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FACULDADE PROMOVE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Caroline Esthefany Mendes De Souza


José Paulo Ribeiro Silvério
Lavinea Evelyn Pereira Dias Marçal

SEGURANÇA DO PACIENTE:
Práticas de higienização das mãos em serviços de saúde

Sete Lagoas/MG
2022
Caroline Esthefany Mendes De Souza
José Paulo Ribeiro Silvério
Lavinea Evelyn Pereira Dias Marçal

SEGURANÇA DO PACIENTE:
Práticas de higienização das mãos em serviços de saúde

Dissertação apresentada ao Curso de


Enfermagem, da Faculdade Promove de Sete
Lagoas, como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Mariana Pereira Silva
Marques
Coordenador: Everaldo Rodrigues da Silva Júnior
Local: Hospital Nossa Senhora das Graças

Sete Lagoas/MG
2022
FOLHA CATOLOGRAFICA

SOUZA, Caroline Esthefany Mendes de; SILVÉRIO, José Paulo Ribeiro; MARÇAL, Lavinea Evelyn
Pereira Dias.

Segurança do paciente: Práticas de higienização das mãos em serviços de saúde. Faculdade


Promove, Sete Lagoas/MG, 2022. 20p.

Orientadora: Mariana Pereira Silva Marques.

Trabalho Final de Estágio – Enfermagem – Faculdade Promove, Ensino Superior de Sete Lagoas

1. Segurança do paciente 2. Higienização das mãos 3. Equipe de Enfermagem 4. Controle de


infecção hospitalar 5. Profissionais de Saúde

SEGURANÇA DO PACIENTE:
Práticas de higienização das mãos em serviços de saúde

Caroline Esthefany Mendes de Souza 1


José Paulo Ribeiro Silvério 1
Lavinea Evelyn Pereira Marçal 1
Mariana Pereira Silva Marques 2
Everaldo Rodrigues da Silva Júnior 3

RESUMO
O objetivo deste trabalho foi
Palavras chaves: Segurança do Paciente; Higienização das Mãos; Equipe de Enfermagem;
Controle de Infecção Hospitalar; Profissionais da Saúde.

ABSTRACT
Keywords:

_______________________________________________________
1 Graduandos em Enfermagem, pela Faculdade Promove de Sete Lagoas.
2 Professor Orientador do Trabalho Final de Estágio.
3 Coordenador do Curso de Enfermagem.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Características de agentes antissépticos utilizados na HM .................................... 11
Figura 2 – Os cinco momentos para higienização das mãos ................................................... 12
Figura 3 – Ilustração do passo a passo como deve ser feita a higienização das mãos simples e
antisséptica ...............................................................................................................................
13
Figura 4 – Ilustração do passo a passo como deve ser feita a higienização das mãos cirúrgica
e/ou pré-operatório .................................................................................................................. 14
LISTA DE ABREVIAÇÕES
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
HM Higienização das mãos
HNSG Hospital Nossa Senhora das Graças
OMS Organização Mundial de Saúde
PCIH Programa de Infecções Hospitalares
CCIH Comissão de Controle de Infecções Hospitalares
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
A lavagem das mãos é um ato simples, prático, eficaz e de baixo custo, além de ter uma
grande importância no cotidiano e principalmente em serviços de saúde (OLIVEIRA, 2017),
já que geralmente a maioria das doenças infecciosas são transmitidas através de infecção
cruzada, as mãos acabam sendo um reservatório de microrganismos patógenos, na qual com
uma boa higienização das mãos (HM) poderá ser evitado esse tipo de transmissão. (COSTA,
2011)

Foi realizado durante o estágio como requi uma pesquisa em campo de estágio no Hospital
Nossa Senhora das Graças (HNSG) de Sete Lagoas/MG, na qual é uma instituição
filantrópica, fundada em março de 1880, com caráter beneficente e de assistência à saúde. A
instituição além de atende toda a população de Sete Lagoas (650 mil habitantes), atende pelo
menos 35 municípios circunvizinhos, com seu escopo de prestação de serviços, o SUS, Alta e
média complexidade, e Sistema Suplementar de saúde, sendo 65% dos atendimentos pelo
SUS. (HNSG, 2022) período do estágio aprovação no curso de enfermagem

Portanto este estudo tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica, identificar e
analisar na literatura cientifica a importância da lavagem das mãos na prevenção e tratamento
de doenças, em busca de métodos que tragam melhorias e segurança aos pacientes e
profissionais de saúde.

