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ESPIRITUALIDADE /

Aparição da Virgem
Maria no Sítio
Guarda, município de
Pesqueira/PE, em
1936

Primeira aparição (6 de agosto


de 1936)

Hugo Goes e seu filho no Sítio


Guarda
O Sítio Guarda está localizado na Vila
de Cimbres, no município de
Pesqueira/PE.

No dia 6 de agosto de 1936, duas


meninas foram ao roçado a fim de
colher mamonas para vender. Uma
chama-se Maria da Luz e a outra
Maria da Conceição. Maria da Luz
tinha 13 anos de idade. Maria da
Conceição tinha 16 anos de idade e,
naquele momento, estava morando
na Casa dos pais de Maria da Luz.

Maria da Luz seguiu a vida religiosa,


passando a se chamar Irmã Adélia. A
seguir, transcrevo depoimentos
retirados do Diário de Irmã Adélia e
publicados no livro “O Encontro:
Nossa Senhora e Irmã Adélia", da
autoria de Auta Maria Monteiro de
Carvalho:

"Eu desci com minha companheira


(Maria da Conceição, uma moça
pobre, que, aos 16 anos, agregou-se à
família de irmã Adélia) para colher
mamona. Lá eu me lembrei dos
cangaceiros de Lampião, que tinham
atacado Seu Rogério, que era amigo
do meu pai. Então, a gente teve medo.
Aí, a gente subiu na pedra, que ficava
entre dois coqueiros. Ficamos lá sem
saber o que fazer. Muito assustada,
perguntei a Maria da Conceição o que
faria se agora mesmo Lampião
chegasse aqui, e ela rapidamente
respondeu: ‘Nossa Senhora nos
protegerá, dará um jeito para aquele
malvado não nos ofender’. De repente,
começou a chover e um relâmpago
rasgou o céu, aparecendo no alto do
monte uma grande luz, e um enorme
clarão, uma imagem em forma de
mulher com uma criança nos braços.

Ela acenava para nós, que apesar do


medo e não entendendo o que estava
acontecendo, entramos em êxtase e
corajosamente deixamos tudo para
trás e fomos para o alto do monte.
Passamos por espinhos, xique-xique,
não nos arranhamos nem rasgamos
nossas roupas, fomos ao encontro
dela. Ela era muito bela, ficamos
transtornadas, com essa sensação
desconhecida. Ficamos um pouco no
monte com ela, depois voltamos para
casa, não tínhamos palavras,
tentamos contar tudo para mamãe,
mas a emoção era muita e não
conseguíamos completar as falas.
Minha mãe logo disse que podia ser
engano.

Local do Santuário no Sítio Guarda


Então papai chegou do roçado. Papai
nos ouviu pacientemente, mas ficou
preocupado. Com medo que fosse
ronda dos cangaceiros, chamou três
trabalhadores, Zé Nazário, Zé
Alexandre e outro, pegaram as foices
e foram subindo o monte, abrindo as
veredas, tirando as macambiras e
coroas de frade, e fomos subindo. O
monte tinha mais ou menos cerca de
600 metros de altura. Subimos
rápido, querendo logo vê-la, mas eles
subiam devagar, tiveram muita
dificuldade para alcançar o cume da
montanha. Mostrávamos,
apontávamos onde ela estava,
descrevíamos o lugar, mas eles não
conseguiam ver. Eles nem viam a
mulher e nem ninguém. Ficávamos
angustiadas, cansamos de mostrar
onde ela estava. De repente ouvimos
um barulho, todos ficaram
preocupados, uma grande pedra
começou a rolar lá de cima do monte
vindo em nossa direção. Papai ficou
extasiado, acreditou mesmo sem ver
nada, sentiu que tinha alguma coisa
extraordinária ali, pois não era
possível uma pedra daquele tamanho
passar por cima de todos e não
atingir ninguém. Pensou que pudesse
ser um milagre.

Então papai pediu para que eu


perguntasse que era a dama.

Eu perguntei:
— Quem é você?
Ela respondeu:
— EU SOU A GRAÇA.
— E o que quer aqui?
Ela respondeu:
— Vim para avisar que hão de vir três
castigos mandados por Deus. Diga ao
povo que reze e faça penitência.

Nós, eu e Maria da Conceição,


continuamos a ir ao monte todos os
dias para ver a Senhora,
conversávamos com ela e rezávamos.

Pedimos à Santa que desse um sinal


da sua presença visível ao povo, para
que eles pudessem crer. E ela nos
prometeu:
— Vou fazer aparecer água no pé desta
pedra.
Mas nesse dia não aconteceu.
Voltamos para casa chorando. O povo
não teve dó, falou que estávamos
mentindo.

10 de agosto de 1936

Bem cedo fomos ao monte, e lá estava


Nossa Senhora à nossa espera,
apontando para um lugar específico
bem a sua frente, indicava uma pedra
sem rachadura, onde havia uma
grande cavidade. E ela me pediu para
cavar com as mãos, retirei a terra, de
onde logo escorreu água abaixo.
Curiosa, perguntei para que servia
esta água, e ela respondeu:
— Para curar doenças.
Saímos correndo para casa para
avisar a mamãe o que estava
acontecendo, então toda a minha
família e mais outras pessoas
subiram o monte e todos verificaram
a presença da água e no lugar
também vimos dois rastros
encravados na pedra, rocha dura,
sendo um de mulher e outro de
criança. Então perguntamos de que se
tratava os rastros e ela disse:
— Um dos rastros é meu e o outro é do
meu filho."

