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Rafael Nagai
rafaelnagaimat@hotmail.com
2020
1
Sumário
1 Questões 3
2 Solução 3
2
1 Questões
1. Considere P (x) ∈ Z[x] (polinômio com coeficientes inteiros)
(a) Podemos afirmar que sempre existe uma matriz A tal que o polinômio carac-
terı́stico PA (x) = P (x)?
1
cos(x 3 )
2. Seja f (x) = 2 . Defina:
x3
Z n+1
un = f (x)dx − f (n)
n
P∞
A série n=1 un é convergente?
2 Solução
1. (a) Esse primeiro item é bastante carteado, e eu sabia decor a resposta pois essa
matriz é utilizada para se fazer uma das demonstrações do teorema de Cayley
Hamilton, que eu particularmente acho muito bonito, e acabei decorando.
Neste caso, escrevi um polinômio genérico na forma:
P (x) = xn − an−1 xn−1 − an−2 xn−2 − · · · − a1 xq − a0
Tome a matriz A tal que:
0 0 ··· 0 a0
1
0 ··· 0 a1
A = 0
1 ··· 0 a2
.. .. ... .. ..
. . . .
0 0 ··· 1 an−1
A matriz possui diagonal principal nula e a “diagonal secundária”igual a 1,
além da última coluna com os coeficientes de P(x).
(Inicialmente, eu esqueci de adicionar o último número 1 e escrevi a matriz
errada, mas o examinador me falou que eu havia errado um detalhe e consertei
rapidamente.)
Após escrito a matriz, disse que ela tinha como Polinômio caracterı́stico o
polinômio P (x) e fomos para a outra questão.
3
(b) Inicialmente, tentei analisar cada um dos coeficientes do polinômio; por exem-
plo, para o a0 e o a00 , temos:
n
Y
a0 = λi ∈ Z
i=1
n n
!q
Y Y
a00 = λqi = λi ∈Z
i=1 i=1
Mas percebi que o mesmo raciocı́nio furava para outros coeficientes, como o
an−1 , por exemplo, e eu sempre fui informando para o examinador o que estava
pensando e tentando. Logo que disse isso, ele me disse para ”usar o item
anterior”. Então, escrevi a matriz A do item anterior, e disse para o examinador
que ”caso todos os λ fossem diferentes, então eu saberia resolver rapidamente,
pois a matriz seria diagonalizável, e ele me disse para tratar esse caso particular
então.
Como a Matriz A é diagonalizável, existe uma matriz invertı́vel Q tal que:
A = QDQ−1
Onde:
λ1 0 ··· 0 0
0
λ2 ··· 0 0
D=0
0 λ3 ··· 0
.. .. .. .. ..
. . . . .
0 0 0 ··· λn
Ao se calcular Aq , obtemos que:
Aq = QDq Q−1
Onde Aq possui somente coeficientes inteiros (visto que veio de uma matriz
com coeficientes inteiros) e Dq é a matriz:
λq1
0 ··· 0 0
0
λq2 ··· 0 0
D =0
q 0 λq3 ··· 0
.. .. .. .. ..
. . . . .
0 0 0 ··· λqn
De onde se observa que o polinômio caracterı́stico de Aq , que é o mesmo de
Dq , que é o polinômio PQ , terá somente coeficientes inteiros. Feito isto, o
examinador me pediu para que eu fizesse agora a solução para o caso geral.
Neste caso, considerei que a matriz A é triangularizável, ou seja:
A = QT Q−1
4
Por fim, o examinador me pediu para falar se esse era o caso geral, e eu estava
em dúvidas, pois disse que A tinha como corpo os inteiros, e nesse caso ela
não seria sempre triangularizável, mas ele me corrigiu e disse que o corpo era
dos complexos. Logo em seguida eu disse então que todas as matrizes eram
triangularizáveis, e que o caso geral então estava provado.
(c) Eu não fazia (e até hoje não faço) ideia de como se resolve este exercı́cio. No
momento do exame, eu escrevi que, se λ ∈ C e |λ| ≤ 1, então ela é escrita na
forma:
λ = pcis(θ), cis(θ) = cos(θ) + i · sen(θ) e p ≤ 1
Aqui, escrevi os possı́veis casos como 2:
p < 1; neste caso, se tomamos λn com n → ∞, então λn = 0.
p = 1; neste caso, λn não converge para nenhum valor, pois temos λn =
cis(nθ).
Feito isto, a única coisa que fiz foi escrever a matriz A em função de sua
diagonal:
A = P DP −1
E tentei analisar o que acontecia com a expressão para An quando n → ∞ em
função do que havia dito sobre λ, mas não cheguei a lugar nenhum.
