Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA 2 - Deus enviou o seu Filho ao mundo para nos salvar e nos
deu Maria como Mãe para nos ajudar a ir para o Céu
Com seu lema “Antes morrer que pecar”, ele almejava seguir em
tudo a vontade de Deus e dizia:
“Não posso fazer grandes coisas. Mas quero que tudo o que faço,
mesmo a menor das coisas, seja para a maior glória de Deus“.
Uma família simples, mas rica na fé. Sabe-se hoje que, toda a sua
vida, tão curta e intensa, foi uma grande e linda busca pela santidade.
Ainda quando criança ia à igreja para rezar. Se o templo estivesse
fechado, ele simplesmente se ajoelhava de frente a porta e ficava ali em
oração até abrirem a igreja. Ele permanecia assim, na neve ou na
chuva, no frio ou no calor.
A história começa, quando o Pai, nos seus mais altos desígnios, planejou a encarnação
de seu Filho Jesus, no seio da humanidade. Nesse momento, o Pai também pensou em
Maria, pois, seu Filho teria que ter uma mãe humana. E a mãe do Salvador teria que ser
“cheia de graça”.
Quando Maria disse o seu “sim” a Deus, diante do mesmo Anjo Gabriel, ela passou a ser
portadora da maior de todas as graças que a humanidade poderia receber: o próprio Filho
de Deus. Gerando Jesus para o mundo, Maria proporcionou que todas a graças chegassem
até nós, pois proporcionou que a salvação chegasse.
O título “Nossa Senhora das Graças” surgiu no dia 27 de novembro de 1830 Paris,
França. Catarina Labouré, então noviça da Congregação de São Vicente de Paulo, foi até à
capela impelida para rezar. Estando em oração, teve a contemplação da Virgem Maria, que
se revelou a ela como Nossa Senhora das Graças.
Revelação não aconteceu somente por palavras. Nossa Senhora deu a Catarina Labouré
uma visão reveladora.
"...uma Senhora de mediana estatura, de rosto muito belo e formoso... Estava de pé, com
um vestido de seda, cor de branco-aurora. Cobria-lhe a cabeça um véu azul, que descia até
os pés... As mãos estenderam-se para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras
preciosas. A Santíssima Virgem disse-me: ‘Eis o símbolo das Graças que derramo sobre
todas as pessoas que mas pedem ...’ Formou-se então, em volta de Nossa Senhora, um
quadro oval, em que se liam, em letras de ouro, estas palavras: ‘Ó Maria concebida sem
pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós’. Depois disso o quadro que eu via virou-se, e
eu vi no seu reverso: a letra M, tendo uma cruz na parte de cima, com um traço na base.
Por baixo: os Sagrados Corações de Jesus e de Maria. O de Jesus, cercado por uma coroa
de espinhos e a arder em chamas, e o de Maria também em chamas e atravessado por
uma espada, cercado de doze estrelas. Ao mesmo tempo, ouvi distintamente a voz da
Senhora, a dizer-me: ‘Manda, manda cunhar uma medalha por este modelo. As pessoas
que a trouxerem, com devoção, hão de receber muitas graças”.
Enquanto contemplava esta cena maravilhosa, Maria sobre o globo terrestre e raios saindo
de suas mãos em direção à terra, Catarina ouviu uma voz a lhe dizer: "Este globo que vês
representa o mundo inteiro e especialmente a França, e cada pessoa em particular. Os
raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que Me as pedem. Os raios
mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios
mais finos correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir.“
Pedir com fé
Compreendemos que o título Nossa Senhora das Graças está intimamente ligado à
revelação da Medalha Milagrosa. Porém, as graças distribuídas por Nossa Senhora não
dependem do uso da Medalha e sim de pedir a ela com fé e devoção. Tanto que, em outra
aparição, Nossa Senhora se queixou a Santa Catarina Labouré dizendo: “Tenho muitas
graças para distribuir... Mas as pessoas não me pedem...”
Depois de um tempo, Catarina Labouré conseguiu que a medalha fosse cunhada, tal qual a
Virgem Maria tinha lhe pedido. Logo, esta medalha se tornou um fenômeno inimaginável. A
promessa da Virgem Maria se cumpria admiravelmente em todos os que usavam a Medalha
com devoção. Graças a ela, uma terrível epidemia da peste negra foi debelada na França.
