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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
ÁLGEBRA LINEAR
Prof. Dr. Raimundo Alves Leitão Júnior
Lista 5

DIAGONALIZAÇÃO

1. Verifique quais dos operadores lineares abaixo são diagonalizáveis:

a. T : R2 → R2 dado por T (x, y) = (2y, x).


Solução: Como a representação matricial do operador é
 
0 2
,
1 0

seu polinômio caracterı́stico é


√ √
 
0−λ 2
p(λ) = det = λ2 − 2 = (λ − 2)(λ + 2).
1 0−λ

Decorre do teorema 7.2.6 do livro-texto que T é diagonalizável.


b. T : R2 → R2 dado por T (x, y) = (x + y, 2x + y).
c. T : R3 → R3 dado por T (x, y, z) = (x + y, x − y + 2z, 2x + y − z).
d. T : R4 → R4 dado por T (x, y, z, t) = (x, x+y, x+y+z, x+y+z+t).
Solução: Como a representação matricial do operador é
 
1 0 0 0
1 1 0 0
1 1 1 0 ,
 

1 1 1 1

seu polinômio caracterı́stico, usando o desenvolvimento de La-

1
place para o cálculo do determinante, é
 
1−λ 0 0 0
 1 1−λ 0 0 
p(λ) = det  
 1 1 1−λ 0 
1 1 1 1−λ
 
1−λ 0 0
= (1 − λ) det  1 1−λ 0 
1 1 1−λ
= (1 − λ)[(1 − λ)3 ]
= (1 − λ)4 .
Decorre do teorema 7.2.6 do livro-texto que T não é diagonalizável.

2. Dados A = (aij ) ∈ M(n × n) e β a base canônica de Rn podemos


considerar o operador linear TA : Rn → Rn dado por
TA (v) = A · [v]β , para todo v ∈ Rn ,
onde A · [v]β é o vetor com coordenadas na base β dadas pelo produto
de matrizes A · [v]β . Dizemos que uma matriz A é diagonalizável
quando o operador linear TA é diagonalizável. Para quais valores de λ
as matrizes abaixo são diagonalizáveis?
   
1 1 1 λ
a. . b. .
0 λ 0 1
Solução: (a.) Da representação matricial do operador é imediato que
seu polinômio caracterı́stico é
 
1−λ 1
pA (λ) = det = (1 − λ)(a − λ).
0 a−λ
Se a 6= 1 então, pelo teorema 7.2.6. do livro-texto, A é diagonalizável.
( O teorema 7.2.6. diz: Sejam λ1 , . . . , λn os autovalores distintos de
um operador linear. Então o operador é diagonalizável se, e somente
se o polinômio
(x − λ1 )(· · · )(x − λn )
anular a matriz do operador. Em nosso caso, para que os autovalores
sejam distintos devemos ter a 6= 1. Assim, como o que temos é o po-
linômio caracterı́stico, que sempre anula a matriz do operador, decorre
o resultado evocando o teorema 7.2.6.)
3. Dada a matriz  
2 1 0 0
 0 2 0 0 
A=
 0
,
0 2 0 
0 0 0 3

2
a. A matriz A é diagonalizável?
Solução: Não. Com efeito, utilizando o desenvolvimento de La-
place para o cálculo do determinante do polinômio caracterı́stico,
temos
 
2−λ 1 0 0
 0 2−λ 0 0 
pA (λ) = det  
 0 0 2−λ 0 
0 0 0 3−λ
 
2−λ 0 0
= (2 − λ)  0 2−λ 0 
0 0 3−λ
= (2 − λ)[(2 − λ)2 (3 − λ)]
= (2 − λ)3 (3 − λ).

Logo, o polinômio caracterı́stico é dado por

pA (λ) = (2 − λ)3 (3 − λ).

Pelo teorema 7.2.6. do livro texto, precisamos verificar se a matriz


do operador anula o seguinte polinômio: (2 − λ)(3 − λ). Como
veremos no próximo item, onde faremos a verificação, a matriz
do operador não anula o último polinômio; do teorema 7.2.6.
concluı́mos que a matriz A não é diagonalizável.
b. Determine o polinômio minimal de A.
Solução: Pelo item anterior temos as seguintes opções:

p1A (λ) = (2 − λ)(3 − λ)


p2A (λ) = (2 − λ)2 (3 − λ)
p3A (λ) = (2 − λ)3 (3 − λ) = pA (λ).

p1A (A) = (2I − A)(3I − A)


= 6I − 2IA − 3AI + A2
= 6I − 5A + A2 .

Observe que
    
2 1 0 0 2 1 0 0 4 4 0 0
0 2 0 0   0 2 0 0   0 4 0 0 
A2 = 

  =  
 0 0 2 0  0 0 2 0   0 0 4 0 
0 0 0 3 0 0 0 3 0 0 0 9

3
e
   
6 0 0 0 10 5 0 0
 0 6 0 0   0 10 0 0 
6I − 5A = 
 0 0 − 
6 0   0 0 10 0 
0 0 0 6 0 0 0 15
 
−4 −5 0 0
 0 −4 0 0 
=  .
 0 0 −4 0 
0 0 0 −9
 
0 −1 0 0
 0 0 0 0 
Logo, p1A (A) =   0 0 0 0  6= 0. Em particular, finaliza-

0 0 0 0
mos a verificação do item a. acima, conforme prometido.

p2A (A) = (2I − A)2 (3I − A)


= (4I − 4A + A2 )(3I − A)
= 12I − 4A − 12A + 4A2 + 3A2 − A3
= 12I − 16A + 7A2 − A3 .

Observe que
    
4 4 0 0 2 1 0 0 8 12 0 0
0 4 0 0  0 2 0 0  0 8 0 0
A3 = A2 A = 
     
 0 =  
0 4 0  0 0 2 0   0 0 8 0 
0 0 0 9 0 0 0 3 0 0 0 27
e
   
12 0 0 0 32 16 0 0
 0 12 0 0   0 32 0 0 
12I − 16A + 7A2  0 0 12 0  −
=   
 0 0 32 0 

0 0 0 12 0 0 0 48
 
28 28 0 0
 0 28 0 0 
+ 
 0 0 28 0 

0 0 0 63
 
8 12 0 0
 0 8 0 0 
= 
 0 0 8 0 .

0 0 0 27

4
   
8 12 0 0 8 12 0 0
 0 8 0 0 
 0 8 0 0
 
Logo, p2A (A) = 
 0 0 8 0  −  0 0 8 0
  = 0.

0 0 0 27 0 0 0 27
Portanto, o polinômio minimal é

p2A (λ) = (2 − λ)2 (3 − λ).

4. Dada a matriz triangular superior


 
a b c
A = 0 d e  ,
0 0 f

onde elementos acima da diagonal são distintos e não-nulos.

a. Quais são os autovalores e os autovetores de A?


b. Qual é o polinômio minimal de A?

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