturismo e Direção de Arte no lme Pantera Negra. João
Pessoa, 2020. 63 p. Monograa (Curso de Radialismo) – Universidade Federal da Paraíba.
ANDREW, James Dudley. As principais teorias do cinema: uma introdução. Rio de Janeiro.
Jorge Zahar Ed., 2002.
BOTELHO; JUNIOR GERALDES. Joyce Luiza Alves; Gutemberg Alves. A derrota do herói: a
constituição arquetípica da personagem Killmonger no lme Pantera Negra. Revista Temática.
UFPB. Paraíba, 2019.
CAMPOS, Flávio de. Roteiro de cinema e televisão: a arte e a técnica de imaginar, perceber e
narrar uma estória. Rio de Janeiro. Zahar, 2011.
CHINEN, Nobu. O Negro nos quadrinhos do Brasil. São Paulo: Peirópolis, 2019.
VI jornada de semiótica e culturas da comunicação
COVRE, Giulia. Os gurinos de “Pantera Negra” são uma homenagem linda à cultura africana.
PapelPop. Disponível em https://www.papelpop.com/2018/02/referencias-do-gurino-de-
pantera-negra/. Acesso em 03 de setembro de 2021.
HOOKS, bell. Olhares Negros. Raça e Representação. Rio de Janeiro: Elefante, 2019.
GONZALEZ, Lélia; HASENBALG, Carlos. Lugar de negro. 3. ed. Rio de Janeiro: Marco Zero,
1982.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.