Milhares de pessoas já tinham morrido quando a Medalha Milagrosa começou a ser usada.
Então, os doentes que a recebiam com fé começaram a ser curados milagrosamente, pois a
peste não tinha cura.
Milhões de Medalhas
Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos,
para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E
para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e
dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. “
“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Amém.
Nossa Senhora de La Salete ou "da Salette" é um título que a Virgem Maria recebeu por
causa de suas aparições na montanha de La Salette, nos Alpes Franceses, em 1846. Ela
apareceu a dois pastores de ovelhas: a adolescente Melanie Calvat, de 15 anos e o menino
Maximim Giraud, de 11. Ela pediu que os dois transmitissem três pedidos: a conversão dos
pecadores, que se construísse uma igreja naquele local e que se fundasse uma
congregação religiosa para perpetuar sua mensagem e cuidar da igreja de La Salette. Os
dois pastorzinhos eram camponeses de pouca instrução. Nossa Senhora apareceu a eles
com trajes de camponesa e chorando. A mensagem que ela deixou fala de conversão e de
busca de uma vida de oração e santidade. Os símbolos contidos na imagem de Nossa
Senhora de La Salette também contam a história e reforçam a mensagem de Maria de
maneira extraordinária. Vamos conhecê-los.
AULA 6 - Como Maria ajuda a formar santos + a realidade dos pontinhos/ méritos
Igreja, neste dia, celebra a virgem e mártir que encantou e continua enriquecendo os
cristãos com seu testemunho de “sim” a Deus e “não” ao pecado. Nascida em Corinaldo,
centro da Itália, era de família pobre, numerosa e camponesa, mas muito temente a Deus.
Com a morte do pai, Maria Goretti, com os seus, foram morar num local perto de Roma, sob
o mesmo teto de uma família composta por um pai viúvo e dois filhos, sendo um deles
Alexandre. Aconteceu que este jovem por várias vezes tentou seduzir Goretti, que ficava em
casa para cuidar dos irmãozinhos. E por ser uma menina temente a Deus, sua resposta era
cheia de maturidade: “Não, não, Deus não quer; é pecado!”
Santa Maria Goretti, certa vez, estava em casa e em oração, por isso quando o jovem, que
era de maior estatura e idade, tentou novamente seduzi-la, Goretti resistiu com mais um
grande não. A resposta de Alexandre foram 14 facadas, enquanto da parte de Goretti,
percebemos a santidade, na confidência à sua mãe: “Sim, o perdoo… Lá no céu, rogarei
para que ele se arrependa… Quero que ele esteja junto comigo na glória eterna”.
Santa Maria Goretti manteve-se pura e santa por causa do seu amor a Deus, por isso na
glória reina com Cristo
Origens
Laura Vicuña foi a filha mais velha do casamento de José Domingo Vicuña e Mercedes
Pino. José era militar, pertencente a uma família nobre do Chile. Já sua mãe vinha de uma
classe social mais baixa. Por isso, tal casamento não foi querido pela família do pai de
Laura.
Perigo
No final do Século XIX, o Chile enfrentava uma Guerra Civil e também de Sucessão.
Cláudio Vicuña, parente distante do pai de Laura, envolveu-se na disputa pelo poder,
levando risco de perseguição e morte a toda a família. Por isso, vários membros da família
tiveram que fugir para outros países.
Perda do pai
Em 1894, nasceu a a segunda filha do casal, chamada Júlia Amanda. Pouco tempo depois,
o pai, José Domingo, veio a falecer. A mãe, Mercedes, ficou sem recursos, praticamente na
miséria. Além disso, portanto o sobrenome Vicuña corria outros riscos. Por isso, as três
mudaram-se para a Argentina, a fim de esconderem-se durante um certo tempo, até que os
conflitos no Chile terminassem.
Estudo e fé
Dessa maneira, Laura teve acesso ao colégio Las Hijas de María Auxiliadora (As Filhas de
Maria Auxiliadora), que pertencia à Congregação Salesiana. Lá, ela foi instruída cultural e
religiosamente. No dia dois de junho de 1901 ela fez sua primeira comunhão. Já neste
momento, manifestou a vocação religiosa. Queria servir a Deus e afirmava disposição para
entregar a vida para não pecar. E quis oferecer sua vida a Jesus e a Nossa Senhora pela
conversão de sua mãe e de sua irmã. Dedicava-se à oração profunda desde menina.