A intervenção da Igreja Católica

Irmã Adélia segue com seus


depoimentos …

Padre Kehrle formulou umas


perguntas e pediu que eu e Maria da
Conceição fôssemos até o monte
questionar Nossa Senhora.
Em carta comuniquei ao Padre que
fomos ao local, fizemos as perguntas
e fomos intercedidas pela imagem
que nos respondia:

— Quem pode mais que Deus?


Resposta: Ninguém
— Quantas pessoas há em Deus?
Resposta: Três.
— Quais são estas pessoas?
Resposta: Pai, Filho e Espírito Santo.
— Em nome de Deus dizei quem sois e
que quereis.
Resposta: Sou a Mãe da graça e
venho avisar ao povo que se
aproximam três grandes castigos.
— Que significa o sangue que jorra da
vossa mão?
Resposta: Representa o sangue que
será derramado no Brasil.
— Quereis falar com um padre?
Resposta: Sim.
— Com qual padre quer falar?
Resposta: Com aquele que escreveu
as perguntas.

Primeira visita de Padre Kehrle


ao monte

Padre Kehrle fez umas oitenta ou


noventa perguntas em alemão e
latim, línguas que as meninas não
compreendiam, e recebeu todas as
respostas certas. O Padre recebia as
respostas por intermédio das
meninas, em português, fielmente
conforme ele perguntava em alemão e
latim, como:

Imagem que fica no local da aparição


— “Wer bist du?” (quem é você?)
— “A Mãe do Céu”.

— “Wie heisst das Kind auf deinem


Arm?” (como se chama a criança em
seu braço?)
— Jesus.

— Qual a finalidade de sua estada


aqui?
— Foi Jesus quem mandou.

— Por que apareceis aqui?


— Para avisar ao povo que três
grandes castigos cairão sobre o
Brasil.

— Quais são os castigos?


Não respondeu, fazendo sinal com a
mão para fazer entender, ou que não
podia falar, ou que não queria.

— Estas coisas acontecerão logo?


— Não.

— Ainda este ano?


— Não.

— Acontecerão no ano vindouro?


Deu com a mão como se não quisesse
ou não pudesse dizer.

Irmã Adélia (Maria da Luz)


— O comunismo virá ao Brasil?
— Sim.

— Também virá ao Sertão?


— Não.

— Virá a Pesqueira?
— Não.

— Virá às capitais?
— Sim.

— Virá a todas as capitais?


— Sim.

— Os padres e os bispos vão sofrer


muito?
— Sim.

— Será como na Espanha?


— Quase.

— Que devemos fazer para afastar


estes castigos?
— Fazer penitência e oração.

– Quais são as devoções que se


devem praticar para afastar estes
males?
– Ao coração de Jesus e a mim.

– Não basta só uma?


– Não.

— Por que não dais um sinal visível,


para que o mundo possa ver que sois
a Mãe de Deus?
— Já o dei.

— Qual é o sinal?
— A água que está correndo em baixo.

— Para que serve esta água?


— Para remédio.

— Para todas as doenças?


— Sim, mas para quem tem fé.

— Todo mundo pode tomar dessa


água?
— Sim.

– Quem quiser pode tirar daquela


água?
– Não, só as duas meninas.

— Quer que se pregue sobre esse


assunto?
— Sim.

— Aqui será um lugar de devoção?


— Sim.

– Quereis que se construa uma igreja


aqui?
– Não.

— A perseguição à Igreja será grande?


— Sim.

— Como posso pregar esta Aparição


sem ordem das autoridades
eclesiásticas?
— Mais tarde eles permitirão.

— Quer que eu diga isso ao bispo?


— Sim.

— Por que apareceis neste lugar, cuja


subida é tão difícil?
— Para o povo romeiro poder fazer
penitência.

— Quanto tempo faz que estais aqui?


Fez um gesto com o dedo, com se
quisesse dizer: “há muito tempo”.

— Se sois a Mãe de Deus, então dai-


nos vossa benção.
Instantaneamente as duas videntes
exclamam: “Olha lá!!! Está nos
abençoando”… e fizeram o sinal da
cruz.

— Se sois a Mãe de Deus e a criança é


o Menino Jesus, manda que Ele nos
dê a benção.
Neste momento, as duas pobres
camponesas, admiradas e
transportadas de júbilo, exclamaram:
“Ele já sabe dar a benção também!”
Fizeram mais uma vez o sinal da cruz.
Uma das meninas exclamou ainda:
“Agora vimos a outra mãozinha do
menino. Até agora ela estava
enlaçada ao pescoço da Mamãe. Ele
estende para o senhor os dois
bracinhos.”

Diversas perguntas foram feitas em


torno do motivo da Aparição e do
desejo de Nossa Senhora. Ela sempre
abençoando a todos e muito feliz pela
presença das meninas e do padre,
sempre recomendava muita oração e
penitência.

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