METODOLOGIA

Este artigo trata-se de um estudo exploratório analítico, para avaliação das práticas de HM em
serviços de saúde. Considerando os altos riscos da transmissão de doenças através da falta
e/ou más higienizações, infecção cruzada, requerendo atenção especial a cada detalhe,
desenvolvendo assim uma assistência qualificada e com segurança ao paciente e aos
profissionais de saúde. Proposta da coordenação de enfermagem do tema segurança do
paciente. Verificação in loco de pouca adesão da técnica de lavagem das mãos

Não fornecimento de sabonete nos lavatórios durante as trocas de plantão

O trabalho foi desenvolvido através de uma análise de literatura, sendo realizada no período
de 02 meses, de 18 de maio a 03 de junho de 2022. Contudo os dados coletados serviram para
análise crítica das atividades exercidas, proporcionando segurança a todos envolvidos.
DESENVOLVIMENTO
Controle de infecções em enfermagem: Florence Nightingale

Legislação na obrigatoriedade de HM dos profissionais da enfermagem


A Lei 9431/97 (BRASIL, 1977), dispõe sobre a obrigatoriedade dos hospitais do Brasil
manterem o Programa de Infecções Hospitalares (PCIH), sendo assim os hospitais devem ter
dentro da sua rede o Programa de Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH).
Com isso o controle de infecções começou a ser aprimorado pelo Ministério da Saúde por
meio da Portaria 196/83, na qual foi revogado e substituído pela Portaria MS 930/92, e que
em seguida a Portaria 2616/98 acabou revogando a anterior. (COSTA, 2011)
Produtos utilizados para HM
O primeiro passo antes de qualquer procedimento dentro da instituição, reconhecidamente, é a
prática correta da higienização das mãos, onde reduz significativamente a transmissão de
microrganismos e consequentemente, diminui a incidência das infecções. A higienização com
sabonete líquido remove a microbiota transitória, tornando as mãos limpas. Esse nível de
descontaminação é suficiente para os contatos sociais em geral, porém, a eficácia da
higienização simples das mãos, com água e sabonete, depende da técnica e do tempo gasto
durante o procedimento que normalmente dura em média 8 a 20 segundos. A seguir serão
abordados determinados produtos que podem ser utilizados para higienização das mãos, tais
como: sabonete comum e os anti-sépticos (álcool, clorexidina, iodo/iodóforos e triclosan).
“Podem ser apresentados sob várias formas: em barra, em preparações líquidas (as
mais comuns) e em espuma. Favorecem a remoção de sujeira, substâncias orgânicas
e da microbiota transitória das mãos pela ação mecânica.” (ANVISA, 2007, p33).

 Álcool:

A maioria das soluções para a anti-sepsia de mãos à base de álcool contém etanol (álcool
etílico), ou isopropanol (álcool isopropílico) ou n-propanol, ou ainda uma combinação de dois
destes produtos. Soluções alcoólicas entre 60 a 80% são mais efetivas e concentrações mais
altas são menos potentes, pois as proteínas não se desnaturam com facilidade na ausência de
água. O propanol e o etanol a 70% são mais efetivos que o sabonete comum contra os
rotavírus, em estudos realizados in vivo. O modo de ação predominante dos álcoois consiste
na desnaturação e coagulação das proteínas, a coagulação das proteínas induzida pelo álcool,
ocorre na parede celular, na membrana citoplasmática e entre várias proteínas plasmáticas.
“De modo geral, os álcoois apresentam rápida ação e excelente atividade bactericida e
fungicida entre todos agentes utilizados na higienização das mãos.” (ANVISA, 2007, p38).
Desse modo, o álcool á 70% é o mais eficiente por apresentar efeito rápido, não deixando
efeito residual, causando menor ressecamento de pele, não sendo indicado o uso se houver
sujeira visível nas mãos, pois promove a redução microbiana, requer menos tempo para
aplicação e causa menos irritação do que higienizar as mãos com água e sabonete associado
ou não a anti-sépticos.
 Clorexidina