Assédio do padrasto
Durante um período de férias escolares, Laura foi vítima de dois assédios violentos vindos
de Manuel Mora. Laura, porém, resistiu. Em represália, Manuel deixou de pagar o estudo
das meninas. Então, o Colégio Salesiano permitiu que elas continuassem estudando. Mas,
Laura sofria com a situação de sua mãe e pensava que nada tinha feito para ajuda-la.
“Morro; eu mesma o pedi a Jesus. Faz dois anos que ofereci minha vida por ti, para pedir a
graça de sua conversão, mamãe. Antes de morrer, terei a sorte de ver-te arrependida?”
Mercedes, chorando, respondeu: "Te juro que farei o que me pedes. Deus é testemunha de
minha promessa."
A pequena Laura deu um sorriso e disse: "Graças, Jesus! Graças, Maria! Adeus, mamãe!
Agora morro contente!" Em seguida, Laura entregou sua alma a Deus.
O futuro da mãe
Depois da morte de Laura, sua mãe, Mercedes, ficou escondida por um tempo na
Argentina. Depois, mudou-se para Temuco. No ano 1906, voltou para Junín de los Andes.
Lá, sua filha Amanda se casou com um jovem chamado Horácio Jones. Amanda tinha
apenas 12 anos. Com o casamento de Amanda, Mercedes mudou-se para Freire. Lá,
casou-se no civil e na igreja com um homem chamado Malitón Parra. Este, era honesto,
justo e trabalhador. Mercedes e seu marido viveram 23 anos juntos. Ela faleceu em 1929.
Veneração e milagre
Os restos mortais de Laura Vicuña, permaneceram no cemitério de Neuquén de 1937 a
1958. Depois, foram trasladados para Bahía Blanca, onde estão até hoje. As salesianas
encarregaram-se do seu processo de canonização nos anos 1950. Em 1986, Laura Vicuña
foi oficialmente declarada Venerável. Em 1955 um milagre aconteceu em favor da freira
Ofélia del Carmen Arellano, desenganada por problemas pulmonares e curada sem
explicação científica, pela intercessão de Laura Vicuña. Este milagre impulsionou sua causa
de beatificação que, de fato, aconteceu em 1988 através do Papa João Paulo II.
Santuário
Na cidade de Santiago, capital do Chile, foi construído o Santuário dedicado à Beata Laura
Vicuña. Ele ocupa uma área de 30 hectares e fica aos pés do Cerro Renca. Também na
cidade de Junín de los Andes foi restaurada uma igreja e dedicada a ela em 1999.
Aos 13 anos, diante da perseguição que sofria a Igreja, José Luiz Sanchez Del Rio, se
apresenta e diz: – Vim aqui para morrer por Cristo Rei.
José Luiz Sanchez Del Río nasceu a 28 de março de 1913, na cidade Sahuayo,
província de Michoacan, México. Vivia uma vida comum, como qualquer outro menino
do interior do México, até que esta normalidade foi quebrada pela ascensão de
Plutarco Elias Calles à chefia do poder daquela nação.
Este presidente empreendeu em todo o país uma das maiores perseguições que a
Igreja Católica sofreu no século XX. Com o pretexto de “livrar a nação do fanatismo
religioso”, Plutarco Calles iniciou uma investida militar contra padres, religiosos e
fiéis leigos que demonstrassem qualquer sinal da fé católica. Confiscou todas as
Igrejas, prendeu e matou padres, bispos, frades, freiras dentre muitos outros. Após
tanta perseguição, um grupo de fiéis católicos viu-se obrigado a pegar em armas para
garantir sua sobrevivência. Este conflito ficou conhecido como Cristiada ou Guerra
Cristeira, em homenagem aos soldados cristãos que eram conhecidos como
Cristeros.
Então, aos 13 anos de idade, foi procurar o general Prudencio Mendoza, que tinha sua
base na vila de Cotija, para que pudesse ingressar no exército cristero. Ao chegar,
dirigiu-se ao general que o indagou:
Por ser o menor, José ia a frente dos revolucionários com um estandarte com a
imagem da Virgem de Guadalupe. Muitos cristãos morreram em combate. José
escreveu à sua mãe: “Nunca foi tão fácil ganhar o Céu.”