Lembro que fiquei mais um tempo tentando fazer algo, mas o examinador me
interrompeu, dizendo que o tempo estava curto, então terı́amos que ir para a
próxima questão, e me mostrou o que eu devia ter feito. Ele disse alguma coisa
na forma que como An convergia para n → ∞, haveria algum N ∈ N para
qual, dados n, m > N :
Am = An
De forma que λ seria raı́z da unidade.
Sinceramente, não entendi direito essa parte e nem sei se foi exatamente isso
que ele quis dizer, enfim. Embora eu não tenha feito esta questão, o professor
José Ramón (Pepe) fez ela para eu colocar no documento aqui, então segue
abaixo a solução dele:
Solução do Pepe:
Q
Let P (x)Q= (x − λi ) ∈ Z[x], and let q ∈ N; we have seen in (b) that
Pq (x) = (x − λqi ) ∈ Z[x]. We allow the roots to have multiplicities (and so
they would appear several times in the list of zeros). Note that for q = 1 we
get back P (x).
Assume that |λi | ≤ 1 for all i: it will do no harm to assume that all roots are
nonzero, and so we shall. The constant term is an integer, so
Y
λi = ±1;
this in turn yields |λi | = 1 for all i. The same argument works for the nonzero
coefficient of least degree, if some of the λi were zero.
Note that Pq (x) = xn + · · · + (−1)i sd−i (λq1 , . . . , λqn ) + · · · , where si (x1 , . . . , xn )
means i-th elementary symmetric polynomial in x1 , . . . , xn . Thus
q q n
|si (λi , . . . , λn )| ≤ ,
i
5
which means that all polynomials Pq (x) belong to the set
n n−1 n
Tn = {f (x) = x + an−1 x + . . . + a0 ∈ Z[x]s.t.|ai | ≤ },
i
and so infinitely many Pq ’s shall take on the same value in Tn .
Take two such values: naively we could say that since q1 < q2 and Pq1 (x) =
Pq2 (x), equating zeros yields λqi 1 = λqi 2 , and so λi is zero or a root of unity.
However, there is an issue of order at play. Thus, what really happens is that
there is a permutation σ of the set {1, 2, . . . , n} such that λqσ(i)
2
= λqi 1 . n! such
permutations are possible (a finite number).
Now, in the finite set Tn there is an infinite sequence of qi ∈ N such that
q0 < q1 < · · · , Pqi (x) = Pq0 (x), and so we have for every such i a permuta-
tion σi satisfying λqσii (k) = λqk0 , and infinitely many i’s will also have the same
permutation σi , so for two indices qi , qj with the same polynomial value and
permutation we have
q
For all 1 ≤ k ≤ n, λqσii (k) = λσji (k) , since σi = σj .
This means that all nonzero roots of P (x) are roots of unity, which settles the
question.
Historical note: A similar argument appears at the beginning of the proof
of Dirichlet’s Unit Theorem (for rings of integers of a number field), while
studying the ‘logarithmic embedding’, which has a finite subgroup of roots of
unity as its kernel.
2. Inicialmente, eu escrevi o que seria a expressão para a série un na forma:
X∞ Z ∞ X∞
un = f (x)dx − f (n)
n=1 1 n=1
Mas logo depois de eu ter escrito isso, o examinador me perguntou se isto que
eu escrevi fazia sentido, visto que não sabı́amos se a integral indefinida na direita
existia, e eu respondi que ”iria verificar logo depois de ter escrito”, mas ele disse
que não era certo eu escrever isso, então eu apaguei, e fui verificar se a integral
indefinida existia.
Resolvi a integral fazendo a substituição:
dx
y = x1/3 ⇒ 3dy =
x2/3
Assim, a integral fica:
cos(x1/3 )
Z Z
dx = cos(y) = sen(y) = sen(x1/3 )
x2/3
E como é verificável, a integral indefinida dessa função não existe, então realmente
não faz sentido escrever aquilo.
Em seguida, fiquei tentando trabalhar com a função por si só, mas o examinador
pediu para que eu parasse o que estava tentando fazer e analisasse somente a ex-
pressão: Z n+1
f (x)dx − f (n)
n
6
Então fiquei um tempo pensando, e ele falou para eu tentar mensurar o valor disso.