A clorexidina é uma solução degermante, a qual se apresenta nas concentrações 2% e 4%,


pouco solúvel em água, não havendo diferença da ação antisséptica das soluções. O produto é
utilizado para a lavagem das mãos dos profissionais antes e após qualquer procedimento,
utilizado para a anti-sepsia da pele do paciente antes da realização de procedimentos
invasivos, e na degermação das mãos e antebraços da equipe cirúrgica. A atividade
antimicrobiana da clorexidina, provavelmente é atribuída à ligação e subsequente ruptura da
membrana citoplasmática, resultando em precipitação ou coagulação de proteínas e ácidos
nucléicos. A atividade antimicrobiana imediata ocorre mais lentamente que os álcoois, sendo
considerada de nível intermediário; porém, seu efeito residual, pela forte afinidade com os
tecidos, torna-o o melhor entre os antisépticos disponíveis.
“A clorexidina apresenta boa atividade contra bactérias Gram-positivas, menor
atividade contra bactérias Gram-negativas e fungos, mínima atividade contra
micobactéria e não é esporicida.” (ANVISA, 2007, p.42).

 Iodo/iodóforos

O iodo é um anti-séptico, também são conhecidos como polivinilpirrolidona (PVPI), tem ação
residual é de 30 a 40 minutos, é uma solução pouco solúvel em água mas solúvel em álcool,
glicerol, óleos, benzeno e clorofórmio, os iodóforos estão existentes nas formulas
degermantes, alcoólica e aquosa nas concentrações 10% com 1% de iodo livre, pode ser
utilizada sobre a pele e mucosas, em casos de higienização de sítios cirúrgicos, degermação
das mãos e antebraços dos profissionais cirúrgicos, antisepsia da pele antes de ser realizado
procedimentos invasivos.
O iodóforo tem atividade ampla contra bactérias Gram-positivas e Gramnegativas, bacilo da
tuberculose, fungos e vírus (exceto enterovírus), possuindo também alguma atividade contra
esporos. Entretanto, em concentrações utilizadas para anti-sepsia, usualmente os iodóforos
não têm ação esporicida.
“O iodóforo é rapidamente inativado em presença de matéria orgânica, como sangue
e escarro e sua atividade antimicrobiana também pode ser afetada pelo pH,
temperatura, tempo de exposição, concentração e quantidade/tipo de matéria
orgânica e compostos inorgânicos presentes...” (ANVISA, 2007, p.43).

Este produto anti-séptico deve ser cuidadosamente armazenado, evitando que o mesmo tenha
contato com a luz solar e temperaturas elevadas.
 Triclosan

O Triclosan é conhecido como éter, um anti-séptico se apresenta na concentração de 0,5% a


2%, sua ação é lenta, assim como a clorexidina, contém efeito residual na pele. É incolor,
pouco solúvel em água, mas solúvel em álcool e detergentes aniônicos. A ação antimicrobiana
ocorre pela difusão na parede bacteriana, inibindo a síntese da membrana citoplasmática,
ácido ribonucléico, lipídeos e proteínas, resultando na inibição ou morte bacteriana.
Todos os produtos da instituição, é importante que os profissionais estejam cientes do cuidado
que devem ter com o frasco e/ou ampola, verificar a data de validade e abertura, e depois de
utilizado o produto deve ser mantido corretamente fechado, a fim de impedir a contaminação
do produto. Ademais, as principais características e espectro antimicrobiano de antissépticos
estão descritos na Figura 1.
Figura 1: Características de agentes antissépticos utilizados na HM.

Fonte: ANVISA, 2009, p. 50.