Numa dessas lutas, o general dos cristeros perdeu o cavalo e ia ser capturado. José
lhe disse: “Meu general, aqui está meu cavalo, salve-se o senhor, mesmo que me
matem! Eu não faço falta, o senhor sim”.
Foi dessa forma corajosa que José foi capturado, pelos sádicos soldados do governo
de Plutarco. Na intenção de fazer com que o menino renunciasse sua fé, descamaram
a planta de seus pés até as nervura e o amarraram em um cavalo, obrigando-o a
andar por cerca de quatorze quilômetros a pé e descalço. Não precisamos aqui dizer
o nível de dor que esta pobre criança sentiu, mesmo assim, nos momentos em que as
dores lhes eram insuportáveis, o menino cheio da Graça Divina Bradava em voz alta e
vigorosa “Viva Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe!”
Sem sucesso na tentativa de que José Luiz abjurasse de sua fé por meio da dor mais
causticante e alucinante possível, os soldados tentaram com intimidá-lo de outra
maneira. Ao chegar na vila em que nascera, para ser executado no dia seguinte, os
soldados fizeram com que a mãe do menino escrevesse-lhe uma carta pedindo para
que ele abjurasse da fé católica, para poder ser solto. José Luiz Sanchez Del Río
respondeu assim ao bilhete de sua mãe:
“Minha querida mãe: Fui feito prisioneiro em combate neste dia. Creio que nos
momentos atuais vou morrer, mas não importa, nada importa, mãe. Resigna-te à
vontade de Deus; eu morro muito feliz porque no fim de tudo isto, morro ao lado de
Nosso Senhor. Não te aflijas pela minha morte, que é o que me mortifica. Antes, diz
aos meus outros irmãos que sigam o exemplo do mais pequeno, e tu faz a vontade do
nosso Deus. Tem coragem e manda-me a tua bênção juntamente com a de meu pai.
Saúda a todos pela última vez e tu recebe por último o coração do teu filho que tanto
te quer e tanto desejava ver-te antes de morrer”
José Sanchez del Rio foi beatificado em 2005 e o Papa Emérito, Bento XVI, esteve
rezando junto as suas relíquias.
Ximena nasceu nos Estados Unidos, no dia 8 de setembro de 2008. Com um mês de
vida, seus pais levaram-na à cidade de Sahuayo, na costa oeste do México, terra natal
do beato José Sánchez del Río. Com apenas alguns dias, ela começou a ter febres e
foi internada em um hospital da cidade.
Logo a bebê recebeu alta, mas, como a febre não baixava, decidiram levá-la à cidade
de Aguascalientes. A situação não melhorava e, considerando o risco em que se
encontrava Ximena, os seus pais decidiram chamar um sacerdote e dar à menina o
sacramento do Batismo.
Os médicos continuaram tentando solucionar a questão, até descobrirem um
problema no sistema respiratório de Ximena: ela tinha água em um dos pulmões e
precisava ser operada. Depois da cirurgia, o médico analisou um pedaço do pulmão
da menina e confirmou o diagnóstico de tuberculose. Ximena voltou à unidade de
terapia intensiva, mas começou a ter convulsões incontroláveis.
Sua mãe relata: “No dia seguinte, quando passei pela terapia intensiva, disseram-me
que ela havia convulsionado. Ao vê-la, comecei a rezar. Então, ela começou a ter
convulsões de novo. Pedi às enfermeiras que viessem rapidamente. Aplicaram-lhe
uma injeção, mas não parava. Fizeram um encefalograma e uma tomografia, mas tudo
foi em vão. Pedi a elas que me deixassem vê-la, mas, antes de entrar, fecharam a
porta e a doutora me disse que meu bebê estava em estado vegetativo, e que eles já
tinham iniciado os trâmites correspondentes. Eu, chorando, pedi, por favor, que
salvassem a minha filha. Eles induziram o coma e deram-nos 72 horas para ver se ela
sobreviveria, já que 90% do seu cérebro estava morto.”