Assim, pensei no teorema do valor médio e como eu poderia aplicá-lo. Primeiro,
usei o Teorema fundamental do cálculo para escrever:
Z n+1
f (x)dx = F (n + 1) − F (n)
n
k−n≤1
Então:
un = f (k) − f (n) = (k − n)f 0 (k2 ) ≤ f 0 (k2 )
O que temos de fazer agora é calcular a derivada de f (x) e analisar se a série definida
por f (n) é convergente:
2
cos(x1/3 )
−sen(x1/3 )( 13 ) − 3
f 0 (x) = x1/3
x4/3
−sen(x1/3 ) 2cos(x1/3 )
f 0 (x) = −
3x4/3 3x5/3
1
Ao tomarmos f 0 (n), observe que a primeira parcela é majorada por 4/3 e a se-
n
1
gunda parcela é majorada por 5/3 . Como as séries definidas por estes dois termos
n
convergem, concluı́mos que a sequência f 0 (n). Como un ≤ f 0 (n + 1), conclı́mos pelo
teste da comparação que a série de un converge.
(Nesta parte final, como estava com pouquı́ssimo tempo, o examinador pediu para
que eu apenas informasse a ele se a série era convergente ou não, e eu argumentei
pra ele o que foi escrito acima e concluı́ que a série convergia, e assim o exame foi
encerrado.)
7
Questões Poly
João Tanaka
1 Matemática
1. Considere a matriz:
0 0 ... 0 a1
0 0 ... 0 a2
A = ... ..
.
0 0 ... 0 an−1
a1 a2 ... an−1 0
a) Calcule RankA.
b) Determine se A é diagonalizável.
2. Considere a sequência:
1 1 1
an = + + ··· +
n n+1 3n
a) Determine se a sequência é convergente e, caso seja, calcule o seu
limite L.
2 Fı́sica
1. Uma espaçonave trafega em um ambiente com uma velocidade de 104 m/s
com os motores desligados. Considere que a densidade do gás do ambiente
seja de 10−20 kg/m3 , que a área de secção transversal da espaçonave seja de
1000m2 e que a massa seja de 104 kg. Calcule o tempo necessário para que
a nave tenha uma velocidade igual a 10% da velocidade inicial. Despreze
o atrito entre os gases e a lateral da nave e considere que a nave tem uma
velocidade muito maior que a dos gases. Existem outras forças que se
esperaria atuarem na nave, em uma situação real?
2. Considere o sistema a seguir:
1
Caracterize o movimento desse sistema.
3 Resoluções
3.1 Matemática
1. Para a letra a), eu escrevi o sistema AX = 0, a fim de descobrir a dimensão
do kernel. O que nos dará as seguintes equações:
a1 x1 = 0
a2 x2 = 0
..
.
a1 x1 + a2 x2 + · · · + an−1 xn−1 = 0
n − 1 = n − 2 + n − 1 − Rank(U ∩ V )
2
Rank(U ∩ V ) = n − 2 = Ker(A)
2. A primeira coisa que eu quis fazer nessa questão foi calcular an+1 − an e
descobrir se a sequência era crescente ou decrescente.
1 1 1 1
an+1 − an = + + −
3n + 3 3n + 2 3n + 1 n
Quando eu falei isso, o examinador disse para que eu pensasse na sequência
un = an+1 − an e tentasse provar que a série dela converge. Ele me
1 1 1
perguntou o que o termo 3n+3 + 3n+2 + 3n+1 se “parece” quando n tende
a infinito. Eu não tinha entendido direito o que ele queria dizer, e ele
continuou a falar que os três números eram muito próximos quando tendia
ao infinito, e perguntou o que eles “pareciam”. Eu pensei em um monte
de coisa, não tinha nem ideia do que ele queria dizer com aquilo e falei
que a soma ia ser aproximadamente três vezes o termo do meio, e era isso
mesmo que ele queria.
Assim, eu escrevi
3 1
un ≈ −
3n + 2 n
Ele perguntou se eu conseguia aproximar esse resultado quando n tendesse
ao infinito, eu usei a aproximação do binômio:
−1
3 1 2 1 2
= 1+ ≈ − 2
3n + 2 n 3n n 3n
2
un ≈ −
3n2
1
P P
Assim, un converge por comparação com n2
Ele me perguntou porque a convergência de un implicaria a de an , basta
observar que é uma soma telescópica.
Faltava pouquı́ssimo tempo para a prova acabar e ele pediu para eu escr-
ever an em função da série harmônica perguntou se eu conseguia calcular
3
o limite de an . Eu disse que a série harmônica convergia assintóticamente
para ln n e escrevi
3n n
X 1 X 1
an = − ∼ ln 3n − ln n = ln 3
i=1
i i=1
i
Ele falou que a minha resposta estava certa e perguntou se eu sabia provar
que o caminho que eu utilizei iria dar a resposta correta, eu falei que não
sabia.