Efeitos adversos causados pelos produtos


Com o uso continuo dessas soluções degermantes para a assepsia correta das mãos gera
consequências, como: ressecamento de pele, alergias e dermatite crônica. Por isso, é
importante que ao comprar os produtos para a higienização das mãos, é importante que
apresente surfactante suave. Tais consequências temos:
 As preparações alcoólicas, também causam ressecamento de pele, mas seu efeito pode
ser minimizado ou eliminado com 1% á 3% glicerol ou qualquer outro hidratante.
 A clorexidina pode causar ressecamento de pele, e a aplicação de cremes hidratantes
que contem substancia catiônica pode inativar a eficácia da clorexidina.
 Os iodóforos causam menos irritação de pele e menos reações alérgicas que o iodo,
porém, causam mais dermatite de contato irritativa que outras soluções anti-sépticas
comumente utilizadas para higienização anti-séptica das mãos, apresenta efeito
residual de 2 a 4 horas, caso permaneça por período prolongado em contato com a pele
poderá ocasionar queimaduras químicas.
 Detergentes contendo triclosan em concentrações menores que 2% são geralmente
bem tolerados, sendo que em concentração de 1% apresentou menos problemas na
pele do que os produtos à base de iodóforo e solução alcoólica a 70% contendo
clorexidina a 4%.
Para amenizar os efeitos adversos, causados pelo uso dos produtos, os profissionais devem
evitar o contato desnecessário a eles, e assim utilizar produtos que provocam menores danos a
pele. Para prevenir, e fazer com que não ocorra a diminuição da quantidade de lavagem das
mãos durante as práticas de saúde, é preciso enxaguar as mãos em água com temperatura
ambiente, nem muito quente ou fria, pois estas podem causar ressecamento de pele, em
seguida, devem-se eliminar os resíduos dos produtos químicos secando adequadamente as
mãos. É de extrema importância que o setor de pelas compras desses produtos, juntamente
com a equipe hospitalar, de melhor aceitação e eficiência para a equipe.
Tipos de Higienização das Mãos
Os tipos de HM são: higiene simples, higiene antisséptica e a antissepsia cirúrgica e/ou
preparo pré-operatório das mãos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu de acordo com o fluxo assistencial, os cinco
principais momentos que devem ser feitos a HM durante o toda assistência realizada ao
paciente: (Figura 2)
Figura 2: Os cinco momentos para a HM.
Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020.

E para cada assistência realizando os cincos momentos da higienização das mãos, deve ser
utilizada a higienização com água e sabão, em seguida a fricção asséptica com soluções
alcoólicas, na qual as mesmas são feitas os mesmos movimentos, a diferença entre eles é os
produtos utilizados e existem uma diferença de 20-40 segundas para obter a higienização
completa e com segurança. (Figura 3)
Figura 3: Ilustração do passo a passo como deve ser feita a higienização das mãos simples e
antisséptica.
Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020.

Todavia, a assepsia cirúrgica tem a finalidade de eliminar as microbiotas transitórias da pele,


além de ser uma medida importante para prevenção de quaisquer infecções de sítio cirúrgico,
tendo essa assepsia a duração de 2 a 3 min. (Figura 4)
Figura 4: Ilustração do passo a passo como deve ser feita a higienização das mãos cirúrgica
e/ou pré-operatório.
Fonte: ANVISA, 2009, p. 71.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Leticia Borges da. A importância da higienização das mãos da equipe de


enfermagem na assistência ao paciente. Fundação Educacional do Município de Assis -
FEMA, Assis, 54p., Abril/2011. Disponível em: <
https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/0811250118.pdf > Acesso em: 02 de junho de
2022.
HNSG, Hospital Nossa Senhora das Graças. História de Filantropia. 2022. Disponível em:<
http://hnsg.com.br/sobre/ > Acesso em: 16 de junho de 2022.
OLIVEIRA, Adriana Cristina de; PINTO, Selma de Almeida. Participação do paciente na
higienização das mãos entre os profissionais de saúde. Revista Brasileira de Enfermagem,
Abril/2017. Disponível em: <
https://www.scielo.br/j/reben/a/NKSDfF66hv6bQgWmYQB3QpR/abstract/?lang=pt >
Acesso em: 16 de junho de 2022.
BRASIL, Ministério da Saúde. Higienização das mãos. Setembro/2020. Disponível em: <
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/servicosdesaude/prevencao-e-controle-de-infeccao-
e-resistencia-microbiana/higienizacao-das-maos > Acesso em: 16 de junho de 2022.
BRASIL, Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente:
Higienização das mãos. 2007. Disponível em: <
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf > Acesso em: 22 de
junho de 2022.
BRASIL, Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente em
Serviços de Saúde: Higienização das mãos. 2009. Disponível em: <
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf > Acesso em: 24 de
junho de 2022.
BRASIL, Presidente da República. Lei nº9.431,06 de janeiro de 1997. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9431.htm > Acesso em: 30 de junho de 2022.

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