Enquanto isso, a família se apegava à oração. “Fomos à Missa todos os dias para
pedir a Deus e a Joselito que intercedessem por meu bebê”. Foi quando o milagre
aconteceu:
A equipe que cuidou do caso ficou impressionada não só pela cura inexplicável que
aconteceu, mas também porque Ximenita, hoje com 7 anos, “está perfeitamente bem”
e não tem absolutamente nenhuma sequela. “Eles ficaram surpreendidos porque
acreditavam que, se sobrevivesse, ela provavelmente não caminharia, não falaria, não
veria ou não escutaria, devido ao infarto cerebral”. “Humanamente não havia
esperança de vida. Foi Deus quem fez tudo, pela intercessão de Joselito.“
José era adolescente quando estourou em 1926 a “Guerra Cristera” no México. Seus
irmãos se uniram voluntariamente aos rebeldes e José queria juntar-se a eles para dar a
vida por Jesus. Ele tinha consciência de que poderia facilmente morrer no campo de
batalha. O general finalmente permitiu que o pequeno fosse o portador da bandeira da
tropa. Durante uma batalha, José foi capturado e pressionado pelos soldados a renunciar à
fé cristã. Ele se recusou com firmeza, o que enfureceu os soldados. Com estarrecedora
crueldade, as tropas do governo ateu e inspiração comunista cortaram as solas dos pés do
menino de 14 anos e o forçaram a caminhar assim, em carne viva, até o cemitério.
AULA 8 -
A jovem Gemma Galgani, nascida no povoado próximo à cidade de Lucca, na Itália, era
uma dessas almas que deixavam inquieto o inimigo de Deus. Contemporânea de Santa
Teresinha do Menino Jesus, Gemma cresceu habituada à experiência da morte. Sua mãe,
Aurélia, faleceu cedo, vítima de tuberculose. Seu irmão, Eugênio, que decidira entrar no
seminário, também foi acometido pela doença, tendo morrido antes de ser ordenado
sacerdote. Experiências tão próximas fizeram com que Gemma se desapegasse desde
cedo deste mundo. Questionada, certa vez, se tinha medo da morte, ela respondeu: "Claro
que não... já estou desapegada de tudo".
Órfã de pai e de mãe aos 19 anos, Gemma vai morar com uma piedosa senhora: Cecília
Giannini. Ela acolhe a pequena gema de Deus como uma filha e é em sua casa que vão
acontecer experiências extraordinárias: às quintas e sextas-feiras, recolhida em seu quarto,
em oração, Gemma recebe os estigmas de nosso Senhor. A jovem amante de Cristo, com o
olhar detido em um ponto fixo do alto, sangra abundantemente em várias partes do corpo.
No momento da oração, está totalmente alheia às coisas terrenas. Em êxtase, ela perde
todos os seus sentidos, permanece imóvel, totalmente absorta nas coisas celestes.
Conta-se que, certa vez, o seu diretor espiritual, padre Germano, encontrou-a acamada, por
conta dos incessantes ataques do demônio, que a debilitavam. Durante a noite, o sacerdote
permaneceu com ela, rezando o breviário no canto do quarto. De repente, um enorme gato
preto, de aspecto horrível, se joga aos pés do sacerdote. Ele dá uma volta pelo quarto,
dando miados infernais.
Subitamente, o gato salta sobre o leito de Gemma, ficando muito próximo de seu rosto e
fixando nela um olhar feroz. Padre Germano fica visivelmente assustado, mas sua filha
espiritual permanece calma: está acostumada às artimanhas do maligno. "Não tenha medo,
padre! É o velhaco do demônio que me quer molestar. Não tema. Ao senhor não fará mal
algum", diz a jovem, tentando tranquilizar o sacerdote.
Ele, então, levanta-se, ainda com a mão trêmula, e borrifa água benta sobre o gatão, que
desaparece, como que por encanto. "Como é possível permanecer tão tranquila?", pergunta
o padre a Gemma, ao que ela responde: "Só tenho medo... de magoar Jesus!"
Estes episódios arrepiantes da vida dos santos servem para todos os cristãos de lição:
neste mundo, o seu único medo deve ser o de ofender a Cristo e, assim, perder a amizade
d'Aquele que não poupou Seu próprio Sangue para a remissão dos nossos pecados. Que
Santa Gemma Galgani rogue por nós junto a Deus.