Ainda tinha uma letra b) nessa questão, que eu não cheguei a ler e nem
deu tempo de começar a fazer, mas eu tenho quase certeza que era para
encontrar um equivalente simples de an − L
3.2 Fı́sica
1. Primeiramente, eu fiz uma analogia com o problema dos blocos colidindo
com paredes para dizer que a velocidade das moléculas na frente da nave
após a colisão seria 2v, já que eles estavam praticamente em repouso antes
da colisão e a massa da nave é muito maior que a dos gases. Conservando
a quantidade de movimento para um pequeno intervalo de tempo, temos:
M v = 2mv + M (V + dv)
−M dv = 2mv
Para calcular a massa de ar, utiliza-se o volume varrido pela aeronave
nesse percurso, multiplicado pela densidade do gás:
m = ρV = ρvdtS
−M dv = 2ρvdtSv
−dv 2S
2
= dt
v M
Integrando:
1 1 2S
− = ∆t
vf vi M
Substituindo os valores, temos
1018 − 1017
t= s
2
O examinador perguntou se eu sabia quanto tempo isso seria, aproxi-
madamente, e se havia outras forças importantes a serem consideradas no
movimento real. Eu disse que era um tempo muito grande e que não sabia
que forças seriam importantes(tentei chutar algumas coisas antes, mas não
deu certo).
4
2. Nessa segunda questão, eu passei quase todo o tempo escrevendo a segunda
lei de Newton para rotação para cada massa.
X
M = Iα
Escrevi essa equação para os três pêndulos e o examinador disse que não
era necessário resolver a equação diferencial, bastaria descobrir os modos
fundamentais. Eu testei alguns casos especı́ficos (θ = α = γ, θ = −γ, α =
0) e o tempo começou a acabar. Ele me disse que um arranjo parecido era
usado em pianos e me perguntou para que isso seria utilizado no piano, eu
respondi que a forma da onda ia ser diferente para o piano, que tornaria
possı́vel diferenciar o som de um piano do som de outro instrumento,
depois ele me perguntou quantos modos fundamentais tinha nesse sistema,
e eu disse que eram três, por serem três equações. Após isso ele só explicou
algumas coisas sobre como descobrir o número de soluções do problema e
o tempo acabou.
5
Prova oral, École Polytechnique
Matheus Coutsiers, ITA, turma ELE-20, X18
30 de novembro de 2018
Matemática
Questão 1
A primeira questão para mim foi divida em três itens. Ela é sobre o estudo da sequência
1
an+1 = an + (1)
an
onde a0 = 1
Item 1
Ele perguntou se essa sequência converge. Ela não converge. Basta ver que a equação
x2 − x − 1 = 0 (2)
não possui raizes reais, e que a sequência é estritamente crescente. Se ela convergisse, pelo
teorema da convergência monótona, seria para uma raiz de (2).
Item 2
Neste item foi pedido mostrar que
√
an > 2n + 1 (3)
Mostra-se por indução. Para n = 1, está claro. Suponha válido para n.
1 2 1 2
a2n+1 = a2n + 2 + > 2n + 1 + 2 + > 2(n + 1) + 1
an an
p
an+1 > 2(n + 1) + 1
Até este item, fiz a questão de forma bastante independente. No próximo item, fui muito
ajudado.
Item 3
√
Foi pedido mostrar que an ∼ 2n + 1 (convergência assintótica). Como foi mostrado antes que
√
an > 2n + 1
√
Basta mostrar que, dado > 0, 2n + 1 + > an , ou de outra forma,
a2n
1+> (4)
2n + 1
para n grande o suficiente. A conclusão segue pelo teorema do confronto. Essa última expressão,
claro, foi arrumada para coincidir com o que vamos obter depois. Para ver que é verdade, tente
chegar nela!
Para mostrar a desigualdade, veja que
1
1 1
√ >
2n + 1 an
Então
1
an+1 6 an + √
2n + 1
e
2an 1
a2n+1 6 a2n + √ +
2n + 1 2n +1
portanto
1
a2n+1 6 a2n + 2 +
2n + 1
a última linha segue de (3)
Podemos escrever
1
a2n+1 6 a2n + 2 +
2n + 1
1
a2n 6 a2n−1 + 2 +
2n − 1
..
.
a21 6 a20 + 2 + 1
Cancelando os termos das desigualdades, chega-se à:
n
X 1
a2n+1 6 2(n + 1) + 1 + (5)
i=0
2i + 1
Mas
n
X 1 ln(n)
∼
i=0
2i + 1 2
E
ln(n)
lim =0
n→∞ 2n + 1
Portanto, dividindo (5) por 2(n + 1) + 1 e tomando-se o limite, chega-se a uma versão de (4),
o que conclui o problema.
