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• Troca de duas linhas entre si. Neste caso escrevemos Lj ↔ Li para indicar a
troca das linhas i e j entre si.
L1 L1
.. ..
. .
Li Lj
. −→ .
.. Lj ↔ Li
A= ..
L L
j i
. .
.. ..
Lm Lm
• Multiplicar todos os elementos de uma linha por um escalar não nulo. Neste
caso, escrevemos L0i = αLi , ou apenas αLi , para indicar que linha i foi multi-
plicada pelo escalar não nulo α.
L1 L1
.. ..
. .
−→
A = Li 0 αLi
. Li = αLi .
.. ..
Lm Lm
para indicar que a nova linha j da matriz é igual à soma de Lj com αLi .
L1 L1
.. ..
. .
Li Li
. −→ .
A = .. 0
..
L j L = Lj + αL i
L + αL
j j i
. .
. .
. .
Lm Lm
Estas operações podem ser usadas para transformar uma matriz quadrada numa
matriz triangular superior ou inferior ou mesmo diagonal.
1 2 −→ 1 2 −→ 1 0
.
2 1 L02 = L2 + (−2)L1 0 −3 L01 = L1 + 23 L2 0 −3
Note que a matriz diagonal obtida não é unica. Bastaria, por exemplo,
multi-
4 0
plicar a primeira linha por 4 e obterı́amos uma outra matriz diagonal .
0 −3
A matriz B pode ser transformada numa matriz triangular superior da seguinte
forma:
2 1 4 −→ 2 1 4
6 1 0 L02 = L2 + (−3)L1 0 −2 −12
−1 2 −10 L03 = L3 + 12 L1 0 52 −8
2 1 4
−→ 0 −2 −12 .
L03 = L3 + 54 L2
0 0 −23
Finalmente, transformamos a matriz C numa matriz triangular superior
também.
1 2 0 1 2 0 1 2 0
−→ −→
2 4 6 0 0 0 −6 0 1 −3 .
L2 = L2 + (−2)L1 L2 ↔ L3
0 1 −3 0 1 −3 0 0 −6
Definição 1.2.3 Dizemos que uma matriz A ∈ Mm×n (K) é equivalente por lin-
has a B ∈ Mm×n (K), se B pode ser obtida a partir de A usando as operações
elementares sobre as linhas.
19
Exemplo 1.2.4 A matriz A do exemplo anterior é equivalente por linhas às ma-
trizes diagonais
1 0 4 0
e .
0 −3 0 −3
Definição 1.2.5 Diz-se que uma matriz A de dimensão m × n é uma matriz em
escada de linhas ou em forma de escada se:
1. por baixo do primeiro elemento não nulo de cada linha da matriz e por baixo
dos elementos anteriores da mesma linha, todas as entradas da matriz são
iguais a zero;
2. não existem linhas totalmente nulas seguidas de linhas não nulas.
1 2 3 4 0
0 5 −3 7 6
Exemplo 1.2.6 A matriz 0 0
é uma matriz em escada de lin-
0 4 π
0 0 0 0 0
has.
As matrizes
1 2 3 4
0 5 −3 1 2 3
7 0
0 0 0
0 0
4
0 1 2
0 0 1 0
não são matrizes em escada de linhas.
Exercı́cio 1.16 Indique se estão em escada de linhas cada uma das seguintes
matrizes:
5 1 4
0 0 1 0
0 0
, B = 0 5 0 0
A= 0 e C = 0 0 1 .
1 3
0 0 1
0 0 2
20
Teorema 1.2.7 Toda a matriz A ∈ Mm×n (K) é equivalente por linhas a uma matriz
em escada de linhas.
2 1 1 1
Exemplo 1.2.8 Consideremos a matriz A = 4 2 3 4 . Transfor-
−6 −3 −1 1
mamos A numa matriz em escada de linhas da seguinte forma:
2 1 1 1 −−−−−−−−→ 2 1 1 1
4 2 3 4 L2 + (−2)L1 0 0 1 2
−6 −3 −1 1 L3 + 3L1 0 0 2 4
−−−−−−−−→ 2 1 1 1
L3 + (−2)L2 0 0 1 2 .
0 0 0 0
Notamos que a matriz
2 1 1 1
B= 0
0 1 2
0 0 0 0
não é a única matriz em escada de linhas que pode ser obtida a partir de A. Por
exemplo, a matriz em forma de escada
1 21 12 12
0 0 1 2
0 0 0 0
Definição 1.2.9 Diz-se que uma matriz A é uma matriz em escada de linhas
reduzida ou em forma de escada reduzida se:
Teorema 1.2.11 Qualquer matriz A ∈ Mm×n (K) é equivalente por linhas a uma
única matriz em escada de linhas reduzida.
Definição 1.2.12 Seja A ∈ Mm×n (K). À única matriz equivalente por linhas a A
e em escada de linhas reduzida, chamamos forma de Hermite de A ou forma
de escada reduzida de A.