A solução do item 3 está escrita como feita no dia da prova. Não está muito formal, mas isso
não foi cobrado. Ficou claro que o avaliador queria testar meu raciocínio e a ideia da questão.
Nota-se novamente que fui bastante ajudado nesse item, até chegar às desigualdades antes de (5).
Questão 2
A segunda questão foi feita sem itens. Estudou-se os polinômios reais que satisfazem
P (X 2 ) = P (X)P (X − 1) (6)
Primeiro, tentei colocar expressões polinomiais nessa expressão, mas logo ficou claro que esse
não era o caminho. Ele perguntou em seguida o que acontece se 0 é uma raiz de P. Tentando isso,
temos:
2
P (4) = P (2)P (1)
E obtemos que 4 é uma raiz de P. Continuando dessa forma, chega-se a um conjunto arbitrari-
amente grande de raizes, o que só é possível se P é o polinômio nulo.
Depois, ele perguntou o que acontece se λ é uma raiz de P. Temos:
P (λ2 ) = P (λ)P (λ − 1)
O que implica que λ2 é uma raiz de P. Além disso, temos
(X − exp(2πi/3))(X − exp(4πi/3)) = (X 2 + X + 1)
Portanto
3
Física
Questão 1
Eu fiz uma matéria de introdução à mecânica quântica no ITA, a famosa matéria dada pelo
professor Marcelo Marques. Foi uma matéria que fiz sem carinho, devo assumir. Isso não impediu
o avaliador de, logo após o cumprimento inicial, anunciar que havia lido meu currículo, e visto que
eu havia feito essa matéria. Eu gostaria de continuar descrevendo o que senti, mas acho que está
claro que o que se seguiu foram momentos de desespero.
Estou escrevendo isso para que você, jovem que está estudando para l’X, lembrar-se de manter
a calma, mesmo numa situação desagradável. Vamos à questão.
O avaliador considerou uma fonte esférica de elétrons distante de uma fenda dupla, sendo que
do outro lado da fenda havia uma parede lisa. A pergunta então foi qual seria o formato da figura
na parede.
Eu não lembrei que o padrão seria semelhante ao que surgiria caso fosse usada luz, o que ele me
disse após alguns instantes encarando o quadro. Após isso, desenhei a figura e calculei a distância
entre os picos de intensidade, considerando os dados padrão desse tipo de problema (D, d, λ).
A próxima pergunta foi que padrão surgiria se as fendas tivessem uma largura a. Eu não
entendi muito bem o que ele quis dizer, nem lembrava bem a matéria. Após um tempo rabiscando
no quadro, ele desenhou uma figura parecida com a seguinte e escreveu inclusive a largura do novo
padrão, mostrada também na figura.
Após esse momento de ótica, ele pediu para eu calcular o campo magnético que surgiria em
toda a área do experimento se um pequeno solenoide fosse colocado bem próximo às fendas, no
ponto médio entre elas. A figura a seguir (em cuja legenda está escrito figura 1) mostra a situação.
Leia a legenda.
Por nervosismo, tive um pouco de dificuldade de escrever a expressão do campo. Ele me lembrou
a desenhar a seção do solenoide, e escrever a integral de linha e usar a lei de Àmpere para obter o
campo dentro e fora. Acho que ganhei pontos nessa parte, por deduzir do princípio uma expressão
que alguns já usariam "de cabeça".
É interessante notar que como o campo fora do solenoide é zero, os elétrons não experimentam
novas forças. No entanto, nesse momento o avaliador explicou a motivação do assunto de quântica.
O padrão de interferência é de fato alterado, pois por efeitos quânticos ditos não relevantes para
a avaliação, a fase dos elétrons é alterada na presença do solenoide. A fase é alterada de acordo
com a expressão:
~
∇Φ = ∇ × A (8)
onde
~
B =∇×A (9)
Também fiquei inicialmente perdido nesse item. Como eu estava demorando, o avaliador me
fez uma pergunta que a princípio não fez sentido: como usar o teorema fundamental do cálculo?
4
Ele me fez desenhar uma função e aplicar o teorema aos pontos extremos de um segmento.
Tentei pensar na relação entre o teorema e o exercício, e um pouco depois, foi revelada a dica
principal: usar o teorema de Stokes na superfíce do quadrilátero definido pela fonte, detector e
duas fendas, e no caminho definido por sua fronteira. (Ou seja, usar uma versão melhor do teorema
fundamental do cálculo).
Como temos a expressão do campo magnético, que é constante dentro e constante fora do
solenoide, é fácil usar o teorema de Stokes. Eu não terminei as contas, porque o avaliador disse
que tínhamos pouco tempo e mais uma questão para fazer. A partir daí seria possível calcular o
novo padrão de interferência.
Se tiver problemas para entender o experimento, pesquise no Google ("Aharonov–Bohm effect").
Este parece ser um exercício clássico e está resolvido e bem explicado (melhor do que eu conseguiria
fazer aqui) em diversos sites. Meu objetivo era contar um pouco sobre como uma questão mais
elaborada é proposta e como os avaliadores podem ir ajudando a resovê-la.
Questão 2
A segunda questão eu fiz rapidamente e sem ajuda, já que eu sabia que eu fui mal na primeira e
havia pouco tempo.
Ele disse que havia um aro elástico circular, com constante elástica k e comprimento natural l0 .
Foi me perguntado como era a função l(w), ou seja, como ficava o comprimento do aro em função
de sua velocidade angular.
Eu considerei um pequeno pedaço do aro e usei as forças resultantes para encontrar o quanto
ele era estendido. Eu cheguei numa equação do segundo grau.
Ao final, ele perguntou se eu sabia fazer considerando a densidade linear não constante (o que
eu havia considerado). Basta usar que a massa não muda. Eu não tive tempo para terminar essa
conta.
Essa questão também é clássica (e fácil), então não vou elaborar muito a solução.
Espero que este arquivo seja de ajuda em sua preparação :). Qualquer dúvida, me procure no
Facebook! Bons estudos!
5
POLYTECHNIQUE ORAL EXAM
GABRIEL RIBEIRO
1. Mathematics
Problem 1. Let A be a real n × n matrix such that
A4 − 4A + I = 0.
Prove that det A > 0 and that A is diagonalizable.
Solution. Consider f (x) = x4 − 4x + 1. We see readily that f 0 has just 1 as a real
root. This, together with the fact that f (0)f (1) and f (1)f (2) are both negative,
implies that f has 2 real roots and 2 non-real roots. I drew the following plot on
the board:
x4 − 4x + 1
8
4
f (x)
−2
−1 −0.5 0 0.5 1 1.5 2
x
As Av = λv implies P (A)v = P (λ)v for any polynomial P , we see that every
eigenvalue of A is a root of f . Hence,
s4
det A = λs11 λs22 λs33 λ3 ,
where λ1 and λ2 are the real roots of f and λ3 , λ3 are the non-real roots of f . Since
A has real entries, s3 = s4 . Hence,
det A = λs11 λs22 |λ3 |2s3 > 0.
Obviously f is divisible by the minimal polynomial mA of A. Since f has only
simple roots, so does mA , hence A is diagonalizable.
1
2 GABRIEL RIBEIRO
Since I solved the previous problem fairly quickly, I was proposed the following
generalization of the problem.
A4 − 4A + I = diag(1 , . . . , n ),
λ4 − 4λ + 1 − i = 0
for some i. Since |i | < 1, P1 (x) = x4 − 4x + 1 − i still has 4 distinct roots,
being 2 positive and 2 conjugate pairs of non-real complex numbers. (We are just
moving the graph of the function a bit.) Hence the same reasoning applies here.
So, det A > 0.
Let E = diag(1 , . . . , n ). The minimal polynomial of E is clearly
n
Y
mE (x) = χE (x) = (x − i ).
i=1
Solution. The first thing the professor asked me was what happens to the integral
when a → ∞. I immediately R ∞answered that it diverges since it is a known result
that the Dirichlet integral ( 0 sin x/x dx = π/2) converges conditionally. He then
told me to prove that it diverges. I drew the integrand on board. And drew isosceles
triangles inside the ”blobs”.
POLYTECHNIQUE ORAL EXAM 3
1
f (x) = | sin x|/x
0.8
0.6
f (x)
0.4
0.2
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
x
The area of the i-th triangle is
2
Ai = .
2i + 1
P
Hence, by the limit comparison test (with the harmonic series), Ai diverges. And
so does our integral.
Later he asked a bunch of, seemingly unrelated, questions about series, the
harmonic series and comparing integrals with series. I answered some of them but
didn’t really solved the problem.
2. Physics
Problem 1. A particle m is allowed to move without friction of a rail. On this
particle we put a simple pendulum of length l and mass M as indicated below.
m
θ0
l
Solution. Let l1 denote the distance from M to the center of mass of the system.
Then,
l1 (m + M ) = lm.