1 2 3 4
Exemplo 1.2.13 Consideremos a matriz A = . Temos
1 2 5 8
1 2 3 4 −→ 1 2 3 4 −→ 1 2 3 4
1
1 2 5 8 L2 − L1 0 0 2 4 L
2 2
0 0 1 2
−→ 1 2 0 −2
.
L1 − 3L2 0 0 1 2
Definição 1.2.15 Seja A ∈ Mm×n (K). Ao número de linhas não nulas de qualquer
matriz equivalente por linhas a A e em escada de linhas, chamamos caracterı́stica
de A e denotamos por r(A).
2. r(A) = r(AT ).
Exemplo 1.2.18 Seja k um número real. Em cada um dos exemplos seguintes, va-
mos estudar, em função dos valores do parâmetro k, a caracterı́stica das respectivas
matrizes.
1. Consideremos a matriz
0 1 2
A= .
0 0 k
Note que A já é ela própria uma matriz em escada de linhas. Como o número
de linhas não nulas depende se k é ou não zero concluimos que: para k = 0,
r(A) = 1 e para k 6= 0, r(A) = 2.
2. Seja
3 1 2
A= .
0 0 k 2 − 3k + 2
Neste caso, a caracterı́stica de A vai depender se k 2 − 3k + 2 é ou não zero.
Aplicando a fórmula resolvente, obtemos
√
2 3± 9−8
k − 3k + 2 = 0 ⇔ k = ⇔ k = 2 ∨ k = 1.
2
Portanto, para k = 2 ∨ k = 1, temos r(A) = 1 e para k 6= 2 ∧ k 6= 1, r(A) = 2.
23
3. Consideremos a matriz
1 2
A= .
k 3
3 3
Daqui concluimos que para k = , r(A) = 1 e para k 6= , r(A) = 2.
2 2
k 0 −1 w
0 0 k 1 0 w 0
C= 0 w 2
e D=
1
.
1 1 1
3 0 1
1 1 0 1
24
Temos
1 −2 4 1 −2 4 1 −2 4
0 −3 5 −−−−−−→ −−−−−→
L3 + 2L1 0 −3 5 L3 + L2 0 −3 5 .
−2 1 −3 0 −3 5 0 0 0
1 −1
Exemplo 1.2.21 Neste exemplo mostramos que a matriz A = é equiv-
2 0
alente por linhas à matriz identidade e, assim, de acordo com o teorema anterior A
é invertı́vel. Temos
1 −1 −−−−−−→ 1 −1 1 −1 −−−−−→ 1 0
−→
L2 − 2L1 1 L1 + L2 .
2 0 0 2 L
2 2
0 1 0 1
25
[A|I] −→ · · · −→ · · · −→ [I|A−1 ]
operações elementares
sobre as linhas
1 1
Exemplo 1.2.22 1. Consideremos a matriz A = . Esta é invertı́vel
2 1
pois
1 1 −→ 1 1
2 1 L2 + (−2)L1 0 −1
e portanto r(A) = 2.
Aplicando o método de Gauss-Jordan
1 1 1 0 −→ 1 1 1 0
[A|I] =
2 1 0 1 L2 + (−2)L1 0 −1 −2 1
−→ 1 1 1 0 −→ 1 0 −1 1
−L2 0 1 2 −1 L1 − L2 0 1 2 −1
concluı́mos que a inversa de A é
−1 −1 1
A = .
2 −1
1 1 1
2. Para determinar a inversa de A = 0
1 1 fazemos
0 0 1
1 1 1 1 0 0 −→ 1 1 0 1 0 −1
0 1 1 0 1 0 L1 − L3 0 1 0 0 1 −1
0 0 1 0 0 1 L2 − L3 0 0 1 0 0 1
26
1 0 0 1 −1 0
−→ 0 1 0 0 1 −1 .
L1 − L2
0 0 1 0 0 1
Portanto,
1 −1 0
A−1 = 0 1 −1 .
0 0 1
Já vimos que se A e B são matrizes invertı́veis, então o mesmo sucede ao seu
produto AB. O próximo teorema estabelece que o contrário também é verdadeiro.
Exercı́cio 1.21 Determine a inversa de cada uma das seguintes matrizes in-
vertı́veis:
2 3
(a) A = .
1 3
1 −1 0
(b) B = 2 1 2 .
0 1 −1
0 0 0 1
0 0 1 2
(c) C =
0
.
1 2 3
1 2 3 4
Exercı́cio 1.22 Justifique que são invertı́veis e calcule a inversa de cada uma
das seguintes matrizes com entradas reais:
0 0 a
(a) A = 0 b 0 , com abc 6= 0.
c 0 0
a a 2 a3
1
0 1 a a2
(b) B =
0
.
0 1 a
0 0 0 1