4 GABRIEL RIBEIRO
Hence, ω is given by r
r
g g(m + M )
ω= = .
l1 lm
Problem 2. Consider a metallic box which is open in the z direction with sides
a, b, c on the x, y, z axes, respectively.
x
y
We emit an electromagnetic wave on the z direction inside the box with electric
field described by the equation
~ = E0 (x, y)ei(kz−ωt) e~x .
E
Find the function E0 .
~ = 0. That is, ∂Ex /∂x = 0. Hence E0 (x, y) =
Solution. Gauss Law implies that ∇·E
E0 (y).
The wave equation (I was asked to prove it) now implies that
1 ∂ 2 Ex
∇2 Ex = .
c2 ∂t2
Hence,
1 2
E000 (y) − k 2 E0 (y) = − ω E0 (y).
c2
Let α = (k 2 c2 − ω 2 )/c2 . The equation is now
E000 (y) = αE0 (y).
I was asked about the sign of α. Since k = ω/vp , where vp is the wave’s phase
velocity, we have that
ω 2 c2
α= 2 − 1 .
c vp2
One could suggest that perhaps α > 0 since the phase velocity should be smaller
than c. Surprisingly, that is not the case. If α was positive, then we’d have
√ √
E0 (y) = Ae αy
+ Be− αy
.
Since the electric field vanishes at the box:
√ √
E0 (b) = Ae αb
+ Be− αb
= E0 (0) = A + B = 0.
One can easily see that this only holds if A = B = 0, if b = 0 or if α = 0. Since
neither of these cases are true, it follows that α ≤ 0.
POLYTECHNIQUE ORAL EXAM 5
Mathematics
1. Consider the sets
2. Consider
g ∈ End(C n )
Ag : End(C n ) → End(C n ), Ag (f ) = gf − f g
Physics
1. Considere um carro que parte do repouso e atinge uma velocidade V
2. Considere uma laser (retângulo simétrico em relação ao eixo z, com lado de comprimento d sobre o
eixo x), onde só existe campo elétrico no interior do retângulo.
1. (a) Para a permutação de um elemento, só existe a identidade, que pertence ao conjunto X1 . Logo,
a1 = 1.
Para a permutação de do conjunto {1, 2}, há identidade e aquela que leva a {2, 1}. Se aplicada
duas vezes, a segunda volta ao conjunto {1, 2}. Assim, ambas petencem ao conjunto X2 e a2 = 2.
Aplicando todas as permutações possı́veis ao conjunto {1, 2, 3}, chegamos aos conjuntos {1, 2, 3},
{1, 3, 2}, {2, 1, 3}, {3, 2, 1}, {2, 3, 1} e {3, 1, 2}. Desses, as permutações correspondentes aos 4
primeiros conjuntos pertencem a X3 e, portanto, a3 = 4.
(b) Podemos separar as permutações de Sn+1 em dois grupos, as que σ(1) = 1 (mantêm o 1 em sua
posição original) e as que σ 6= 1. Do primeiro grupo, temos claramente que an pertencem a Xn+1 .
Do segundo grupo, fixado σ(1) = k, k = 2, ..., n + 1, temos an−1 permutações pertencentes a
Xn+1 . Como temos n opções para k, a relação de recorrência fica:
an+1 = an + nan−1
.
(c) Na prova, o examinador definiu a0 = 1, para manter a recorrência válida. Ele também me
perguntei se a série convergia para algum t. A resposta era que sim, pois o coeficiente de cada
potência é menor que 1, já que an correponde ao número de elementos de Xn e n! ao número de
elementos de Sn , do qual Xn é subconjunto.
Para achar a EDO, basta derivar a série e aplicar a recorrência encontrada no item anterior,
manipulando os ı́ndices. Cai numa equação bem simples de resolver, com uma solução sendo o
produto de duas exponenciais.
(d) Por fim, devemos igualar a série de S(t) ao produto de séris que encontramos ao fazer ao abrir a
solução da EDO em Taylor. Para cada an , fixamos a potência que queremos do produtos e com
isso achamos o coeficiente através do produto. Na prova, o tempo estava corrido então ele só falou
a ideia e disse que dava para trabalhar a expressão.
2. (a) Comecei achando uma expressão para Ag (f 2 ), da seguinte maneira.
Ag (f 2 ) = gf 2 − f 2 g = gf f − f f g (1)
Ag (f ) = gf − f g ⇒ gf = Ag (f ) + f g e f g = gf − Ag (f ) (2)
(1) em (2) ⇒ Ag (f 2 ) = Ag (f )f + f Ag (f )
Como não enxerguei nada, queria continuar pro Ag (f 3 ) para ver se encontrava um padrão, mas
ele me interrompeu. Falou que, da mesma maneira que fiz pro Ag (f 2 ), dava pra achar a relação
(tenta achar!):
Ag (f h) = Ag (f )h + f Ag (h)
Ele perguntou o que isso parecia, ai falei que parecia o operador derivada, que era o que ele queria
ouvir. Ele disse pra eu usar essa analogia e lembrar da diferença entre funções e operadores, que
não comutam. Assim, a expressão final é:
X
Ag (f n ) = f ◦ ... ◦ Ag (f ) ◦ ... ◦ f
Ag (f n ) = nλf n
Suponha que f não é nilpotente. Assim, f n nunca é nulo e Ag tem infinitos autovalores distintos
nλ. Como Ag pode ter no máximo n2 autovalores distintos (dimensão de End(C n )), chegamos a
uma contradição. Logo, f é nilpotente.
(c) Essa ele passou porque sobrou um tempinho. Como eu não estava conseguindo fazer direito para
o C n , ele pediu para fazer com o C 2 . Supus uma base β = {e1 , e2 }. O ponto era provar que
existia e1 ∈ C 2 tal que f e1 = ae1 e ge1 = be1 , para a, b ∈ C.
Sob a hipótese de que Ag (f ) = f , tı́nhamos que gf − f g = f e que f é nilpotente. Assim,
f e1 = 0 ⇒ e1 ∈ Kerf . Bastava provar que g tinha um autovetor no núcleo de f . A partir daı́
eu não consegui desenvolver mais nada, o tempo estava apertado, e ele explicou como mostrava
usando uns teoremos que não entendi muito bem.
Physics
1. (a) O examinador disse que o primeiro item era bem simples. Era só usar a relação entre trabalho e
energia cinética.
W = ∆K
MV 2
ηeV ol =
2
MV 2
V ol =
2ηe
Agora só jogar os valores. A massa do carro ele pediu para eu estimar (coloquei 1000 kg). Fazendo
as contas (ele falou que podia arredondar bastante), chegamos em algo próximo a 6 mL.
(b) Agora temos
M (V − ν)2 M ν2 MV 2
W = ∆K = − = − MV ν
2 2 2
Como o volume de combustı́vel gasto tem que ser o mesmo, o problema era descobrir de onde
vinha o termo M V ν. Como parecia estranho, ele passou o item c para mostar o que seria mais
estranho ainda, mas voltamos os esforços para resolver o item b.
No referencial em questão a velocidade do ponto de contato entre o pneu e o chão não é nula.
Assim, a forç de atrito realiza trabalho, dado por:
Z Z
~
Wf at = F · dr = F~ · ~v dt
~
Como a velocidade do ponto inferior do pneu constante e igual −ν, temos, pelo teorema do
impulso: Z
Wf at = −ν F dt = −M V ν
Assim,
MV 2
W = Wmotor + Wf at ⇒ Wmotor =
2
(c) Mesmo raciocı́nio, agora usando que F~ · ~v = P ot.
2. (a) Para verificar que a expressão é solução do problema, devemos verificar que satisfaz as equações
de Maxwell e as condições de contorno.
Começaremos com as condições de contorno.
~ d ) = 0 ⇒ cos( π ) = 0 (ok)
E(
2 2
~ d π
E(− ) = 0 ⇒ cos(− ) = 0 (ok)
2 2
Como o campo elétrico dado tem direção y mas não tem dependência nesta variável, vemos que
∇·E ~ = 0, verificando a primeira equação de Maxwell.
As outras 3 equações envolvem o campo magnético. Sugeri de usar a relação B ~
~ = 1 (k̂ × E),
c
mas ele disse que essa expressão só era válida no vácuo, não nessa situação onde o campo estava
restrito. Ele falou para eu pensar em outra relação equivalente que eu poderia vrificar. Então
sugerir verificar a equação de onda,
2~
∇2 E ~ = 1 ∂ E
c2 ∂t2
que era o que ele queria. Assim, temos:
∂ 2 Ey ∂ 2 Ey 1 ∂ 2 Ey π2 2 ω2
+ = ⇒ + k =
∂x2 ∂z 2 c2 ∂t2 d2 c2
ω
Interessante é que, nesse caso, não vale que k = c, já que a validaçõ da equação de onda cria essa
nova restrição.
(b) Ele explicou que dentro do laser a onda é estacionária. Dessa forma, considerando um compri-
mento L, devemos ter
nπ
sin(kL) = 0 ⇒ k =
L
Substituindo na relação encontrada no item anterior, vem:
π2 n2 π 2 ω2
+ =
d2 L2 c2
O que resultado em que as frequências possı́veis são:
r
1 n2
ωn = cπ 2
+ 2
d L